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Como contar uma boa história?, por Edson Athayde

“Não é preciso muito dinheiro para contar uma boa história mas é preciso certamente uma boa história se tem pouco dinheiro. Com uma boa história, é possível convencer qualquer pessoa”

Rita Gonçalves
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Como contar uma boa história?, por Edson Athayde

“Não é preciso muito dinheiro para contar uma boa história mas é preciso certamente uma boa história se tem pouco dinheiro. Com uma boa história, é possível convencer qualquer pessoa”

Rita Gonçalves
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Por Edson Athayde, publicitário e escritor*

Apesar de ser um conceito actualmente na moda, o ‘storytelling’ remonta a 335 A.C., quando Aristóteles lança os pilares da poética, que vêm separar o imaginário do real, a ficção da realidade.

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‘As Mil e Uma Noites’, colecção de histórias e contos populares originários do Médio Oriente, são, talvez, o primeiro grande publicitário do ‘storytelling’.

‘Storytelling’ não é mais do que uma narrativa. Na sua definição técnica é a arte interactiva de, através de palavras e imagens, contar histórias estimulando a imaginação do receptor. Hoje, já temos programas que moldam as narrativas. Ainda não temos programas que as criem, mas não deve estar muito longe o tempo em que vão inventar esses programas. Os latinos têm um pouco a mania de que uma história tem de ser contada com palavras. Esquecem as imagens. E a verdade é que não basta contar uma boa história, é preciso cativar o receptor. Quando mais você for capaz de embelezar a história, mais audiência garantirá.

O mundo mudou. Somos incapazes de desligar da realidade. A cada 35 segundos perguntamo-nos qual o sentido da vida. E vamos criando realidades paralelas. Por exemplo, os norte-americanos passam, em média, por dia, cinco horas em frente à TV e outras tantas a ouvir música, muitas vezes em movimento. E, por outro lado, passamos cerca de oito horas diárias sonhando com histórias. Ou seja, um terço da nossa vida sonhamos acordados. É por isso que é tão difícil cativar a atenção das pessoas. Costumo partilhar a metáfora dos átomos. Apesar de o universo ser constituído por átomos há mais histórias no mundo do que átomos. Todos temos uma história para contar: pessoas, famílias empresas e marcas.

Não basta a história, é preciso saber como contar!

A ‘selfie’ que a apresentadora Ellen Degeneres publicou no Twitter durante a apresentação da edição deste ano dos óscares foi partilhada por 219 mil pessoas logo no primeiro minuto e registou mais de 3,3 milhões de partilhas. É uma história muito forte. Quase equivalente à chegada do homem à lua. Esta história, que colocou as ‘selfies’ na ordem do dia, traz também a ideia de que os actores de Hollywood são pessoas comuns, iguais a todos nós, até tiram ‘selfies’ como nós!

Há algo que nunca pode ser esquecido. As pessoas acham o que querem achar e não o que lhe dizemos. Por exemplo, dê uma notícia sobre uma descoberta de um cientista e as pessoas vão achar que é uma verdade absoluta.

As histórias a contar podem ser grandes (lendas, contos, épicos) ou curtas (anedota, pequeno conto), depende da ambição, das necessidades e dos recursos disponíveis. Regra geral, as grandes narrativas integram campanhas longas e integradas que cruzam vários suportes e as pequenas passam em ‘spots’ publicitários de poucos segundos. Assim, não basta saber o que dizer, é preciso saber contar a história. O resto é experimental, como a dimensão, os suportes escolhidos, entre outros.

A ditadura das narrativas e a era da desinformação

Abandonámos a sociedade da informação para entrar na ditadura das narrativas. É por isso que somos desatentos, somos bombardeados com narrativas a toda a hora. Estamos na era da desatenção. Por exemplo, repare quando está no comboio. O estranho é quando alguém não está a interagir com alguma coisa, um smartphone, um tablet, um livro. Não tenho os números de Portugal. Mas, no Brasil, por exemplo, mais de 30% das pessoas utilizam o Twitter enquanto assistem à telenovela. Há quatro anos nem sequer existia esta rede social no Brasil. Os brasileiros já passam mais tempo online do que a assistir TV. É por isso que as pessoas misturam as narrativas, a realidade com a fantasia. Neste ambiente, quem tiver a melhor narrativa é quem ganha! Ganha atenção, interesse, vontade e quem sabe a compra.

As pessoas metem o nariz em tudo. A sociedade quer interferir na história. As pessoas acreditam que se não tiverem uma história para contar não têm vida. Mudou a forma como a sociedade vê a comunicação empresarial. A sociedade contesta tudo e nada é tendencialmente simples. As pessoas sentem necessidade de contribuir para a história, porque é divertido e as faz rir. A sociedade tricota as narrativas. O tricot é, no entanto, mais comum entre os jovens. Quem tem menos de 25 anos acredita que é dono da história e que a história acontece com a sua interferência. Por exemplo, uma campanha da Unicef no Brasil que dizia “fazer likes não salva vidas” levou muita gente a abandonar as redes sociais. As pessoas sairam para ajudar a fazer a história.

