Promoções, formatos e oferta. A dinâmica do retalho em 2017 segundo a Nielsen
“O ano 2017 inicia-se com boas perspetivas: uma situação económica favorável e uma confiança do consumidor bastante alta. Há que aproveitar para aliviar a tensão nos preços e buscar novas formas de conquistar o cliente”, explica em entrevista ao HIPERSUPER Ana Paula Barbosa, Retailer Services Director da consultora especializada em retalho Nielsen. A responsável comenta, em discurso direto, a dinâmica que o setor deve seguir este ano nos três principais temas: promoções, formatos de loja e oferta
Ana Catarina Monteiro
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“O ano 2017 inicia-se com boas perspetivas: uma situação económica favorável e uma confiança do consumidor bastante alta. Há que aproveitar para aliviar a tensão nos preços e buscar novas formas de conquistar o cliente”, explica em entrevista ao HIPERSUPER Ana Paula Barbosa, Retailer Services Director da consultora especializada em retalho Nielsen. A responsável comenta, em discurso direto, a dinâmica que o setor deve seguir este ano nos três principais temas: promoções, formatos de loja e oferta.
Promoções: há que procurar novas formas de atrair clientes
As promoções continuam a influenciar muito as escolhas dos consumidores, no entanto o seu efeito tende a diminuir à medida que se vão banalizando. Ou seja, o consumidor já as considera como um ‘dado adquirido’. Uma vez que a estratégia das promoções está a perder o efeito de atração de clientes, o desafio para as marcas e retalhistas em 2017 passa pela fidelização. Há que buscar novas formas de captar a atenção do shopper. Nos anos de 2015 e 2016 assistimos a várias campanhas de colecionáveis – peluches, miniaturas, loiças, entre outros – promovidas por empresas do retalho alimentar. Estes são bons exemplos de promoções que não têm como principal benefício o preço e que conseguem levar a um aumento do gasto, uma maior regularidade da compra, e geram lealdade.
Formatos de loja: 2017 é ano da modernização dos pequenos formatos
A complementaridade de espaços de grande e pequena dimensões na mesma cadeia de retalho é cada vez mais uma tendência. O consumidor seleciona a sua loja em função da sua missão de compra. Vai continuar a procurar lojas grandes quando precisa de variedade ou de compras grandes, mas dá preferência a lojas de proximidade para cestas mais pequenas.
Este ano há um maior potencial para as cadeias apostarem em espaços mais pequenos, não necessariamente com novas aberturas mas através da modernização dos espaços existentes. Há atualmente mais de 12 000 lojas alimentares com menos de 400 metros quadrados em Portugal. A maioria destas lojas são independentes, mas a tendência será para a sua transformação para formatos mais modernos, através de modelos de franchising ou de comércio integrado.
Oferta: 3 tendências impulsionadas pela alimentação saudável
As categorias relacionadas com a alimentação saudável registam crescimentos ano após ano e a tendência irá manter-se nos próximos anos. Por um lado, porque ainda há espaço para alargar a gama para as necessidades e restrições alimentares que são cada vez mais específicas. Por outro lado, porque o consumidor está cada vez mais informado sobre esta temática, o que o torna mais exigente.
O estudo Global Health and Ingredient-Sentiment, realizado pela consultora no último ano, revela que 74% dos portugueses pensam na sua saúde e na prevenção de doenças como a obesidade, diabetes, colesterol e hipertensão quando compra bens alimentares.
Neste sentido, verificam-se três tendências de mercado impulsionadas pelos novos hábito de consumo:
– Extensão das gamas de produtos dietéticos e saudáveis, através de um sortido cada vez mais amplo, sofisticado e especializado;
– Produtos frescos são foco importante da grande distribuição e estão diretamente associados à alimentação saudável, principalmente junto dos seniores. A tendência será para o desenvolvimento de produtos frescos associados à conveniência (prontos a cozinhar ou a consumir). O crescimento da IV gama (+14% nos últimos dois anos) mostra esta tendência;
– Redução dos ingredientes indesejáveis nos produtos que fazem parte do nosso dia-a-dia. Em todas as gamas de produtos alimentares, a tendência será para reduzir o teor em ingredientes considerados prejudiciais para a saúde como o açúcar, o sal ou as gorduras, entre outros.