Preço do leite ao produtor cai 25% em Portugal. Associação organiza manifestação
Com o preço do leite ao produtor a cair, “alguns compradores impuseram novas descidas e largas dezenas de produtores” hoje “desesperados com falta de liquidez”

Rita Gonçalves
Adega da José Maria da Fonseca distinguida como a mais sustentável da Europa
Rui Miguel Nabeiro apresenta livro sobre a liderança e legado do avô, fundador da Delta Cafés
Grupo Global Quality Ibéria entrega prémios Top Beleza 2025, Troféu da Casa e Pet Care em Barcelona
Super Bock Group conquista 11 medalhas no Monde Selection de La Qualité
Action chega a Ovar, Évora e Sintra em abril
Mário David Carvalho assume direção Hisense HVAC em Portugal
DPD Portugal lança calculadora de carbono para monitorizar impacto ambiental das entregas
LASO Transportes nomeada para os ESTA Awards 2025 com transporte de pontes metálicas de 80 toneladas
Vitacress e STEF formalizam parceria estratégica para otimizar distribuição nacional de frescos
Monchique Can: uma nova experiência de hidratação em garrafa de alumínio
“A produção de leite em Portugal atravessa provavelmente a etapa mais difícil da sua história. No último ano, o preço do leite ao produtor baixou 25%. Os últimos dados oficiais indicam que, em maio, no continente, registou-se um preço médio de 28,3 cêntimos/ kg de leite ao produtor, bem longe dos 35 cêntimos que pode atingir o custo de produção”.
Começa assim o comunicado que a APROLEP – Associação dos Produtores de Leite em Portugal – enviou esta manhã às redações a dar conta de uma manifestação agendada para hoje (15 julho) onde são esperados centenas de produtores.
Com o preço do leite ao produtor a cair, “alguns compradores impuseram novas descidas e largas dezenas de produtores estão com preço médio de 23 cêntimos por litro de leite produzido. Muitos estão desesperados com falta de liquidez, aumentaram o abate de animais e registar-se-à certamente o racionamento alimentar em muitas vacarias. Perspetiva-se o abandono da atividade para muitos produtores e o aumento do endividamento para os poucos que resistam”.
Três meses depois do fim das quotas leiteiras, situação que a União Europeia apresentou com “a oportunidade para produzir sem limites, diversos compradores estão a impor aos produtores limites inferiores à quota detida até março, o que obriga os produtores a travar a fundo para conter a produção e vai limitar ainda mais o já baixo rendimento, pois mantém-se os custos fixos. Esses limites são motivados pelo aumento dos stocks de leite e produtos lácteos transformados e esse aumento de stocks foi consequência do ligeiro aumento de produção de leite em Portugal mas sobretudo da redução do e da dificuldade de exportação para mercados tradicionais como Espanha ou Angola”.
Apesar das dificuldades crescentes na produção de leite nacional, “continua a registar-se a importação de leite para marcas brancas, queijo e iogurtes, de que resulta um défice anual de 200 milhões de euros em produtos lácteos, inaceitável quando temos disponibilidade de leite fresco, próximo e de qualidade reconhecida”, sublinha a Associação.
Para que o consumidor possa “comprar o que é nosso, é necessário que as superfícies comerciais disponibilizem e deem prioridade aos produtos nacionais nas suas prateleiras”.
“Compete ao Governo fiscalizar as importações que ocorrem a preços estranhamente baixos, dinamizar as exportações e atuar como mediador para uma repartição mais justa da margem na cadeia de valor do leite, entre distribuição, indústria e produção”.