Lares gastam mais 0,9% em FMCG no semestre
A mais recente análise da Nielsen dá conta que o total de produtos comprados na distribuição moderna caiu 1,8% no primeiro semestre de 2011. No entanto, o gasto em FMCG aumentou 0,9% nos lares e 1,2% no retalho.
Victor Jorge
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Segundo a mais recente informação disponibilizada pela Nielsen, os gastos dos lares em Fast Moving Consumer Goods (FMCG sem perecíveis) cresceram 0,9% no primeiro semestre de 2011 (YTD semana 28/2011), enquanto as vendas no retalho cresceram 1,2% face ao mesmo período do ano passado.
Analisando, contudo, o total de cestas compradas em Portugal (Total Till), verifica-se que os gastos dos lares foram inferior em 1,8% em relação ao primeiro semestre de 2010 e menos 5,9% face aos primeiros seis meses de 2009, admitindo a análise da Nielsen que “o shopper português reage ao contexto de crise ‘controlando’ o valor total da sua despesa”.
Mas se os gastos e o consumo dos lares têm registado decréscimo, também o número de visitas à loja – “pontos de contacto” com o consumo – registaram uma descida, passado de 56% no primeiro semestre de 2009, para 52,2% no mesmo período de 2010, para se fixar nos 51,6% nos primeiros seis meses de 2011, representando, assim, uma diminuição de 1,3% face a 2010 e de 8% em relação a 2009.
E se o número de visitas tem vindo a diminuir desde há dois anos, também o gasto em cada uma dessas visitas acompanha o comportamento negativo, passando de 26 euros (1.º semestre 2009) para 25,9 euros (1.º semestre 2010), fixando-se nos 25,7 euros no primeiro semestre do actual exercício, correspondendo a uma descida de 0,8% face a 2010 e de 1,3% em relação ao mesmo período de 2009.
A análise da Nielsen apresenta ainda as geografias nacionais onde o consumo dos lares tem vindo a cair mais, verificando-se duas realidades distintas. Ou seja, se compararmos o primeiro semestre de 2011 com o mesmo período de 2010, o Grande Porto e os Litorais Norte e Centro são os mais prejudicados (quebra de 5,5 e 2,1%, respectivamente). Analisando, contudo, os primeiros seis meses de 2011 com o mesmo período, mas de 2009, verifica-se que os grandes penalizados são os Litorais Norte e Centro, bem como o Interior Norte, Alentejo e Algarve.
Para concluir, a análise da consultora refere ainda que o Continente é que apresenta mais clientes e maior gasto por ocasião, constituindo estes os “drivers de valor” da insígnia do grupo Sonae, ganhando, contudo, o Pingo Doce posição via maior frequência e gasto, compensando a saída de lares, realidade inversa em insígnia como o Intermarché, Minipreço e Lidl, penalizadas pela perda de lares.
Na “batalha” pela lealdade dos clientes, as duas insígnias que reforçam a fidelidade do shopper português foram Pingo Doce (de 24 para 26%) e Intermarché (de 20 para 22%), apesar de ser o Continente que mais fideliza os seus clientes (32%).