Todo o discurso é feito para ser utilizado

Todo o discurso é feito para ser utilizado. E o que não é o esforço publicitário inicial ganha um novo sentido. Dois exemplos. Um anúncio de uma marca, a propósito do Mundial do Brasil, apostava no ‘soundbite’: “Vem para a rua, a maior bancada do Brasil”. A frase “Vem para a rua” foi uma das mais utilizadas nos cartazes das recentes manifestações que provocaram confrontos entre a polícia e os manifestantes. O discurso ganhou um novo sentido na boca dos manifestantes. Outro exemplo. Uma campanha de uma marca de bebidas no Brasil democraticou a expressão “O gigante acordou”, também umas das frases mais utilizadas nos cartazes das manifestações.

Sem ‘plot’ não há história. Todas as histórias têm de um ponto de arranque para instigar as pessoas a pensar no assunto, se não, não rola. Um escritor disse um dia que só há 32 histórias possíveis de contar no mundo ocidental. Está tudo inventado. Os contos populares têm núcelos simples. A história começa com um héroi, que pode ser uma tartaruga ou uma formiga, que sofre um dano ou tem uma carência que quebra a sua rotina. E é no percurso do ponto A para o ponto B que a história se vai desenvolver. Drama é acção. Acção é movimento. Quando regresa, o héroi está modificado, já não é mais a mesma pessoa.

Sem conflito não há história!

Segundo os três actos de Aristóteles, no começo há que configurar a história e introduzir um catalizador. No meio dá-se a escalada até à viragem. No último acto, dá-se o climax e a resolução. É muito comum em publicidade o produto ser a solução para o problema, devido à aposta em anúncios curtos.

As boas histórias são como o oxigénio. Andam sempre no ar. Toda a gente gosta de uma boa história de amor. Rapaz encontra, desencontra e volta a encontrar a sua amada. Sem conflito, não há história. E não é preciso muito dinheiro para contar uma boa história mas precisa certamente de uma boa história se tem pouco dinheiro. Com uma boa história, é possível convencer qualquer pessoa.

As marcas tem de perceber a diferença entre informar, comunicar e narrar. Mais do que entretenimento, a sociedade está à procura de marrativas. Estamos afogados em informação e sedentos de novas histórias. Quem não conta boas histórias ou fica esquecido ou desprotegido.

*Depoimento recolhido por Rita Gonçalves

 

Sobre o autorRita Gonçalves

Rita Gonçalves

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Abriram 83 lojas de comércio de luxo nas 20 principais artérias da Europa em 2024

A Avenida da Liberdade, em Lisboa, continuou a atrair novas marcas de luxo em 2024, com um total de cinco lojas abertas ao longo do ano.

Hipersuper

O mercado imobiliário europeu de retalho de luxo continua a demonstrar resiliência com a abertura de novas lojas em 2024. Esta é uma das conclusões do relatório European Luxury Retail 2025 da Cushman & Wakefield.

Em 2024, abriram 83 novas lojas de luxo nas 20 principais artérias da Europa, localizadas em 16 cidades de 12 países, em comparação com as 107 aberturas registadas em 2023. O segmento de moda e acessórios representou quase metade do total de inaugurações (41), enquanto as marcas de joalharia e relojoaria abriram um total de 26 lojas, acima das 21 aberturas de 2023, mostrando que o “luxo tradicional” continua a atrair os consumidores deste setor.

As marcas detidas pelas grandes casas de luxo LVMH, Richemont e Kering foram responsáveis por mais de um terço das novas lojas. Este total está em linha com 2023, apesar da proporção entre as três marcas se tenha alterado já que a LVMH liderou o setor com 15 aberturas em 2024.

Avenida da Liberdade continua a atrair marcas de luxo

A Avenida da Liberdade continuou a atrair novas marcas de luxo em 2024, com um total de cinco novas aberturas. Em dezembro, a marca de moda italiana Paul & Shark abriu uma loja de 190 m² no edifício Liberdade 242, e em maio, a marca de design de mobiliário italiano Molteni&C inaugurou a sua primeira flagship em Lisboa (Liberdade 254), com cerca de 400 m² distribuídos por dois pisos.

As marcas de relojoaria também estiveram ativas na Avenida da Liberdade ao longo de 2024. Em setembro, a Patek Philippe (em parceria com a David Rosas) abriu a sua primeira boutique no edifício Liberdade 12. Com cerca de 200 m², esta loja acolhe um bar e uma sala VIP privada.

Em dezembro, a IWC Schaffhausen, em parceria com o Grupo Tempus, abriu também a sua primeira boutique em Portugal no nº 117 da Avenida, integrando igualmente um bar e obras da artista portuguesa Camila Nogueira.

Após uma extensa renovação, a Cartier reabriu a sua principal loja em Lisboa, no nº 240, e a loja do antigo edifício do Diário de Notícias (Liberdade 266) foi recentemente arrendada a uma marca a divulgar brevemente, com abertura prevista para este ano.

“A Avenida da Liberdade é o destino por excelência das marcas de luxo internacionais, e o facto de estar no prime CBD – onde se localizam as sedes das grandes empresas e hotéis de 5 estrelas – cria o habitat perfeito para estas marcas. Alguns edifícios têm boas fachadas e áreas que vão ao encontro dos requisitos das marcas, mas o grande desafio continua a ser o número de unidades disponíveis”, comenta Maria José Almeida, Associate e especialista em retalho de luxo da Cushman & Wakefield Portugal.

“A taxa de desocupação na Avenida da Liberdade é de apenas 2%, idêntica à registada no final de 2023. A contínua procura nesta artéria da capital tem impulsionado o crescimento das rendas, que subiram mais de 9% desde o final de 2023”, conclui a responsável.

