Lagar da Oliveira da Serra é o “Melhor do Mundo”
Com 21% de quota de mercado e um volume de vendas de 12 500 mil litros de azeite em 2014, a Oliveira da Serra foi eleita a “escolha do consumidor 2014/2015” pelos portugueses. O lagar da marca do grupo Sovena ocupa o primeiro lugar do ranking do World’s Best Olive Oil Mills, na qualidade de melhor produtor de azeite do mundo
Ana Catarina Monteiro
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Com 21% de quota de mercado e um volume de vendas de 12 500 mil litros de azeite em 2014, a Oliveira da Serra foi eleita a “escolha do consumidor 2014/2015” pelos portugueses. O lagar da marca do grupo Sovena ocupa o primeiro lugar do ranking do World’s Best Olive Oil Mills, na qualidade de melhor produtor de azeite do mundo.
O sector de azeite está a “inverter a situação desfavorável” provocada pela quebra da produção, assistindo-se agora ao “aumento do preço dos azeites” portugueses no mercado global, disse Assunção Cristas, Ministra da Agricultura e do Mar, em visita ao Lagar do Marmelo da Oliveira da Serra, em Ferreira do Alentejo, no passado dia 23 de Janeiro. A vigilância anti-furto proporcionada pelo Programa Campo Seguro, que tem como objectivo ser um instrumento de combate à criminalidade no mundo rural, expressou-se numa “subida de 40% a 50%” do preço do ‘líquido dourado’ em Portugal, que “compensou os produtores e diminuiu o impacto da quebra de produção”.
De Janeiro a Dezembro de 2014, a balança comercial portuguesa sentiu o “aumento de 7,5% das exportações”, sendo que o sector do “azeite contribuiu com 100 milhões de euros” para este resultado. Para o mercado externo, a Ministra explicou que o azeite português “é vendido pelo dobro do preço”, com uma “qualidade reconhecida além fronteiras”. As importações, por sua vez, abrandaram o ritmo.
Em 2014, a Oliveira da Serra “cresceu 8% em volume” e ganhou mais de 40 prémios em concursos mundiais, dos quais se destacam os Mário Solinas, Ovibeja, Sial Canadá, Oil China, Olive Japan, Copenhagen International Olive Oil Award, Concurso Nacional de Azeite Virgem Extra, Los Angeles Country Fair, Marco Oreggia e NY Olive Oil Competition. Estas distinções deram origem ao primeiro lugar no World’s Best Olive Oil Mills, ou seja, o melhor lagar do mundo, o que a administração da marca interpretou como o equivalente a “melhor produtor de azeite do mundo”.
“Marca de azeite com maior presença nos lares portugueses”
Segundo dados da Nielsen citados pela empresa, durante a visita ao Alentejo, o cliente português consome uma média de dez litros de azeite por ano. O País regista um consumo médio de sete litros per capita. Otto Teixeira da Cruz, Director Comercial da Sovena, empresa que detém a marca de azeite, revelou que o “consumo tem crescido, correspondendo a uma média de 3% em volume, nos últimos oito anos”.
A administração apresentou, também neste dia, o azeite “primeira colheita 2014/15”, para o qual definiram a estratégia de lançamento para o mercado com um preço “mais baixo, acessível a todos os consumidores, criando expectativa” nos pontos de venda.
Durante o ano anterior, a marca recuperou a tradição de fritar com azeite, com o lançamento do Azeite Fritar, que “tem crescido cerca de 11% em volume por mês”. Ainda no final de 2013, um novo formato para temperar saladas ou saltear pratos, o spray “Oliveira da Serra Q.B”, chegou ao mercado, e tem vindo a gerar uma resposta positiva por parte do público. “Os consumidores experimentaram esta inovação e gostaram da sua praticidade e versatilidade e a prova disso é que em 2014 as vendas em volume tiveram um crescimento mensal de 1%”, revelou fonte da empresa ao HIPERSUPER.
Entre as novidades está ainda o “Oliveirinha da Serra”, que sai para o mercado em Fevereiro deste ano. Com apenas 0,3% de acidez, é um azeite virgem extra “muito suave”, por ser produzido “predominantemente a partir de azeitonas da variedade arbequina”, correspondendo às necessidades de bebés e crianças.
“Apostámos numa relação cada vez mais próxima com o consumidor e que nos valeu a eleição de Escolha do Consumidor 2014/2015. Uma relação construída também através das redes sociais, onde expomos dicas e receitas, assinadas pelo Chef Vitor Sobral e que se podem preparar em apenas 15 minutos”, disse o Director.
