Taxas de juro baixas beneficiam imobiliário comercial
Elevada procura por ativos imobiliários é uma tendência “a nível global, a qual resulta de uma elevada liquidez e de um mercado financeiro com taxas de juro muito baixas”
Rita Gonçalves
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O mercado português de imobiliário comercial acentuou a tendência de descida das ‘yield prime’ (taxa de rentabilidade) em todos os setores, no primeiro semestre de 2015.
No mesmo período, as rendas ‘prime’ mantiveram-se inalteradas, com a exceção dos centros comerciais em Lisboa, que evidenciam uma subida neste período, segundo o mais recente Relatório de Rendas & Yields da consultora imobiliária CBRE.
Para Cristina Arouca, Diretora de Research e Consultoria, “A queda contínua e acentuada das taxas de capitalização prime no mercado português expressa a manutenção de uma forte procura no mercado de investimento imobiliário. No primeiro semestre de 2015, o investimento registado já ultrapassou o total alcançado em todo o ano de 2014, com 970 milhões de euros, causando elevada expectativa para os valores dos próximos trimestres, podendo 2015 tornar-se num ano histórico para o setor”.
“Esta elevada procura por ativos imobiliários é uma tendência generalizada a nível global, a qual resulta de uma elevada liquidez e de um mercado financeiro com taxas de juro muito baixas. O setor imobiliário apresenta taxas de rentabilidade muito atrativas e Portugal beneficia do facto de ainda oferecer rentabilidades muito superiores à maioria dos outros países europeus. Simultaneamente, o processo de recuperação gradual da atividade económica portuguesa tem também contribuído para o aumento da confiança dos investidores internacionais no nosso País”.
Neste trimestre acentuou-se assim a descida das taxas de rentabilidade (yields) em todos os setores, com este indicador a apresentar “níveis muito próximos dos observados no último pico do mercado imobiliário em 2007. De destacar a ‘yield prime’ para o comércio de rua que já se encontra 125 pontos base abaixo do pico de 2007”.
No mercado de ocupação, a retoma está a ser “muito mais moderada”. Não se verificaram este trimestre alterações nas rendas prime, com exceção dos centros comerciais em Lisboa, onde se observou uma subida de 12%.