Marcas de fabricante dominam café
As marcas de fabricante reforçaram a liderança da categoria de cafés torrados e representam 84% do mercado em valor
Rita Gonçalves
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As marcas de fabricante reforçaram a liderança da categoria de cafés torrados e representam 84% do mercado em valor.
Segundo dados da consultora AC Nielsen (ano móvel sem. 08/2011), os produtores de marca subiram a quota de mercado em 23%, em valor, enquanto o crescimento da quota das marcas próprias (e primeiros preços) se ficou pelos 9%.
A categoria de cafés, misturas e sucedâneos torrados, movimentou 102 milhões de euros entre Fevereiro de 2010 e o mesmo mês de 2011, mais 21% face ao período homólogo. Em volume, venderam 10 milhões de quilos, uma subida de 2%.
Os supermercados (inclui Lidl) concentram 64% das compras da categoria, os hipers 25% e o canal tradicional 11%. No que diz respeito aos segmentos, são as cápsulas que lideram o segmento com 44% de quota. Seguem-se o café moído (28%), em grão (21%) e as pastilhas (7%).
A consultora Nielsen analisa ainda os cafés solúveis. Também nesta categoria são as marcas de fabricante que dão as cartas: detém 72% em valor, embora tenham perdido 3% de quota no período em análise.
As marcas próprias e de primeiro preço subiram 7% e detém 28% deste segmento. A categoria de cafés, misturas e sucedâneos solúveis representou 50 milhões de euros no período em análise, manteve a facturação do período homólogo, e 4 milhões de quilos, mais 2%.
A importância das lojas segue a mesma linha da categoria de cafés torrados: supers (69%), hipers (17%) e tradicionais (14%). As misturas e sucedâneos têm mais de metade da categoria (55%), as especialidades 12% e os puros 33%.
2011 marcou a entrada da Delta Q no Brasil. “A internacionalização era um dos objectivos para 2011 para a nossa marca de café em cápsulas”, sublinha em entrevista ao Hipersuper Rui Miguel Nabeiro, administrador da Delta Cafés, acrescentando que a escolha do Brasil está relacionada com “o potencial de crescimento e as oportunidades que o país oferece actualmente”.
A loja abriu na cidade de Vitória. “A localização privilegiada abre boas perspectivas para, a prazo, alargar as relações comerciais a outras regiões do Brasil”. A expansão da marca não se confina no entanto àquele país, garante Rui Nabeiro. “Contamos entrar em mais mercados no decorrer deste ano”.
O Pingo Doce surpreendeu os consumidores em Novembro do ano passado com o lançamento de uma máquina de café em cápsulas. Desenvolveu ainda o Café Expresso para comercializar com a sua própria marca, até agora as cápsulas mais baratas do mercado (a partir de 0,20 euros por unidade).
O que está a fazer a Delta para combater a atractividade do baixo preço? “A estratégia de Delta Q não foi estabelecida para combater ninguém. Encaramos com naturalidade a entrada das marcas próprias nos nossos mercados e, por isso, vamos concentrar-nos no objectivo de continuar a apresentar produtos inovadores e irreverentes, que sejam uma mais-valia para o consumidor e, acima de tudo, que vão ao encontro das suas necessidades e, se possível, criem novas tendências de consumo. Este desafio deve ser encarado como uma oportunidade. Ao introduzirem preços mais baixos, os distribuidores alargam o consumo de um determinado segmento de mercado a outros consumidores que a prazo podem vir a ser nossos consumidores desde que lhes apresentemos produtos de valor acrescentado que se diferenciem dos demais”.
A marca que renovou o estatuto de “Marca de Confiança” dos portugueses em 2011 conseguiu, apesar do contexto económico e social do País, “aumentar o volume de vendas em todos os segmentos e, especialmente, no café em cápsulas”.
Entre os objectivos estabelecidos para este ano, a Delta destaca a consolidação da “liderança do mercado nacional de café”, assim como “explorar os mercados internacionais onde já está presente e aproveitar para lançar Delta Q em alguns desses mercados”.
Nutricafés redefine portefólio
A grande aposta da Nutricafés para 2011 é a da redefinição do portefólio das marcas Nicola e Chave D’Ouro. “O objectivo é ter lotes específicos para cada canal e, consequentemente, para cada tipo de cliente”, explica João Dotti, director-geral da Nutricafés. “Vamos orientar as equipas comerciais para se focarem no principal negocio, a venda de café e bebidas quentes, para aumentar a eficácia. As equipas têm como objectivo a angariação de novos negócios de grande dimensão para aproveitamento da capacidade disponível. Estamos a trabalhar para ter maior produtividade de todas as áreas, eliminando estruturas e funções não produtivas”.
Além das reestruturações, a empresa vai apostar no lançamento de novos produtos no próximo mês. “Vamos lançar cápsulas de café, primeiro no canal Office e, posteriormente, noutros canais de venda da empresa. Introduzimos no mercado no início do ano uma gama de pastilhas no canal Alimentar, constituída pelos lotes Bocage, Selecto e Descafeinado”.
No ano passado, a Nutricafés consolidou a presença no canal Horeca (Hotéis, Restaurantes e Cafés), cresceu no canal Office (escritórios) e no Horeca Organizado, ou seja, em clientes com compras centralizadas, como a Companhia das Sandes e a Go Natural, por exemplo, refere o engenheiro.
O mercado global de café em Portugal vale 370 milhões de euros. São comercializadas cerca de 32 mil toneladas por ano. Em 2010, caiu 1% em volume e subiu 1% em valor, segundo dados fornecidos pela empresa. O Canal Alimentar representa cerca de 25% das vendas e o Horeca e HOD (Home and Office Delivery) pesa 85%. “Nos últimos anos temos assistido a um desvio de consumo imediato do Horeca tradicional para o Home&Office e centros comerciais”.
O mercado alimentar “está a atingir a maturidade no segmento do grão e moídos, quer no formato 250g quer no de 1 kg. No entanto, existem categorias, como as cápsulas e as pastilhas, que ainda têm muito espaço para crescer. Estas duas categorias têm evidenciado crescimentos a dois dígitos nos últimos dois/três anos. Pela sua praticidade, comodidade e higiene, cada vez mais os consumidores têm aderido a estes formatos, quer sejam comprados no supermercado quer em lojas próprias, como é o caso da Nespresso. Acreditamos que este segmento vai continuar a crescer e que as marcas se poderão diferenciar pelo portefólio”.