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Entrevista

“Os brancos da região dos Vinhos Verdes envelhecem muito bem”

Brancos envelhecidos, tintos mais leves, rosés de cor aberta e monovarietais de castas típicas da região de Entre-Douro-e-Minho. Dora Simões, presidente da direção da Comissão dos Vinhos Verdes há cerca de um ano, conta, na primeira pessoa, a estratégia da organização interprofissional para os vinhos da região demarcada em 1908

Rita Gonçalves
Entrevista

“Os brancos da região dos Vinhos Verdes envelhecem muito bem”

Brancos envelhecidos, tintos mais leves, rosés de cor aberta e monovarietais de castas típicas da região de Entre-Douro-e-Minho. Dora Simões, presidente da direção da Comissão dos Vinhos Verdes há cerca de um ano, conta, na primeira pessoa, a estratégia da organização interprofissional para os vinhos da região demarcada em 1908

Rita Gonçalves
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Brancos envelhecidos, tintos mais leves, rosés de cor aberta e monovarietais de castas típicas da região de Entre-Douro-e-Minho. Dora Simões, presidente da direção da Comissão dos Vinhos Verdes há cerca de um ano, conta, na primeira pessoa, a estratégia da organização interprofissional para os vinhos da região demarcada em 1908

Rita Gonçalves

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A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) certificou (através da atribuição de selos de garantia de origem) 76 milhões de litros de vinho no ano passado. Cerca de metade ficou no mercado nacional e a outra metade partiu para os mercados externos.

As exportações de DOC Vinho Verde representaram 85 milhões de euros no ano passado (cerca de 35 milhões de litros), nas contas do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Eurostat.

Segundo dados da Nielsen, fornecidos pela CVRVV, as vendas dos vinhos desta região cifraram-se em 60 milhões de euros (20 milhões de litros) na grande distribuição, em 2022. Na restauração, a região vendeu cerca de seis milhões de litros que representaram 55 milhões de euros, embora, segundo a comissão, o tracking da Nielsen não inclua de forma exaustiva todos os pontos de venda.

Quando começa a sua ligação ao mundo do vinho?

Quando saí da universidade em Inglaterra fui viver para a Alemanha. Aí tive o meu primeiro trabalho no setor do vinho, na empresa californiana E & J Gallo Winery, a segunda maior produtora mundial de vinho. Foi uma das minhas primeiras experiências profissionais e marca a minha entrada no mundo do vinho.

Comecei com o cargo de responsável de marketing, numa altura que os vinhos californianos faziam as primeiras incursões na Europa Ocidental, depois de terem iniciado algum trabalho no Reino Unido.

A Gallo estava a dar início às exportações de vinhos para a Europa e, como em muitos casos, as grandes marcas vão um pouco à frente das regiões, porque têm interesses comerciais definidos e acabam por abrir caminho. Fiquei responsável, numa primeira fase, pela área de marketing e comunicação dos vinhos que iriam ser comercializados na Europa Central, na Alemanha, Suíça, Áustria e países nórdicos. Mais tarde, passei a trabalhar a categoria de fine wines, vinhos mais destinados à restauração e às lojas de especialidade, também na Europa Central.

Quando regressa a Portugal?

No final de 2002. E começo a trabalhar na ViniPortugal, recém-formada ainda sem atividade de promoção. Na altura, estava a criar-se a estratégia do estudo Porter para definir aquilo que seria a visão e a estratégia para os vinhos portugueses. Numa altura em que era preciso uma direção, uma orientação para as exportações, definir como se iria trabalhar a categoria de Vinhos de Portugal. Eu tinha acabado de chegar de fora, a ViniPortugal contratou-me para ser o pivô do estudo Porter.

Tive a sorte de integrar a equipa da Monitor Group e relacionar-me com todos os players que participaram no estudo. Foi uma forma ótima de conhecer o setor, a sua dinâmica e as pessoas chave. Depois disso, fui contratada ViniPortugal para o cargo de diretora geral que desempenhei durante seis anos. O presidente era o Vasco Avillez.

Do que se falava na altura?

Lembro-me que um dos temas era o vinho a copo. Um conceito difícil de colar e de passar em Portugal: de um consumo mais moderado, mas consistente, como forma rentabilizar a venda de vinho na restauração, e mantê-la viva, realizando mais dinheiro na venda do vinho. E até levar a uma experimentação de diferentes tipos de vinho na restauração, fosse esta mais económica ou de topo.

Naquela altura, ao contrário de muitos países na Europa, em Portugal a experiência de consumo de vinho a copo em Portugal era de muito baixa qualidade. Hoje, passados quase 20 anos, é raro ir a um restaurante, de qualquer categoria, que não tenha pelo menos um ou duas ofertas de vinho a copo.

Da ViniPortugal vai para a CVR do Alentejo.

Sim. Em 2008, a CVRA estava à procura de um novo presidente. O anterior presidente iria sair, numa altura em que as CVR deixaram de ter um representante do Estado. Candidatei-me e fiquei na posição durante sete anos. Saí no final de 2015 e dediquei-me ao negócio familiar, no Alentejo.

Dora Simões 2Entretanto, assumiu a presidência da CVRVV.

Há cerca de dois anos, estava já no Porto por motivos familiares, apresentou-se a possibilidade de me candidatar à comissão do vinho verde. Apesar de ter a minha atividade, que exercia entre o Porto e o Alentejo, tinha gostado muito de fazer este serviço na CVRA e, quando me desinquietaram para uma função similar, embora diferente, fiquei muito interessada e estou a gostar muito. Não é propriamente uma função fácil, mas tem desafios muitos interessantes, há sempre muita coisa a mudar, há muita coisa a pensar antes de mudar.

