Filipe Gomes, diretor de Feiras e Eventos da Exponor
“Queremos atrair marcas de referência que se têm afastado das feiras nacionais”
O certame So Food So Good – Portugal Taste quer marcar o calendário nacional de feiras agroalimentares a cada dois anos, com um novo conceito, focado no canal Horeca, em que a vertente demonstrativa se sobrepõe à expositiva
Ana Catarina Monteiro
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O certame So Food So Good – Portugal Taste quer marcar o calendário nacional de feiras agroalimentares a cada dois anos, com um novo conceito, focado no canal Horeca, em que a vertente demonstrativa se sobrepõe à expositiva.
Recuperando a ligação à gastronomia, a Exponor – Feira Internacional do Porto realiza este ano, em Leça da Palmeira, a primeira edição da So Food So Good – Portugal Taste, entre os dias 27 e 29 de outubro. O braço da AEP (Associação Empresarial de Portugal) para feiras e congressos volta assim a reunir a indústria alimentar, o que já não acontecia desde a última edição da Feira da Alimentação em 2006.
O novo certame nacional tem como objetivo apresentar ao mercado uma diferente abordagem face às tradicionais mostras para o setor agroalimentar em Portugal.
Projetado para acontecer com periodicidade bienal, o evento pretende aproximar a produção agroalimentar – incluindo a emergente agricultura biológica – dos setores de retalho, distribuição, Horeca (hotéis, restaurantes e cafés), padarias, pastelarias e afins.
“Esta feira vem preencher uma lacuna na região Norte do País para estes setores, servindo de plataforma qualificada entre oferta e a procura, ao colocar em exposição de forma diferenciada produtos, equipamentos e serviços desses setores”, explica em entrevista ao HIPERSUPER Filipe Gomes, diretor de Feiras & Congressos da Exponor.
A diferença marca-se pela presença de profissionais ligados à restauração nacional e internacional, trabalhando os produtos em exposição, de fileiras nacionais como as de conservas, leite, carne, azeite, vinho ou frutas. “A abordagem que se preconiza altera o modelo convencional centrado na locação de espaço, sendo que a nossa principal preocupação é que o produto seja “rei” e que possa ser apresentado e trabalhado na sua plenitude nos espaços de demonstração, como complemento natural à dimensão estritamente expositiva”, sublinha o diretor. “Este evento tem a virtude de permitir uma presença mais dinâmica aos expositores combinando a vertente expositiva com a demonstrativa”.
As atividades dominam a agenda programada para as seis áreas que dão estrutura à feira: Show Cooking Central (espaço central), Creative Show Cooking (vocacionada para doçaria e pastelaria), Cooking Lab (workshops), Tasting Experience (vinhos e bebidas), Food Forum (congressos e seminários) e Bar & Lounge. “Face aos pedidos que temos recebido, estimamos que um terço dos conteúdos sejam da nossa responsabilidade e os restantes dos parceiros”, dá conta o responsável.
Além de possíveis compradores internacionais de produtos nacionais, a organização quer convidar personalidades reconhecidas no mercado mundial, de forma a “alavancar a notoriedade” do evento. Um dos convites foi endereçado ao chef Gary Mehigan, jurado do concurso de culinária MasterChef Austrália.
Diferenciação da concorrência
Para esta feira, a Exponor tem vindo “a trabalhar para atrair empresas de referência dos diversos setores, assim como produtores e empresas de menor dimensão que necessitam de desenvolver negócio com os canais Horeca e de retalho”, explica Filipe Gomes. “No que respeita aos visitantes, estamos certos pelo facto de não haver uma feira há muitos anos na região, e do perfil de expositores e da oferta de conteúdos que teremos uma adesão significativa. Face à confirmação de empresas até à data, as nossas expectativas são animadoras”.
Ao assumir um posicionamento focado no canal Horeca, a nova feira nacional vem fazer frente a certames como a Alimenaria & Horexpo Lisboa. “Em termos de ‘benchmark’ conhecemos bem a concorrência, com as suas forças e fraquezas, e colocamos como imperativo desde a primeira hora desenvolvermos uma proposta de valor diferenciada e inovadora que permitisse “recuperar” e atrair algumas marcas de referência que se têm vindo a afastar das feiras nacionais”, nota o responsável.
Embora a So Food So Good “não tenha sido pensada de forma tradicional, em termos de metros quadrados”, a organização desenhou “soluções chave na mão com áreas de 6,9 e 18 metros quadrados, com stand incluído, assim como convites e taxas, por um valor que pode começar nos 595 euros mais IVA [Imposto de Valor Acrescentado]”.
“Importa frisar a natureza dos stands, que fogem à oferta tradicional e que reforçam a imagem que se quer imprimir à feira. Admitimos, no entanto, para áreas superiores a 27 metros quadrados, stands diferentes da oferta chave, o que é relevante para empresas que já possuem o seu modelo de stand e que tenham um ‘branding’ que a isso obrigue”, aponta o diretor de Feiras & Congressos.
Os profissionais que queiram visitar a feira não pagam e o restante público fica confinado ao último dia do evento para entrar no espaço, sob pagamento de dez euros. Os visitantes fora do segmento profissional podem também participar nas atividades a realizar nos restantes dias, estando sujeitos aos preços praticados individualmente.