O peixe e o turismo, por Isabel Tato, Fileira do Pescado
“Ninguém virá a Portugal de propósito para comer pasta pomodoro, mas há muita gente que volta ao nosso país pela certeza de, aliada a um clima fantástico, reencontrar a nossa gastronomia única”
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Rita Gonçalves
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Por Isabel Tato, Fileira do Pescado
Se vos disser que vou escrever sobre “a importância do pescado para o turismo português”, aposto que perdem a vontade de continuar a leitura. Mas, tenham paciência, e acompanhem-me neste postal ilustrado pelos sentidos!
Francamente falando, tentem lembrar-se de um relato de férias sem expressões como “comemos lindamente”, “cada vez que me lembro daquele prato…” ou “se lá forem, não podem perder o restaurante X”. Não se consegue lembrar? É difícil! Todos os relatos de férias, sobretudo das que foram mesmo boas, incluem comida. E dão vontade, a quem ouve os relatos, de provar e viajar!
Portugal não será certamente o melhor sítio do planeta para comer uma massa, pizza, tempura, paella ou uma empanada. Mas, pode entrar, sem medo, no campeonato do melhor peixe do mundo. Preparado de maneira simples, mas inigualável! Um sabor que só nós sabemos produzir, mas que sabemos partilhar tão bem com quem nos visita.
Quem, como os portugueses, consegue criar uma experiência inesquecível apenas com brasas, sal e peixe? Ninguém! Mesmo as confecções mais simples e menos calóricas, como um peixe grelhado, se tornam únicas! Somos também os únicos a dar às conservas a versatilidade que hoje lhes conhecemos, umas verdadeiras embaixadoras gourmet, ou simplesmente refeições económicas e simples, mas muito nutritivas.
Seja numa tasca, ou num restaurante sofisticado, devemos promover aquilo que verdadeiramente nos distingue e identifica. Ninguém virá a Portugal de propósito para comer pasta pomodoro, mas há muita gente que volta ao nosso país pela certeza de, aliada a um clima fantástico, reencontrar a nossa gastronomia única.
Não há muitos países que tenham 1800 kms de costa como a nossa, servida por um oceano que oferece pescado com uma qualidade ímpar, onde são capturadas mais de 300 espécies diferentes com valor de mercado. Temos que nos saber valer disso, e criar um elemento diferenciador, um selo turístico que saiba capitalizar a riqueza que a natureza nos oferece e a imaginação portuguesa para tratar da melhor forma o que o mar dá. Afinal, não há mais ninguém que saiba fazer bacalhau de 1001 maneiras diferentes!
Portugal já começou a trabalhar nesta questão e, entre outras ações, a Fileira do Pescado produziu, com o apoio do Turismo de Portugal, o DVD “Como preparar o Melhor Peixe do Mundo”. Este DVD teve por objectivo valorizar e promover o pescado português em toda a Europa, através da distribuição em mais de 600 escolas de hotelaria europeias. Além de ensinar cortes e preparação de pescado português aos futuros chefs, foram apresentadas receitas que realçam o sabor natural do pescado português, e dão a sofisticação e o glamour que os produtos merecem.
Já temos, no nosso país, quem venha pelo turismo de praia, turismo de aventura, turismo religioso e turismo cultural. Há que apostar mais no turismo gastronómico, que é uma tendência em todo o mundo, sobretudo entre os turistas com maior poder de compra!
“O melhor peixe do Mundo” não seria uma campanha excessiva para promover o nosso país! Afinal, qual é o turista que não acha que está acampando no paraíso, quando lhe servem um riquíssimo prato de pescado, saboroso, para degustar numa noite quente de Verão, ao ar livre, e acompanhado por um belíssimo vinho português?! Confesse, até o leitor já está com vontade de viajar para o país onde mora!