David Antunes, CEO Makro Portugal
Distribuição

CEO Makro: “Grande parte do desafio passa por transformar um modelo de transação num modelo de relação”

A Makro está a acelerar a transformação do seu negócio para um modelo relacional. A empresa de distribuição grossista “deixou de ser um mero prestador de produtos e preços, é atualmente um prestador de serviços e soluções, com ofertas únicas, como as ferramentas digitais e os serviços de consultoria”, revela em entrevista, David Antunes, CEO da empresa que pertence ao grupo alemão Metro

Rita Gonçalves
David Antunes, CEO Makro Portugal
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CEO Makro: “Grande parte do desafio passa por transformar um modelo de transação num modelo de relação”

A Makro está a acelerar a transformação do seu negócio para um modelo relacional. A empresa de distribuição grossista “deixou de ser um mero prestador de produtos e preços, é atualmente um prestador de serviços e soluções, com ofertas únicas, como as ferramentas digitais e os serviços de consultoria”, revela em entrevista, David Antunes, CEO da empresa que pertence ao grupo alemão Metro

Rita Gonçalves
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David Antunes, CEO Makro Portugal

David Antunes, CEO Makro Portugal

A Makro está a acelerar a transformação do seu negócio para um modelo relacional. A empresa de distribuição grossista “deixou de ser um mero prestador de produtos e preços, é atualmente um prestador de serviços e soluções, com ofertas únicas, como as ferramentas digitais e os serviços de consultoria”, revela em entrevista, David Antunes, CEO da empresa que pertence ao grupo alemão Metro

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Tem já um percurso de 21 anos ligado ao grupo Metro e à Makro.

Praticamente nasci e fui criado neste mundo Makro. Comecei em Portugal em 1998, já lá vão 21 anos, depois tive muito tempo lá fora e, em 2018, regressei com um grande espírito de missão e paixão porque era o trabalho que queria fazer, voltar a Portugal e ser CEO da Makro. Comecei na Makro Portugal, na altura era responsável pelo departamento de logística, em 2002 saí para a área corporate, onde fiquei um ano. Fui, entretanto, para a Ásia. Fiquei à frente da logística e supply chain no sudoeste asiático, estava sedeado na Tailândia, mas trabalhava com as Filipinas, Malásia, Paquistão, China e Indonésia. Depois fui diretor de operações e vendas na Indonésia durante três anos. Voltei, entretanto, à Europa para ser responsável pela logística e supply chain do grupo inteiro, para os 25 países. Mais recentemente estive na Makro Polónia, durante sete anos, onde fiz um pouco de tudo, comecei nas operações e rede de franchising, geri as compras e o marketing. Já andava há algum tempo com o bichinho de vir para Portugal e as conversas foram acontecendo até que surgiu a oportunidade em 2018, fui nomeado em fevereiro, comecei em junho. Não sou colaborador da Makro Portugal sou colaborador do grupo Metro na Alemanha e estou sediado em Portugal. Vim com um contrato de três anos que renovei por mais três. É uma missão que encaro com grande paixão e entusiasmo porque sempre quis voltar à casa mãe e ajudar a Makro Portugal.

Que principais ensinamentos trouxe dessa experiência profissional para o mercado português?

Tive oportunidade de trabalhar em várias geografias, em vários ciclos de vida e estados de maturidade do negócio, em várias funções, desde vendas, compras, marketing, logística e supply chain. Nas áreas funcionais de uma empresa só não fiz finanças e recursos humanos. Por isso, o que trouxe para o mercado português é esta experiência acumulada e esta vivência em áreas funcionais diferentes. Acima de tudo, a equipa em Portugal precisava de trabalhar com um gestor português, penso que isso ajuda na comunicação, na colaboração e até a criar laços e networking com associações e outros players. É esse valor acrescentado de conhecer a companhia e trazer essa experiência funcional e de várias geografias.

Que balanço faz do caminho feito em Portugal nos últimos três anos?

O balanço é muito positivo. A companhia fez 30 anos em Portugal no ano passado, acho que não é todos os dias que isso acontece. E estes 30 anos foram muito feitos à custa de uma equipa cordial, fiel, resiliente, apaixonada, lutadora. Os colaboradores Makro são, de facto, especiais. O balanço é positivo porque nos últimos dois anos trabalhámos muito a questão do nosso propósito. Ou seja, perceber porque é que nos levantamos de manhã e vamos trabalhar. A questão foi perceber que estamos aqui para viver a paixão pela gastronomia e para servir o setor de hotelaria e restauração, dar a conhecer a gastronomia e sua diversidade em Portugal e ao mundo. Foi essencial arranjar esse propósito. Queremos trabalhar os produtores locais e regionais, dar a conhecer a competência e a riqueza dos nossos produtos e restaurantes e fazer isso não só para o mercado interno, mas também mostrar aos turistas tudo o que temos para oferecer.

Um segundo motivo pelo qual estou muito satisfeito tem a ver com trabalharmos muito os nossos princípios orientadores, a questão da liderança, da organização, de criar um pipeline de talento e, acima de tudo, definir princípios para trabalharmos em colaboração, sermos orientados para resultados e pensarmos no sucesso do cliente primeiro que tudo. Este trabalho reforçou muito a colaboração entre as equipas.

Por fim, o balanço é positivo porque a minha grande missão era fazer a companhia crescer em quota de mercado de uma forma sustentada. Quando cheguei a Portugal, a Makro crescia mas continuava ainda a perder quota de mercado, ou seja o mercado crescia e a Makro também crescia, mas o mercado crescia mais rápido do que a Makro. E já há dezoito meses consecutivos que crescemos em quota de mercado.

Pode concretizar?

Sim, quando cheguei tínhamos 9% de quota de mercado e o último relatório já nos mostra uma quota de mercado quase nos 12%. Obviamente, agora, temos que olhar para isto com um bocadinho de sal e pimenta, porque a medição da quota de mercado também integra um shift de vários canais para o canal cash&carry, durante esta fase de pandemia e confinamento. Temos agora de partir isto aos bocadinhos e perceber por categoria, por geografia, por cidade e por canal qual é o impacto. Mas, antes da pandemia começar, a Makro estava claramente a ganhar quota de mercado, numa fase de aceleração comercial fantástica, estávamos a bater os nossos números todos, em termos de topline, cash flow, de resultados e crescemos em quota de mercado antes da pandemia e durante a pandemia. Neste momento estamos a preparar-nos para acelerar com o setor.