Produção nacional chegou às 7 mil toneladas de azeite
“60% do azeite consumido durante 2014 corresponde ao azeite virgem e virgem extra, e os restantes 40% correspondem ao azeite refinado”, sendo que o principal cliente é a “distribuição moderna”. O ano passado foi o “quarto ano consecutivo” no qual a Oliveira da Serra “liderou as vendas no mercado”, com 21% de quota de mercado em volume e 23% em valor.
Na campanha 2014/2015, foram processadas 51 mil toneladas de azeitona e mais de sete mil toneladas de azeite foram extraídas dos dois lagares do grupo Sovena em Portugal, o Lagar do Marmelo e o Lagar de Avis, em Painho, detido anteriormente pela Lactogal. Ambas as plantações contaram com recurso a um sistema de GPS na sua origem.
A marca detém um olival com mais de 10 milhões de oliveiras, numa extensão de mais de 10 000 hectares, distribuídos por 57 quintas e herdades, em território nacional, embora a produção total do grupo esteja espalhada por Portugal, Espanha e Marrocos, contando com uma área total de mais de 13 237 hectares, dos quais 11 242 estão preenchidos pelas oliveiras. A maior parte da área de plantação é portuguesa, correspondendo a 8 581 hectares plantados, numa área bruta de 10 269 hectares. Um número muito acima dos 1 636 hectares detidos em Espanha e dos 1 332 no país do norte de África.
Além de unidades de embalamento em Espanha, Portugal, Estados Unidos e Tunísia, a Sovena possui também uma unidade de bio diesel, responsável pelo processamento de “75 mil toneladas de bio combustíveis”, no último ano. A Agrodiesel foi constituída em 2007, através de uma parceria com a Diester Internacional (empresa participada pela Bunge e pela Diester, operador europeu de biodiesel), abrindo portas ao mundo da energia para o grupo de gorduras alimentares Sovena que, por sua vez, pertence à empresa da área de alimentação e bebidas, a Nutrinveste. A fábrica foi instalada junto da fábrica da Tagol, responsável pela extracção e refinação de oleaginosas e soja, e iniciou as operações em Dezembro daquele ano.
O lagar do Marmelo, que recebeu a visita da Ministra em Janeiro, tem capacidade para armazenar 5 600 toneladas de azeite e uma produção que equivale à extracção de 2 600 toneladas de azeitona por dia. Além deste, a marca conta também com o lagar de Avis desde 2013, com capacidade para processar 900 toneladas diárias de azeitona, o que duplicou a capacidade de produção por campanha.
O lagar foi reconstruído a partir da antiga fábrica de lacticínios da Lactogal, inactiva desde 2009, e está integrado no Projecto ELAIA, desenvolvido em conjunto entre o grupo e a Sociedade de Investimento Atitland. Com o objectivo de alargamento da actividade à produção própria de azeite, o programa abrange investimentos na requalificação e expansão da área de olival da empresa e na inovação em termos da laboração do azeite.
França é o principal destino de exportação na Europa
Exportada desde o início dos anos 90, a marca era inicialmente orientada para o “mercado da saudade” e PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), mas a expansão geográfica tem “assumido uma relevância cada vez maior”. Um facto que levou a marca portuguesa a expandir mercados e a estar hoje em latitudes tão distantes como a Rússia, a Índia ou a China. Actualmente, as exportações representam 10% do volume da facturação da empresa.
Os países que mais apreciam o produto português são o Brasil, onde a Sovena está representada com os azeites “Andorinha”, segunda marca mais vendida no mercado com “resultados muito promissores”, e os Estados Unidos da América, com a marca “Olivari”, cuja produção parte dos terrenos espanhóis. Já a França é o principal destino de exportação na Europa, apresentando crescimentos “na ordem dos 30%”.
A “aposta constante” na modernização dos sistemas de produção é levada a cabo pelo grupo, através da parceria com várias universidades, em Espanha e Portugal, para investigação de novos e mais eficientes recursos, a nível dos gotejadores, qualidade dos sistemas de rega, sondas para optimizar a qualidade dos terrenos, entre outros estudos.
Durante a visita ao lagar do Marmelo, houve ainda tempo para uma aula sobre os benefícios da dieta mediterrânica, dada por Assunção Cristas a uma turma de crianças de uma escola local, que tiveram depois a oportunidade de visitar as instalações do emblemático espaço da Oliveira da Serra.