Parcerias 2.0, por Pedro Fernandes (Edigma)
Como é que Amazon e Apple conseguem simultaneamente melhorar a oferta junto do consumidor e dificultar a entrada de concorrentes? Saiba tudo na crónica de Pedro Fernandes
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Rita Gonçalves
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Em 2011, surgiram rumores que a Apple iria investir mil milhões de dólares na construção de uma fábrica de displays da Toshiba. Um eventual negócio semelhante com a Sharp foi também falado, pouco depois. Apesar de tais negócios nunca terem sido confirmados por nenhuma das partes, faz todo o sentido que tenham acontecido.
Tim Cook, o brilhante estratega das operações da Apple, desenhou uma rede de fornecedores que faz com que os produtos Apple pareçam do futuro porque na realidade usam técnicas de produção que só estão disponíveis no mercado para outros dois ou três anos após estarem a ser usadas em produtos Apple. Ao investir em fábricas state-of-the-art, neste caso para produção de displays que serão incorporados nos seus produtos, a Apple blinda esses componentes ao seus concorrentes, protege a sua cadeia de valor e garante um produto diferenciado.
Recentemente, a Amazon apresentou aos seus afiliados um programa de financiamento exclusivo, cujo objectivo é acelerar o crescimento das operações. Desta forma, os afiliados, empresas que vendem os seus produtos no marketplace Amazon mas que são independentes e fazem o envio a partir dos seus próprios armazéns, conseguem melhorar o seu portfólio de produtos, a sua capacidade de armazenamento e envio e, no fundo, conseguem melhorar a oferta disponível na Amazon.
O que a Amazon e a Apple (e, com outras medidas semelhantes, RIM e Microsoft) estão a fazer é investir o seu capital (a enorme quantidade de dinheiro que, trimestre após trimestre, vão acumulando) para simultaneamente melhorar a sua oferta junto do consumidor e dificultar a entrada de concorrentes no seu mercado, através da blindagem dos seus fornecedores.
A forma como a Amazon (de quem se conhece mais pormenores) o está a operacionalizar é particularmente inteligente porque deduz directamente os custos do empréstimo financeiro das vendas dos seus afiliados, por forma a minimizar o risco e apenas concede crédito para a expansão de operações dedicadas ao canal de distribuição Amazon. Estimula uma área da economia onde os bancos tradicionais estão menos à vontade – mais facilmente um banco concede um empréstimo para um negócio tradicional do que para um retalhista online – e eventualmente até podem estar a criar uma nova área de negócio, respondendo a um problema de mercado para o qual possuem um know-how incomparavelmente superior aos actuais operadores no mercado. Um exemplo clássico de inovação disruptiva, segundo Clayton Christensen.
O contraste entre esta abordagem e a forma como a distribuição offline trata os seus fornecedores é enorme. Tal como num grupo que percorre um longo caminho a pé, onde a velocidade do grupo é igual à velocidade do elemento mais lento, também num eco-sistema de negócio a importância de ter parceiros ágeis e velozes é fundamental para a velocidade e agilidade de todo o eco-sistema.
Os grandes líderes de mercado compreendem a importância crucial dos fornecedores para o seu negócio e a natureza simbiótica da sua relação.
Pedro Fernandes, Marketing Manager da Edigma
Twitter: @buildinglfstyls