Faz, entretanto, em agosto um ano desde a sua tomada de posse.

Foi mesmo no final de julho que tomou posse a nova direção. Os meus colegas da direção são o Óscar Meireles (Quinta da Lixa) em representação do comércio e Rui Pinto (Terras Felgueiras) em representação da produção.

Que balanço faz do primeiro ano de atividade da comissão?

Numa altura em que o comércio está tão volátil e instável, e não sendo o vinho um bem essencial, é também verdade que é difícil retirá-lo dos hábitos de quem já o consome. É de facto uma forma muito gratificante de poder consumir algo que tem um apelo diferente dos outros produtos alimentares. Mas, mesmo assim, a situação económica tem vindo a dificultar a tarefa. Não é só no comércio, é em toda a cadeia, desde a viticultura à produção.

Quando entrei com os colegas desta direção, vivia-se um momento de grande incerteza que permanece. Há muitas áreas a precisarem de ser restruturadas, há os desafios da sustentabilidade, das alterações climáticas e do seu impacto na viticultura. Há muitos temas que já vêm de trás que precisam de ser pensados a médio e longo prazo para preparar a região para o futuro. É necessário priorizá-los, para os executar bem, ou pelo menos do que achamos que é bem aos olhos de hoje. Para isso, é preciso consultar bastante o setor.

Escutar. É o trabalho que têm vindo a fazer?

Sim, temos estado a fazer levantamento junto dos produtores e viticultores, a fazer visitas, comités técnicos e grupos técnicos de consulta onde vamos refletindo sobre estes levantamentos, procurando refletir as suas preocupações e expectativas no trabalho da comissão.

Não quero deixar de dizer que esta comissão está muito bem organizada, está muito sólida. Teve como presidente Manuel Pinheiro durante 22 anos, que fez um grande trabalho na área da promoção, na organização dos serviços, que permite à comissão pode fazer o seu trabalho de certificação quase sem mexidas. No entanto, é necessário ir adaptando aos tempos e às necessidades dos agentes económicos. Melhorar a eficiência dos serviços, a forma de os trabalhar, a informatização, o acesso à tecnologia por parte dos associados.

Que ilações já retiraram?

É preciso pensar em linhas gerais a Denominação de Origem (DO) e Identificação Geográfica (IP) Vinho Verde. Que caminho vão tomar? Quais as necessidades em termos de regulamentação e também daquilo que a região quer ter em termos de portefólio de produtos e estilos de vinho? Onde é que a região acha que deve ser um player e deve estar a jogar? Para nos prepararmos nessa medida, porque isso reflete-se na viticultura, na produção e nos estilos de vinho aprovados. Depois, há outras questões mais transversais e estratégicas ao setor, como as questões de auxílio aos produtores, no que diz respeito à implementação de medidas de sustentabilidade que são absolutamente necessárias. Dada a pulverização do negócio e da viticultura na região são mais difíceis de implementar porque são pequenos negócios, nos quais é necessário fazer um trabalho de proximidade no que diz respeito à formação, informação e passagem de conhecimento prático, que possa ser aplicado na viticultura no âmbito de boas práticas e que os leve a valorizar o valor da uva e do vinho.

Os desafios são muitos e estão identificados.

Sim, mas não ficam por aqui. Perceber em que áreas da investigação e desenvolvimento, e do conhecimento, é que vamos apostar para seguir caminho da melhor forma possível, como um acelerador da posição do vinho verde como um produto bem feito, de qualidade, que possa ser valorizado mais tarde.

Não quer isto dizer um produto totalmente moderno porque também é preciso valorizar a tradição, um aspeto a conhecer melhor através da história. Queremos preservar a herança da viticultura porque também é uma aposta em relação ao turismo e a uma série de outras áreas.

Falta ainda o património. Esta comissão é muito interessante e rica em património. O local onde estou a dar esta entrevista é a casa do vinho verde, o Palacete Silva Monteiro, que também necessita de ser restruturado e requalificado no sentido de servir o enoturismo e de ser o ponto de partida, o quilómetro zero, para a rota do vinho verde.

Temos ainda a Estação Vitivinícola Amândio Galhano (EVAG), localizada em Arcos de Valdevez, onde se fazia investigação, que necessita de ser revitalizada para continuar a fazer investigação e produzir essa experimentação em termos de viticultura. Este espaço deve ser exatamente um centro experimental que sirva aos produtores para se poderem ir lá informar e participar em estudos. Ter o seu próprio centro de inovação e desenvolvimento é uma coisa fantástica. Pelo que conheço não há nenhuma CVR que tenha. Demora algum tempo, mas temos de o fazer.

Já tem pistas sobre este caminho a seguir para o DO e IG? Falou por exemplo de necessidades de regulamentação.

Temos algumas pistas que resultam sobretudo de levantamentos feitos no passado. O vinho verde até há algum tempo era uma categoria muito ocupada por vinhos com um perfil mais jovem, leve e fresco. Atualmente, grande parte das empresas têm também no portefólio vinhos varietais, das castas Loureiro, Alvarinho, Avesso, Azal, entre outras, que resultam em vinhos com potencial de estágio.

A região ainda não fez, no entanto, o percurso de os colocar devidamente no conhecimento do público e deve fazer esse trabalho, porque atualmente o vinho branco está em alta, é muito procurado. Há até um défice de vinho branco de qualidade, que é o que a região mais tem, e isto está a ajudar-nos na comercialização. Uma região que quer ver a sua uva e o seu vinho valorizado tem de apostar, talvez, num menor volume dos lotes, mas ter vinhos de bastante qualidade, que estão bem em restaurantes, têm um preço mais elevado, afirmando-se pela qualidade em termos de topo de gama.