Em que consiste essa preparação?

Acima de tudo é importante pensarmos no cliente. Com o que se está a passar no mercado de restauração e hotelaria em Portugal, diria mesmo que é o mais importante. Não temos que pensar Makro, temos é de pensar o setor. Isto é quase uma causa nacional. Temos de pensar na sobrevivência e no bem-estar dos nossos clientes. E isso passa claramente por preparar o melhor verão de sempre, ouvindo os clientes, percebendo as suas necessidades e trabalhando as soluções que eles vão precisar para o verão, seja de sortido, de equipamento ou de ferramentas, e ter o stock disponível para poderem acelerar.

Obviamente que também temos de pensar nisto para lá do produto e do serviço. A Makro tem vindo também a trabalhar com a AHRESP [Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal] no sentido de propor conteúdo, partilhar as nossas experiências, tudo aquilo que for possível para ajudar a acelerar o setor. Todos os intervenientes nesta cadeia de valor têm uma palavra a dizer, sejam fornecedores, distribuidores, como a Makro, sejam associações, o Estado e a própria imprensa. Temos de dar voz à restauração em Portugal porque eles estão a sofrer e há muita gente com a corda na garganta. E o mercado vai abrir na altura do verão e há que dar voz, há que aproximar as pessoas dos seus restaurantes e locais favoritos. Há que trazer novamente esta cultura e ADN de comer fora. Ou seja, os players têm de estar preparados, mas tem de haver aqui uma causa nacional para reviver a restauração em Portugal.

Tem boas perspetivas para o verão?

Sim, quero que o mercado tenha um grande verão. No ano passado, a primeira vaga da pandemia impactou bastante o negócio, os números são conhecidos. A Makro tem um ano fiscal que começa em outubro e acaba em setembro. E o trimestre abril, maio e junho foi difícil. Mas, depois, nos meses de verão, julho, agosto e setembro, tivemos já valores muito próximos do ano anterior. Acredito que tudo o que a Makro está a fazer no sentido de fortalecer as relações com os clientes e estarmos lá para eles nesta fase difícil, mais tarde, quando o mercado reabrir, vai fazer com que cresçamos juntos. A Makro ganhou muitos clientes na fase de pandemia. Começámos a trabalhar alguns clientes com os quais não trabalhávamos, como, por exemplo, embaixadas, bombeiros, polícia, cantinas, escolas, todos são clientes que a Makro quer manter para o futuro. A ideia aqui não foi trabalhar o curto prazo, mas investir nesta fase em que os clientes mais precisam para que mais tarde, nos tempos de bonança, possamos ter uma relação forte com os clientes e crescer em conjunto.

A minha grande expectativa é que o mercado português recupere. Somos um destino tão apetecível, que ganhou tantos prémios, e precisamos muito do turismo internacional.

 

“A hotelaria e restauração é hoje um setor com vários canais”DAVIDANTUNES

 

Há muitas diferenças entre a distribuição grossista portuguesa e a europeia e mundial?

O setor de hotelaria e restauração em Portugal está em franco desenvolvimento porque, desde há uns anos, Portugal tem sido um destino turístico muito apetecível, não só em termos domésticos, mas também internacionais. Se virmos o peso que o consumo doméstico e também o internacional têm no PIB [Produto Interno Bruto] português, percebemos que tem ajudado muito a economia a crescer.

A hotelaria e restauração é hoje um setor com vários canais, o canal cash&carry, mais consolidado, o canal de foodservice delivery, que está em franco desenvolvimento e uma grande parte do potencial de mercado está neste canal. É um canal que ainda está fragmentado e à espera de consolidação. Penso que há coisas que são iguais em Espanha ou França. Quer dizer, cada vez mais é um canal de valor e não de volume. É preciso trabalhar na qualidade, competência, inovação, diferenciação e na relação com os clientes. Penso que isso tem acompanhado o desenvolvimento nos mercados internacionais, no sentido de que cada vez menos é um negócio de transação e é mais um negócio de relação, da criação de relação com os clientes.

Nesse sentido, está a aproximar-se do modelo do comércio retalhista, que é também é cada vez mais relacional? Faço esta pergunta também porque tiveram a experiência de abertura ao público durante o estado de emergência?

A distribuição retalhista é um canal B2C [Business to Consumer], a comunicação e a oferta são massificadas e há programas de fidelização, entre outros. A distribuição grossista é mais um negócio B2B [Business to Business], cria-se uma relação individual com cada cliente. A nossa grande preocupação acaba por ser o sucesso do negócio dos nossos clientes. Se eles forem bem-sucedidos, nós também seremos. E aqui a questão é sempre trabalhar o cliente para crescer o share of wallet, a quota que temos dentro do cliente. Fazer crescer os clientes para nós crescermos também com eles.

Como correu a experiência da venda a retalho durante o estado de emergência?

A nossa experiência na área retalhista é algo pontual, foi abrangida pelo contexto de estado de emergência, em que a Makro oferece à comunidade mais uma alternativa com lojas grandes e seguras. Temos as normas bem implementadas para as pessoas na sua proximidade também poderem ir às compras. Para nós também foi bom, gerou alguma massa crítica para assegurar o emprego dos colaboradores, penso que foi bom também para fornecedores e outros players porque mantivemos a cadeia de valor a funcionar.

No ano passado, abrimos ao público em geral de abril a junho e quando o estado de emergência terminou fechámos as portas. Agora tornámos a abrir neste segundo estado de emergência, que renovou por mais quinze dias. A ambição da Makro não é entrar no mercado retalhista, estamos apenas a fornecer mais uma opção válida para as pessoas, e a nós também nos ajuda a fazer algum negócio, mas o nosso foco é o canal de hotelaria e restauração.

 

O impacto da pandemia no negócioMakro_DavidAntunes

 

Que impacto teve a pandemia no negócio da Makro no ano passado?