Falta de espaços impulsiona subida das rendas em toda a Europa

A análise da Cushman & Wakefield mostra também que as taxas de desocupação diminuíram consideravelmente em todos os mercados envolvidos, com 17 das 20 ruas principais a registarem menos de 5% de disponibilidade, e 6 delas não apresentando qualquer espaço disponível. Por essa razão, a ligeira redução no número de aberturas na Europa reflete não só um crescimento mais moderado das vendas no comércio de luxo, mas também a dificuldade das marcas em encontrar espaços adequados num quadro de quase total ocupação, refere a empresa em comunicado.

A escassez de oferta e o desejo de concentração dos retalhistas num punhado de artérias impulsionaram o crescimento das rendas nessas ruas em 3,6% em 2024 (3% em 2023), sendo que esses valores estão atualmente 3% mais elevados, em média, do que em 2018. Um terço das ruas de luxo em toda a Europa atingiu rendas recorde em 2024, incluindo a Via Montenapoleone de Milão, que é agora o destino de retalho mais caro do mundo. A Cushman & Wakefield prevê que as rendas nas ruas de luxo aumentem, em média, 1-3% ao ano entre 2025 e 2028.

“Enquanto os retalhistas se adaptam e inovam num contexto marcado por consumidores exigentes, pressões globais e desafios nos mercados locais, as lojas físicas continuam a desempenhar um papel fundamental no relacionamento com o cliente. As lojas são vistas como o “universo da marca” onde os consumidores podem explorar e comprar produtos de luxo e desfrutar de experiências personalizadas que criam conexões significativas e duradouras com as marcas. A preocupação dos retalhistas em ter os imóveis certos nas localizações certas significa que os espaços de comércio de luxo de primeira linha continuam a ser procurados”, refere Rob Travers, diretor de Retalho EMEA da Cushman & Wakefield.

O relatório “European Luxury Retail 2025”, segunda edição de uma série que fornece uma análise
aprofundada do estado atual e das perspetivas futuras do mercado de retalho de luxo na Europa, abrange
as principais tendências, o desempenho do segmento, a abertura de lojas, as tendências imobiliárias e os
investimentos estratégicos, oferecendo informações valiosas às partes interessadas do setor.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Luis Simoes, novo Diretor-Geral da NielsenIQ para Espanha e Portugal
Luis Simoes, diretor-geral da NielsenIQ para Espanha e Portugal
Análise

Luis Simoes é o novo diretor-geral da NielsenIQ para Espanha e Portugal

A NielsenIQ (NIQ) anunciou a nomeação de Luis Simoes como novo diretor-geral para a Ibéria, supervisionando e expandindo o negócio da empresa em Espanha e Portugal. 

Hipersuper

Luis Simoes sucede a Patricia Daimiel, que liderou a empresa nos últimos cinco anos e que agora assume um cargo de liderança global na recém-criada organização de Strategic Insights & Analytics, que reúne Advanced Analytics, BASES e Consumer & Marketing Insights, com o objetivo de ajudar os clientes da NIQ a tomarem decisões informadas e baseadas nos melhores dados.

“Estou muito entusiasmado e orgulhoso por me juntar à NIQ e ajudar as empresas a desbloquearem o poder da tomada de decisões baseadas em dados. A capacidade única da NIQ de integrar de forma perfeita os dados dos painéis de consumidores e dos retalhistas proporciona uma visão incomparável que reduz a distância entre as ações na loja e o que acaba no cesto de compras. Isto permite às marcas e aos retalhistas compreender verdadeiramente o comportamento do consumidor e aproveitar as oportunidades de crescimento.”, sublinha Luis Simoes em comunicado.

“Num mundo omnicanal em constante evolução, a capacidade da NIQ de combinar dados de comércio eletrónico com informação sobre o consumidor e o retalho mantém os nossos clientes na vanguarda. Estou ansioso por trabalhar com os nossos clientes para descobrir o porquê, o quando e o onde do comportamento do consumidor e ajudá-los a ter sucesso num mercado dinâmico.”, acrescenta.

Emilie Darolles, presidente da NIQ para a Europa Ocidental, sublinha que “graças à sua vasta experiência no setor em todos os continentes, o Luis traz um conhecimento profundo das necessidades do negócio e da importância que a informação sobre distribuição — física e online — e sobre o consumidor têm no mercado atual.”

E acrescenta: “a sua liderança irá fortalecer ainda mais a nossa equipa de especialistas em Espanha e Portugal, garantindo um serviço de excelência aos nossos clientes, promovendo a integração contínua e a melhoria da nossa plataforma Discover e impulsionando a inovação constante em todas as nossas soluções.” Aproveitou também para expressar “o meu mais profundo agradecimento a Patricia Daimiel, que liderou o nosso negócio na Ibéria nos últimos cinco anos.” .

O novo diretor-geral para a Ibéria iniciou a sua carreira na NIQ em França e traz mais de 25 anos de experiência no setor de serviços de dados e informação. Ao longo da sua carreira, ocupou posições de liderança na Europa, América Latina, Ásia e EUA. Antes de regressar à NIQ em setembro de 2024 como CPS Strategic Projects and Iberia Lead, desempenhou um papel crucial na configuração da indústria global de painéis de consumidores como Diretor de Estratégia Global na Kantar Worldpanel, onde liderou a aquisição da Numerator.

