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Distribuição

Parabéns à distribuição moderna

Em 1989, por esta altura, o jornal da distribuição e do retalho HIPERSUPER dava os primeiros passos. 26 anos depois, pretende apurar o que mudou nestes setores em Portugal. No entanto, é inevitável recuarmos até 1985, ano marcado pelo início da relação entre Portugal e a Comunidade Económica Europeia e em que a distribuição moderna chega para ficar

Ana Catarina Monteiro
Distribuição

Parabéns à distribuição moderna

Em 1989, por esta altura, o jornal da distribuição e do retalho HIPERSUPER dava os primeiros passos. 26 anos depois, pretende apurar o que mudou nestes setores em Portugal. No entanto, é inevitável recuarmos até 1985, ano marcado pelo início da relação entre Portugal e a Comunidade Económica Europeia e em que a distribuição moderna chega para ficar

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Ana Catarina Monteiro
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Woman at the supermarket with trolleyEm 1989, por esta altura, o jornal da distribuição e do retalho HIPERSUPER dava os primeiros passos. 26 anos depois, pretende apurar o que mudou nestes setores em Portugal. No entanto, é inevitável recuarmos até 1985, ano marcado pelo início da relação entre Portugal e a Comunidade Económica Europeia e em que a distribuição moderna chega para ficar

A situação económica portuguesa em 1985 não está muito longe da realidade atual. Naquele ano, o País despede-se da intervenção do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da austeridade aplicada depois da crise que vigorou no pós-revolução. Para fazer face ao saldo negativo, a principal solução passa pela desvalorização do escudo, o que impulsiona as exportações mas traz problemas ao nível da importação de bens alimentares essenciais.

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Como resultado, a inflação dispara para perto dos 30% e os portugueses perdem poder de compra. O que leva o Governo, liderado naquele ano por Mário Soares e, a partir de novembro, pelo ex-primeiro ministro Cavaco Silva, a aumentar os valores salariais em cerca de 22%, segundo o jornal Sol. Nesta altura, o salário mínimo geral em Portugal situa-se nos 95,8 euros mensais, de acordo com os dados da Pordata, muito longe dos 505 euros que hoje são garantidos. A desvalorização da moeda é visível quando convertemos a nota mais baixa, a de 20 escudos, para a realidade dos tempos modernos – 40 cêntimos. A nota foi retirada de circulação em 1986, quando se cumpre a promessa de adesão à CEE (Comunidade Económica e Europeia), que mais tarde se veio a designar União Europeia.

Adesão de Portugal à CEE

A entrada de Portugal na União Europeia é um marco importante na história da distribuição, uma vez que traz consigo a modernização das infra-estruturas de comércio e um aumento da concorrência.

Desde logo, as empresas internacionais ganham interesse pelo País. “Muitas multinacionais regressaram a Portugal com a adesão do País à CEE”, explica o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, por ocasião da conferência sobre a distribuição, realizada na feira Alimentaria&Horexpo 2015, em Lisboa. Em termos legais, a participação na Comunidade obriga o mercado nacional a adotar novas regras, destacando como prioridades a sustentabilidade das relações entre fornecedores e distribuidores, o reforço da transparência ao longo da cadeia de abastecimento e a resistência à volatilidade dos preços.

Ainda antes do tratado de adesão assinado, no final de bandeiras_europa_ue1985 abre o primeiro hipermercado português pela mão da Sonae. A partir daí, dá-se a proliferação da distribuição moderna. O setor começa a disponibilizar mais produtos e serviços, invertendo a dinâmica de muitas aberturas de lojas de pequena dimensão, verificada até àquela data. “Enquanto na Europa a tendência passava por reduzir o número de espaços comerciais aumentando, no entanto, a dimensão das lojas, Portugal navegava contra a corrente”, conta João Vieira Lopes. “Quando cheguei a este mercado, espantava o número de pontos de venda por habitante que existiam em Portugal”.

O responsável explica que o País detinha um grande número de lojas devido aos fluxos de emigrantes, que voltaram a Portugal depois da queda do Estado Novo, em 1974, e apostaram na abertura de pequenos espaços de retalho e restauração.

“Regressaram mais de meio milhão de portugueses e muitos, devido ao baixo investimento, criaram negócios no setor alimentar e na restauração. Além disso, deu-se o regresso de emigrantes portugueses em França que apostaram em força na abertura de minimercados. Por último, o fecho de grandes empresas, como as de siderurgia por exemplo, deixou muita gente no desemprego que, tirando partido do recebimento do subsídio de desemprego de uma vez só, aproveitou para também criar negócios no retalho”. Contavam-se “42 mil pontos de venda de comércio alimentar” no País e cerca de “mil lojas grossistas” no final dos anos 70. Número que contraiu para cerca de um terço atualmente.

Surgimento do formato ‘hiper’

retalhoApesar de já existir um “Pão de Açúcar em Cascais”, em Lisboa, foi a 10 de dezembro de 1985 que abriu portas o primeiro hipermercado em Portugal. Para a instalação do Continente em Matosinhos, a retalhista portuense conta com a experiência do grupo francês Promodès para que a loja respeite o conceito original de hipermercado, criado em França.

A inauguração representa um ponto de viragem na história do retalho português. “Tínhamos um comércio pequeno, atomizado, que assentava sobre modelos de negócio com tradição familiar. Não havia esta organização em rede e alargada a outros serviços que agora encontramos”, explica em entrevista ao HIPERSUPER Ana Morais, diretora-geral da APED (Associação Portuguesa das Empresas da distribuição).

Dada a excitação do público com uma loja onde podem comprar quase tudo o que necessitam, alimentar e não alimentar, a preços mais baixos do que lhes apresenta os mercados de bairro, os funcionários do primeiro ‘hiper’ viram as prateleiras esvaziarem rapidamente no dia de abertura. Tiveram até que fechar por alguns momentos para reposição dos produtos.

Diariamente, o espaço recebia cerca de “15 mil pessoas”, com um gasto médio de “dez contos (50 euros)”, apura o Dinheiro Vivo. O consumidor, habituado a uma “oferta orientada”, passou a ter uma “oferta muito diversificada”. Tendência que se mantém até hoje, visto que a loja foi alargada ao longo dos últimos 30 anos para os atuais 9 864 metros quadrados.

