Preço do leite ao produtor cai 25% em Portugal. Associação organiza manifestação
Com o preço do leite ao produtor a cair, “alguns compradores impuseram novas descidas e largas dezenas de produtores” hoje “desesperados com falta de liquidez”

Rita Gonçalves
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“A produção de leite em Portugal atravessa provavelmente a etapa mais difícil da sua história. No último ano, o preço do leite ao produtor baixou 25%. Os últimos dados oficiais indicam que, em maio, no continente, registou-se um preço médio de 28,3 cêntimos/ kg de leite ao produtor, bem longe dos 35 cêntimos que pode atingir o custo de produção”.
Começa assim o comunicado que a APROLEP – Associação dos Produtores de Leite em Portugal – enviou esta manhã às redações a dar conta de uma manifestação agendada para hoje (15 julho) onde são esperados centenas de produtores.
Com o preço do leite ao produtor a cair, “alguns compradores impuseram novas descidas e largas dezenas de produtores estão com preço médio de 23 cêntimos por litro de leite produzido. Muitos estão desesperados com falta de liquidez, aumentaram o abate de animais e registar-se-à certamente o racionamento alimentar em muitas vacarias. Perspetiva-se o abandono da atividade para muitos produtores e o aumento do endividamento para os poucos que resistam”.
Três meses depois do fim das quotas leiteiras, situação que a União Europeia apresentou com “a oportunidade para produzir sem limites, diversos compradores estão a impor aos produtores limites inferiores à quota detida até março, o que obriga os produtores a travar a fundo para conter a produção e vai limitar ainda mais o já baixo rendimento, pois mantém-se os custos fixos. Esses limites são motivados pelo aumento dos stocks de leite e produtos lácteos transformados e esse aumento de stocks foi consequência do ligeiro aumento de produção de leite em Portugal mas sobretudo da redução do e da dificuldade de exportação para mercados tradicionais como Espanha ou Angola”.
Apesar das dificuldades crescentes na produção de leite nacional, “continua a registar-se a importação de leite para marcas brancas, queijo e iogurtes, de que resulta um défice anual de 200 milhões de euros em produtos lácteos, inaceitável quando temos disponibilidade de leite fresco, próximo e de qualidade reconhecida”, sublinha a Associação.
Para que o consumidor possa “comprar o que é nosso, é necessário que as superfícies comerciais disponibilizem e deem prioridade aos produtos nacionais nas suas prateleiras”.
“Compete ao Governo fiscalizar as importações que ocorrem a preços estranhamente baixos, dinamizar as exportações e atuar como mediador para uma repartição mais justa da margem na cadeia de valor do leite, entre distribuição, indústria e produção”.