Para além da sua liderança corporativa, Luis Simoes é um investidor “business angel”, apoiando startups como a STEAM Academy, que oferece programas extracurriculares para crianças, e a World Data Lab, uma empresa especializada em previsões demográficas e de consumo em mais de 100 países.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Foto: Bruno Gonçalves
Bebidas

Três novos monocastas reforçam o portfólio da Quinta da Vacaria

Gouveio, Rabigato e Viosinho são as novas referências de uma das mais antigas quintas do vale do Douro.

Hipersuper

Os Quinta da Vacaria Gouveio, Rabigato e Viosinho reforçam a aposta desta quinta situada no Peso da Régua, na produção de “vinhos de alta qualidade e com personalidade forte e distinta”. “Estas castas (Gouveio, Rabigato e Viosinho) foram as que melhor se destacaram este ano, as que têm mais personalidade e que melhor se pavonearam durante o desenvolvimento em barrica”, adianta a equipa de enologia, liderada por João Menezes.

Ao mercado chegam pouco mais de três mil unidades de cada um destes vinhos – Quinta da Vacaria Gouveio 2023, Quinta da Vacaria Rabigato 2023 e Quinta da Vacaria Viosinho 2023 –, que podem ser adquiridas nas principais garrafeiras do país, nos espaços físicos e online.  Com estes três lançamentos, a Quinta da Vacaria aumenta para seis a sua gama de monovarietais, depois dos primeiros vinhos monocastas, apresentados em 2024.

“One shot opportunity” é como descreve a equipa de enologia da Quinta da Vacaria, a maior dificuldade da produção de vinhos monocastas: “Ou temos muito boa uva daquela determinada casta, que se consegue valorizar sozinha, ou então é muito complicado produzirmos grandes vinhos… porque não temos as oportunidades que conseguimos nos blends”.

Foto: Bruno Gonçalves

Os novos Quinta da Vacaria Gouveio, Rabigato e Viosinho estão “perfeitos para ser consumidos no imediato” ou nos próximos cinco anos. Idealmente, devem ser servidos a uma temperatura entre os 9 e 11 graus, tendo, cada um, o seu paring preferencial, revela ainda.

A produção dos vinhos da Quinta da Vacaria começou há mais de 400 anos. Com uma situação geográfica privilegiada, altitude entre as cotas de 50 a 300 metros, a propriedade espraia-se ao longo de 42 hectares, entre a margem esquerda do Corgo e a direita do Douro, no ponto onde estes se encontram. Nos últimos anos, os vinhos da Quinta da Vacaria passaram por uma transformação e hoje são engarrafados na sua origem, combinando técnicas tradicionais com uma abordagem moderna. A missão desde então tem passado pela recuperação e reconversão de vinhas.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Entrevista

Paulo Mota: “Na nossa quinta apenas praticamos o Modo de Produção Biológico”

A inovação na Quinta da Caramuja já se traduziu na criação de produtos diferenciados, como o Queijo Kefir Bio e os bombons de chocolate com recheio de Queijo Serra da Estrela. “Estamos sempre a fazer experiências e a testar novos produtos”, assegura Paulo Mota em entrevista ao Hipersuper.

O projeto é recente, mas, fruto da visão e do respeito pelo saber ancestral, os responsáveis pela Quinta da Caramuja viram o seu Queijo de Cabra Bio Conde de Vinhó ser premiado nos World Cheese Awards 2024. A inovação já se traduziu na criação de produtos diferenciados, como o Queijo Kefir Bio e os bombons de chocolate com recheio de Queijo Serra da Estrela.
“Estamos sempre a fazer experiências e a testar novos produtos”, assegura Paulo Mota, responsável pela Quinta da Caramuja, em entrevista ao Hipersuper.

São 70 hectares de uma propriedade agrícola inserida num projeto de agroturismo. A Quinta da Caramuja conta com um rebanho de ovelhas da raça Serra da Estrela e cabras da raça Serrana e pratica apenas o modo de Produção Biológico, com certificação desde o ano 2007. Os produtos que cria, para além da qualidade intrínseca, contribuem para a sustentabilidade da região onde se insere, para a preservação das raças autóctones e para a continuidade do saber fazer. “Na nossa quinta apenas praticamos o Modo de Produção Biológico e estamos certificados desde o ano 2007”, sublinha Paulo Mota.

A Quinta da Caramuja é um projeto de agroturismo? O que os levou a investir nesta quinta e quantos hectares tem?
A Quinta da Caramuja iniciou a sua atividade na agropecuária e, hoje, é um projeto de agroturismo, que alia a atividade agrícola ao turismo, seja com alojamento, seja com visitas à propriedade. Neste momento, contamos com cerca de 70 hectares de propriedade agrícola, dividida por várias culturas. O fato de ter nascido no campo e de ter gosto pela atividade, levou-me a estudar agricultura, tanto no ensino secundário como no ensino superior, portanto, faltava mesmo a ‘terra’ para aplicar os conhecimentos adquiridos.

O projeto inicial foi o turismo rural ou nasceu já com a componente de produção de queijos?
O projeto inicial previa a componente agrícola e de agroturismo. Mais tarde, surgiram os animais, primeiro os bovinos de carne, depois, as galinhas poedeiras. Em 2023, na sequência da compra de outra quinta confinante com a primeira, iniciámos a produção de vinho, de queijo e a produção de leite de ovelha e de cabra para abastecimento da própria queijaria.

