Cinco dicas para construir uma marca própria
Em expansão no mercado brasileiro, as marcas próprias vão estar em debate durante o evento Private Label Brazil, a primeira feira de negócios voltada para este setor no mercado latino-amerciano. O consumo de “private labels” cresceu 35% desde 2010 no Brasil, país que enfrenta uma difícil crise económica e política. 31,9 milhões de lares brasileiros consumiram marcas próprias no último ano, um alcance de 500 mil novos lares face a 2014
Ana Catarina Monteiro
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Em expansão no mercado brasileiro, as marcas próprias vão estar em debate durante o evento Private Label Brazil, que decorre em São Paulo, entre os próximos dias 29 e 30 de agosto.
O consumo de “private labels”, com produtos até 40% mais baratos que a restante indústria, cresceu 35% desde 2010 no Brasil, de acordo com um estudo da consultora Kantar Worldpanel, citado em comunicado pela Real Alliance, do Grupo BMComm – Brazil Media Communications, que organiza este ano a primeira feira de negócios voltada para o setor de marcas próprias no mercado latino-amerciano.
O mesmo estudo constata que 31,9 milhões de lares brasileiros consumiram marcas próprias no último ano, o que significa que estes produtos chegaram a 500 mil novos lares no país face a 2014. A faturação das marcas próprias atingiu no Brasil um total de 1,5 mil milhões de reais em 2015 (cerca de 414 milhões de euros). A expectativa de crescimento do consumo para 2016 é de 7,5% no país que tem atravessado uma difícil crise económica e política.
Os valores reforçam as conclusões da análise especial ao comércio brasileiro, levada à cabo pelo HIPERSUPER em 2015, capa da edição impressa de outubro (relembre aqui). Neste trabalho, o nosso colaborador Miguel Murta Cardoso dava conta em entrevista que “a marca própria no Brasil ainda não atingiu a representatividade que se observa nos países desenvolvidos”. Na mesma edição, o consultor especialista em retalho antecipava em artigo próprio (A crise no Brasil e o setor do retalho), um crescimento de “10 a 15% deste setor em 2015”, após ter verificado um aumento de “11,6% em 2014”.
O consumidor brasileiro “começou a poupar nos produtos de “cesta básica” (como produtos de mercearia em geral e produtos de limpeza) para não perder o acesso ao conjunto de produtos supérfluos que entraram nas suas compras nos últimos anos (cereais saudáveis e linhas gourmet). Desta forma, há uma tendência bastante expressiva no crescimento das vendas de produtos básicos de marca própria em contrapartida das marcas líderes”, explica o consultor.
Constatando esta expansão, o país recebe no final deste mês a feira de negócios Private Label Brazil. O evento realiza-se no Centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista, pela mão da Real Alliance, contando com o apoio estratégico da ABMAPRO (Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização).
Marco Quintarelli, especialista em consultoria de retalho e sócio-fundador da ABMAPRO, avança com cinco dicas para retalhistas que pretendam investir no negócio das marcas próprias. Confira abaixo os conselhos do responsável para construir uma marca própria e acrescentar-lhe valor.
1. Posicionamento
““O que eu quero ser?” – um posicionamento adequado requer a análise de fatores como focos de atuação, potenciais clientes e, sobretudo, resultados. É preciso identificar principalmente o quero que a minha marca represente para o consumidor final, quero que a minha marca tenha imagem de preço ou quero ser percebida como “premium”? Definir a minha identidade perante o meu público-alvo é o primeiro passo para criar a minha marca própria”.
2. Diferenciação
“Mostre em que o seu produto ou serviço é melhor ou diferente que o da concorrência. Acentue as vantagens e, se possível, ofereça produtos e serviços inovadores para criar e atender demandas que ainda nem existam. Fazer o alinhamento de preço e evitar um desequilíbrio comparado aos preço dos líderes da categoria também será essencial na criação da sua marca”.
3. Comportamento
“Assim como nas marcas líderes de mercado, para o sucesso da sua marca própria será preciso envolver todos os níveis da empresa, desde o presidente ao operador de caixa. Consciencializar o seu colaborador da importância e, sobretudo, das vantagens que o seu produto oferecerá ao consumidor será, certamente, um grande passo no desenvolvimento da marca. Além disso, será preciso priorizar o cliente desde o primeiro contato, pessoalmente, por telefone, ou por e-mail, para que o consumidor perceba a atenção e o cuidado da marca e sinta que ele é especial para sua empresa”.
4. Abastecimento
“Controlar ao máximo as falhas e garantir o abastecimento contínuo e constante dos produtos será primordial. Fornecedores e prestadores de serviços comprometidos com o projeto é o alicerce da marca própria a curto, médio e longo prazo”.
5. Divulgação
“Apesar da marca própria ser divulgada, na maioria das vezes, principalmente dentro do PDV [Ponto De Venda], desenvolver e investir no trabalho de divulgação e ‘merchandising’ da sua linha de produtos será um dos passos cruciais para que sua marca chegue até o consumidor final. Coloque seu produto em um local de destaque na sua loja, invista um pouco de tempo nas redes sociais, faça campanhas, panfletos, e outras ações para manter os seus clientes informados sobre as vantagens da marca própria do seu negócio.
Coloque o seu projeto em prática e faça a sua empresa ser notada no mercado de private label”.