É este trabalho que é preciso ser feito. É uma das direções que é necessário continuar a trabalhar em segmentos específicos. O vinho verde tradicional tem o seu público e a sua ocasião. A ocasião de consumo determina também o tipo de vinho que bebemos. Depois, tem o outro segmento que tem de ser trabalhado e onde tem de ser feita uma aposta grande também por parte da CVR em termos de orçamento e de promoção.

Como se comportaram os vinhos verdes nos primeiros seis meses do ano?

Calculamos as vendas em função dos selos de garantia. A partir do momento em que o selo de garantia é vendido ao produtor, o vinho entrará no comércio, funcionando como uma antecipação do que vai ser comercializado. O que tem acontecido é que as vendas de vinho branco têm estado a aumentar. As vendas de selos analisadas no ano móvel de maio 2022 a maio deste ano, aumentaram 8% no vinho branco. Também aumentaram no rosado e mantiveram-se estáveis nos tintos.

É verdade que vendas estão a aumentar, em função de alguma sazonalidade neste período do ano e também das tendências de mercado.

Como estima que as vendas evoluam até ao final do ano?Dora Simões 5

A tendência não nos leva a acreditar que a situação se inverta. É verdade que pode haver alguma alteração, mas o mercado mantém-se bastante interessante pelo efeito muito positivo do turismo. Ainda que possa haver alguma estabilização no consumo de vinho por parte da população portuguesa, tem-se vindo a verificar que o consumo cresce, especialmente nos vinhos brancos.

Na exportação, se vai ter inflexão? Penso que tem muito a ver com os mercados. Há alguns mercados onde verificamos alguma retração, mercados onde o vinho verde tem posições importantes, o caso dos EUA e da Alemanha, por exemplo. Quando há retração de consumo nestes mercados em resposta a uma crise, o vinho está entre os produtos com maior decréscimo de consumo. Estamos a ver algum decréscimo nas vendas para os EUA, por exemplo, mas também há mercados onde as exportações estão a aumentar.

Se esta tendência de desvio nas exportações se mantiver, poderemos ficar numa situação mais neutra e não de grande impacto. Mas tudo depende das importações individuais de cada país. Para já, não vemos inflexão. A comercialização de selos aos produtores, que são quase de imediato colocados nas garrafas para serem comercializados está a subir e esse movimento dá-nos alguma segurança.

Quais são os mercados externos onde os verdes estão a ganhar vendas?

Há uma ideia generalizada de que tem havido uma valorização grande em todos os vinhos portugueses nos mercados de exportação. Penso que vendemos vinhos mais caros, de facto, porque os vinhos se tornaram mais caros para fazer face aos incrementos de preço nos componentes de embalagem, dos custos de produção, entre outros. Invariavelmente, todas as empresas fizeram uma atualização de preços nestes últimos dois anos. Mas esse aumento de preço está a fazer face a um aumento do custo de produção. Não é uma valorização intrínseca do produto, antes um reflexo dos seus custos.

Posto isto, o valor aumentou em todos os mercados, numa medida maior do que aumentou o volume, mas as maiores subidas em valor deram-se em Espanha, EUA, Letónia e Rússia. No Reino Unido também tem havido incremento, embora tenha um tracking diferente desde que não é membro da União Europeia, assim como na Irlanda e Polónia.

Pelo contrário, verificam-se decréscimos no Japão, no Brasil e na Estónia. Os que nos preocupam mais são países como Brasil, França, Canadá e Alemanha que tiveram algum decréscimo nas importações.

Noto que os produtores estão a dar atenção a outros mercados. Na organização da própria comissão estamos também a iniciar agora mercados onde não havia promoção, como é o caso da Coreia do Sul. Mesmo em Inglaterra não se fazia muita atividade. São iniciativas promocionais que ainda estão a arrancar, mas que têm em vista dar resposta a alterações de mercado que consideramos que vão acontecer nos próximos anos.

Quais as linhas estratégicas da promoção internacional?

A região tem vindo a acolher produtores que estão noutras regiões vinhateiras. Até pelo tipo de vinhos que aqui se pode produzir, a região tem vindo a receber uma série de novos agentes económicos. Ao ter produtores multi região, muitas vezes, por uma questão de oportunidade, a região organiza-se com a ViniPortugal mas também faz promoção com produtores locais que querem fazer parte daquilo que é a marca da região.

A região tem muita tradição de promoção no mercado nacional, mas principalmente em mercados externos. Tem uma vocação exportadora muito grande. A região dos vinhos verdes coordena-se com a ViniPortugal também no sentido de ter uma calendarização diferenciada. E temos também a possibilidade de ir a alguns mercados onde a ViniPortugal não está presente, da mesma forma que levamos produtores de menor dimensão, que de outra forma não tinham provavelmente capacidade para estar enquadrados nos programas da ViniPortugal. Os programas da região, pela sua especificidade, são ações mais micro e dedicados a determinadas categorias de produto.

Temos vindo a fazer ainda participações em feiras e recebemos a visita de jornalistas, importadores e líderes de opinião no sentido de divulgar o vinho verde e as virtudes da região.

Pode-se dizer que o alvarinho é a casta estrela da região?

É a estrela no topo de gama. Penso que talvez seja a casta mais valorizada em Portugal. Produz vinhos muito elegantes, frescos, vinhos que atualmente competem mundialmente, que estão a ganhar espaço nessa frente, e ajudam na promoção de qualidade da região.

