Cláudia Rocha, SGS
O futuro da energia na loja
Nas lojas, a maior parte da energia era introduzida na rede, havendo agora cada vez mais o conceito do “auto consumo”
Ana Catarina Monteiro
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Nas lojas, a maior parte da energia era introduzida na rede, havendo agora cada vez mais o conceito do “auto consumo”. A eficiência energética e as boas práticas por quem frequenta os espaços comerciais, colaboradores e consumidores, tem trazido bons resultados na redução de custos.
Existem têm grandes áreas de consumo nos espaços comerciais: iluminação, ar condicionado e frio para os produtos alimentares.
“Relativamente à iluminação, existe um cenário bastante díspar de lojas para loja. Existem lojas onde a eficiência energética é um termo comum e onde já se começa a falar de ecoeficiência. Por outro lado, existem lojas em que o conceito de eficiência energética ainda não começou a ser estudado”, explica a engenheira Cláudia Rocha, colaboradora da empresa de qualidade e segurança SGS, que participou nas conferências do Hipersuper sobre o setor do retalho, a 30 de abril, dando umas dicas sobre poupança e eficiência energética, num momento em que a política que promove as energias renováveis está prestes a mudar.
“No final do ano passado, foi publicado um novo decreto-lei e a lógica do mercado vai ser alterada. Anteriormente, a tecnologia dos sistemas para a produção de energias renováveis não estava tão desenvolvida como neste momento, em que temos grandes eficiências que sofreram também uma grande descida nos preços de instalação. O que é bastante mais atrativo para a implementação de soluções de energias renováveis. O legislador, atento a esta situação, alterou a legislação de forma a que não continue a ser atribuída uma tarifa bonificada, como acontecia até aqui, para incentivar a este tipo de instalações”.
Com a evolução tecnólogica, acompanhada pela redução de custos de implementação, a área de iluminação beneficia de poupanças. “Em situações típicas de substituição da iluminação tradicional por iluminações mais eficientes – como as fluorescentes, eco e os leds – conjugando também com a utilização da luz natural, conseguimos reduzir entre 15 a 20% do consumo de luz”.
Para obter melhores resultados nas duas outras áreas que representam custos mais elevados para o retalho: a climatização (geração de calor) e o frio, Cláudia Rocha sugere o “ice storage”, que apesar de ainda ter custos elevados oferece níveis de poupança significativos. “O “ice storage” ou “bancos de gelo” permite o acumular de gelo durante a noite, quando as tarifas não são tão elevadas, para depois ser aproveitado para consumo durante os período em que as tarifas não são tão vantajosas. Os equipamentos são bastante eficientes e requerem potências menores do que aquelas que habitualmente encontramos instaladas para suprimir as necessidades energéticas do espaço”.
Produzir e ao mesmo tempo consumir – “nada mais adequado ao setor do retalho”, sublinha. “Estamos a falar de instalações fotovoltaicas que produzem durante o dia enquanto o consumo é efetuado. Aguardamos neste momento a publicação das últimas portarias para que este setor fique completamente regulamentado e para começarmos a estudar detalhadamente a instalação destas fontes de energia mas que estamos a crer que vai ser uma grande oportunidade para o setor de retalho”.