Foi um impacto brutal. Porque a Makro tem uma grande percentagem das suas vendas no setor de hotelaria e restauração. Com o confinamento, a proibição de restaurantes e bares de estarem abertos, e não só nestes segmentos porque as escolas e as cantinas também fecharam, o setor de hotelaria e restauração está a sofrer. Neste momento, mais de 50% dos restaurantes estão fechados até para delivery e take away. Mais de 30 ou 35% estão à beira da insolvência. É um setor que está em clara dificuldade e isso tem um impacto brutal nesta cadeia de abastecimento. A Makro tem uma grande dependência deste setor e, por isso, sofre com o setor. Houve a necessidade por parte da Makro de se reinventar não só dentro do setor, mas explorar outros canais para podermos mitigar parte da quebra nas vendas.

Que canais são esses?

Apostámos numa estratégia não só de produto, mas de serviços e soluções. Houve um ajuste de soluções de produtos no sentido de haver mais foco em produtos necessários neste momento, como copos descartáveis, por exemplo. Por outro lado, também criámos uma linha de consultoria [telefone e webinars] na qual temos um gastroconsultor e uma hotline a falar com restaurantes todos os dias para os ensinar a fazer a engenharia dos menus, a otimizar o food cost, a começar o delivery e o take away, a prepararem-se para a reabertura, entre outros.

Ainda dentro dos segmentos nos quais trabalhamos toda a parte de ferramentas digitais, temos uma plataforma que se chama digital inovation and solutions for hospitality, que tem muito a ver com ferramentas de backoffice e frontoffice que estamos a oferecer em Portugal, como sites e ferramentas de reserva. Neste momento, temos já 15 mil restaurantes em Portugal a quem damos website, mais de 1.500 a quem damos ferramentas de reservas e estamos a fazer o rollout de ferramentas como o menu kit, que permite fazer o download da receita para otimizar o seu food cost. Outra ferramenta também, denominada cockpit, uma ferramenta de gestão para gerir a produtividade dentro dos restaurantes. São ferramentas que a Makro tem dado ao setor no sentido de os ajudar. Lançámos também linhas de crédito para alguns clientes para ajudá-los na sua rentabilidade.

Sobre os novos canais começámos uma parceria com a hyper360 e com a Glovo, mais aqui a explorar os canais B2C, que, como lhe disse, ajuda a mitigar algumas vendas perdidas.

Há um outro segmento interessante, as pessoas começaram a procurar ainda mais o comércio de proximidade, como as mercearias nos seus bairros. E compraram mais produtos bio, healthy e premium. Por isso, essas mercearias têm necessidade de ter soluções diferentes, mais na vertente food, e isto também é algo que a Makro tem vindo a trabalhar, para que as mercearias estejam mais preparadas para fazer face à procura nas suas áreas de influência. Costumo dizer à minha equipa que a pandemia trouxe uma crise, as crises são boas no sentido de criarem oportunidades, eu próprio sou um gestor que gosta de viver de crise em crise. Por vezes, quando não há crise eu invento-a só para manter as equipas alerta. Eu gosto de crises. Esta é uma crise que está a impactar muito o setor, mas a nós obriga-nos a ser mais rápidos, pró-ativos, a reagir, e a antecipar e a reinventarmo-nos. E acelerar muita coisa que tínhamos em planos e que agora tem de estar a acontecer.

 

Quais as categorias que mais beneficiaram e quais as que saíram mais prejudicadas com a evolução da pandemia?

O que é que mudou no mercado com a pandemia? Por um lado, há mais desemprego, falta de dinheiro e as pessoas tem tendência a procurar artigos de primeiro preço ou de marca própria. Portanto houve aqui um impacto grande nestes produtos que ganharam mais quota. E devido a uma maior importância e perceção de fatores de higiene e segurança, e aqui a qualidade tem um papel ainda mais fundamental, aumentou a procura por artigos de limpeza, de desinfeção e de segurança. Por outro lado, este aumento da procura no comércio de proximidade fez com que aumentasse a procura de artigos bio, healthy e premium. Porque quando vamos a restaurantes é isso que queremos. Agora que não vamos a restaurantes, queremos procurar este tipo de artigos, no nosso hiper, supermercado, grossista ou mercearia. Descartáveis, papel, obviamente ganharam com a pandemia também pela aceleração do serviço de delivery e take away, mas houve também categorias, por outro lado, que perderam um bocadinho, tudo aquilo que é não alimentar desacelerou, também notámos na parte das bebidas. Há uma tendência quando as pessoas fazem uma encomenda em delivery ou take away de pedirem só comida, porque já têm a bebida.

Têm um parque de dez lojas em Portugal. Em 2019, Olaf Koch, diretor executivo da Metro Cash&Carry, falou na hipótese de ter lojas na Madeira, Serra da Estrela e Covilhã. Em que pé está o plano de expansão?

Se olharmos para a hotelaria e restauração, 70% do mercado está na área da Grande Lisboa, Porto e Algarve. E a Makro já tem neste momento dez lojas físicas nestas regiões. Já estamos presentes nas áreas de maior potencial. De facto, se olharmos para o território nacional e também para as ilhas há potencial por explorar, seja na Covilhã, na Guarda, no Fundão ou Castelo Branco. Aquela zona tem instância de ski, universidades. E também há potencial na Madeira. Mas para já não há planos para a Makro abrir mais lojas físicas. Temos ainda espaço para crescer não só em termos de penetração nos clientes que já temos nessas dez lojas, como também fazer crescer o número de clientes que temos nessas dez lojas. Fazer crescer o nosso serviço de entregas e as nossas ferramentas e plataformas de encomendas, como o MShop, a partir das quais estamos disponíveis para ir a esses sítios entregar. Já fazemos entregas, por exemplo, na Serra da Estrela e na Guarda, no Fundão, a partir das lojas de Coimbra e Leiria. A estratégia passa por crescer nas zonas existentes e explorar essas áreas através dos nossos serviços de entregas. O que não quer dizer que daqui a amanhã não se reequacione este cenário, mas para já esta é a estratégia.

Depois como sabe, há a questão da aquisição da Aviludo por parte do grupo Metro, há também aqui um crescimento do grupo Metro em Portugal através da aquisição da Aviludo.

 

É preferível tê-los como parceiros do que como concorrentes”Makro+David

 

Sim, foi em outubro de 2020 que o grupo Metro comprou a Aviludo. Como está a correr a integração?

