96% dos executivos não considera a sua empresa ágil na adaptação ao mercado
A grande maioria das empresas admite estar a planear um redesenho da sua estrutura nos próximos dois anos, segundo o “2017 Global Talent Trends Study”, da consultora Mercer. No entanto, há um desalinhamento entre as visões de gestores de recursos humanos, executivos e colaboradores sobre os aspetos que devem mudar
Ana Catarina Monteiro
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96% dos executivos não considera a sua empresa “ágil” perante as mudanças do mercado, segundo o “2017 Global Talent Trends Study”, da consultora Mercer, para o qual foram inquiridos mais de 7000 participantes, entre executivos de topo, líderes de recursos humanos e colaboradores de várias organizações de 20 setores, em 37 países.
A maioria (93%) das empresas admite estar a planear um redesenho da sua estrutura nos próximos dois anos. No entanto, o estudo mostra um desalinhamento entre as visões de gestores de recursos humanos, executivos e colaboradores sobre os aspetos que devem mudar.
Enquanto os gestores do capital humano estão mais focados no desenvolvimento das capacidades dos colaboradores, os executivos de topo privilegiam mais a mudança dos ambientes de trabalho. No que diz respeito à transformação digital, os gestores de Recursos Humanos (RH) não respondem às expectativas dos quadros superiores e dos colaboradores. A maior parte dos executivos (61%) acredita que a tecnologia no local de trabalho (a automação, a robótica, o machine learning e os wearables) são a tendência que maior impacto terá nas empresas nos próximos dois anos. Por sua vez, menos de metade (49%) dos profissionais de RH concorda com esta previsão. Já segundo os colaboradores, apenas uma em cada cinco organizações envolvidas no estudo assegura uma experiência digital de interação com o departamento de RH.
50% dos colaboradores acredita que o trabalho remoto ou em part-time pode influenciar negativamente as oportunidades de promoção e, neste sentido, tanto os executivos de topo como os líderes de RH assumem que não esperam que a “gig economy” (também conhecida como “freelance economy”) tenha um grande impacto nas suas empresas nos próximos dois anos. Por outro lado, 49% dos colaboradores afirma que a sua empresa é sensível aos seus interesses pessoais e competências específicas e 53% dos inquiridos quer que a sua empresa aumente a aposta na adequação da função ao indivíduo.
Apesar de 61% dos colaboradores indicar que a saúde é mais importante que o dinheiro ou a carreira e de 47% apelar a uma maior atenção à saúde dos funcionários nos próximos anos, a verdade é que a saúde e o bem-estar surgem em penúltimo lugar na tabela das principais prioridades para gestão de talento dos líderes de RH.