O conceito de superfície comercial com mais de 2 500 metros quadrados veio revolucionar a distribuição, encarando naturalmente alguns protestos por parte dos comerciantes tradicionais, que pensam que o seu negócio vai desaparecer. “Corria a ideia de que este formato iria ditar o fim dos já existentes. Não se concretizou. O mercado reparte-se. Tal como agora o mercado se vai repartir com a expansão do comércio eletrónico”, compara o presidente da Confederação do Comércio.

retalhoResponsável por “incluir nos passeios de família ao fim de semana a visita demorada às grandes superfícies”, o formato ‘hiper’ inspirou também a implementação de conceitos de loja distintos. “A grande diversificação de formatos rapidamente conquistou quota de mercado ao comércio tradicional, tanto no canal alimentar como no não alimentar”, de acordo com um estudo do Ministério da Economia, citado pelo Público.

Uma década depois do arranque da distribuição moderna em Matosinhos, existiam quase 40 hipermercados, que já representavam 41% das vendas a retalho, segundo dados da consultora Nielsen. “Hoje, Portugal tem cerca de quatro milhões de metros quadrados de grandes superfícies e cerca de 3,5 milhões de metros quadrados de centros comerciais”, revela João Vieira Lopes.

O disruptivo código de barras 

Colocar o preço um a um nos produtos torna-se uma tarefa interminável num grande estabelecimento de comércio. Imagine-se, nos dias que correm, os operadores de loja etiquetarem uma média de 70 mil referências existentes nos grandes formatos de retalho alimentar. Foi este trabalho que a introdução do código de barras veio poupar.

retalho1.jpgMais uma vez, regressamos a 1985 e ao primeiro ‘hiper’. A primeira Caixa Automática da rede Multibanco, projeto da SIBS, entrou em funções em setembro do mesmo ano. A tecnologia começa a conquistar o seu terreno no campo competitivo dos negócios quando surge a codificação, pela mão da GS1, no mercado nacional da distribuição. O primeiro espaço de retalho a servir-se do código de barras foi precisamente o Continente de Matosinhos.

Além de optimizar o sistema de identificação e etiquetagem dos produtos na frente de loja, a introdução do código autonomizou a gestão do stock. O registo dos artigos em armazém acontece de forma automática, eliminando horas perdidas na contagem, feita com papel e caneta, dos artigos disponíveis para abastecer os lineares. Quando uma pasta de dentes é vendida, o inventário é automaticamente atualizado. Quer para os operadores de loja como para o consumidor, o processo de pagamento torna-se também mais veloz.

As linhas verticais constam também como a primeira ferramenta a permitir o rastreamento dos produtos ao longo da cadeia de abastecimento, abrindo caminho para uma cadeia de valor mais transparente. A sequência de 13 barras pretas afixada nos artigos traduz-se em informação sobre em que país o produto foi registado, a marca e a referência do próprio produto.

No entanto, para descodificar é necessária uma adaptação de equipamentos – leitores óticos, máquinas e novos métodos de trabalho – não só no retalho mas em toda a cadeia de aprovisionamento. Entre as partes, a indústria é a mais resistente à mudança. “Argumentavam que o código de barras iria tornar a embalagem mais feia, o que não fazia sentido. Pouco a pouco, foi-se conseguindo”, recorda ao Público, José Rousseau, professor e presidente do Fórum do Consumo. A indústria foi obrigada a emergir na codificação quando o Continente e o Pão de Açúcar exigiram aos seus fornecedores que o fizessem, indicando-lhes um prazo que, caso não cumprissem, perderiam aqueles clientes.

retalho3.jpgA Codipor (Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos) nasce a 26 de novembro de 1985 e transforma-se mais tarde na GS1 Portugal. Hoje, a empresa apresenta ao mercado diversas soluções de codificação, normalizadas e globais, multiplicadas a partir do código de barras, que foi talvez a primeira mudança disruptiva a nível tecnológico no setor e ainda hoje é uma ferramenta indispensável para um retalhista. Está hoje presente em “111 países, dois milhões de empresas, contando com cinco mil milhões de leituras por dia”.

Três décadas depois, o sistema de barras deu origem a diversas soluções (físicas e desmaterializadas), abarcam uma alargada quantidade de áreas além da distribuição, como a Saúde, a Defesa ou ainda as Finanças. As ferramentas de codificação e etiquetagem permitem juntar cada vez mais informação sobre o percurso de “vida” dos produtos e dão mais eficiência e segurança às lojas.

Por sua vez, as marcas são gradualmente obrigadas, em termos legais, a reforçar a transparência com o consumidor. Longe vão os tempos em que as etiquetas continham apenas o preço e a validade dos produtos. Os rótulos dos produtos têm que conter informação detalhada sobre os componentes e aspectos como origem, riscos para a saúde, modo de conservação, entre outros. Para certificar a veracidade das informações, bem como regular a própria produção e bastidores das lojas, surge em 2006 (não apenas para esta área) a ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

Revolução na cadeia de valor

Mercado de VinhosA tecnologia foi uma das áreas de negócio incorporadas na distribuição moderna. “A distribuição trouxe não só um novo modelo de negócio para o comércio, como também uma data de negócios que têm que existir para que a cadeia de valor funcione. Esta cadeia inclui muitos intervenientes além da distribuição, como também a logística, a cadeia de fornecimento, a tecnologia, a sofisticação e segurança, entre outros. A distribuição é indutora do aparecimento de novos negócios, introduz novas práticas no mercado que favorecem a criação de outras empresas e indústrias que lhe prestam serviços”, explica a diretor-geral da APED. Por exemplo, a tecnologia de ‘check out’ de pagamento, a produção de bens alimentares dentro da loja, na hora, inovações para as quais “as pequenas e médias empresas” fornecedoras de equipamento têm um “papel importante”.

Um área que beneficiou muito com desenrolar do setor foi o negócio do frio e produtos de congelação, como exemplifica Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, associação portuguesa de marcas. “É facilmente percebido com as dificuldades, até à eclosão da moderna distribuição, das operações de produtos envolvendo redes de frio e do crescimento geométrico das suas vendas desde o surgimento dos espaços comerciais dos grandes grupos do retalho”.

“Hoje, 99% dos consumidores nacionais são clientes da distribuição moderna”, estima Ana Morais, acrescentando que “a melhoria da qualidade de vida no País nos últimos 30 anos muito se deve à modernização da distribuição”, que veio colocar o “consumidor no centro das decisões”. O setor da distribuição não sobrevive isolado e o vasto conjunto de agentes envolvidos permite uma “organização de formatos de comércio, de acordo com o padrão de vida que os portugueses vão escolhendo”.