É tudo ainda muito recente. Pessoalmente, estou muito satisfeito por ter a Aviludo no grupo Metro. Porque é preferível tê-los como parceiros do que como concorrentes. E acredito que há aqui uma grande complementaridade entre a Makro e a Aviludo. Se olharmos para os valores institucionais as duas empresas têm uma grande preocupação com a qualidade e a relação com os clientes. O ADN é o mesmo. Depois, há uma grande complementaridade regional porque a Aviludo é muito forte no Algarve e em Lisboa e no Algarve não somos tão fortes. E, depois, a Aviludo tem centros de produção de carne onde faz corte e calibração individualizada e isto é uma área que certamente a Makro pode beneficiar. A ideia não será integrar as empresas, mas manter as empresas separadas com a sua própria cultura e ADN. Agora, trabalhamos em mercados alvo que são similares, temos muitos clientes partilhados. Acima de tudo, as estratégias comerciais das duas empresas têm de trazer mais valor acrescentado para o cliente.

Já estão a trabalhar em parceria?

Ainda não. Porque a Autoridade da Concorrência só aprovou o negócio há um par de semanas. Apesar de já termos comunicado a transação há algum tempo, a aprovação oficial só aconteceu no final de fevereiro. Só agora é que nos vamos sentar à mesa e conversar e há muita coisa que podemos fazer juntos. Podemos procurar sinergias na forma como construímos o nosso sortido, a nossa estratégia comercial para os clientes na área da logística e distribuição, por exemplo, ou na criação de competências e treino para as pessoas. Há muita coisa que se pode fazer em conjunto sem integrar as empresas. Esse momento ainda não chegou e estou ansioso por me sentar com eles e de começar a conversar. Penso que os próprios clientes da Makro e da Aviludo estão à espera de perceber qual vai ser a proposta de valor que estas empresas vão trazer em conjunto.

Quantos trabalhadores tem a Makro Portugal?

Cerca de 1.000 funcionários, 100 na estrutura central e o restante nas lojas.

Em cerca de um ano foram comunicadas mudanças na estrutura organizacional em Portugal. Nuno Loução assumiu a posição de head of sales, Filipa Herédia a liderança da comunicação, David Albert a direção comercial, só para dar alguns exemplos. A que de deve estas mudanças e se tem a ver com a questão da redefinição do propósito que mencionava?

A razão das mudanças tem muito a ver com o ajuste da estrutura à estratégia que desenhamos. Uma das principais preocupações quando cheguei foi trabalhar os perfis de liderança e o pipeline de talento no sentido de promover o talento na organização, desenvolver programas de retenção, e criar funções críticas na organização nas quais não tínhamos competência. Trabalhou-se muito a parte da comunicação, marketing digital, foodservice delivery, supply chain, master data, princing. Eram áreas onde estávamos carentes e houve necessidade de ir ao mercado e trazer talento para juntar ao já existente. Acima de tudo, passa por ter as pessoas certas nos lugares certos e, mais importante, ter uma química na equipa em que se trabalhe em conjunto e colaboração. E é aqui que entram os princípios orientadores que há pouco estávamos a falar, ou seja, ter uma equipa de head office que está ao serviço das lojas e das plataformas, o não termos silos organizacionais e ter nas lojas pessoas que estão mais focadas nas relações com os clientes e menos na transação ou na parte operacional.

Tem havido um grande investimento não só na reestruturação, mas também na criação de competências. Por exemplo, a Makro criou há dois anos a Makropédia, um centro de partilha de conhecimento, com três objetivos: treinar e certificar os nossos colaboradores, seja em competência de produto ou de serviço, criar relações internas e ter um sítio para criar relações com os clientes através de showcookings e seminários e também com outros fornecedores e parceiros. Criou-se uma Makropédia na loja de Alfragide e outra em Matosinhos. E tudo isto foi inserido num programa de transformação cultural em que não só se trabalha toda a parte de liderança e talento, mas também toda a parte de venda ativa e a competência das pessoas. Houve uma grande preocupação de há dois anos para cá de investirmos nesta área e de fazermos crescer o nosso ativo principal que são as pessoas.

Os resultados são visíveis? Está satisfeito?

Sim, os resultados são visíveis. Medimos os resultados através de duas ferramentas, uma é o NPS (Net Promoter Score), fazemos medições todos os meses acerca do feedback dos clientes e temos vindo a subir o nosso score consecutivamente. E também através do programa de mistery shopper, pessoas que vão às lojas e verificam o que se está a passar e temos tido um bom feedback.

Temos também internamente o engagement score, medido de três em três meses e, também aqui, ouvimos a organização e o feedback interno tem vindo a melhorar. E, por fim, isso reflete-se em mais vendas e quota de mercado.

 

Marca própria cresce em todas as categoriasMakro_David

 

Há pouco disse que em termos globais o setor vendeu mais marca própria, como é que isso se refletiu no negócio da Makro?

Temos cinco marcas próprias: Metro Chef (alimentar), Metro Professional (não alimentar), Metro Premium (produtos com valor acrescentado), Aro (entrada de preço) e Sabores Lusitanos, marca lançada para os produtos regionais. A marca própria tem vindo a crescer basicamente em todas as categorias, representa já 23% do nosso volume, e se me pergunta se é suficiente, ainda não.

Que meta gostaria de alcançar?

Gostaria de alcançar valores na ordem dos 30 a 35%.  Estou a falar em termos globais, porque no canal foodservice delivery e no canal horeca tem até mais peso. Não estou, no entanto, a dizer que quero crescer através da criação de novos SKU’s, acho é que há muito espaço para as marcas próprias crescerem dentro do sortido existente e substituir muitas marcas Bs e Cs. Porque a marca própria é um excelente fator de fidelização e de relação entre a Makro e os seus clientes. E, por outro lado, são marcas que dão aos clientes mais rentabilidade e produtividade, não só para venda nas mercearias, mas também para toda a parte de transformação nos restaurantes, uma vez que oferecem mais qualidade a um preço reduzido.

Qual o peso dos fornecedores nacionais no sortido?

No total, mais de 90% dos nossos fornecedores são nacionais. Na marca própria há duas fontes: os fornecedores nacionais com os quais desenvolvemos projetos locais e as marcas que vêm das nossas plataformas internacionais. Andará à volta dos 50/50 ou 60/40. Há ainda um peso muito grande dos nossos centros de distribuição em Valência, para a parte das frutas e verduras, e em Roterdão, para a área da carne. Mais e mais se está a trabalhar na parte da verticalização no sentido de trabalharmos com fornecedores e produtores locais, essa será a tendência.