Tinham experiência nestas áreas ou foi um ‘começar do zero’?
Até à entrada neste negócio não tinha experiência na produção de queijo, apenas na ótica do apreciador, pois sou grande apreciador de queijo. Também não tinha nenhuma experiência na produção de vinho. Nas restantes atividades da quinta, atividade agropecuária, principalmente, na produção de ovos, tenho muita experiência acumulada. De qualquer forma, a minha formação base permite-me aprender com relativa facilidade sobre as novas atividades da quinta.

O leite é de produção própria? O modo de produção biológica é comum a todos os produtos?
Neste momento temos cerca de 260 ovelhas da raça Serra da Estrela para produção de leite, das quais 30 ainda são borregas – este é o leite que nos permite produzir Queijo Serra da Estrela DOP. Para além das ovelhas, também temos cerca de 160 cabras de raça Serrana, para produzir o nosso queijo de cabra.
Na nossa quinta apenas praticamos o Modo de Produção Biológico e estamos certificados desde o ano 2007. No entanto, alguns animais de produção convencional que comprámos recentemente ainda estão em período de conversão, por isso, não estamos a certificar o Queijo Serra da Estrela como biológico. A nossa expectativa é certificar a partir do próximo alavão, ou seja, a partir da próxima campanha de produção de leite.

Que variedades de queijo produzem? E quantos queijos produzem por ano?
Dentro dos queijos de ovelha, produzimos Queijo Serra da Estrela e Queijo Serra da Estrela Velho. Pontualmente compramos leite para produzir queijo de ovelha amanteigado e queijo de ovelha curado, ou seja, queijo mais duro do que o amanteigado, um queijo específico para quem queira queijo que seja possível cortar à fatia. Quanto ao queijo de cabra, produzimos o queijo fresco, a nossa queijeta e o queijo de cabra curado ou de cura prolongada.
Quanto à quantidade, produzimos ainda poucas unidades pois ainda estamos na fase de acréscimo de produção.

Em que aspetos seguem a forma tradicional de fazer o queijo da região e, por outro lado, que técnicas inovadoras introduziram?
Uma vez que produzimos Queijo Serra da Estrela, temos de seguir o método tradicional e ancestral de produzir este queijo e, obrigatoriamente, temos de respeitar o que está definido no caderno de especificações do produto – caso contrário não poderíamos utilizar a designação Queijo Serra da Estrela, mas sim Queijo de Ovelha. Os únicos processos mais mecanizados na queijaria são o corte da coalhada e a prensagem, os restantes são manuais, desde o enchimento das formas, até à salga e lavagem do queijo.

Em novembro do ano passado viram o vosso Queijo de Cabra Bio Conde de Vinhó conquistar a medalha de Ouro dos World Cheese Awards, depois de já ter sido distinguido no concurso Queijos de Portugal. O que o fez destacar-se, o que tem de diferenciador?
O nosso queijo de cabra é um produto distinto dos restantes. Na minha opinião tem um aroma especial, que se deve a vários fatores. Em primeiro lugar trata-se de um queijo produzido com leite pasteurizado que permite agradar aos consumidores que gostam de queijo de cabra, mas também permite agradar aos consumidores que não gostam deste tipo de queijo, pois a pasteurização retira-lhe alguma intensidade ao aroma a cabra característico deste tipo de queijo.
Em segundo lugar, o nosso queijo é produzido com leite de cabra Serrana, ecótipos Jarmelista e da Serra, uma raça autóctone nacional em vias de extinção, cuja genética também contribui para qualidade do queijo, enquanto outros queijos existentes no mercado são produzidos com leite produzido por cabras de raças seletas, raças estrangeiras.

Em relação à inovação, como surgiu o projeto de produção do Kefir Bio? Porque este queijo e como é feito? Abre portas a outros possíveis clientes?
O Kefir é uma bebida produzida com leite fermentado, com benefícios para a saúde intestinal. É um alimento probiótico. Após pesquisa no mercado, verificámos que o kefir comercializado nos supermercados era todo importado, logo, vimos aqui uma oportunidade pois tínhamos condições para o produzir. Tínhamos pasteurizador de leite de cabra e tínhamos a matéria-prima (o leite de cabra), ainda por cima produzido por animais de raça autóctone. Rapidamente concluímos que tínhamos condições para fazer um produto diferente dos restantes, mais suave, menos ‘amargo’, com características que iriam agradar a mais consumidores. Foi então que decidimos avançar com a produção, ainda que em pequena escala.

Que outros produtos diferenciados lançaram? Como os bombons de chocolate com recheio de queijo Serra da Estrela DOP…
No início de 2024, lançámos os Bombons de Chocolate com recheio de Queijo Serra da Estrela, e, mais recentemente, Queijo Serra da Estrela em Azeite aromatizado e Queijo de Cabra Bio em azeite Bio aromatizado, fruto de uma parceria com o Chef Flávio Silva. Proporcionámos aqui alguns casamentos felizes entre o Chocolate negro 72% e o Queijo Serra da Estrela, o Queijo Serra da Estrela e o azeite e o Queijo de cabra com azeite, aos quais juntamos as aromáticas da Milastas e da Ervas do Zoé, neste caso, dos Biológicos.