Well's“Quando explodiram novos formatos e nasceu o retalho especializado, o hipermercado transformou-se numa loja alimentar, com cafetarias, zonas de preparação de alimentos e áreas de saúde e bem-estar. Deu-se uma revolução na cadeia de valor. Também os supermercados se renovaram, os primeiros vendiam tudo no mesmo espaço. Hoje, o conceito não faz sentido e foi ocupado pelos shoppings”. Palavras de Luís Reis, citado pelo HIPERSUPER, enquanto CCCO (Chief Corporate Center Officer) da Sonae SGPS à data de 2012, quando se registam “1 860 supers e hipermercados” abertos em território nacional.

Ao mesmo tempo que absorve várias áreas de negócio, a própria distribuição também se especializa em outros domínios, como na produção. Em 1992, o Continente lança a primeira gama de produtos de marca própria. A nível geral, atualmente as marcas da distribuição detêm uma “quota de mercado de 20%”.

“As marcas da distribuição são já uma longa história de grande sucesso, a nível mundial. Evoluíram muito. Primeiro, começamos por ter o fenómeno das marcas brancas, passamos pelas marcas próprias e depois surgem as marcas da distribuição. Hoje em dia, já estamos na fase de marcas de terceira geração. No início, o produto era fabricado pelo fornecedor e chegava à prateleira sem marca, depois tivemos os artigos de insígnia, com o nome do retalhista, e agora temos mais que isso. Temos retalhistas a desenvolverem, além das próprias, marcas com nomes distintos do da loja”, regista a responsável da associação dos distribuidores.

Serviços e horários alargados

Além da produção, o setor alargou a outros negócios, como as gasolineiras ou os medicamentos não sujeitos a receita médica, conseguindo aos poucos “agarrar” a confiança do consumidor nos seus artigos. “Havia uma carência de confiança nos combustíveis da distribuição que hoje em dia é líder de mercado em vendas neste segmento. Neste aspeto, há uma evolução quase disruptiva do mercado neste setor. Nos medicamentos, só há dez anos, por questões regulatórias, foi possível vender medicamentos não sujeitos a receita médica nos espaços de saúde da distribuição. E isso também foi uma revolução. As pessoas passaram a ter acesso, no mesmo sítio, a uma série de produtos de que necessitam e que são úteis no seu dia a dia”.

retalho_aberturasOutro marco importante na história do retalho, destacado pela diretora-geral, é o alargamento dos horários e a evolução conceito de conveniência. “Demorou 14 anos até que se pudesse reformar o enquadramento regulatório legislativo para que todas as lojas pudessem abrir ao domingo”. Já os formatos mais pequenos tinham essa possibilidade, quando, “no dia 24 de outubro de 2010, foi revista a legislação que previa a abertura das grandes superfícies”.

“Passamos de uma época em que só se podia fazer compras nos horários regulares e tradicionais de comércio para uma época em que as pessoas podem fazer as suas compras depois do trabalho e também ao domingo, em todos os formatos. Passamos de uma época em que estava tudo fechado para, hoje em dia, todos os retalhistas quererem estar sempre abertos para o consumidor escolher quando quer comprar”.

Guerra dos formatos

Olhando para trás, em 1995 o formato ‘hiper’ detinha 41% das vendas no canal alimentar. “Era o formato do futuro e de repente, sem o mercado estar a contar com isso, apareceu o formato ‘discount’. Começou a abrir muitas lojas, com uma política de expansão muito agressiva, em Portugal e na Europa, e conseguiu crescer a um ritmo acelerado. Pensávamos que este formato iria continuar a crescer, até por causa da crise que se fez sentir em 2008, e contra todas as expectativas, não foi isso que aconteceu”, por uma razão muito simples: “o fator preço nem sempre é o que mais interessa para os consumidores”, aponta Ana Paula Barbosa, Retailer Services Director da Nielsen.

retalho.jpgA consultora está “há dez anos” a realizar um estudo para tentar perceber quais os atributos mais importantes na experiência em loja. “Invariavelmente, aparecem sempre os mesmos – a experiência de compra agradável, boa relação qualidade-preço e a loja com tudo o que preciso. Os ‘discount’ nem sempre têm uma experiência de compra agradável. Cada vez mais  vão tendo mas no passado não. Tinham uma boa relação qualidade-preço mas depois não tinham tudo o que o consumidor precisava, faltava parte do sortido. Tendência que os ‘discount’ hoje estão a tentar reverter. O segredo é tentar conciliar estes três fatores para otimizar a experiência de compra do consumidor”.

Além disso, o supermercado “acabou por ser também muito dinâmico, com algumas cadeias a voltarem a sua estratégia para este modelo, e a partir dos anos 2000 torna-se o formato dominante”. Refletindo sobre algumas coisas que mudaram, vê-se ainda que o retalho tradicional há 30 anos representava “88% das vendas alimentares e hoje representa 10%”.

No entanto, o retalho de proximidade, “que teve a decrescer estes anos todos e a perder importância”, em 2015 “cresce e é o mais dinâmico”, segundo os dados da consultora. O presidente da Confederação do comércio explica o fenómeno. “Estamos numa nova fase de valorização do comércio de proximidade, fruto de uma população que continua a envelhecer, a perder mobilidade e valorizar a comodidade e de uma geração de jovens que não querer perder tempo do seu fim de semana nos espaços comerciais”.

retalho_2.jpgAlém da dinâmica dos espaços físicos, assistimos ao advento das lojas online com a democratização da internet entre os consumidores. Em 2001, nasce o primeiro hipermercado online português. A inovação surge mais uma vez com o cunho da Sonae, que atualmente tem mais de 400 mil clientes online registados e 12 milhões de visitas anuais à plataforma. Em 2004, surge o serviço de compras online de supermercado do El Corte Inglés, que conta com 15 mil produtos e o Jumbo é o terceiro retalhista a aderir ao ‘e-commerce’ em Portugal, em 2007.

O comércio eletrónico apresenta grandes desafios e oportunidades para a distribuição. Dá origem a novos operadores, com negócios direcionados exclusivamente para o online, e os retalhistas físicos procedem a investimentos no canal digital para não ficarem para trás. O que vem intensificar ainda mais a competitividade do mercado.