Em junho de 2019, o presidente executivo do Metro AG estimava, em entrevista à Lusa, uma faturação de 400 milhões para 2020. Como fecharam o exercício fiscal?

Em 2019, fizemos 398 milhões de euros e, na altura, alargámos claramente as expectativas. Quando essas previsões foram feitas ainda não estava fechado o exercício de 2019 e ultrapassámos largamente o objetivo desse ano. O objetivo em 2020 já seria perto dos 420 milhões, mas depois a pandemia veio e desacelerou. Em outubro, novembro, dezembro e janeiro tivemos meses fantástico, mas depois a pandemia veio e mudou o cenário. Ou seja, fechámos o exercício de 2020 com 351 milhões de euros e esse foi o impacto da pandemia na Makro. Agora aqui só há oportunidade de crescer.

Quais as expectativas até ao final do exercício fiscal?

Os exercícios de previsão neste momento são quase uma bola de cristal. Porque fazemos previsões todos os meses e os números são muito dinâmicos e já percebemos que há aqui uma grande dependência entre o PIB e o mercado Horeca e a Makro. A minha grande expectativa é que agora, a partir de abril, com as medidas de desconfinamento já comunicadas, o setor comece a crescer. A 4 de abril já podem abrir os terraços, a partir de dia 19 podem abrir o interior dos restaurantes. Agora é estar com os nossos clientes e aproveitar isto e acelerar para ter um grande junho e um grande julho, vamos ter o Campeonato da Europa e esperemos que Portugal ganhe o título novamente e eu espero que os portugueses aproveitem e que os nossos restaurantes e a Makro vendam muito.

Se tivesse que fazer uma previsão, seria em linha com o ano anterior?

Sim, seria em linha com o ano anterior.

Que principais desafios enfrenta este setor a prazo em Portugal, na Europa e no resto do mundo?

Da experiência que temos acumulada de outros países, um dos grandes desafios passa por haver a passagem de um negócio de transação para um negócio de relação. Isso é observável em Portugal, como em Espanha, França e Itália. Diria que França está uns passos à frente. Se olharmos para a Makro, por exemplo, grande parte daquilo que estamos a fazer agora passa por fazer menos volume e mais valor, fazer mais qualidade, mais competência, mais inovação, para ser clara a diferença entre ir a um hipermercado e ir a um grossista especializado no setor de hotelaria e restauração. E isto tem de ser perceber quando se olha para os produtos, para o packaging, para a competência dos produtos, e tem de ser perceber, acima de tudo, quando se olha para as pessoas, em que há um atendimento personalizado e as pessoas conhecem e trabalham os seus clientes. Grande parte do desafio passa por transformar um modelo de transação num modelo de relação. No caso da Makro grande parte do desafio passa por acelerar aquilo que estamos a fazer. O que quero dizer com isto é que a Makro deixou de ser um mero prestador de preço e de produto, neste momento já é um prestador de serviços e soluções, já tem ofertas que neste momento mais ninguém tem no mercado, como as nossas ferramentas digitais e os serviços de consultoria. Há que continuar a trabalhar e a acelerar isto, não só em termos de quantidade, mas também de qualidade. Grande parte do desafio também passa por olhar para lá do nosso umbigo, o setor precisa de nós e temos de perceber qual é o nosso papel para ajudar o setor, para mobilizar, para facilitar, para criar movimentos com as associações, o Estado e outros parceiros, para ajudar o setor a sair da crise e tornar a acelerar. E há pouco falámos do caso da Aviludo. Para a Makro passa ainda, em parceria com a Aviludo, perceber como é que, em conjunto, vamos criar uma proposta de valor ainda mais interessante para os nossos clientes. São estes, diria, os principais desafios: olhar para o produto, para a consultoria, para os serviços, as ferramentas digitais, a aceleração do Marketplace e toda a parte com a Aviludo, como é que vamos trazer mais valor ao mercado.

*Entrevista originalmente publicada na edição 389 do Hipersuper

 

Sobre o autorRita Gonçalves

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Foto : Pedro Melim
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Setor cervejeiro quer reforço da produção nacional de cevada

O setor defende um diálogo interno com o Governo para garantir um quadro fiscal que não discrimine negativamente a cerveja. E desafia os decisores a tomar medidas concretas no que respeita ao aumento de produção de cevada.

O setor cervejeiro português quer o reforço da produção nacional de cevada, alertando para a forte dependência de matérias-primas importadas, num momento em que Portugal regista uma das mais baixas taxas de aprovisionamento de cereais da Europa.

A mensagem foi transmitida durante a Assembleia Geral dos Cervejeiros de Portugal, que decorreu a 10 de abril, e que reuniu representantes da indústria, decisores políticos e membros da sociedade civil. Rui Lopes Ferreira, presidente da associação, revelou que, em 2024, o setor consumiu cerca de 114 mil toneladas de cevada, das quais apenas 14% tiveram origem em território nacional. No caso do lúpulo, o cenário é semelhante: das 55 toneladas de ácidos alfa consumidas, apenas 15% foram de origem portuguesa.

Na sessão de encerramento do evento, o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, reconheceu a necessidade urgente de inverter esta tendência. “estamos entre os países europeus com menor taxa de aprovisionamento de cereais, que hoje se cifra em 19% quando em 1990 era de 50% das necessidades de consumo”, destacou.

Rui Lopes Ferreira, Presidente da Cervejeiros de Portugal, com o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, reconheceu a necessidade urgente de inverter esta tendência. Foto: Pedro Melim

Por forma a contrariar esses dados foi assinado no dia 9 de abril, um memorando de entendimento entre várias associações de produção, agrícolas, alimentares, distribuição, e ainda a Cervejeiros de Portugal, o +CEREAIS, com a ambição de criar uma organização interprofissional na área dos cereais como forma de valorizar a produção nacional em todos os elos da cadeia.

“Caso houvesse uma maior garantia de produção por parte do setor agrícola nacional, bem como uma política fiscal que trate o setor cervejeiro de forma mais justa, o cenário seria diferente. Desde há muito tempo que sentimos um tratamento desigual em termos fiscais, em comparação a outro tipo de bebidas alcoólicas. Uma situação totalmente injustificada”, defendeu Rui Lopes Ferreira, Presidente dos Cervejeiros de Portugal.