Que entraves encontram à produção e comercialização dos queijos? Que apoios são necessários?
É um mercado muito competitivo, com muita oferta, com grande recurso a mão de obra. Por outro lado, são poucos os consumidores que valorizam os queijos provenientes de pequenas produções, ou mesmo os produtos produzidos com recurso a raças autóctones. Como são raças menos produtivas há, naturalmente, um impacto no preço do produto final e o poder de compra da maioria dos portugueses pode ser um obstáculo.

Até onde querem levar a Queijaria da Caramuja? Que investimentos têm projetados?
Vamos continuar a crescer na produção de leite, com mais animais e consequente acréscimo na produção de queijo. Também pretendemos vinificar todas as uvas produzidas na quinta, uma vez que os nossos vinhos monocasta Encruzado e Gouveia têm tido muito boa aceitação. Em relação à atividade turística, pretendemos aumentar a visitação à quinta, com venda direta dos nossos produtos, para isso, estamos a equacionar a requalificação de uma antiga adega da quinta de forma a criar condições para receber grupos maiores.

Os vinhos são também produzidos em modo biológico?
A Quinta da Caramuja está incluída na região do Dão, Sub-Região Serra da Estrela, assim, ambos os vinhos aqui produzidos foram classificados como vinhos do Dão, Sub-Região Serra da Estrela. Quer os monocastas Encruzado e Gouveio, quer o blend das duas castas, têm uvas produzidas em Modo Biológico, ainda que em conversão. Por este motivo ainda não estamos a certificar os vinhos no Modo de Produção Biológico, mas pretendemos comercializar vinho Bio no final do período de conversão, que se espera que aconteça em 2026.

Porque esta aposta nos vinhos?
A produção de vinhos tem a ver com a nossa estratégia de diversificação de produtos, de forma a valorizar o potencial da quinta. Pretendemos oferecer ao consumidor um leque diversificado de produtos, mas que se complementam entre si e que têm um denominador comum: são todos produzidos na Quinta da Caramuja. Desde o queijo até aos vinhos, passando também pelo azeite, todos são produzidos de forma tradicional, respeitando a natureza e valorizando as raças autóctones, em Modo de Produção Biológico e em pequenas quantidades, mas de excelente qualidade. Os nossos produtos são comercializados com duas marcas, a marca Caramuja, no azeite e vinho, e a marca Conde de Vinhó, nos queijos e derivados.

A exportação é já uma realidade? Caso seja, para onde exportam?
Atualmente exportamos pequenas quantidades de alguns queijos para o mercado da saudade, França, Suíça e Luxemburgo.

2025 vai trazer novos queijos?
Estamos sempre a fazer experiências e a testar novos produtos, caso se entenda que algum tem “pernas para andar”, faremos o seu lançamento pois fazemos questão de partilhar aquilo que gostamos com os nossos clientes.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

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Logística

CTT surpreendem com entrega em plena onda gigante da Nazaré (com vídeo)

Uma campanha que dramatiza, de forma criativa, dois pilares essenciais do posicionamento da marca: a proximidade com clientes cada vez mais exigentes e a sua capacidade de entrega, independentemente das adversidades.

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Os CTT – Correios de Portugal reforçam a sua posição enquanto operador logístico e de e-commerce com uma ativação inovadora, lançada esta quinta-feira nas redes sociais. A ação, desenvolvida pela agência Havas, coloca à prova a capacidade de entrega da marca num dos cenários mais desafiantes do mundo: as ondas gigantes da Nazaré.

No auge da temporada de ondas na Nazaré, o surfista Tony Laureano perde a prancha no mar – uma situação comum neste ambiente extremo. O que se segue, no entanto, é tudo menos habitual. Em poucos instantes, um carteiro dos CTT surge numa mota de água, entregando uma encomenda em pleno canhão da Nazaré. No interior, uma prancha de substituição permite ao atleta regressar rapidamente ao desafio das ondas.

Esta campanha dramatiza, de forma criativa, dois pilares essenciais do posicionamento da marca: a proximidade com clientes cada vez mais exigentes e a sua capacidade de entrega, independentemente das adversidades. “Esta é uma ideia simples de uma marca que, apesar de ter mais de 500 anos de história, se reinventa e se mantém relevante não só através do serviço que presta, mas também das histórias que conta”, destaca Filipa Nascimento, diretora de comunicação e marca dos CTT.

Para Paulo Pinto, diretor criativo executivo da Havas, a escolha do cenário foi determinante para a força da mensagem. “A Nazaré é o palco da maior onda do mundo, o lugar onde poucos ousam entrar. Este é o spot ideal para demostrar a capacidade de entrega do CTT onde for preciso, no momento em que ela é mais necessária.”

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Retalho

MO reabre em Amarante com novo design

Localizada na Galeria Continente Modelo Amarante, a nova loja reforça a presença da marca na região.

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A MO, marca de moda portuguesa do grupo Sonae, reabriu esta quinta-feira, 6 de março, a sua loja em Amarante, no distrito do Porto, com um espaço renovado e mais moderno.
Com 517 m² de área de vendas, a loja apresenta a mais recente coleção da MO e disponibiliza vestuário, acessórios e calçado para adultos, crianças e bebés.
Localizada na Galeria Continente Modelo Amarante, a nova loja reforça a presença da marca na região. Funcionará de segunda a sexta-feira das 09h às 21h e aos sábados, domingos e feriados também das 09h às 21h.