Distribuição e contexto económico

Para João Vieira Lopes, o desenvolvimento do comércio “reflete a evolução económica do País e da sua mentalidade”. Ana Paula Barbosa diz que “não é bem assim”. Até que ponto a evolução do retalho está intrinsecamente ligada à da economia?

retalho2.jpg“Se olharmos para a evolução do PIB [Produto Interno Bruto] nacional nos últimos cinco anos e olharmos para a evolução das vendas em valor, deparamo-nos precisamente com tendências opostas. É claro que o contexto económico tem impacto direto no retalho mas, nos anos piores da crise, houve um maior consumo para dentro de casa e agora há mais consumo fora de casa. Desta forma, o retalho alimentar está neste momento com tendências mais negativas. Muitas vezes no meio de um contexto económico negativo, as insígnias tendem a antecipar um decréscimo de vendas e a apostar em estratégias muito agressivas, em termos de preços e promoções, sem muitas vezes haver muita necessidade disso. Neste aspeto, a evolução do retalho está mais dependente daquilo que o retalho e as marcas fazem do que propriamente do contexto económico”, explica a responsável da Nielsen.

Atualmente, cada ‘shopper’ visita “em média três a quatro insígnias diferentes e escolhem o formato consoante a sua missão de compra”. Assim, a disputa entre formatos “não faz muito sentido”. Se for para abastecer a dispensa vai a uma loja maior. Se for uma compra mais pequena vai a uma loja de conveniência. “Por isso, são complementares. No futuro, acho que nenhum formato vai desaparecer mas cada um vai ocupar um espaço na escolha dos consumidores. É importante segmentar os consumidores pela idade, pelas missões de compras, entre outros aspetos que serão determinantes para as escolhas que fazem”.

Mas a dinâmica da distribuição “está muito longe de estar esgotada”, conclui o diretor-geral da Centromarca. “Há múltiplos formatos com que nos confrontaremos no curto-médio prazo, a começar por todo o universo omnicanal, com a digitalização das transacções, com conceitos mistos como os do ‘drive through’ e do ‘click and collect’, com as ‘store-in-store’ ou com o melhoramento das entregas capilares associadas aos modelos digitais de negócio”.

O complemento de segurança RFID

No ano de 2011, o RFID está em fase de amadurecimento em Portugal. É um dos mais recentes métodos de identificação dos artigos, que funciona com identificação por radiofrequência. “Não é um substituto dos códigos de barra mas um complemento”, sobretudo ao nível da segurança. Comparado com os códigos de barra tradicionais, o RFID “não necessita de linha de vista para identificar o objeto, ou seja para catalogar 100 peças de roupa inseridas numa caixa não é preciso abri-la. Além de a identificação ser automática, a tecnologia identifica ainda as dimensões de cada uma das peças (M, L, XL). Permite ainda inventários online para definir a exata localização de um artigo no armazém”, explica numa entrevista realizada naquele ano António Pinto, da Sybase.

rfidComo detém uma maior capacidade de armazenamento de informação, a tecnologia eleva o comércio a novos patamares de segurança e experiência do consumidor, quer no ponto de venda quer nos canais online e mobile. “São as novas armas dos produtores e retalhistas para responder às exigências legais e às tentativas de furto”.

Segundo a opinião de Mariano Tudela, diretor-geral da Checkpoint para o Sul da Europa e França, publicada no HIPERSUPER em 2013, “as etiquetas RFID, com elevada resistência e durabilidade e aplicáveis quer em produtos, quer caixas e paletes, permitem manter a contagem e identificação de todos os artigos em qualquer ponto da distribuição, seja desde o fabrico/saída da fábrica, seja na em loja/compra. Esta valência só é possível através da complementaridade que a RFID atribui aos sistemas de segurança que se tornam assim, também, sistemas de contagem e manutenção de inventário”.

Apesar da evolução, neste momento, as soluções mais utilizadas pelas empresas portuguesas continuam a ser as “impressoras e leitores de códigos de barras”, por “uma questão de custos”, dá conta, por sua vez, o Marketing Manager da Zetes Burótica, João Carlos Coutinho. Todos os dias em Portugal passam pelos leitores de códigos de barras mais de dez milhões de artigos. Alternativas em ascensão no mercado não faltam, como por exemplo o QR Code, que recorre à fotografia.

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Em Portugal, a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro.

Os CTT – Correios de Portugal vão reforçar a operação de tratamento e distribuição de encomendas para fazer face à procura da peak season, período entre a Black Friday e o Dia de Reis. A nível ibérico a expectativa é que sejam feitas mais de um milhão de entregas de encomendas pelos CTT em dias de pico, avança a empresa em comunicado.

Em Portugal, a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro.

Já na distribuição em Portugal, existirá um reforço de recursos humanos e de rotas de distribuição, com a contratação de mais de 800 pessoas para esta época, elevando para cerca de 7800 os trabalhadores das operações de correio e expresso dedicados à peak season, com mais veículos para o transporte de encomendas e mais 850 rotas suplementares.

Será ainda implementado o trabalho suplementar aos feriados, sábado e domingos e, sempre que possível, serão antecipadas as recolhas junto dos clientes empresariais, refere ainda os CTT que terão equipas de manutenção em permanência nos centros da CTT Expresso (MARL, em Lisboa, e Perafita, no Porto) e uma equipa de Sistemas de Informação reforçada.

Também no apoio ao cliente existirá um reforço de 25% a 30% da equipa de atendimento, sendo que o chatbot Helena, solução de Inteligência Artificial dos CTT, estará também com uma robustez reforçada para dar resposta aos clientes dos CTT. A nova assistente virtual dos CTT disponibiliza uma assistência em tempo real, conjugando as componentes informativa e transacional, sendo possível, por exemplo, saber o estado de uma encomenda.

Os CTT lembram que é importante estar atento contra eventuais esquemas de phishing, devendo os clientes seguir todos procedimentos para assegurar a segurança dos seus dados pessoais e bancários.

Já em Espanha a CTT Express está preparada para gerir entre 500 a 600 mil envios por dia nos dias de maior movimento e reforçará a contratação para esta época com cerca de 200 pessoas para o tratamento e cerca de 600 fornecedores de distribuição.

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Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar

Com esta nova abertura, a Auchan Retail Portugal reforça a sua estratégia de expansão no mercado da saúde e bem-estar.

A Auchan Retail Portugal reforça a aposta no segmento de ultra proximidade com a inauguração da terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar.

Num espaço de 204 metros quadrados, a My Auchan Saúde e Bem-Estar de Campolide, localizado na Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, em Campolide, abre  portas esta sexta-feira.

