Entrevista Kantar: “Amostra aumentou para 5 mil lares”
O novo consumer research panel – composto por 5.000 lares – vai permitir dar insights e, como diz Paulo Caldeira, director de Marketing e Comnunicação da consultora, “prever o desempenho futuro de uma marca ou insígnia”
Victor Jorge
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Paulo Caldeira, director de Marketing da Kantar Worldpanel
Actualmente, marcas e insígnias procuram algo mais do que a simples informação do que se vende, da quota de mercado de determinado produto ou insígnia. Hoje, todos queremos saber o dia de amanhã. O Worldpanel 3.0 dá previsões de seis a 12 meses. Uma espécie de bola de cristal. Em entrevista, Paulo Caldeira, director de Marketing da Kantar Worldpanel, explica como.
Num investimento superior a um milhão de euros, a Kantar Worldpanel “fartou-se” de dar informações sobre o comportamento dos mercados … do passado. O novo consumer research panel – composto por 5.000 lares – vai permitir dar insights e, como diz Paulo Caldeira, director de Marketing e Comnunicação da consultora, “prever o desempenho futuro de uma marca ou insígnia”. A ver vamos!
Hipersuper( H): A Kantar Worldpanel apresentou recentemente o Worldpanel 3.0, no que diz ser o mais avançado serviço de consumer research panel que existe em Portugal. O que é exactamente o Worldpanel 3.0 e como funciona?
Paulo Caldeira (P.C.): O Worldpanel 3.0 (WP 3.0) é uma evolução do serviço actual. Um dos aspectos mais importantes é o aumento da amostra de 3.000 para 5.000 lares, dos quais 4.000 estarão disponíveis já em Janeiro de 2011. Este aumento da amostra vai permitir não só maior rigor, mas sobretudo maior granulidade e maior detalhe na informação oferecida aos nossos clientes. Adicionalmente, permitirá ainda ter informação por Distrito.
Para além desta mudança, existe um conjunto de novos modelos e de novas análises, que vão passar a estar disponíveis em Portugal pela primeira vez. Desse conjunto, destaco o módulo de previsão de desempeno futuro de uma marca ou insígnia.
Em resumo, o WP 3.0 terá dois níveis de serviço: um que é basicamente o mesmo que fornecemos actualmente, mas com uma base amostral maior, a que chamamos Alta Definição e o outro módulo – Antecipação – que inclui previsão de desempenho e outras novas informações.
H: Referem que este novo serviço permite conhecer o futuro desempenho de uma marca ou insígnia num horizonte a 6 meses e a 12 meses. Porquê 6 e 12 meses e com que exactidão podem garantir esse horizonte?
P.C.: Na realidade, aquilo que damos é uma previsão sobre tendências de subida ou descida de uma marca em relação à posição actual, com cinco níveis de informação. De acordo com o feedback que tivemos de alguns clientes o que foi considerado mais razoável foi a previsão a seis meses e a um ano. Dá-nos um horizonte suficientemente alargado para poder agir. Temos neste momento cerca de dois anos de testes, em que comparámos as indicações do modelo com os resultados reais, de forma a saber qual o nível de rigor das previsões. Verificámos um acerto em cerca de 90% dos casos.
H: Com a volatilidade com que a economia, ou melhor, os players, são actualmente confrontados, qual o risco de uma previsão dada relativamente a uma determinada marca/insígnia sair errada? Ou a volatilidade do mercado/consumidor não é tão grande que faça uma previsão estar errada?
P.C.: Este modelo, apesar de se basear nos resultados obtidos no passado, não segue uma tendência linear, mas antes uma abordagem mais complexa sobre a composição do consumo de cada marca. Não obstante, profundas transformações na fiscalidade ou uma alteração drástica do consumo por agravamento da recessão podem causar naturalmente maiores cuidados na previsão a fazer. Mas isto só se aplica em condições extraordinárias.
H: Este research foi já lançado em Espanha. Com que resultados?
P.C.: Foi precisamente a experiência em Espanha que, pelos seus bons resultados, nos deu confiança para alargar o serviço a Portugal.
H: Este é um research que pretende antecipar problemas ou dar vantagem aos players, dando-lhes possibilidade para aproveitar determinadas oportunidades? Como? Dê um exemplo?
P.C.: No âmbito do programa de testes, tivemos oportunidade de acompanhar algumas marcas presentes no mercado português. Num dos casos, foi estranho verificar que uma marca para a qual estávamos a reportar bons resultados tinha já alertas, no modelo de “antecipação”, sobre problemas que prevíamos que iriam ocorrer no futuro. Se tivéssemos tido oportunidade de avisar este cliente em concreto, sabemos agora que ele teria tido condições de tomar acções para prevenir a queda de 10% na sua quota de mercado.