O Loureiro é a casta mais plantada na região. Há ainda muito a descobrir sobre esta casta que já tinha alguma tradição em monovarietais e também em blends. Também o Avesso, o Azal, o Trajadura são muito utilizadas na produção de vinhos brancos.

A região faz uma produção muito baixa de vinhos tintos, dos que produz o Vinhão é a casta que se usa maioritariamente. Se bem que se começa a fazer um trabalho de descoberta de castas tintas mais aptas para fazer rosés. Este é um segmento que não existia nos verdes até há bem pouco tempo e os produtores estão a utilizar novas castas para fazer rosés de cor mais clara dando resposta às tendências de consumo.

Essa tendência já se materializa em vinhos?

Sim, o portefólio dos produtores abriu-se aos rosés. A maioria das empresas que têm castas tintas, há poucas só a fazer exclusivamente brancos, faz também rosés, com maior ou menor volume. Uma questão levantada nos comitês técnicos que temos feito com produtores e viticultores é exatamente a necessidade de plantar e saber mais sobre castas tintas que possam trazer à região bons vinhos rosés adaptados às necessidades de mercado. Porque naturalmente os vinhos da região já vão ter menos álcool e pouca acidez, sendo já muito adaptados às tendências de mercado no que diz respeito ao perfil. Vão ter de melhorar é a cor. O Vinhão não dá essa possibilidade. Dá um rosé bastante escuro. Há técnicas enológicas que permitem fazer um vinho mais claro, mas há uma necessidade de aperfeiçoar a região no que diz respeito a rosés e também tintos mais leves e de cor mais aberta.

Embora seja uma região altamente especializada em brancos e continuará a ser, quer também ter um percurso de qualidade e valor e de adaptação ao mercado nos tinto e rosés.

Qual a área cultivada de vinha na região?

São cerca de 17 mil os hectares plantados na região. Na última década e meia, a região modernizou-se. Era uma região muito tradicional nas técnicas de viticultura e de forma de condução da vinha. Apostou em conduções modernas que permitiram algum tipo de mecanização e também uma produção mais constante e com menos impacto das condições climáticas, porque permitem, por exemplo, maior arejamento e maior exposição solar.

O programa de apoio à reestruturação da vinha – o Vitis – teve um grande impacto no vinho verde. Apesar de ter diminuído a área de plantação de vinha, a modernização da viticultura no vinho verde tem aumentada a produção em virtude de um aumento da eficiência na vinha.

É preciso também ter cuidado com aquilo que é a paisagem tradicional de vinho verde, tem de haver um equilíbrio entre o que é a modernidade e a tradição para que não se percam valores importantes para o enoturismo. Ao nível da viticultura e da manutenção da paisagem, tem de haver também manutenção do enforcado, das ramadas, entre outros. Daquilo que é característico da região.

Como é que o terroir da região e as próprias castas influenciam o perfil dos vinhos e os distinguem dos restantes produzidos em Portugal?

Os vinhos verdes não são um estilo de vinho. São a DO. Há uma dificuldade em comunicar porque dizer vinho verde parece que é um tipo de vinho. Na verdade, é a DO. A região foi delimitada em 1908, assinala este ano 115 anos. Tem uma diversidade enorme, pela geografia montanhosa do próprio Minho. É quase um anfiteatro que vai até ao mar. Tem também muitos rios que são entradas de ventos do Atlântico na região. E tem altitude, uma vez que a região tem muita viticultura de montanha. Esta diversidade vai criar diferentes microclimas. A DO Vinho Verde permite assim vinhos de perfil muito diferente. Veja, por exemplo, o caso dos alvarinhos da sub-região de Monção e Melgaço.

O que se pode dizer transversalmente em relação ao vinho verde é que tradicionalmente têm acidez elevada, uma frescura aromática grande, graus de álcool inferiores e que muitas das castas utilizadas, se vinificadas da forma certa, vão ter potencial de envelhecimento. Estamos a ver esse potencial agora e já o podemos demonstrar. Há produtores que já podem fazer provas verticais com vinhos com mais de uma década de envelhecimento.

Este é um dos grandes tabus do vinho branco. Há a ideia de que o vinho branco não envelhece bem. Mas isto não é verdade em muitos vinhos brancos da região do vinho verde. Temos de alterar este paradigma que não é exclusivo dos vinhos verdes, nem de Portugal. Todos os brancos no mundo e em Portugal devem trilhar este caminho porque todos perdemos que não o fizermos.
*Entrevista originalmente publicada na edição 415

Sobre o autorRita Gonçalves

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CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação

Em Portugal, a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro.

Os CTT – Correios de Portugal vão reforçar a operação de tratamento e distribuição de encomendas para fazer face à procura da peak season, período entre a Black Friday e o Dia de Reis. A nível ibérico a expectativa é que sejam feitas mais de um milhão de entregas de encomendas pelos CTT em dias de pico, avança a empresa em comunicado.

Em Portugal, a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro.

Já na distribuição em Portugal, existirá um reforço de recursos humanos e de rotas de distribuição, com a contratação de mais de 800 pessoas para esta época, elevando para cerca de 7800 os trabalhadores das operações de correio e expresso dedicados à peak season, com mais veículos para o transporte de encomendas e mais 850 rotas suplementares.

Será ainda implementado o trabalho suplementar aos feriados, sábado e domingos e, sempre que possível, serão antecipadas as recolhas junto dos clientes empresariais, refere ainda os CTT que terão equipas de manutenção em permanência nos centros da CTT Expresso (MARL, em Lisboa, e Perafita, no Porto) e uma equipa de Sistemas de Informação reforçada.