“Sabemos que a Saúde é hoje extremamente relevante na sua componente de prevenção e na lógica de “viver mais e melhor”. A nossa missão é proporcionar o acesso a soluções integradas que vão ao encontro das necessidades do consumidor, numa experiência de compra completa, com uma oferta diversificada de marcas nacionais e internacionais, que alia qualidade e acessibilidade. A nova loja de Campolide reflete esse compromisso”, explica Inês Matos, diretora de nutrição, saúde e bem-estar na Auchan Retail Portugal.

“Temos um plano de expansão forte para os centros urbanos e pretendemos levar estes espaços, adaptados às necessidades específicas de cada bairro, a vários pontos do país nos próximos anos, reforçando a proximidade com os nossos clientes”, acrescenta.

Aberta todos os dias das 9 às 21 horas, a loja oferece ainda vantagens exclusivas para membros do Clube Auchan.

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Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR

Os projetos LIFE SeaBIL, OCEAN4FUEL e MESMERISING, focados na proteção dos oceanos e dos ecossistemas aquáticos, foram os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR, lançado este ano para tornar a iniciativa ainda mais abrangente.  

Um dos três projetos vencedores, o LIFE SeaBIL, liderado pela SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, tem o objetivo de reduzir o impacto direto e indireto do lixo marinho nas aves que dependem dos ecossistemas costeiros e marinhos, além de promover a consciencialização e incentivar práticas mais ecológicas. A sua principal prioridade será continuar a recolher dados mensais nas Berlengas, monitorizar as aves arrojadas, reunir cientistas, autoridades e entidades reguladoras em prol da identificação das melhores soluções.

O OCEAN4FUEL, um projeto submetido pela Universidade de Aveiro – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, foi outro dos vencedores. A sua missão consiste em transformar plásticos marinhos, que poluem os oceanos e afetam os ecossistemas, em combustível líquido. Para isso, utiliza um processo denominado pirólise, que permite produzir um combustível compatível com a gasolina e gasóleo, oferecendo uma solução sustentável para enfrentar dois grandes desafios globais: a poluição marinha e a crise energética e ambiental associada aos combustíveis fósseis.

Apresentado pelo Instituto de Telecomunicações, o projeto MESMERISING, o terceiro vencedor, concentra-se no desenvolvimento de tecnologias para a monitorização em tempo-real de microplásticos em meios aquáticos. Isso permitirá identificar e caracterizar os diminutos microplásticos, recorrendo a canais microscópicos para conduzir a água por sensores eletromagnéticos, cujos dados serão recolhidos e processados por sistemas eletrónicos avançados.

As inscrições para o Prémio TransforMAR decorreram durante os meses de junho a setembro deste ano. As 38 candidaturas recebidas foram avaliadas segundo critérios estratégicos: alinhamento com o objetivo de proteção do oceano e dos ecossistemas aquáticos; robustez e/ou capacidade de implementação; inovação e criatividade; e qualidade do pitch. Podiam candidatar-se projetos nas áreas de redução de plástico nos oceanos; limpeza dos mares e orla costeira; transformação e/ou reciclagem de resíduos marinhos; proteção das espécies marinhas e sensibilização e/ou educação ambiental.

A par do Prémio TransforMAR em 2024, o Lidl Portugal levou a sua forte estratégia de sustentabilidade a 10 praias de norte a sul do país, durante o mês de agosto, com a dinamização de atividades de sensibilização para toda a família. Além disso, entre junho e julho, foram realizadas atividades para colónias de férias em 18 praias, aproximando-nos da comunidade escolar, promovendo ações lúdico-pedagógicas para crianças. Em parceria com a ONG Brigada do Mar, o Lidl Portugal promoveu 11 ações de limpeza na costa portuguesa, tanto em praias como nos rios, contribuindo para a descontaminação e proteção destas zonas, bem como dos ecossistemas aquáticos.

O programa TransforMAR surge de uma iniciativa pioneira do Lidl Portugal, juntamente com o Electrão, em parceria com a Marinha Portuguesa e a Brigada do Mar, contando com o apoio da  Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE), Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e Quercus. Desde 2018, o TransforMAR recolheu mais de 253 toneladas de resíduos plásticos e metal das praias, mares e rios portugueses, transformando-os em benefício da comunidade.

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Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial

“O primeiro passo para o sucesso de uma empresa é valorizar as suas pessoas e a renovação desta distinção é precisamente um reflexo desse facto e das nossas boas práticas. Estamos comprometidos com a mudança para um mundo mais igualitário e justo”, afirma Dina Duarte, diretora geral da Montiqueijo.

Pelo segundo ano consecutivo, no âmbito do Dia Mundial para a Igualdade Salarial – assinalado a 14 de novembro – a Montiqueijo foi distinguida com o Selo da Igualdade Salarial, atribuído anualmente pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), reforçando, assim, o seu compromisso com a equidade no local de trabalho.

O Selo da Igualdade Salarial procura reconhecer as boas práticas das empresas na promoção da Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens. Este certificado Salarial sublinha o empenho da Montiqueijo em garantir que todos os seus colaboradores recebem remunerações justas e que vão ao encontro das suas competências e desempenho, independentemente do género.

“O primeiro passo para o sucesso de uma empresa é valorizar as suas pessoas e a renovação desta distinção é precisamente um reflexo desse facto e das nossas boas práticas. Estamos comprometidos com a mudança para um mundo mais igualitário e justo”, afirma Dina Duarte, Diretora Geral da produtora.

Sendo a responsabilidade social um pilar fulcral para a empresa, este selo reafirma a importância da adoção de práticas laborais justas e transparentes, bem como da criação de um ambiente de trabalho equitativo e inclusivo, procurando promover não só igualdade e respeito como também a motivação dos colaboradores, sublinha a Montiqueijo em comunicado.

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Não Alimentar

Sensodyne com novidades nos seus dentífricos mais populares

A Sensodyne ouviu os consumidores e apresenta várias novidades nas seis pastas dentífricas da gama base da marca. 

“Sensodyne tem como missão melhorar a qualidade de vida dos que sofrem de sensibilidade dentária. Ao renovar a sua gama essencial, pretende incentivar mais pessoas a usar um produto adequado à sua condição. Estamos a investir na gama essencial para mostrar aos consumidores que Sensodyne tem todos os atributos de uma pasta regular, com o benefício acrescido de também proteger contra a sensibilidade dentária.” explica Cristina Rosa, Sensodyne Brand Manager – Haleon Portugal.

