Netsonda traz para Portugal óculos menos intrusivos com eye tracking
Apesar de semelhantes aos tradicionais óculos de correcção, registam o movimento dos nossos olhos. Aumentar a eficácia dos lineares e criar uma embalagem à medida dos consumidores, são exemplos das potencialidades da tecnologia eye tracking
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Rita Gonçalves
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Apesar de semelhantes aos tradicionais óculos de correcção, registam o movimento dos nossos olhos. Aumentar a eficácia dos lineares e criar uma embalagem à medida dos consumidores, são exemplos das potencialidades da tecnologia eye tracking
São semelhantes a uns tradicionais óculos de correcção mas trazem dados novos às estratégicas de marketing. A Netsonda, especialista em estudos de mercado online, e a Work Value, responsável pela introdução do eyetracking em Portugal, trouxeram para Portugal o “mobile eyetracking”.
Os óculos incorporam tecnologia que permite identificar e registar o movimento dos nossos olhos. Lançados pela Tobii, no final do ano passado, os óculos, apesar de não serem inéditos, são leves e pouco intrusivos.
“Existem outras soluções no estrangeiro mas são equipamentos semelhantes aos antigos capacetes dos pilotos de aviação. Por serem intrusivos, os óculos com ‘capacete’ acabam por constringir o seu utilizador”, sublinha Tiago Cabral, co-fundador da Netsonda.
E, na aplicação desta tecnologia ao retalho, tudo o que os marketeers não precisam é de consumidores retraídos ou constrangidos. Porque a tecnologia permite seguir em tempo real o movimento ocular do utilizador enquanto este observa as prateleiras e concluir quais as áreas que mais fixaram a sua atenção e as que simplesmente ignorou. Quanto mais descontraído estiver o consumidor durante o teste, mais fiáveis são os resultados.
“O que se pretende é replicar da forma mais real possível o comportamento do consumidor no supermercado. E as pessoas não costumam ir às compras de capacete”, sublinha Salvador Patrício Gouveia, também fundador da Netsonda. Em ambiente real de loja ou num cenário físico que o reproduza, o novo estudo da Netsonda permite apurar o que capta a atenção do consumidor no ponto de venda, a ordem e duração da visualização dos vários elementos que estão a ser estudados e quais os que retiveram mais a sua atenção.
“O objectivo é aumentar a eficácia de arrumação dos produtos no linear, medindo o impacto das cores, rótulos, embalagens, promoções, entre outros indicadores que devem estar previamente definidos. O impacto nas vendas é directo”, garante o co-fundador da Netsonda.
Embalagem perfeita
A tecnologia eye tracking funciona com base na conjugação de três componentes principais: “um sistema de emissão de raios infra-vermelhos direccionado aos olhos do participante origina um reflexo pupilar que é medido. O sistema de recepção, através desses sensores, capta o reflexo da pupila. Depois, o modelo matemático que está por detrás da tecnologia calcula com precisão o ponto de fixação ocular num determinado campo visual”, explica Tiago Cabral.
A Netsonda está a divulgar o novo dispositivo tecnológico móvel junto dos grandes distribuidores. E já tem um projecto em desenvolvimento na área do retalho. Embora se escuse a identificar o retalhista, Tiago Cabral explica que, através dos novos óculos, vão tentar perceber, em ambiente real, para onde olha o consumidor imediatamente a seguir à entrada na loja e como se desenvolve o movimento ocular.
“O estudo foi encomendado por um retalhista que vai relançar uma grande marca em Portugal. Vamos efectuar o teste numa loja piloto”. A Netsonda está ainda a desenvolver um projecto na área da saúde ligado à sinalética para facilitar a deslocação dos doentes e visitantes entre os diversos espaços do edifício. Apesar de estar a lançar um novo produto, o eyetracking não é uma tecnologia nova para a empresa de estudos de mercado.
“Desde o ano passado que fazemos testes de eyetracking “on screen” (no monitor) em 2D para diversos sectores: testes de embalagem, simulação de lineares e testar anúncios ou lançamentos de websites, são alguns exemplos.
Um estudo com 15 entrevistas custa entre 3.500 euros e 6.000 euros. Com esta amostra, “definem-se as macro-áreas, depois pode-se fazer um estudo quantitativo, mais alargado”. Tiago Cabral dá um exemplo: para testar uma nova embalagem é possível perceber, inicialmente, para onde os consumidores olharam e como interagiram com a embalagem e, depois, sabendo onde os intervenientes mais fixaram o olhar, testar uma série de embalagens junto de, por exemplo, 700 pessoas para chegar à embalagem perfeita”.