Também no apoio ao cliente existirá um reforço de 25% a 30% da equipa de atendimento, sendo que o chatbot Helena, solução de Inteligência Artificial dos CTT, estará também com uma robustez reforçada para dar resposta aos clientes dos CTT. A nova assistente virtual dos CTT disponibiliza uma assistência em tempo real, conjugando as componentes informativa e transacional, sendo possível, por exemplo, saber o estado de uma encomenda.

Os CTT lembram que é importante estar atento contra eventuais esquemas de phishing, devendo os clientes seguir todos procedimentos para assegurar a segurança dos seus dados pessoais e bancários.

Já em Espanha a CTT Express está preparada para gerir entre 500 a 600 mil envios por dia nos dias de maior movimento e reforçará a contratação para esta época com cerca de 200 pessoas para o tratamento e cerca de 600 fornecedores de distribuição.

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Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR

Os projetos LIFE SeaBIL, OCEAN4FUEL e MESMERISING, focados na proteção dos oceanos e dos ecossistemas aquáticos, foram os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR, lançado este ano para tornar a iniciativa ainda mais abrangente.  

Um dos três projetos vencedores, o LIFE SeaBIL, liderado pela SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, tem o objetivo de reduzir o impacto direto e indireto do lixo marinho nas aves que dependem dos ecossistemas costeiros e marinhos, além de promover a consciencialização e incentivar práticas mais ecológicas. A sua principal prioridade será continuar a recolher dados mensais nas Berlengas, monitorizar as aves arrojadas, reunir cientistas, autoridades e entidades reguladoras em prol da identificação das melhores soluções.

O OCEAN4FUEL, um projeto submetido pela Universidade de Aveiro – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, foi outro dos vencedores. A sua missão consiste em transformar plásticos marinhos, que poluem os oceanos e afetam os ecossistemas, em combustível líquido. Para isso, utiliza um processo denominado pirólise, que permite produzir um combustível compatível com a gasolina e gasóleo, oferecendo uma solução sustentável para enfrentar dois grandes desafios globais: a poluição marinha e a crise energética e ambiental associada aos combustíveis fósseis.

Apresentado pelo Instituto de Telecomunicações, o projeto MESMERISING, o terceiro vencedor, concentra-se no desenvolvimento de tecnologias para a monitorização em tempo-real de microplásticos em meios aquáticos. Isso permitirá identificar e caracterizar os diminutos microplásticos, recorrendo a canais microscópicos para conduzir a água por sensores eletromagnéticos, cujos dados serão recolhidos e processados por sistemas eletrónicos avançados.

As inscrições para o Prémio TransforMAR decorreram durante os meses de junho a setembro deste ano. As 38 candidaturas recebidas foram avaliadas segundo critérios estratégicos: alinhamento com o objetivo de proteção do oceano e dos ecossistemas aquáticos; robustez e/ou capacidade de implementação; inovação e criatividade; e qualidade do pitch. Podiam candidatar-se projetos nas áreas de redução de plástico nos oceanos; limpeza dos mares e orla costeira; transformação e/ou reciclagem de resíduos marinhos; proteção das espécies marinhas e sensibilização e/ou educação ambiental.

A par do Prémio TransforMAR em 2024, o Lidl Portugal levou a sua forte estratégia de sustentabilidade a 10 praias de norte a sul do país, durante o mês de agosto, com a dinamização de atividades de sensibilização para toda a família. Além disso, entre junho e julho, foram realizadas atividades para colónias de férias em 18 praias, aproximando-nos da comunidade escolar, promovendo ações lúdico-pedagógicas para crianças. Em parceria com a ONG Brigada do Mar, o Lidl Portugal promoveu 11 ações de limpeza na costa portuguesa, tanto em praias como nos rios, contribuindo para a descontaminação e proteção destas zonas, bem como dos ecossistemas aquáticos.

O programa TransforMAR surge de uma iniciativa pioneira do Lidl Portugal, juntamente com o Electrão, em parceria com a Marinha Portuguesa e a Brigada do Mar, contando com o apoio da  Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE), Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e Quercus. Desde 2018, o TransforMAR recolheu mais de 253 toneladas de resíduos plásticos e metal das praias, mares e rios portugueses, transformando-os em benefício da comunidade.

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Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial

“O primeiro passo para o sucesso de uma empresa é valorizar as suas pessoas e a renovação desta distinção é precisamente um reflexo desse facto e das nossas boas práticas. Estamos comprometidos com a mudança para um mundo mais igualitário e justo”, afirma Dina Duarte, diretora geral da Montiqueijo.

Pelo segundo ano consecutivo, no âmbito do Dia Mundial para a Igualdade Salarial – assinalado a 14 de novembro – a Montiqueijo foi distinguida com o Selo da Igualdade Salarial, atribuído anualmente pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), reforçando, assim, o seu compromisso com a equidade no local de trabalho.

O Selo da Igualdade Salarial procura reconhecer as boas práticas das empresas na promoção da Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens. Este certificado Salarial sublinha o empenho da Montiqueijo em garantir que todos os seus colaboradores recebem remunerações justas e que vão ao encontro das suas competências e desempenho, independentemente do género.

“O primeiro passo para o sucesso de uma empresa é valorizar as suas pessoas e a renovação desta distinção é precisamente um reflexo desse facto e das nossas boas práticas. Estamos comprometidos com a mudança para um mundo mais igualitário e justo”, afirma Dina Duarte, Diretora Geral da produtora.

Sendo a responsabilidade social um pilar fulcral para a empresa, este selo reafirma a importância da adoção de práticas laborais justas e transparentes, bem como da criação de um ambiente de trabalho equitativo e inclusivo, procurando promover não só igualdade e respeito como também a motivação dos colaboradores, sublinha a Montiqueijo em comunicado.