Depois de ouvir os consumidores, a marca concluiu que 36% dos portugueses que sofrem de sensibilidade dentária não usam dentífrico específico. Segundo a marca, a justificação está relacionada com dois fatores. Por um lado, há quem pense que um dentífrico específico só deve ser usado perante um quadro de dor relacionada com a sensibilidade dentária; por outro lado, há quem acredite que essas mesmas pastas não têm os benefícios de uma pasta regular, como proteção contra as cáries e limpeza profunda.(*IPSOS U&A Study 2018).

Para combater esta condição, Sensodyne introduziu novidades nos seus dentífricos mais populares (Proteção diária, Multicare, Gengivas, Extra Fresh, Branqueadora, Limpeza e Frescura): uma nova fórmula com tripla ação de limpeza, que elimina a placa bacteriana e que contém flúor para proteger contra as cáries, e uma imagem renovada.

 

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Alimentar

Salutem lança Mini Tortitas com dois novos sabores

Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e a Queijo Azul são as novidades “para quem procura snacks equilibrados e cheios de sabor”.

A Salutem traz duas novidades para quem procura snacks equilibrados e cheios de sabor: as Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e a Queijo Azul.

Prontas a comer, as novas Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e com sabor a Queijo Azul “surgem como uma escolha ideal para quem quer elevar a experiência de receber a família e os amigos em casa. Com uma textura crocante e um toque sofisticado, são perfeitas para compor tábuas de queijos, acompanhar um vinho ou serem servidas simplesmente como um aperitivo em ocasiões especiais”, refere a Salutem em comunicado.

Estes novos sabores refletem o compromisso da marca em criar opções que respeitam o ritmo natural de cada pessoa, unindo o sabor ao bem-estar, sublinha ainda.

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Bebidas

LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social

Colaboração entre a Auchan, a Fundação LIGA e a Casa Ermelinda Freitas reforça compromisso com a responsabilidade social e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

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Uma nova iniciativa solidária chega às prateleiras da Auchan. Em parceria com a Fundação LIGA, instituição que se dedica à capacitação e inclusão de pessoas com deficiência, e a Casa Ermelinda Freitas, a retalhista lança o vinho “LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas”. Parte do valor das vendas será para apoiar pessoas com deficiência.

O vinho distingue-se pelo rótulo, uma obra de arte original da autoria de Bráulio Moreira e Tomás Lima, artistas e utentes da Fundação LIGA. Por cada uma das garrafas vendidas, 1,50€ será destinado aos projetos de apoio da Fundação, que abrangem áreas como habilitação, reabilitação, formação profissional, emprego e acessibilidade, promovendo a inclusão e autonomia.

A apresentação oficial está marcada para dia 28 de novembro, às 17 horas, na Auchan Live Almada, com a presença dos representantes das três entidades envolvidas. Esta colaboração entre a Auchan, a Fundação LIGA e a Casa Ermelinda Freitas reforça compromisso com a responsabilidade social e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

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Produção

Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser

Pedro Serra defendeu no 10ª edição do Congresso Nacional de Rega e Drenagem que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva, impondo-se a necessidade urgente de criar um quadro legislativo novo.

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A 10ª edição do Congresso Nacional de Rega e Drenagem organizado pelo COTR – Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio, com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça, da Associação de Beneficiários de Cela, da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça, da APDEA, da APRH, do COTHN, da DGADR, da FENAREG, do INIAV, do Politécnico de Coimbra, da SCAP e da Universidade de Coimbra, reuniu mais de 30 oradores e especialistas nacionais e internacionais  durante 3 dias, além de profissionais do ecossistema da agricultura e do regadio.

Presidente do COTR, Gonçalo Morais Tristão

O programa do X Congresso incluiu uma sessão de abertura a cargo do presidente do COTR, Gonçalo Morais Tristão, de Hermínio Rodrigues – Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, e de José Manuel Gonçalves da Escola Superior Agrária de Coimbra, 5 keynotes, várias apresentações, 4 mesas-redondas e 2 fóruns de comunicações, estruturados em torno de 13 painéis dedicados aos temas: Água, Agricultura e Ambiente: Uma Abordagem Integrada da Gestão da Água; Regadio, Inovação e Tecnologia; Alterações Climáticas e Regadio: Medidas de Adaptação; Comunicar Agricultura e Regadio. Durante o Congresso foi também efetuada a apresentação da Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio, e ocorreu uma visita técnica à Campotec.
Nuno Canada, Presidente do INIAV, e Hermínio Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, foram os responsáveis pela sessão de encerramento.

Modelo de gestão dos recursos hídricos deve ser semelhante a Alqueva

Pedro Serra, que teve a seu cargo a primeira keynote do Congresso, defendeu que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva, impondo-se a necessidade urgente de criar um quadro legislativo novo que tenha em conta o momento atual e que traga a Lei da Água de 2005 para o presente. Dando a conhecer o retrato de Portugal e da Península Ibérica no que diz respeito ao clima e ao regadio, aquele responsável revelou a posição de privilégio de que Portugal desfruta no contexto europeu, dispondo, além disso, do dobro da quantidade de água per capita face ao resto da Europa, ainda que o nível de pluviosidade seja mais irregular e a variabilidade se venha a acentuar cada vez mais, mercê também do impacto das alterações climáticas.

Referindo a assimetria existente entre as zonas húmidas de Portugal (norte) e as zonas secas (sul) que justificam uma maior apetência para agricultura de regadio na zona sul do país com o Alentejo a apresentar um crescimento de mais 60% nos últimos anos, Pedro Serra afirmou que em Portugal são os privados quem tem vindo a fazer investimentos avultados, na ordem dos vários milhões de euros, no regadio durante a última década, criando o seu próprio Plano e impulsionando a sua modernização. Destacando a necessidade de se criar uma gestão integrada dos recursos hídricos em Portugal, o orador deu como exemplo o enorme sucesso de Alqueva que já rega cerca de 150 mil hectares, e sublinhou que o nível de eficiência do regadio privado no nosso país está nos 90%, enquanto o regadio público/coletivo não vai além dos 40%.

Pedro Serra também defendeu que os planos hídricos são essenciais para o futuro da água no nosso país, onde considerou que temos tudo, exceto vontade política e estratégia para termos mais e melhores recursos hídricos, e que é urgente mudar o paradigma da água na agricultura, porque dele depende a nossa segurança e autonomia alimentar.

