O fim da globalização (como a conhecemos)
A reflexão de Pedro Fernandes, Marketing Manager da Edigma, relativamente à globalização.

Victor Jorge
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Os ventos de mudança que assolam a nossa sociedade estão a reflectir-se de inúmeras formas no nosso quotidiano, umas mais evidentes, outras nem tanto. Um dos fenómenos que será afectado é o lado cultural da Globalização. Vale a pena reflectir porquê.
A contínua escalada do preço do barril de petróleo faz disparar os custos de transporte de produtos de um lado para o outro do Mundo. Mesmo com baixíssimos custos de produção em países de cheap-labor, transportar matéria-prima dos seus locais de origem para esses países e de volta para o Mundo Ocidental torna-se extremamente caro. E anula a vantagem da mão-de-obra barata. O que significa que teremos um retrocesso no processo de deslocalização produtiva, voltando ao paradigma anterior. Consequentemente, será o fim dos produtos standardizados em larga escala, para o Mundo inteiro.
A revolução tecnológica em curso, os smartphones equipados com internet, localização geográfica e um infindável número de aplicações disponíveis permitem-nos explorar cidades e regiões usando uma lente até aqui inacessível. Existem apps que permitem descobrir os recantos mais pitorescos das grandes metrópoles, os locais mais genuínos, os restaurantes frequentados pelos nativos, aqueles espaços que constam dos postais mas não dos roteiros turísticos. São apps que celebram a diversidade, a especificidade de cada espaço, de cada bar, de cada galeria, de cada loja. Não esperem encontrar dicas sobre o hambúrguer do McDonald’s ou sobre os preços da Zara, porque toda a gente já os conhece. Vão encontrar, isso sim, uma dica sobre aquele pequeno espaço numa viela semi-esquecida que faz os melhores hambúrgueres de madrugada. As pessoas estão fartas de shoppings todos iguais, geridos pelas mesmas pessoas, com as mesmas lojas e cada vez mais têm ferramentas para manifestar e partilhar os seus gostos e preferências.
O nosso Mundo está a ficar mais pequeno, mas ao mesmo tempo mais genuíno, mais característico. É cada vez mais fruto das suas gentes e da sua herança tradicional do que das grandes marcas globais e dos cogumelos franchisados. É uma oportunidade para a expressão cultural e artística das gentes e das cidades. E é uma oportunidade para redescobrir aquilo que julgamos já conhecer e que na realidade apenas temos uma ideia pálida, enevoada pela globalização.
É esta conjugação de factores que fazem com que a Globalização, tal como a conhecemos, deixe de existir. Não significa o fim da Globalização. Mas sem dúvida será bastante afectada. Nem a Globalização escapa à crise. Ou talvez a crise seja um reflexo dela…
Pedro Fernandes, Marketing Manager da Edigma