Principais tendências na construção, design e decoração dos espaços comerciais
O recurso a materiais orgânicos, como a madeira, o ambiente minimalista e a adoção de elementos de comunicação digital, são as principais tendências dos novos espaços comerciais

Rita Gonçalves
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O recurso a materiais orgânicos, como a madeira, o ambiente minimalista e a adoção de elementos de comunicação digital, são as principais tendências dos novos espaços comerciais
As encomendas de arquitetura são um dos melhores indicadores para medir o pulso ao mercado. E o mercado imobiliário português está em aceleração. A frase de Margarida Caldeira, diretora geral do estúdio de Lisboa da multinacional de arquitetura Broadway Malyan, ilustra bem a tendência de investimento na renovação dos espaços comerciais por parte dos retalhistas com operação em Portugal. “As perspetivas na área de reabilitação e renovação de espaços comerciais são bastante boas. A evolução do mercado irá confirmar esta tendência chamada ‘redesign&repositioning’. Haverá menos ‘green fields’, como projetos de raiz, e o mercado de renovação terá cada vez mais força. Por exemplo, podemos confirmar esta tendências com os casos do Chiado e da Baixa, zonas nobres da capital, que há uns anos eram uma área obsoleta”, prevê a responsável.
João Marques, Managing Director da Tetris, empresa da consultora imobiliária JLL para a área de arquitetura e construção de espaços interiores, afina pelo mesmo diapasão embora confirme mais uma tendência, a expansão dos retalhistas com a abertura de novas lojas. “No primeiro caso, temos o exemplo da Vodafone, a renovar a rede de lojas em todo o País, e da alfaiataria Rosa Teixeira, que está a renovar o seu espaço na Avenida da Liberdade”, uma das principais artérias comerciais da cidade de Lisboa. “Com as insígnias Burger King e a Adidas estamos a trabalhar em novas lojas, assim como com a Versage e a Bulgari que estão a abrir novos espaços na Avenida da Liberdade. Nesta artéria, estamos ainda a trabalhar a relocalização da Loja das Meias”.
Se, no final do ano passado, o setor mostrava já sinais de dinamismo, os três primeiros meses do ano confirmam a tendência de recuperação. “No primeiro semestre deste ano, temos sentido um ritmo bastante mais acelerado de trabalho, o que se reflete quer num maior número de lojas a abrir quer num maior investimento na renovação dos espaços”, conta João Marques.
Iluminação marca a diferença
Quais são, então, as principais tendências na construção, design e decoração dos espaços comerciais? “Há uma forte aposta num estilo minimalista, onde a iluminação é um aspeto muito cuidado e desempenha um papel cada vez mais importante. Por outro lado, as lojas integram cada vez mais elementos de comunicação digital, que é transversal a todos os segmentos, desde o ‘mass market’ ao luxo, embora com menos expressão na área de restauração”. Mais uma tendência é o recurso a materiais e looks orgânicos, com uma forte utilização da madeira e do cimento”, conta o managing director da Tetris.
A abordagem de design deve ser global, aconselha diretora geral da Broadway Malyan, que participou na renovação dos espaços comerciais do Aeroporto de Lisboa, onde a “arquitetura, paisagismo, marca e sinalização têm de viver em conjunto de forma a criar uma experiência forte e memorável”. Um espaço de retalho vai hoje muito além do momento da compra, explica. “Proporcionar aos consumidores uma experiência, algo para além do comum, tornou-se fulcral. No caso de um projeto integrado de retalho, como são os centros comerciais ou outros conjuntos integrados), as áreas de restauração e lazer são o foco de qualquer estratégia de atração e fidelização de visitantes”.
As necessidades das comunidades “refletem-se regra geral no custo dos produtos” e existem “estratégias aguerridas na luta pelos consumidores. E nesta luta, experiência é a palavra chave. Por exemplo, nos hiper e supermercados há cada vez mais a componente de lazer, como os cafés e pastelarias que facilitam a vida ao consumidor. Não é por isso de estranhar a crescente aposta na atualização dos ‘food court’ nos centros comerciais”.
Há, assim, uma maior preocupação em garantir o conforto do cliente. “Cada vez mais, as lojas apresentam novos serviços, espaços complementares ao core business, como lounges ou cafés. Por outro lado, também se nota um maior foco na personalização. Por exemplo, nas lojas da Vodafone, ao invés de um balcão, existem postos de atendimento individualizados, o que mostra bem esta tendência”, remata o responsável da Tetris.