Nestlé aumenta vendas em 2011
Inovação e exportação foram dois dos pilares no crescimento da Nestlé Portugal, em 2011. Os melhores resultados da companhia foram registados nos cafés, produtos culinários e nutrição clínica.
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Victor Jorge
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A Nestlé Portugal registou no ano 2011 um volume de negócios total de 624,1 milhões de euros, correspondendo a um crescimento de 3,6%, sendo que no mercado nacional a facturação ascendeu a 544 milhões de euros, ou seja, uma subida de 0,8% face a 2010.
No total das vendas, a inovação foi responsável por 84 milhões de euros, o que corresponde a cerca de 14% do total facturado pela companhia no nosso País, enquanto as exportações aumentaram a sua representação para 12,8% das receitas globais, mercado dos 80 milhões de euros exportados, correspondendo a uma evolução de 27,3% face ao exercício do ano anterior.
Em conferência de imprensa, António Reffóios, administrador-delegado e director-geral da Nestlé Portugal, salientou que “os sinais que se vinham a registar em 2010, reforçaram-se em 2011”, destacando “uma clara mudança nos hábitos e locais de consumo dos portugueses”.
Ciente de que os portugueses estão a “comer mais em casa”, indicando os números da companhia que “68% dos portugueses admitem passar mais tempo em casa, cortando em gastos como o entretenimento ou comer fora de casa”, o responsável da Nestlé no nosso País salientou ainda o facto de “600.000 trabalhadores do sector público viram o seu rendimento diminuir 25% nos últimos 12 meses.
As lanças no crescimento da Nestlé em Portugal foram os cafés, produtos culinários e nutrição clínica, referindo António Reffóios que no caso dos cafés, a própria Nestlé é, em Portugal, “cada vez mais conhecida como uma empresa de cafés e não de chocolates ou cereais”.
A par disso, os dados da companhia indicam que das 5,7 mil milhões de chávenas de café/bica consumidas em Portugal anualmente, 60% (em vez dos 80% de há 20 anos) já são consumidas dentro de casa, estimando o líder da companhia em Portugal que, “ não me espantaria que dentro de pouco tempo fosse 50-50”.
Para esta transferência de consumo de fora para dentro do lar, Reffóios apontou, para além da grave conjuntura económico-financeira, o desemprego, a confiança e a conveniência.
Se em relação ao primeiro aspecto, pouco há a acrescentar, sabendo-se, contudo, que Portugal está perante uma das taxas mais elevadas do pós-II Guerra Mundial, a confiança é vista por António Reffóios como “o bem mais escasso” actualmente no nosso País, admitindo que, “sem dúvida que tem impacto nos escolhas dos consumidores”, verificando-se isso mesmo “no aumento que as Marcas da Distribuição têm registado”, classificando esta situação de “preocupantes” ao mesmo tempo que é um “desafio”. “A confiança é o maior capital que uma empresa pode ter”, admite Reffóios.
Quanto à conveniência, um dos factores que mais tem puxado por este conceito está, segundo o administrador-delegado e director-geral da Nestlé Portugal, na taxa de emprego feminino em Portugal que, a juntar aos 50% dos lares compostos por uma ou duas pessoas, “tem trazido sucesso a alguns produtos em detrimento de outros. E os resultados de 2011 espelham isso mesmo”.