A mudança de paradigma, segundo Pedro Serra, tem de assentar numa gestão estruturada que inclua a rega, a agricultura e a sustentabilidade, de modo a termos uma política da água que se articule com política do regadio e a nova política energética, porque a mudança de paradigma na agricultura e na água, é também uma questão de transição energética. Desde logo porque é preciso evitar o desperdício da água através do planeamento da utilização da água para fins múltiplos, tornando-se essencial aproveitar o excesso produzido pelas energias renováveis através de melhor ligação às hidroelétricas. Aquele orador, defendeu ainda que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva.

Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser

Seguiu-se uma mesa-redonda, moderada pela jornalista Teresa Silveira, onde participaram Jorge Froes do Projeto Água no Oeste, José Núncio da Fenareg e Rogério Ferreira da DGADR. Os intervenientes foram unânimes em considerar que é preciso desburocratizar, simplificar o licenciamento e criar enquadramentos legais novos e ajustados à presente realidade do país.

Jorge Froes defendeu que Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser, e precisa de planos hídricos que permitam fazer a gestão integrada, envolvendo cada região e criando um plano hídrico nacional que contemple as vertentes local, regional, particulares e nacional. Sublinhando o papel dos privados ao longo dos últimos anos no que diz respeito ao investimento e desenvolvimento dos recursos hídricos e relembrando que para se fazer agricultura – da qual depende a segurança alimentar do país, é preciso regadio, José Núncio referiu que temos água, temos dinheiro, recursos e tecnologia e que só falta vontade política para se avançar com um plano e uma estratégia de Resiliência Hídrica.

Portugal terá de investir 3 a 4 mil milhões de euros para reabilitar as águas residuais urbanas nos próximos anos

Os participantes referiram ainda a necessidade de reduzir as perdas de água e de a levar para a rega, algo que impõe um esforço de modernização urgente, e no qual devem ser respeitadas as especificidades do território em matéria de construção e gestão de barragens e da água. Um cenário onde adquirem particular importância as barragens de fins múltiplos e onde a questão da reutilização da água e das ETARS terá de ser também equacionada. Sobretudo, porque, com a entrada em vigor da nova diretiva europeia, Portugal nos próximos anos terá de investir entre 3 e 4 Mil Milhões de Euros para reabilitar as águas residuais urbanas, implicando a construção de mais ETARS e a remoção das mais poluentes.

Durante a mesa-redonda, o responsável da DGADR referiu que a iniciativa Água Que Une – cujo trabalho será apresentado em janeiro de 2025, constitui uma oportunidade única para se criar um ponto de encontro de toda a fileira e a possibilidade de termos uma visão do país como um todo no que diz respeito ao tema da água. Neste contexto, a vertente da Governança, que irá ser abordada no trabalho de levantamento que está a ser feito, adquire particular relevância. Sublinhando o potencial das águas Residuais Tratadas no Regadio, Rogério Ferreira, alertou para a necessidade de se reformular a lei do Regadio (RJOAH) que tem quarenta anos e que há 20 que não é alterada, e revelou que a taxa de execução do PDR 2020, que só em 2023 deu 350 Milhões de Euros à agricultura, é já neste momento de 96%, faltando apenas executar apenas 4% daqui até ao final de 2025.

O responsável da DGADR, que defendeu que é preciso fazer uma reflexão profunda em Portugal sobre os licenciamentos, para se encontrarem soluções e fazer alterações que permitam reduzir os atuais prazos demasiado longos das candidaturas (5 e 7 anos entre o estudo prévio e o momento da execução) e assim sermos mais eficientes, destacou a importância do PEPAC na desburocratização e encurtamento dos prazos de decisão sobre os financiamentos dos projetos dos agricultores, que neste contexto passam a ser de um máximo de 60 dias.

Tecnologia ajuda a fazer uso mais eficiente e racional da água

A tarde do primeiro dia foi dedicada ao Regadio: Inovação e Tecnologia e contou com duas apresentações e uma mesa-redonda.

Na sua apresentação, José Maria Tarjuelo, Professor da Universidade de Castilla-La Mancha (UCLM), sublinhou a importância dos dados e das ferramentas digitais no contexto do regadio, e deu a conhecer o SAR (servicios de asesoramiento al regante). Trata-se de um sistema criado pela UCLM com o intuito de ajudar os agricultores a fazerem uma utilização eficiente e racional dos meios de produção, em especial da água e da energia, proporcionando-lhes o apoio científico e técnico adequado para otimizarem a sua gestão, e contribuindo para tornar a agricultura numa atividade económica, social e ambientalmente sustentável. José Maria Tarjuelo, sublinhou ainda a importância do uso de sistemas digitais na compreensão e monitorização do consumo de água e seu respetivo impacto nas culturas, determinando as necessidades e racionalizando os consumos. Desta forma é possível conjugar o regadio com a água da chuva, adequar os sistemas de rega à evolução concreta de cada uma das fases das culturas e obter poupanças muito significativas.

Por seu turno, Joan Girona, responsável do IRTA – Institut de Recerca i Tecnología (Catalunha) falou sobre o Uso Eficiente da Água na Agricultura e o seu papel na produção dos alimentos. Este orador referiu a crescente importância da tecnologia neste âmbito desde os programas de software, à IA, aos drones, às aplicações, aos sensores (aéreos e enterrados) até às sondas e satélites, etc, defendendo que o mais importante não é a quantidade de água que está afeta a cada cultura, mas sim a porção que cada cultura tem possibilidade de absorver. Dois conceitos distintos e que importa trabalhar a bem do aumento da eficiência do consumo e da produção e da poupança de recursos. Neste contexto, relembrando que a maior parte da água absorvida pelas plantas é depois devolvida ao meio ambiente através da transpiração, o responsável do IRTA chamou atenção para o papel da rega e do regadio de precisão, apoiados em sensores que medem as culturas continuamente cruzando os dados, guiando e otimizando a produção e os respetivos consumos de água.

Segundo Joan Girona, os sistemas de rega são cada vez mais eficientes, fornecendo informação cada vez mais detalhada sobre o estado hídrico das culturas e permitindo ajustar a utilização da rega com a água da chuva, otimizando os consumos e tornando a agricultura muito mais sustentável. Um esforço que é preciso continuar a fazer, dadas as alterações climáticas e a sua repercussão no aumento dos períodos de seca e de escassez da água.

A tecnologia terá um papel fulcral a desempenhar no contexto da sustentabilidade e da otimização do consumo da água, mas importa encontrar um equilíbrio que inclua o conhecimento humano, e que advém de se ir a campo e de se observarem as plantas e os solos in loco, até para podermos manter toda a riqueza do conhecimento agronómico do qual dependemos para programarmos corretamente e com precisão as ferramentas, concluiu.