Portugal lidera no consumo fora de casa

Portugal é o único país europeu no qual o mercado cervejeiro já recuperou os níveis de venda pré-pandemia. Esta dado foi partilhado por Julia Leferman, secretária-geral da Brewers of Europe, na mesma Assembleia Geral durante a 2ª parte pública deste evento, promovido com o objetivo de fomentar um diálogo entre o setor cervejeiro português, o poder político e a sociedade civil.

Julia Leferman, secretária-geral da Brewers of Europe Foto: Pedro Melim

De acordo com a secretária-geral da associação europeia, apesar de o consumo per capita português se fixar nos 60 litros por ano (contra os 128 litros da República Checa, que lidera a tabela), Portugal é o país da Europa que lidera o consumo fora de casa, com 67%. Atualmente, estima-se que o setor cervejeiro português seja representado por cerca de 120 empresas produtoras de cerveja que, juntas, representam 1,53% do PIB nacional (2.6 mil milhões de euros).

Também o setor cervejeiro europeu gera um impacto económico considerável, com 40 mil milhões de euros em receitas fiscais e 52 mil milhões de euros em valor acrescentado. Quanto à empregabilidade, em Portugal, o setor gera cerca de 98 mil empregos (2 milhões a nível europeu) e embora a sua produtividade seja duas vezes superior à média nacional, os níveis poderiam ser superiores, avança a Associação de setor, sem fins lucrativos, que representa as empresas que, em território nacional, exerçam a indústria da produção e/ou enchimento de cerveja.

O evento da Assembleia Geral dos Cervejeiros de Portugal contou ainda com um painel de discussão composto pelo economista e investigador João Duarte, a professora catedrática Conceição Calhau, a advogada e ex-presidente do GRACE Margarida Couto e a grã-mestre da Confraria da Cerveja, Teresa Apolónia, que debateram a cerveja sob os prismas da economia, saúde e bem-estar, sustentabilidade e cultura cervejeira.

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Alimentar

Nacional moderniza a embalagem das suas icónicas Marinheiras

A nova embalagem destaca-se pelo seu sistema de abertura e fecho fácil, que permite o consumo gradual das bolachas, mantendo-as frescas por mais tempo.

A Nacional acaba de lançar uma nova embalagem para a sua gama de bolachas Marinheiras, numa iniciativa que se insere no processo de rebranding da marca. Esta novidade chega ao mercado com o objetivo de proporcionar uma melhor experiência aos consumidores.
Atualmente posicionada como uma das marcas de referência no segmento das Marinheiras, a Nacional continua a investir em inovação para consolidar a sua presença nos lares portugueses. A nova embalagem destaca-se pelo seu sistema de abertura e fecho fácil, que permite o consumo gradual das bolachas, mantendo-as frescas por mais tempo.
“Este lançamento representa um marco importante na evolução da nossa marca. Queremos oferecer aos consumidores produtos que aliam tradição, qualidade e praticidade. A nova embalagem das Marinheiras reflete o nosso compromisso com a inovação, sem nunca perder a essência que nos define há mais de 170 anos”, afirma Filipa Rosa, Biscuit Category Manager da Nacional.
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Retalho

Lidl reforça apoio aos Bombeiros Portugueses com nova campanha através da app Lidl Plus

A iniciativa decorre até 27 de abril e vai atribuir 3.000 euros a uma corporação por distrito, totalizando 54.000 euros em donativos.

O Lidl Portugal acaba de lançar uma nova campanha solidária que reforça o apoio às Corporações de Bombeiros Portugueses, desafiando os seus clientes a contribuírem de forma simples, através da utilização da app Lidl Plus.

A campanha insere-se na estratégia de sustentabilidade da insígnia, ‘Mais Lidl’, que se estrutura em três eixos: Mais para o Planeta, Mais para a Comunidade e Mais para Si. Neste caso, a ação visa simultaneamente incentivar a digitalização de faturas, promovendo a redução do consumo de papel, e apoiar os bombeiros portugueses num momento em que se aproximam os meses críticos do verão.

A dinâmica é apresentada como simples: a loja Lidl de cada distrito que registar o maior número de faturas eletrónicas entre 14 e 27 de abril vai escolher a Corporação de Bombeiros local a quem será entregue o donativo. A campanha volta assim a mobilizar clientes para causas sociais, reforçando a parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses, numa colaboração que já soma três campanhas consecutivas.

Desde 2016, o Lidl já doou mais de 200.000 bens alimentares, equivalentes a 154.000 euros, às corporações de bombeiros em Portugal. Estes apoios têm sido distribuídos através das lojas e entrepostos da insígnia, de Norte a Sul do país, especialmente durante os períodos mais críticos de combate a incêndios.

Apoio do Lidl aos Bombeiros


  • 200.000 bens alimentares doados desde 2016

  • +154.000 euros em valor total de apoio

  • 54.000 euros em donativos previstos na campanha de abril de 2024

  • 3.000 euros por corporação distrital

  • 18 corporações apoiadas diretamente nesta nova iniciativa

  • 3 campanhas já realizadas através da app Lidl Plus

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Exportação

CONFAGRI quer grupo de trabalho a monitorizar taxas dos EUA

“É tempo de olhar e reconhecer a importância estratégica da agricultura e abrir novos canais comerciais”, defende Idalino Leão, presidente da CONFAGRI.

Para a CONFAGRI é “essencial” haver uma resposta concertada, “assente no diálogo, na união e na preparação estratégica do setor”.

Em causa está a “crescente incerteza gerada pelos mais recentes desenvolvimentos nas políticas comerciais internacionais”, aponta, em particular no que respeita à imposição de taxas de importação de 25% 25% sobre o aço, o alumínio e os automóveis e outras “recíprocas” de 20% para um leque alargado de outros bens e que deverão entrar em vigor a 15 ne julho.

Em respostas, a União Europeia avançou, a 9 de abril, com a decisão de cobrar tarifas sobre importações a bens agrícolas e industriais norte-americanos.  São cerca de 1700 produtos, que vão passar a pagar pelo menos 25% para entrarem no espaço da UE.

