AMI dá novo fôlego à primeira marca solidária no País
O Dia Mundial da Alimentação foi a data escolhida pela AMI para relançar a primeira marca solidária de produtos de grande consumo em Portugal. A SOS Pobreza passou este ano a designar-se AMI Alimenta e prepara-se para entrar numa segunda fase, envolvendo novos produtos e retalhistas
Ana Catarina Monteiro
Diogo Costa: “Estamos sempre atentos às necessidades e preferências dos nossos consumidores”
Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor
CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação
Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR
Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar
Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial
Sensodyne com novidades nos seus dentífricos mais populares
Salutem lança Mini Tortitas com dois novos sabores
LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social
Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser
O Dia Mundial da Alimentação foi a data escolhida pela AMI para relançar a primeira marca solidária de produtos de grande consumo em Portugal. A SOS Pobreza passou este ano a designar-se AMI Alimenta e prepara-se para entrar numa segunda fase, envolvendo novos produtos e retalhistas.
Para se tonar mais independente dos fundos do Estado, a AMI (Assistência Médica Internacional) decidiu entrar em 2012 para a cadeia de valor portuguesa com a marca SOS Pobreza. Encetou, para isso, conversações com fabricantes portugueses, de áreas que vão desde o cabaz básico de alimentos a produtos de higiene, de forma a que estes passassem, ocasionalmente, a remeter os seus produtos para a grande distribuição com uma embalagem criada pela instituição de solidariedade.
Nasceu assim, há cinco anos, a primeira marca solidária em Portugal, cujas receitas revertem para os projetos da AMI de combate à pobreza ou à exclusão social, os quais estão devidamente identificados no “packaging”.
A ideia tinha tudo para dar certo. Os produtos tornam-se mais apelativos em loja para o consumidor, uma vez que ao comprar os artigos de necessidade básica está a apoiar causas nobres, sem que para isso seja necessário um esforço monetário adicional. No entanto, a carga negativa associada ao nome SOS Pobreza, assim como à cor negra que pintava as embalagens, afastavam o consumidor dos artigos. O que levou parte dos retalhistas, como o El Corte Inglés, a Auchan e o E.Leclerc, a descontinuar a venda de alguns artigos e a AMI a deixar de apostar em produtos que não fossem frutas e legumes, cuja embalagem tem menos impacto na compra.
Ainda assim, a instituição não desistiu do projeto e aproveitou o “rebranding” efetuado por ocasião dos seus 30 anos de existência no mundo, celebrados há dois anos, para dar também uma lufada de ar fresco à submarca. O resultado foi lançado a 26 de abril deste ano, Dia Mundial da Alimentação: o projeto passou a apresentar-se nos lineares como AMI Alimenta e forrado a tons de vermelho.
“Estamos neste momento com frutas e legumes em sete lojas da Sonae e em toda a cadeia nacional do Intermarché. A Aldi também aderiu, mas com condições diferentes. Fizemos uma ação no dia 9 de março, em todas as lojas desta cadeia no País, e estamos a planear a segunda para breve”, explica em entrevista ao HIPESUPER Isabel Pinheiro, relações públicas e gestora de parcerias da AMI Portugal.
No caso dos legumes, as receitas revertem para apoio à população sénior e, no das frutas, os fundos dirigem-se às crianças. Ambas as missões dizem respeito ao projeto Espaço de Prevenção à Exclusão Social, através do qual a instituição presente em Portugal desde 1994 já abriu nove centros Porta Amiga, que funcionam como centros de dia, e dois abrigos noturnos, os quais acolhem pessoas sinalizadas com problemas familiares, associados à pobreza ou à exclusão social. “Prestamos apoio nas três vertentes da saúde: social, física e mental”, sublinha a responsável.
Segunda fase envolve novos produtos e retalhistas
Para já, além de três retalhistas, o projeto envolve três produtores. São eles a Campotec, fornecedora de maçãs e peras da zona oeste do País, a Horta Pronta, que produz batatas, cenouras e cebolas, e a Sasoal, fabricante algarvia que disponibiliza os citrinos (limão, laranja e clementina). Mas a AMI Alimenta está já a preparar uma segunda fase, através da qual pretende alargar a oferta da marca solidária ao azeite, massas, farinha e arroz. O que pode ajudar a trazer de volta os produtores destes bens que já estiveram envolvidos no projeto quando este ainda assumia a designação de SOS Pobreza. “Esperamos ter estes produtos no mercado até ao final do ano. Queremos que o azeite chegue aos lineares antes do Natal”.
Além disso, o projeto quer envolver na segunda fase mais lojas dos atuais retalhistas associados e de outros, estando em negociações com a Auchan, dona do Jumbo, e o El Corte Inglés. Desta forma, a instituição prevê alargar os 95 mil euros alcançados com a venda de frutas e legumes no primeiro semestre do ano, para os 350 mil euros gerados até final de 2017.
No futuro, Isabel Pinheiro evidencia a vontade de fazer o projeto escalar a outros países onde a AMI atua, mas ressalva que, para já, o objetivo é consolidar e ganhar volume no mercado português, sendo que para uma terceira fase os “enlatados” portugueses são um dos bens que faz sentido envolver neste projeto solidário.