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LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social

Colaboração entre a Auchan, a Fundação LIGA e a Casa Ermelinda Freitas reforça compromisso com a responsabilidade social e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

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Uma nova iniciativa solidária chega às prateleiras da Auchan. Em parceria com a Fundação LIGA, instituição que se dedica à capacitação e inclusão de pessoas com deficiência, e a Casa Ermelinda Freitas, a retalhista lança o vinho “LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas”. Parte do valor das vendas será para apoiar pessoas com deficiência.

O vinho distingue-se pelo rótulo, uma obra de arte original da autoria de Bráulio Moreira e Tomás Lima, artistas e utentes da Fundação LIGA. Por cada uma das garrafas vendidas, 1,50€ será destinado aos projetos de apoio da Fundação, que abrangem áreas como habilitação, reabilitação, formação profissional, emprego e acessibilidade, promovendo a inclusão e autonomia.

A apresentação oficial está marcada para dia 28 de novembro, às 17 horas, na Auchan Live Almada, com a presença dos representantes das três entidades envolvidas. Esta colaboração entre a Auchan, a Fundação LIGA e a Casa Ermelinda Freitas reforça compromisso com a responsabilidade social e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

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Lidl e Remax premeiam cinco famílias no Concurso Casas

A iniciativa ofereceu a cada uma das cinco famílias vencedoras, dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Lisboa e Santarém, um cheque-oferta de 200 mil euros para a compra de um imóvel.

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Na edição deste ano, o Concurso Casas teve um aumento de 50 mil euros por prémio e contou “com uma adesão recorde, com mais de 6,4 milhões de participações submetidas através da app Lidl Plus”, revelam o Lidl e a Remax, referindo ainda que na edição anterior, houve 2,5 milhões de participações.

As vencedoras foram apuradas nos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Lisboa e Santarém, e vão receber um cheque-oferta de 200 mil euros para a compra de um imóvel.

E entre os vencedores, Daniela Franco, de 28 anos, estava desempregada quando recebeu a notícia e já tem a escritura agendada da sua futura casa. Já a Marta Fernandes, de 37 anos, mãe solteira e a trabalhar numa fábrica de licores, “o prémio trouxe a segurança necessária para si e para os seus dois filhos”, enquanto Arinda Rodrigues, de 65 anos, professora aposentada, planeia usar o prémio para comprar uma nova casa, “e, assim, permitir que o filho possa residir na sua antiga morada”, revelam o Lidl e a Remax num comunicado.

Cada sorteio semanal decorreu sob supervisão rigorosa entre os dias 1 e 29 de outubro, com a gestão e acompanhamento da Sociprime, “de modo a garantir transparência e conformidade em todo o processo”. “Após apurados os vencedores, estes foram contactados e submetidos a um processo de verificação de dados, de acordo com o regulamento estabelecido”, informam ainda

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Savills comercializa 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha

O Departamento de Rural da Savills Portugal, em parceria com a Savills Espanha e Reino, encontra-se a comercializar 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council).

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Esta operação de grande escala, denominada de Projeto Lynx, oferece aos investidores a oportunidade de adquirir ativos estratégicos, com opções flexíveis para responder a diferentes objetivos financeiros e de gestão.

“O Projeto Lynx, reúne um portefólio único, que abrange territórios em Portugal e Espanha e representa um marco na conjugação de rentabilidade, sustentabilidade e gestão responsável de recursos naturais, que respeita os mais altos padrões ambientais, contribuindo para a conservação da biodiversidade e para o sequestro de carbono”, sublinha a Savills em comunicado. Este compromisso é reforçado pela certificação FSC, um selo de confiança para investidores e gestores conscientes do impacto ambiental, pode ler-se ainda.

O portefolio representa uma combinação diversificada de florestas, incluindo coníferas de rotação média e tardia, eucalipto e sobreiro, com opções de aquisição flexíveis existindo a possibilidade de adquirir o portfólio completo ou escolher entre três lotes distintos, estrategicamente localizados para maximizar o potencial de exploração sustentável (Lote 1: 937 hectares em Segóvia, Espanha, Lote 2: 861 hectares em Sória, Espanha e Lote 3: 887 hectares em Portalegre e Bragança, Portugal).

“O Projeto Lynx é mais do que uma oportunidade de investimento – é um convite a participar numa visão para o futuro, onde a sustentabilidade e a inovação estão no centro da criação de valor. Combinando a diversidade ecológica com opções de gestão versáteis, o Lynx oferece aos investidores uma solução alinhada com as tendências globais de responsabilidade ambiental e impacto positivo.”, afirma Bruno Amaro, rural business developer na Savills Portugal.

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Bebidas

Luís Ferreira é o novo CEO do Grupo Bacalhôa

“É com profundo sentido de responsabilidade e elevada motivação que aceitei o desafio proposto pelo Conselho de Administração para assumir esta função”, sublinha Luís Ferreira. “. Acredito que temos a capacidade de dar continuidade a este caminho de crescimento e de alcançar novas conquistas.”, acrescenta.

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O Conselho de Administração do Grupo Bacalhôa nomeou Luís Ferreira como novo CEO. Licenciado em Gestão de Empresas, vai aportar ao Grupo uma vasta experiência nas áreas financeiras, operacionais e de gestão, tendo desempenhado funções de destaque em empresas como o Grupo Edifer, Motorola e Jerónimo Martins, refere a empresa vitivinícola em comunicado.

Ao longo dos últimos três anos Luís Ferreira tem vindo a trabalhar de forma muito próxima com o Grupo Bacalhôa e com os diversos stakeholders internos, e a partir de 2 de dezembro irá assumir a liderança executiva do Grupo, pode ler-se ainda.