Partilhando a legítima preocupação dos produtores e empresas agroalimentares nacionais, Idalino Leão, presidente da CONFAGRI sublinha que “este é o momento para agir com bom senso e serenidade, sendo importante alavancar medidas que visem mitigar as dificuldades dos setores agrícolas mais afetados direta e indiretamente pelas tarifas”.

Para a CONFAGRI é “essencial” haver uma resposta concertada “assente no diálogo, na união e na preparação estratégica do setor”

Nesse sentido, e ainda que afirme manter “a esperança de que se consiga alcançar um bom entendimento entre os líderes mundiais”, a CONFAGRI está a propor a criação de um grupo de trabalho que congregue os representantes de todos os elos da cadeia de abastecimento e produção agroalimentar, “com o objetivo de monitorizar, de modo articulado e permanente, os desenvolvimentos e negociações internacionais, de forma a agir, atempadamente, em prol da defesa da estabilidade económica e da soberania alimentar de Portugal”.

Para Idalino Leão, “é tempo de olhar e reconhecer a importância estratégica da agricultura e abrir novos canais comerciais.”, sendo necessário garantir que, perante contextos de crise, o setor agroalimentar dispõe dos instrumentos necessários para assegurar estabilidade aos produtores, às empresas e aos consumidores portugueses”.

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Luis Bás, secretário-geral da ADIPA
Alimentar

ADIPA defende criação de uma Secretaria de Estado do Comércio e Serviços no próximo Governo

“Desde o primeiro momento, considerámos que a ausência de uma Secretaria de Estado do Comércio no atual Executivo não foi uma decisão acertada. A dimensão e o impacto económico do comércio justificam plenamente a existência de uma tutela específica”, defende Luís Brás, secretário-geral da ADIPA.

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tagsADIPA

O Conselho Coordenador da ADIPA – Associação dos Distribuidores de Produtos Alimentares –, órgão consultivo da Direção que integra algumas das principais empresas do comércio alimentar independente, que se reuniu no passado dia 10, defende a necessidade de o próximo Governo, a ser eleito nas legislativas de 18 de maio, criar uma Secretaria de Estado dedicada exclusivamente ao Comércio.

O setor do comércio e serviços representa uma parcela significativa do PIB nacional e é responsável por centenas de milhares de postos de trabalho. A ADIPA considera, por isso, que é fundamental que estas atividades económicas tenham, no seio do Governo, uma estrutura própria, capaz de lhes dar a devida atenção estratégica e de promover políticas públicas que reforcem a competitividade e a sustentabilidade do setor.

“Desde o primeiro momento, considerámos que a ausência de uma Secretaria de Estado do Comércio no atual Executivo não foi uma decisão acertada. A dimensão e o impacto económico do comércio justificam plenamente a existência de uma tutela específica. A criação desta Secretaria de Estado seria um importante sinal político e uma medida concreta para reforçar um setor que é essencial para o desenvolvimento económico e para a coesão social do país.”, afirma Luís Brás, secretário-geral da ADIPA.

 

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Bebidas

Programa da Água Serra da Estrela quer proteger a água e regenerar a serra

‘Para Que Nunca Acabe’ pretende mobilizar comunidades, parceiros e consumidores para cuidar e valorizar a origem da água da Serra da Estrela.

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Proteger a água e regenerar a Serra da Estrela é o objetivo do ‘Para Que Nunca Acabe’, lançado pela Água Serra da Estrela. O programa reflete “o compromisso da marca com a preservação da água da Serra da Estrela e com a regeneração do ecossistema único onde nasce”, assegura a marca.

O Programa pretende promover uma mudança comportamental e um impacte ambiental positivo, através de práticas responsáveis da operação da marca, da regeneração da floresta e de práticas tradicionais que a protegem, e da mobilização de comunidades, parceiros e consumidores.

Reduzir a pegada hídrica e a pegada de carbono da marca, bem como a utilização de matéria-prima virgem, regenerar a floresta, o ecossistema e revitalizar práticas tradicionais que protegem a Serra, mobilizar as comunidades locais e os consumidores para adotarem comportamentos responsáveis são os três eixos de ação do ‘Para Que Nunca Acabe’.

O programa dá sequência a iniciativas ambientais já implementadas pela Água Serra da Estrela, “como o programa de reflorestação iniciado em 2002, através do qual foram plantadas mais de 1,7 milhões de árvores em parceria com várias organizações às quais se juntou mais recentemente a Associação Cuidar”, adianta a empresa. A marca foi pioneira na introdução de medidas que reduziram drasticamente o uso de plástico virgem, atingindo em 2025 o marco de utilização de 100% rPET em todas as suas embalagens.

“A Água Serra da Estrela nasce num lugar extraordinário, que todos temos o dever de proteger. Com o programa ‘Para Que Nunca Acabe’, queremos não só agir de forma responsável, mas envolver nessa ação todos os que estão determinados a que este património natural seja preservado para as gerações futuras”, afirma Ana Rita Martins, Marketing manager da Água Serra da Estrela.

 

 

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Bebidas

Dubai Chocolate Delight é a nova bebida das lojas Delta Coffee House Experience

A Delta Coffee House Experience lançou uma nova bebida: Dubai Chocolate Delight. A proposta combina chocolate de pistácio com café, numa aposta alinhada com as atuais tendências de consumo.

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A Delta Coffee House Experience acaba de lançar a Dubai Chocolate Delight, uma nova bebida que alia o sabor intenso do café à cremosidade do chocolate de pistácio, um dos ingredientes em destaque nas atuais tendências de consumo.

Inspirada no conceito Feel your coffee, a Delta aposta nesta criação para proporcionar uma experiência sensorial diferenciadora, destinada a surpreender os consumidores mais curiosos e exigentes. A combinação do sabor aveludado do café com a textura rica e sofisticada do chocolate de pistácio resulta numa proposta premium e inovadora, disponível nas lojas Delta Coffee House Experience, em Lisboa e no Porto.

Com um preço de venda ao público de 8 euros, a Dubai Chocolate Delight estará ainda em destaque até 30 de abril com uma campanha promocional: na compra de duas bebidas, a segunda tem 50% de desconto.

Desde a abertura, as Delta Coffee House Experience têm vindo a consolidar-se como espaços que elevam o ato de beber café, combinando inovação, sofisticação e o know-how da marca portuguesa na criação de momentos únicos.

