Especial Sumos e Refrigerantes. O movimento da autenticidade
Autenticidade, naturalidade e frescura. Estes são os valores que guiam actualmente as principais marcas de bebidas refrescantes sem álcool no lançamento de novos produtos e na comunicação com o seu público
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Rita Gonçalves
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“A principal tendência registada nos últimos anos no sector das ‘soft drinks’ prende-se com uma procura crescente por parte dos consumidores portugueses em torno de propostas com maiores credenciais de naturalidade e autenticidade no consumo, sem prejuízo do sabor”, revela ao HIPERSUPER João Costa, Beverages Marketing Manager da Unilever Jerónimo Martins.
“Apesar de relativamente tradicionalista, o consumidor português tem evoluído significativamente nos últimos anos, apresentando hoje um nível de exigência e maturidade superiores, como é reflexo o facto de procurar, de forma informada, soluções mais diversificadas e ajustadas àquelas que são as suas necessidades e momentos de consumo”.
A Lipton Ice Tea tem capitalizado ao longo dos anos sobre aquela tendência, “por ser uma combinação natural e refrescante de chá com sumo de fruta”. No ano passado, a marca deu mais um passo nesse sentido. “Tornou-se a primeira marca em Portugal a introduzir extrato da planta stevia – um adoçante de origem natural que permite reduzir significativamente o nível de açúcar mantendo o sabor original”. A introdução de stevia permitiu levar a cabo uma diminuição do nível de açúcar na ordem dos 35%, sem recurso a edulcorantes artificiais. “Com esta mudança, Lipton exerce a sua responsabilidade enquanto líder no seu segmento, um movimento que, de resto, acreditamos que outras marcas irão seguir num futuro próximo”.
A Sonatural, marca de sumos de frutas e vegetais da GL que utiliza uma tecnologia de produção única no mercado (hiperpressão a frio), tem sabido tirar partido desta tendência pela procura de produtos mais naturais e autênticos. Rita Salgado, administradora, revela que a marca facturou 5 mil milhões de euros, no ano passado e estima crescer este ano 20%. Tratam-se de sumos frescos e puros, sem adição de açúcar, corantes ou conservantes, cuja validade ronda os 40 dias. “Apesar dos anos de crise a que fomos forçados a viver, a marca continua num ritmo de crescimento impressionante. Temos consciência que não é ‘mainstream’ mas estamos a ganhar cada vez mais consumidores”. A marca trouxe no ano passado uma distinção do SIAL Innovation. Por não serem um ‘mata sede’, estes sumos gozam de pouco sazonalidade. São adquiridos ao longo do ano como forma de tomar diariamente frutas e legumes.
À espera de um bom Verão
Os olhos estão postos no Verão. “As expectativas para este ano são positivas, não só pelo facto de o Verão do ano passado não ter sido favorável a todas as categorias de consumo com uma dependência da forte sazonalidade, mas também pelo regresso moderado dos consumidores ao consumo fora do lar”, sublinha João Costa, acrescentado que “depois de três anos de contracção significativa”, o consumo fora do lar começou a registar “desde meados do ano passado” uma ligeira tendência de recuperação. A marca estima crescer entre 3 a 4% este ano. Para ajudar a concretizar o objectivo, vai reeditar em edição limitada nesta época estival a gama de Lipton Cocktails, não alcoólica e baixa em calorias, a “pedido de muitos consumidores”.
O canal Horeca está a ser muito importante para a GL, diz, por sua vez, Rita Salgado. “Sobretudo, com o afluxo enorme de turismo em Portugal. Temos muito a agradecer às companhias aéreas ‘low cost’ que têm trazido, ao longo do ano, massas de turistas que gostam do nosso País e fazem muito consumo no canal Horeca. A Sonatural, como já é vendida na Europa, goza de algum reconhecimento o que nos tem também ajudado”. A marca exporta 50% da produção.
As promoções são uma aposta? “A estratégia da GL para a marca não passa pela promoção. Passa pela criação de novidades e sua divulgação – através de redes sociais, degustação em eventos dirigidos ao target principal. Só o consumidor tem ganho com o frenesim promocional que se instalou com a crise no nosso País. Acreditamos que já todos os players, dos fabricantes aos distribuidores, entenderam que o ritmo promocional em que o País “se meteu” não traz margem a nenhum ponto da cadeia, não traz fidelidade do consumidor nem à marca nem à insígnia nem tampouco faz o consumidor comprar mais quantidade. Algures no tempo, que acreditamos não estar muito longe, terá de haver um abrandar forte da quantidade e profundidade das promoções. Está na mão de todos os responsáveis no processo em reduzir drasticamente o nível promocional. No que toca à Sonatural, orgulhamo-nos de conseguir crescer a dois dígitos com praticamente nenhuma promoção. O consumidor reconhece a nossa diferença e qualidade e está disposto a pagar pela mesma. Ao mesmo tempo que crescemos em vendas, não o fazemos à custa de anular as margens – nossas e da distribuição”.
A Lipton tem outra visão deste fenómeno. “O mercado de bebidas refrigerantes, à imagem da generalidade das categorias de grande consumo, assistiu nos últimos anos a um aumento do investimento promocional, no sentido das principais marcas darem uma resposta ao contexto macro-económico recessivo e inerente redução do rendimento disponível, e manterem a sua relevância enquanto categoria. Desta forma, Lipton acompanhou a tendência, intensificando o investimento em momentos específicos do ano. Como continua a ser um factor de decisão de compra bastante relevante, continuaremos a investir nesta vertente em linha com o efectuado em anos anteriores”.