Para o Conselho de Administração do Grupo Bacalhôa esta nomeação permitirá continuar o seu caminho de crescimento e transformação, alinhado com as orientações estratégicas definidas, bem como reforçar a sua afirmação como empresa sustentável no setor do vinho, reconhecendo o importante papel socioeconómico que o mesmo desempenha na nossa economia, no meio rural e na nossa cultura.

“É com profundo sentido de responsabilidade e elevada motivação que aceitei o desafio proposto pelo Conselho de Administração para assumir esta função. Reconheço o privilégio de estar à frente de uma equipa como esta, que tanto tem contribuído para o sucesso e para o legado que o Grupo Bacalhôa construiu ao longo dos últimos anos. Acredito que temos a capacidade de dar continuidade a este caminho de crescimento e de alcançar novas conquistas.”, sublinha Luís Ferreira.

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I&D

Tetra Pak e Lactalis lançam embalagem com material reciclado de embalagens de cartão para bebidas usadas

A nova embalagem Tetra Brik Aseptic utiliza polímeros reciclados certificados associados a embalagens de cartão para bebidas usadas, constituindo um marco na indústria das embalagens de cartão para bebidas e um passo significativo rumo a uma economia circular.

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A nova embalagem Tetra Brik Aseptic utiliza polímeros reciclados certificados associados a embalagens de cartão para bebidas usadas, constituindo um marco na indústria das embalagens de cartão para bebidas e um passo significativo rumo a uma economia circular.

As duas empresas explicam que o material foi certificado pelo ISCC PLUS, como proveniente do processo de reciclagem de embalagens de cartão para bebidas usadas, em Espanha, e atribuído à nova embalagem através de um método de atribuição de balanço de massas. Isto significa que os polímeros reciclados certificados são compostos por uma mistura de matéria-prima fóssil virgem, reciclada e não reciclada, garantindo que o volume correspondente de material reciclado é obtido e monitorizado ao longo da cadeia de abastecimento. A verificação é realizada por um auditor externo, de acordo com o Procedimento de Cadeia de Custódia do ISCC2. O processo de reciclagem química garante que os polímeros reciclados certificados não comprometem a qualidade da embalagem, a segurança alimentar ou quaisquer outros atributos, demonstrando o potencial de circularidade dos materiais das embalagens de cartão para bebidas.

A Tetra Pak planeia investir 100 milhões de euros por ano, durante os próximos cinco a dez anos, para melhorar o perfil ambiental das embalagens, enquanto a Lactalis fez do perfil ambiental da embalagem e da economia circular as suas prioridades ambientais globais, juntamente com o bem-estar animal nas explorações agrícolas suas parceiras e com a descarbonização de todas as suas atividades até 2050.

Joël Llovera, diretor de compras da Lactalis Iberia, lembra que “a nossa colaboração com a Tetra Pak baseia-se numa visão partilhada e no compromisso com a gestão ambiental para as gerações futuras, facilitada pelos princípios da economia circular. A inovação na embalagem desempenha um papel crucial neste esforço”, acrescentado que a empresa “está empenhada “no progresso sustentável. A transição de polímeros de origem fóssil para polímeros reciclados, certificados pelo ISCC PLUS como estando ligados a embalagens de cartão para bebidas usadas, representa um passo significativo em direção ao nosso objetivo.”.

Marco Marchetti, vice president packaging materials, sales and distribution solutions da Tetra Pak, acrescenta: “Aumentar a utilização de recursos renováveis e reciclados nas embalagens é fundamental se quisermos ajudar os produtores de alimentos e bebidas a alcançar a circularidade dos materiais, transformando os resíduos em novos recursos e reduzindo a dependência de materiais virgens de origem fóssil. Para aumentar a utilização de polímeros reciclados certificados nas embalagens para alimentos, precisamos de uma ação coletiva em todo o sistema e de legislação que permita a sua utilização. Os investigadores, os decisores políticos, os recicladores, os players da indústria e outras partes interessadas devem trabalhar em conjunto para transformar os desafios em oportunidades, como demonstrado nesta apresentação pioneira, que estamos a fazer com a Lactalis, a nível mundial.”

Esta iniciativa inovadora da Lactalis consiste em embalar a sua gama de produtos lácteos da marca Puleva, comercializada em Espanha, que inclui leite magro com cálcio, leite meio-gordo, leite gordo e leite sem lactose – em embalagens Tetra Brik Aseptic 1000 Slim com tampa HeliCap 23 Pro. Após a introdução no mercado com a marca Puleva, a Lactalis pretende expandir gradualmente a sua gama de produtos lácteos em embalagens que utilizam polímeros reciclados certificados.

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ESG

Luís Simões e Lactogal juntos para criar um modelo de produção e distribuição mais sustentável

Parceria reafirma compromisso da Luís Simões e da Lactogal com a sustentabilidade e a inovação na logística, alinhando-se com a visão estratégica que inclui a descarbonização, a digitalização e o desenvolvimento de talentos.

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A Luís Simões e a Lactogal unem-se com o compromisso de alcançar um modelo de produção e distribuição mais sustentável, que arranca com a descarbonização do transporte entre duas das fábricas da Lactogal em Portugal.

Graças à estreita colaboração entre as duas empresas, foi desenhado um modelo que inclui a incorporação de uma viatura gigaliner movida a combustível HVO. Com uma superfície de carga maior do que a dos veículos tradicionais, os gigaliners permitem reduzir o número de veículos necessários e aumentar a eficiência das operações de transporte. Desta forma, reduz-se em 35% o número de viaturas em circulação e em 25% as emissões de CO2 por tonelada transportada, referem as duas empresas em comunicado. Destacam-se os benefícios da opção por biocombustíveis como o HVO, um produto renovável produzido a partir de óleos usados, que reduz as emissões de gases com efeito de estufa em até 90%, em comparação com o gasóleo fóssil.