 

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Retalho

Lidl abre em Portugal o seu primeiro Centro de Inovação e Cooperação a nível mundial 

O Lidl, presente em 32 países, escolheu Portugal para lançar o Lidlab, o seu primeiro Centro de Inovação e Cooperação a nível mundial.

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O Lidl acaba de inaugurar o seu primeiro Centro de Inovação e Cooperação – o Lidlab –, marcando uma nova etapa na estratégia da insígnia no que toca ao desenvolvimento de produtos de marca própria. Esta estreia mundial do formato decorre em território nacional e conta com dois espaços físicos, localizados junto às lojas de Linda-a-Velha (Oeiras) e Agramonte (Porto).

O Lidlab é um espaço de cocriação com o consumidor, onde os clientes do Lidl são convidados a participar ativamente em diversas iniciativas, como focus groups, provas cegas sensoriais, testes de receitas e estudos de mercado. O objetivo é claro: reforçar o posicionamento das marcas próprias da insígnia, dando voz ao consumidor no processo de desenvolvimento e otimização da oferta.

Para participar, os clientes das zonas abrangidas podem aceder ao banner do Lidlab na aplicação Lidl Plus, onde encontrarão mais informações e o formulário de registo. Após a inscrição, são selecionados para atividades de acordo com os seus perfis de consumo e disponibilidade.

Bruno Pereira, administrador de Compras do Lidl Portugal, sublinha que “no ano em que comemoramos os 30 anos no mercado português, damos aos nossos clientes um papel ainda mais determinante no processo de definição dos produtos de marca própria. Desta forma, além de participarem no processo de decisão para eventuais melhorias nos seus produtos favoritos e no desenvolvimento de novos produtos, os clientes contribuem para que o Lidl continue a distinguir-se pela sua oferta variada de produtos, com a máxima qualidade ao melhor preço, e sobretudo diferentes daquilo que já existe no mercado.”.

Com cerca de 80% do sortido composto por marcas próprias, o Lidl reforça assim um dos pilares estruturais do seu modelo de negócio. Através do Lidlab, a cadeia aprofunda o seu compromisso com a inovação, proximidade ao cliente e valorização de produtos nacionais, ao mesmo tempo que introduz um modelo colaborativo que potencia decisões mais informadas e orientadas pelas reais necessidades de mercado.

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Alimentar

Oliveira da Serra lança garrafa sem rótulo

O conceito ‘Sem Rótulos, de Propósito’ traduz-se numa diminuição significativa na utilização de materiais, reduzindo o impacto ambiental do produto.

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Oliveira da Serra apresentou ao mercado a primeira garrafa de azeite em Portugal feita de plástico 100% reciclado e sem rótulo frontal.

Sob o mote ‘Sem Rótulos, de Propósito’, a marca “apresenta um movimento pioneiro na categoria dos azeites através do lançamento de uma nova garrafa mais sustentável, produzida a partir de plástico inteiramente reciclado, que reduz significativamente o uso de novos recursos, minimizando a pegada ambiental do produto”, destaca  num comunicado.

Ao abdicar do rótulo frontal, Oliveira da Serra diminui ainda mais o desperdício de materiais e adotou um design mais limpo e funcional, “que reflete o compromisso da marca com a sustentabilidade e a transparência”. O rótulo dorsal também foi repensado, de modo a ter 30% menos área e a contribuir para a redução do consumo de tinta e papel.

“Fazer o bom pela Terra é o principal compromisso de Oliveira da Serra. Acreditamos que a inovação deve estar ao serviço da sustentabilidade, e esta embalagem é um exemplo concreto deste princípio. Trabalhamos diariamente para impulsionar práticas responsáveis no setor e inspirar a categoria a inovar de forma consciente, sem comprometer a qualidade e acessibilidade do azeite”, define Joana Oom de Sousa, diretora de Sustentabilidade da Sovena.

Loara Costa, diretora de Marketing & Trade Marketing da Sovena, acrescenta que esta nova embalagem “é um símbolo do nosso empenho no desenvolvimento de produtos que respondam às necessidades dos consumidores, sem comprometer o planeta. É mais um passo para garantir que os nossos consumidores possam optar por soluções mais práticas e amigas do ambiente”.

Através do novo packaging, toda a informação essencial do produto é apresentada no verso da embalagem, garantindo conformidade com as normas regulamentares sem comprometer o conceito inovador. A nova embalagem já está disponível nos pontos de venda habituais. Com quase 65 anos de história, Oliveira da Serra pertence à Sovena, do Grupo Nutrinveste.

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Alimentar

Salutem e A Tarte lançam Tarte de Granola com base de tortitas

Numa colaboração que alia inovação, sustentabilidade e sofisticação, a Salutem e a marca A Tarte uniram esforços para criar a primeira Tarte de Granola do mercado, concebida a partir do reaproveitamento de ingredientes e desenhada para responder às tendências emergentes de consumo consciente.

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A base desta nova sobremesa resulta da transformação das tortitas de arroz da Salutem em farinha, criando uma estrutura crocante e diferenciadora. O recheio é composto pela Granola Superior AntiOx da marca, que combina flocos de aveia, frutos secos e sementes, conferindo um sabor único e uma textura rica, adequada a momentos especiais, como a celebração da Páscoa.

A edição limitada da Tarte de Granola reflete um posicionamento estratégico que valoriza a economia circular no setor alimentar. “Esta parceria com A Tarte reflete o compromisso da Salutem em dar uma segunda vida aos nossos alimentos e criar produtos de alta qualidade” menciona João Basto, general manager da Salutem. “A Tarte de Granola é um exemplo perfeito de como podemos transformar ingredientes subvalorizados numa sobremesa diferenciadora. Criar soluções a partir do que já temos é um caminho que queremos continuar a seguir” conclui.

Também para A Tarte, este projeto representa um marco na abordagem à confeção de sobremesas. “Acreditamos que a criatividade na cozinha também deve servir para dar resposta a desafios reais e tendências de consumo. Saber que podemos dar uma segunda vida aos alimentos e transformar algo num produto de elevada qualidade é inspirador, além de criarmos uma sobremesa única e diferenciadora, perfeita para fazer parte da mesa dos portugueses nesta Páscoa”, afirma Vasco Valença de Sousa, co-founder & Head of Innovation de A Tarte.

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