Intermarché traz comitiva francesa a Portugal para conhecer produtores nacionais (com imagens)
O Intermarché levou a cabo a Exposição de Produtores Nacionais no CNEMA – Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém. Com olhos postos na exportação, dezenas de produtores portugueses exibiram os seus produtos, ontem, dia 20 de janeiro, para uma comitiva francesa
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Ana Catarina Monteiro
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O Intermarché levou a cabo a Exposição de Produtores Nacionais no CNEMA – Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém. Com olhos postos na exportação, dezenas de produtores portugueses exibiram os seus produtos, ontem, dia 20 de janeiro, para uma comitiva francesa.
O desafio foi lançado pelo Intermarché, no ano em que comemora 25 anos em Portugal, aos mais de 170 produtores portugueses integrados no programa Origens, para darem a conhecer os seus produtos a uma comitiva internacional. O objetivo seria despertar o interesse e promover conversações que, na melhor das hipóteses, proporcionassem à produção nacional a oportunidade de abastecerem a cadeia em outras geografias, além de Portugal. A rede de franchising do Intermarché está também distribuída por França, Bélgica e Polónia com um total de 3500 pontos de venda nos três países.
Dezenas de produtores de norte a sul do País aceitaram o convite da insígnia alimentar do grupo Os Mosqueteiros e deslocaram-se até Santarém. Na exposição, os representantes da Câmara de Comércio luso-francesa e da sede do grupo francês viram o que de melhor se produz por cá.
À entrada do complexo reuniram-se os vencedores da última edição do Prémio Intermarché Produção Nacional, como o vinho da Quinta da Lagoalva de Cima ou os produtos biológicos da Aromáticas Vivas. As muitas bancadas da mostra encheram-se de vinhos, queijos, frutas, carnes, legumes, pão, de produtores como Vivid Foods, Vale da Rosa, Ecofrutas, Campoaves, Cooperativa Agrícola de Távora, Maria Odete Lopes, Louricoop, Bfruit, Abrunhoeste Frutas, Quinta da Fadagosa, Salsicharia Limiana, CSM Ibéria, entre outras.
A Portugal Fresh também levou alguns produtos ao encontro, que contou com a presença de Capoulas Santos. O ministro da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento Rural falou sobre as medidas do novo Governo para o setor agroalimentar.
A tarde foi animada por um debate, no qual participaram Ana Trigo Morais, diretora-geral da APED (Associação Portuguesa das Empresas da Distribuição), Paulo Águas da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Amândio Santos da PortugalFoods, Manuel Évora da Portugal Fresh e o administrador do Intermarché Vasco Simões.
“O programa Origens, lançado em 1999 sob a designação AGRO, já apoiou mais de 170 produtores locais, mais de 3 000 hectares de cultivo e conta já com mais de 200 produtos portugueses certificados. No total, esta iniciativa já facultou mais de um milhão de euros de incentivos à produção nacional e criou mais de 500 postos de trabalho permanentes”, sublinhou o administrador da insígnia alimentar, que em 2014 atingiu os cerca de três milhões de euros em exportações a partir de Portugal.
O Intermarché começou por distribuir marcas nacionais de maior dimensão como Sumol, Compal, Delta, Milaneza e Gallo, entre outras, que se encontram disponíveis em 300 pontos de venda da cadeia em França. Agora, o objetivo do Grupo passa por começar a exportar uma gama de frescos – desde bacalhau, pastel de nata, pêra rocha, laranja do Algarve e outros produtos “genuinamente” portugueses.
Exportações agro-alimentares portuguesas
O representante da Portugal Fresh deu conta na conferência de que as exportações agro-alimentares portuguesas estão a crescer “10% por ano”. “Desde 2011 as exportações de produtos portugueses cresceram 41%”.
Além disso, lembrou aos produtores que falta pouco para o País equilibrar a balança comercial em relação às importações agro-alimentares. “Em 2010, exportávamos o equivalente a 62% do que importávamos. Em Outubro de 2015, este valor estava nos 96,6%. Estamos quase a conseguir um equilibro”.
Os vários representantes encorajaram as empresas portuguesas a apostar na exportação, por via da diferenciação e da união. Amândio Santos, da PortugalFoods, defendeu que “há uns anos atrás, a grande distribuição afirmava que não apostava nos produtores nacionais porque não tinham volume de produção suficiente. O que já não acontece. Além disso, existia o mito de que os produtos portugueses eram de nicho. Temos que pensar que os nossos concorrentes são Espanha, França, Holanda, por exemplo, pois temos potencial para isso. As empresas têm que sentir que os seus produtos são reconhecidos”.
“Existem ‘clusters’ da economia que não têm dimensão suficiente para exportarem. Estes “têm que se organizar numa dinâmica coletiva e tirar partido das condições geográficas e climáticas do País, que lhes permite concorrer e diferenciarem-se dos países com produção de grande dimensão”, conclui Amândio Santos.