É fundamental aumentar a literacia dos agricultores e impulsionar a capacitação digital do setor

A mesa-redonda do período da tarde, que foi moderada por Luís Alcino Conceição do InvoTechAgro, teve como participantes Miguel Tavares da Sysmart, Paula Paredes do ISA Rui Sousa do INIAV, e Tiago Sá da Wisecrop. Os participantes consideraram que não obstante os grandes avanços do regadio, desde que foi implementado o primeiro pivot de rega nos anos 90 do séc. XX, passando depois pelo projeto do Alqueva e pela introdução dos sistemas gota a gota, o atual movimento de transformação digital exige mais literacia e capacitação dos agricultores. Um esforço que obriga à criação de equipas multidisciplinares, que trabalhem em conjunto no sentido de maximizar a aplicação da tecnologia na agricultura e no regadio, integrando e passando conhecimento técnico para o setor. A academia tem um papel importante a desempenhar neste contexto, onde a tecnologia não pode fazer perder o foco na agronomia e na produção de alimentos.

A par desta abordagem abrangente, onde o dimensionamento no campo para se ver o que se está a fazer é uma peça chave, os vários intervenientes consideraram que os agricultores precisam de ser apoiados na adoção e na implementação da tecnologia para que este processo possa ser verdadeiramente eficaz. A assessoria, a par da formação, é outra vertente a desenvolver e ampliar, porque não basta ter a tecnologia e os sistemas inteligentes implementados. É preciso saber usá-los e tirar partido deles, percebendo que o seu propósito é dar opções para se gerir melhor, quais são as vantagens da sua utilização, e que a inovação é um processo contínuo. Agilidade e simplicidade são por isso dois aspetos fundamentais a ter em atenção, para se poder aumentar a literacia digital do setor e reduzir o gap existente entre o nível de maturidade do setor e o novo universo que a IA está a abrir em todos os setores de atividade, incluindo na agricultura e no regadio.

O primeiro dia do Congresso terminou com um Fórum de Comunicações onde foram apresentados vários projetos como:  Serviço Irriwatch; Avaliação Da Espectroscopia De Campo Na Gestão Da Rega Em Kiwicultura; Potencial De Reutilização De Águas Residuais Em Contexto Agrícola; Qualidade Da Água De Rega E Dos Fluxos De Retorno Em Áreas De Culturas Anuais E Perenes – Um Caso De Estudo No Aproveitamento Hidroagrícola Da Campina Da Idanha; Análise Comparativa Da Utilização De Diferentes Tipos De Disposição De Painéis Fotovoltaicos Na Rega Da Cultura Da Amendoeira; Proteção Dos Recursos Hídricos Nos Agroecossistemas Orizícolas – Contributo Do Projeto Promedrice, Programa Prima; e Estimativa Do Consumo De Água, Assistida Por Deteção Remota, Em Pomares De Macieiras Com Enrelvamento Permanente – Estudo Sobre A Produção De Maçã De Alcobaça IGP.

 

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Zippy convida as famílias a explorarem as suas emoções de forma inclusiva

“É urgente que as famílias percebam que todas as emoções têm um lugar, mesmo no Natal. Promover esta aceitação é fundamental para que as crianças cresçam mais seguras e conscientes de si mesmas.”, afirma o Professor Doutor Mário Cordeiro, que se aliou à Zippy nesta iniciativa.

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Num período frequentemente associado à felicidade e ao convívio, a Zippy reconhece que o Natal não é vivido da mesma forma por todos. A nova campanha procura dar voz a todas as emoções, sublinhando a importância de cada indivíduo na forma como sente e expressa os seus sentimentos.

“A ciência, a psicologia, a pediatria e a parte social reconheceram, finalmente, que as crianças têm emoções, sentem as coisas, têm sentimentos. As emoções, sejam elas raiva, angústia, medo ou alegria e bem-estar, fazem parte do ser humano e constituem uma paleta riquíssima que não pode ser ignorada ou banalizada. Aceitar e compreender estas emoções é essencial para um desenvolvimento saudável e uma convivência familiar mais harmoniosa.”, afirma o Professor Doutor Mário Cordeiro, que se aliou à Zippy nesta iniciativa.

A campanha integra as seis personagens coloridas da Zippy – os Monstros das Emoções –, que ajudam a explorar sentimentos de uma forma lúdica e visual. Cada monstro representa uma emoção distinta – alegria, tristeza, vergonha, medo, raiva e calma –, servindo de ponto de partida para conversas significativas entre pais e filhos.

“É urgente que as famílias percebam que todas as emoções têm um lugar, mesmo no Natal. Promover esta aceitação é fundamental para que as crianças cresçam mais seguras e conscientes de si mesmas.”, reforça o Dr. Mário Cordeiro.

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Lidl e Remax premeiam cinco famílias no Concurso Casas

A iniciativa ofereceu a cada uma das cinco famílias vencedoras, dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Lisboa e Santarém, um cheque-oferta de 200 mil euros para a compra de um imóvel.

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Na edição deste ano, o Concurso Casas teve um aumento de 50 mil euros por prémio e contou “com uma adesão recorde, com mais de 6,4 milhões de participações submetidas através da app Lidl Plus”, revelam o Lidl e a Remax, referindo ainda que na edição anterior, houve 2,5 milhões de participações.

As vencedoras foram apuradas nos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Lisboa e Santarém, e vão receber um cheque-oferta de 200 mil euros para a compra de um imóvel.

E entre os vencedores, Daniela Franco, de 28 anos, estava desempregada quando recebeu a notícia e já tem a escritura agendada da sua futura casa. Já a Marta Fernandes, de 37 anos, mãe solteira e a trabalhar numa fábrica de licores, “o prémio trouxe a segurança necessária para si e para os seus dois filhos”, enquanto Arinda Rodrigues, de 65 anos, professora aposentada, planeia usar o prémio para comprar uma nova casa, “e, assim, permitir que o filho possa residir na sua antiga morada”, revelam o Lidl e a Remax num comunicado.

Cada sorteio semanal decorreu sob supervisão rigorosa entre os dias 1 e 29 de outubro, com a gestão e acompanhamento da Sociprime, “de modo a garantir transparência e conformidade em todo o processo”. “Após apurados os vencedores, estes foram contactados e submetidos a um processo de verificação de dados, de acordo com o regulamento estabelecido”, informam ainda

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