A marca integra o grupo Sonae, que trabalha o retalho têxtil há 30 anos, e além dos espaços físicos dinamiza ainda uma loja online  vestuário, acessórios e calçado para senhora, homem, criança e bebé, com estilo e a excelentes preços.

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Bebidas

YoPRO é parceiro oficial de nutrição do Futebol Clube de Famalicão

A YoPRO juntou-se ao Futebol Clube de Famalicão como parceiro oficial de nutrição, reforçando a importância da preparação física e alimentar dos atletas não só nos dias de jogo, mas ao longo de toda a época.

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A marca, conhecida pelo seu foco na nutrição desportiva, passa a integrar o plano alimentar dos jogadores, fornecendo produtos ricos em proteína, Magnésio e Vitamina B9, essenciais para o aumento da massa muscular e a redução do cansaço.

“YoPRO alimenta cada passo e, por isso, todos os momentos de preparação são valorizados, não apenas os dias de jogo. Garantir uma nutrição adequada é um fator chave para que os atletas alcancem o seu melhor desempenho e queremos estar presentes em cada treino, acompanhando cada passo do seu progresso.”, destaca Mário Alves, senior brand manager de YoPRO.

“Procuramos sempre oferecer aos atletas os nutrientes que precisam para se prepararem da melhor forma. Sendo o Magnésio e a Vitamina B9, bem como a proteína, essenciais para o aumento da massa muscular e redução do cansaço, faz-nos todo o sentido incluir os produtos YoPRO na dieta diária dos nossos atletas.”, revela o departamento de nutrição do Futebol Clube de Famalicão.

A marca é também uma das novas patrocinadoras do equipamento de treino do Futebol Clube de Famalicão, mostrando que tão ou mais importante que o dia de jogo, são todos os treinos que o antecedem.

Esta é uma parceria que se estende até ao final da época.

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ESG

Ervideira oferece sobreiros no mês em que se assinala o Dia da Árvore

O sobreiro é uma árvore que se adapta a quase todo o país e a cortiça é uma matéria extremamente importante para o negócio do vinho, destaca a empresa vitivinícola.

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Em março, mês em que se assinala o Dia da Árvore, a Ervideira reflete acerca das suas políticas de responsabilidade ambiental e assinala esta efeméride com uma dinâmica: tem 2.000 sobreiros para oferecer aos visitantes e compromete-se a plantar uma árvore por cada árvore oferecida. “O sobreiro é uma árvore que se adapta a quase todo o país, sendo Portugal o maior produtor de cortiça do mundo e esta uma matéria extremamente importante para o negócio do vinho”, refere a empresa vitivinícola do Alentejo.

No dia-a-dia, a Ervideira efetiva os seus compromissos com o meio ambiente através, entre outras medidas, da normal aplicação de muita matéria orgânica nos solos, por forma a torná-los mais férteis; da cobertura das vinhas com ‘ervas’, para evitar a erosão pela chuva e mineralização pelo sol; da aplicação de fitofármacos inteligentes, com painéis recuperadores de calda, para reduzir matéria ativa perdida; em adega, das garrafas com vidro reciclado, que acontece também com os cartões das caixas; da forte utilização de energia solar para a adega ou para a rega.

Relativamente às políticas de responsabilidade ambiental da Ervideira, Duarte Leal da Costa salienta que “desde sempre, a Ervideira tem-se dedicado a uma cultura de responsabilidade social e ambiental, e disso não restam dúvidas, pois a família tem como lema interno deixar mais e melhor solo às gerações vindouras”. “No estudo de Balanço de Carbono efetuado em 2024, a Ervideira apresenta um saldo positivo para o ambiente, com créditos positivos, sinal de uma empresa em linha com a eficiência ambiental”, acrescenta o Diretor Executivo da empresa.

Empresas vitivinícola secular, a Ervideira produz vinho desde 1880. Atualmente possui 110 hectares de vinha, distribuídos pelas sub-regiões da Vidigueira e Reguengos. Entre os seus vinhos, estão marcas como Conde D’Ervideira, Invisível, Vinha D’Ervideira, Terras D’Ervideira e Lusitano e ainda o Flor de Sal produzido já pela quinta geração da família.

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Retalho

ZU abre loja no Bombarral e reforça aposta na região Oeste

Primeira abertura da marca em 2025 é no distrito de Leiria. A ZU inaugurou no Bombarral o seu 61º espaço comercial.

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O concelho do Bombarral, localizado na região Oeste de Portugal, foi o local escolhido para a mais recente abertura de loja ZU. A marca dedica-se ao bem-estar e aos cuidados de saúde de cães e gatos, e disponibiliza produtos de alimentação, higiene e acessórios bem como serviços de banhos e tosquias.

“Queremos reforçar a nossa presença e expressão geográfica. O distrito de Leiria, mais concretamente o município do Bombarral, é uma localização que há muito tempo planeávamos. Estamos, por isso, satisfeitos com a aposta realizada e com esta que é a primeira abertura que fazemos em 2025”, refere Bruno Loureiro, diretor de operações da ZU.

Inserida na Galeria Comercial do Continente Modelo do Bombarral, a loja está aberta entre as 8h30 e as 21h. Fundada em dezembro de 2014, a ZU é a marca de retalho especializado da MC que se dedica ao bem-estar e aos cuidados de saúde de cães e gatos. Conta uma rede de 60 lojas em diferentes cidades portuguesas e com mais de 300 colaboradores.

