Estas são algumas das conclusões do estudo ‘Impacto Económico do Setor do Retalho em Portugal, realizado pela NOVA SBE, com coordenação dos professores João Duarte e Pedro Brinca, a pedido da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição).
Um sumário executivo do estudo foi apresentado durante o APED Retail Summit, que decorreu esta quarta-feira, 7 de maio, no SUD Lisboa. “O setor do retalho representa uma enorme fatia da criação de riqueza no país”, começou por referir João Duarte, na apresentação do estudo.
O documento teve como objetivo estimar o impacto económico do setor em Portugal, não apenas na atividade direta como também o efeito, por via da cadeia de valor, na economia nacional. E caracterizou o retalho a nível nacional, incluindo a caracterização dos associados APED e estimou o impacto em termos dos principais indicadores económicos.
Uma das principais conclusões aponta que o setor gerou 70.015 milhões de euros de volume de negócios em Portugal, em 2023, o que representou 12,7% de toda a faturação das empresas privadas do país. O Valor Acrescentado Bruto (VAB) do setor foi de 11.300 milhões de euros, que representa 7,7% do VAB nacional. “O setor do retalho é o segundo maior em termos de faturação, de valor acrescentado e de emprego na economia nacional”, revelou João Duarte, com base nas conclusões do estudo.

“Não só tem um peso significativo na economia, mas é ele próprio, também, um motor de crescimento da economia”, sublinhou João Duarte na apresentação do estudo
6.114 milhões de euros em salários
Quanto às remunerações, atingiram 6.114 milhões de euros, ou seja, 9,2% do total de salários em Portugal. E um em cada dez trabalhadores em Portugal, está diretamente ligado setor.
O setor emprega uma grande fatia da população. Um em cada dez trabalhadores está diretamente relacionado com a atividade do retalho. São 76.896 empregos gerados, ou seja, 10,1% do total dos empregos no tecido empresarial privado do país.
O estudo destacou também o impacto do retalho no desenvolvimento económico do país. O setor representou, diretamente, em 2023, aproximadamente 4% do PIB nacional. “Não só tem um peso significativo na economia, mas é ele próprio, também, um motor de crescimento da economia. Porque além de ter um peso elevado, cresce acima da média nacional”, sublinhou o professor da NOVA SBE.
O documento coloca ainda em evidência o peso dos associados da APED no global do setor do retalho nacional. Em 2023, do total de 70.015 milhões de euros de volume de negócios gerado, 31.004,9 milhões de euros foram gerados pelas empresas associadas à APED. O que representa 44,3% da faturação do setor.
Impacto total, direto e indireto
Com base nas informações retirados de um inquérito enviado a todos os associados da APED, e complementadas pelos dados do INE, a NOVA SBE chegou aos impactos diretos e indiretos (fornecedores e clientes) do setor em Portugal. E concluiu que em 2023, o impacto total do retalho na economia portuguesa, ascendeu a 62.430,8 milhões de euros em produção (12% do total), 35.340 milhões de euros em VAB /15,2%), 6.057 milhões de euros em receitas fiscais (14,6%) e 18.275 milhões de euros em remunerações (14,5%). Foi ainda responsável por 1.204.460 empregos equivalentes a tempo completo (23,7% dos empregos no país).
“O retalho é, portanto, um amplificador económico em Portugal, que alavanca a atividade económica da produção agrícola e industrial ao mesmo tempo em que também alavanca serviços profissionais e empresariais que são cruciais na atividade do retalho”, conclui o estudo.