“Desigualdade de género” em empresas europeias mantêm-se nos próximos dez anos
A segunda edição do estudo global “When Women Thrive” da consultora Mercer conclui que a igualdade de género nas empresas “tarda a acontecer devido à forma como o talento feminino é gerido”
Ana Catarina Monteiro
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A segunda edição do estudo global “When Women Thrive” da consultora Mercer conclui que a igualdade de género nas empresas “tarda a acontecer devido à forma como o talento feminino é gerido”.
A nível global, a representação das mulheres na força de trabalho é inferior a 50% e, assumindo que as organizações não alteram os seus padrões de comportamento, a representação feminina, a nível da força de trabalho global, será de 40% em 2025, de acordo com o segundo relatório anual global da Mercer designado “When Women Thrive”.
Globalmente, 33% dos gestores de empresas são do sexo feminino, assim como 26% dos gestores seniores e 20% dos executivos. Na Europa, as mulheres representam 21% dos executivos. Já em Portugal e Espanha apresentam um valor acima da média global no que diz respeito aos executivos de top -, 24% são mulheres.
De acordo com o estudo, “se as políticas atuais a nível de recrutamento, promoção e retenção de mulheres se manterem, apenas a América Latina atinge a paridade no que se refere à representação de mulheres em todos os níveis técnicos e superiores, nos próximos dez anos”. No caso das mulheres em cargos executivos, espera-se que a percentagem aumente de 20% para 37% em 2025 a nível global (33% na Europa).
Entre as principais situações reveladas no relatório encontra-se o facto de a representação das mulheres dentro das organizações diminuir à medida que o nível de carreira aumenta, desde as funções de suporte ou admnistrativas até lugares executivos. Não obstante as mulheres terem atualmente 1,5 vezes mais possibilidade de serem contratadas para funções executivas do que os homens, estão também a abandonar as organizações no que respeita a funções de topo a uma velocidade 1,3 vezes superior à dos homens.
“Apesar de se constatar uma maior preocupação das empresas com o tema, tendo resultado no recrutamento e promoção de mais mulheres em cargos de topo, a retenção das mesmas nesses lugares não está a ser feita. O que põe em causa a paridade no futuro e a anulação dos sucessos já alcançados”, diz Nélia Câmara, diretora da Mercer Portugal. “É necessário que os executivos de topo se envolvam ativamente promovendo a paridade salarial e o desenvolvimento do talento feminino dentro das empresas”.
No que respeita a ‘rankings’ regionais, prevê-se que a América Latina aumente a representação feminina na força de trabalho de 36% em 2015 para 49% em 2025, atingindo a paridade. Esta região é seguida pela Austrália e pela Nova Zelândia, crescendo de 35% para 40%. Os EUA e o Canada, apresentam melhorias de apenas 1%, de 39% para 40%.
Na Europa, o género feminino vai manter-se com uma expressão de 37% no corpo laboral nos próximos dez anos. Portugal e Espanha estão alinhados com a previsão europeia, ainda que seja espectável um ligeiro crescimento, de 44% em 2015 para 45% em 2025. A Ásia posiciona-se em último lugar com a previsão de atingir os 28% das mulheres na força de trabalho, uma pequena subida a partir dos 25% em 2015.
O estudo reuniu dados de mais de 600 organizações de todo o mundo, responsáveis pelo emprego de 3,1 milhões de pessoas (incluindo 1,3 milhões de mulheres).
“Não basta criar um programa de “pensos rápidos. A maioria das empresas não se foca no desenvolvimento de talento de forma adequada nem está a apoiar práticas para assegurar que as mulheres sejam bem sucedidas nas suas organizações. Isto acontece porque não consideram o tema uma prioridade ou desconhecem o que podem fazer diferente para obter resultados mais satisfatórios”, conclui Nélia Câmara.