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Folhetos retalho alimentar
Retalho

Continente é a insígnia que lança mais folhetos. Intermarché regista maior crescimento e troca de posição com o Lidl

Os dados são da Marktest e revelam que os folhetos continuam a ser um pilar estratégico do retalho alimentar, com um aumento de 3,6% no número de publicações em 2024. O Continente mantém-se como líder no volume total de folhetos, mas o Intermarché (na 4ª posição) foi a insígnia que mais cresceu, registando um forte aumento e ultrapassando o Lidl no ranking. Em 2º e 3º estão E.Leclerc e Pingo Doce, respetivamente.

Os folhetos promocionais continuam a ter um papel preponderante na estratégia de comunicação do retalho alimentar em Portugal. Apesar da crescente digitalização, os folhetos mantêm-se um dos principais meios a influenciar a decisão de compra dos consumidores.

De acordo com a análise e-Foliotrack, da Marktest, 2024 registou um aumento de 3,6% no número de folhetos lançados face a 2023, mas continua 6% abaixo dos valores de 2022.

A análise, que envolveu Aldi, Auchan, Continente, El Corte Inglés, E.Leclerc, Intermarché, Lidl, Minipreço e Pingo Doce, revela também que maio foi o mês com maior número de folhetos publicados em 2024, com um total de 101 folhetos, enquanto em 2022 e 2023, novembro foi o mês com mais publicações, ambos com 103 folhetos.

Continente lidera

O Continente mantém-se como a insígnia que mais folhetos lançou em 2024, representando 20% do total. Mesmo assim, este valor traduz menos 10 folhetos face a 2023 e menos 22 do que em 2022, refletindo uma tendência de redução gradual nos últimos anos.

A segunda posição é ocupada pelo E.Leclerc, com 17% dos folhetos publicados em 2024, registando um crescimento de 9 folhetos em relação a 2023 e mais 5 face a 2022, quando detinha 15% da quota de folhetos.

O Pingo Doce ocupa a terceira posição, com 15% do total de folhetos publicados, registando mais 9 folhetos do que em 2023, mas menos 6 do que em 2022.

Destaque para o Intermarché, insígnia alimentar do Grupo os Mosqueteiros, que registou o maior crescimento no número de folhetos publicados em 2024, com mais 29 folhetos do que no ano anterior. A insígnia passou a deter 13% da quota de folhetos, subindo da sétima posição em 2022 para a quarta em 2024, ultrapassando o Lidl, que agora ocupa a quinta posição.

O Lidl, que em 2023 ocupava a quarta posição, desceu para quinto lugar em 2024. Apesar de manter uma quota de 11%, registou menos um folheto do que no ano anterior e menos 10 do que em 2022.

O Aldi e Minipreço Family aumentaram o número de folhetos com mais 5 folhetos (+9%) e mais 3 folhetos (+5%), respetivamente. Por outro lado, Auchan (-2%, menos 2) e El Corte Inglés (-15%, menos 6) reduziram o número de folhetos publicados.

Menos inserções por folheto e mais produtos sem promoção

A análise da Marktest revela também uma mudança na forma como os produtos são comunicados nos folhetos. Embora o número de folhetos tenha aumentado, o número total de inserções diminuiu 4,5% face a 2023. Isto indica que os folhetos estão, em média, a incluir menos produtos por publicação.

Mesmo com esta redução, o Continente continua a ser a insígnia com mais inserções em folhetos, seguido pelo E.Leclerc e pelo Pingo Doce. No entanto, Intermarché e El Corte Inglés destacam-se pelo aumento do número de inserções, registando crescimentos de 15% e 12%, respetivamente.

Outra tendência relevante é o aumento do número de inserções sem promoção associada, que cresceram 19,5% em 2024 face a 2023. Este tipo de inserções passou a representar 25% do total, contra 20% no ano anterior.

Mercearia continua a ser o setor mais destacado

Os cinco setores mais promovidos nos folhetos do retalho alimentar mantêm-se os mesmos nos últimos cinco anos, mas todos registaram quebras no número total de inserções em 2024.

Mercearia continua a ser o setor mais destacado, representando 22,5% do total de inserções. Apesar do peso significativo, registou uma quebra de 1,9%.

Os produtos de Higiene Pessoal ocupam a segunda posição, representando cerca de 10% das inserções, mas registaram uma queda de 6,8%.

O setor das Bebidas Alcoólicas subiu para a terceira posição, representando 9,2% das inserções, trocando de lugar com
Laticínios, que caiu para quarto lugar e registou uma quebra de 6,9%.

Segundo o e-Foliotrack, os Congelados fecham o ranking, registando uma diminuição de 3,3% nas inserções.

No que toca a categorias de produto, os Queijos continuam a ser a categoria mais promovida nos folhetos, apesar de uma quebra de 4,7% no número de inserções. Vinho Tinto e Iogurtes mantêm-se no Top 3, mas registaram descidas de 2% e 7,2%, respetivamente.

Os Chocolates destacam-se como a única categoria do Top 6 a registar crescimento, com um aumento de 14% no número de inserções. Este crescimento permitiu-lhes ultrapassar o Café em Cápsulas, que deixou o Top 5.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

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