Com este acordo, a Lactogal cede a gestão da sua plataforma logística na Tocha (Cantanhede) à Luís Simões, sendo que as novas viaturas vão ser utilizadas para o transporte entre esta unidade e a de Modivas, a 130km de distância.

A aposta inclui também a Transformação Digital através da implementação do e-CMR (ou guia de remessa digital), eliminando a utilização de papel e aumentando a rastreabilidade e o controlo das mercadorias.

Este projeto alinha-se com a visão estratégica da Luís Simões, reiterando a aposta que faz na inovação e na sustentabilidade.

“Este acordo com a Lactogal demonstra que a inovação está intrinsecamente ligada à sustentabilidade das operações. A nossa aposta na inclusão de viaturas gigaliner que utilizam biocombustíveis, e a incorporação de e-CMR para reduzir a utilização de papel, dão resposta às necessidades que observamos no contexto em que o setor se encontra – em que se procura não apenas otimizar tempos e custos, mas também reduzir a Pegada de Carbono. Neste sentido, estamos determinados a liderar a transformação do setor logístico para um futuro mais responsável e sustentável,” afirma Fernanda Simões, administradora da Luís Simões para a área de Transportes.

Para a Lactogal, este projeto enquadra-se na “Agenda Mobilizadora para a Produção Sustentável de Leite em Portugal”, um ambicioso plano de sustentabilidade que engloba várias áreas da empresa, com o objetivo de otimizar todos os aspetos do processo, desde a produção à distribuição. Promovendo práticas mais sustentáveis e responsáveis, esta iniciativa reflete o compromisso da Lactogal com a sustentabilidade e a sua intenção de liderar a transformação do setor dos lacticínios em Portugal, contribuindo para um modelo mais eficiente e sustentável.

“Somos a síntese de um grande passado, um efervescente presente e um futuro de quem não se permite ficar parado no tempo. Na nossa longa história, destacamo-nos pelo forte compromisso com a inovação e com a sustentabilidade, sempre focados em oferecer produtos saudáveis e seguros. Na Lactogal, trabalhamos diariamente para a saúde e para a nutrição dos nossos consumidores, e fazemo-lo, sempre, com a responsabilidade ética, económica, ambiental e social que nos caracteriza,” comenta Jacinto Rui, administrador executivo da Lactogal.

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Bebidas

Super Bock Group investe 10 milhões de euros no negócio de águas lisas

São 10 milhões de euros até 2030 para aumentar a eficiência operacional e a sustentabilidade ambiental dos Centros de Captação e Enchimento de Vitalis. Um investimento inserido no Plano 2020-2030 para Centro de Produção e Enchimento de Vitalis, que prevê a instalação em Castelo de Vide, da primeira das seis Comunidades de Energia do Super Bock Group.

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O Super Bock Group anunciou um investimento de 10 milhões de euros até 2030 para aumentar a eficiência operacional e a sustentabilidade ambiental dos Centros de Captação e Enchimento de Vitalis.

O anúncio foi feito pelo CEO, Rui Lopes Ferreira, durante a comemoração dos 100 anos da Fundação da Empresa das Águas Alcalinas Medicinais de Castelo de Vide, adquirida pelo Grupo em 1971, dando origem ao atual Centro de Captação e Enchimento de Vitalis, em Castelo de Vide.

Já foram aplicados aproximadamente dois milhões de euros no Centro de Captação e Enchimento de Castelo de Vide para modernização dos equipamentos industriais, melhorias nas instalações e na criação de uma nova estação de tratamento de água industrial, “que tem vindo a contribuir significativamente para a redução do consumo de água”, informa uma nota divulgada pelo Super Bock Group, onde se acrescenta que desde 2010, os consumos específicos de água foram reduzidos em 66%, os de energia elétrica em 27% e as emissões de GEE em 55%.

Fruto desta estratégia, Castelo de Vide vê também nascer a primeira das seis Comunidades de Energia que o Super Bock Group está a implementar nas suas unidades, em parceria com a Greenvolt, com o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2030. Os 1.465 painéis fotovoltaicos instalados nesta unidade vão permitir uma produção de 1180 MWh/ano. 60% desta energia será canalizada para autoconsumo da fábrica e 40% disponibilizada à comunidade local, famílias e empresas, numa área circundante de quatro quilómetros.

Nos próximos cinco anos, o investimento do Super Bock Group continuará a ter como foco projetos de modernização dos Centros de Produção e Enchimento de Vitalis para aumentar a eficiência das linhas de enchimento com foco especial de embalagens retornáveis de vidro, o que reflete a aposta do Grupo na circularidade das suas embalagens rumo à descarbonização. Em Castelo de Vide, 99,7% das embalagens de vidro que saem desta unidade já são de tara retornável.

“O plano de investimento que temos em curso reflete a importância do negócio das águas lisas para o Super Bock Group e integra-se na nossa estratégia de sustentabilidade, na qual a redução do impacto hídrico da nossa atividade é um dos principais compromissos”, afirma o CEO do Super Bock Group.

Já o presidente do Conselho de Administração do Super Bock Grupo, Manuel Violas, sublinhou que “faz parte da visão integrada que o Grupo tem para o país, a dinamização económica das regiões onde estamos integrados”. “Na última década falamos de um investimento superior a 600 M€ em ativos nacionais e portugueses dos quais muito nos orgulhamos”, destacou.

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