418.000 m2 de ABL de centros comerciais podem ser renovados a médio prazo
São mais de 400.000 m2 de ABL de centros comerciais com potencial de renovação a médio prazo. Quem o revela é a Jones Lang LaSalle, apontando o Grande Porto como região a receber maior intervenção (177.000 m2), seguida de Lisboa (68.000 m2).
Victor Jorge
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A Jones Lang LaSalle (JLLS) apresentou recentemente as principais conclusões do estudo “Lift ou mudança completa? – Um retrato dos centros comerciais em Portugal”, revelando que mais de 418.000 m² de ABL de centros comerciais em funcionamento, ou seja o equivalente a 16% do stock actual, têm potencial para ser alvo de uma intervenção de renovação a médio prazo, incluindo remodelações, ampliações ou reposicionamentos do tenant mix.
Manuel Puig, director-geral da Jones Lang LaSalle sublinha que, “com uma rápida expansão nas décadas de 80 e 90, os centros comerciais vivem agora a necessidade de se reinventarem a si próprios. A maturidade alcançada pelo mercado assim obriga e apenas aqueles que estiverem abertos à mudança conseguirão oferecer ao consumidor uma oferta apelativa e diferenciadora. Num mercado cada vez mais competitivo é importante anteciparmos tendências e dar um passo em frente em direcção a uma nova era”.
Cristina Cristóvão, directora do Departamento de Consultoria e Research, acrescenta, por vez, que “precisamos de espaços apelativos e agradáveis com um cunho de originalidade e totalmente direccionados para as necessidades do seu público-alvo, e face a um mercado onde a construção nova tende a abrandar, a intervenção em projectos existentes é a resposta. Estes são requisitos quer para a captação de consumidores, quer para atrair operadores e começam já a traduzir uma realidade no mercado nacional, no qual o espaço para o nascimento de novos projectos se revela algo preenchido”.
Do total de 418.000 m² de centros comerciais em actividade identificados pela JLLS como passíveis de serem intervencionados a médio prazo, no sentido de renovar a sua oferta e espaços, a maior fatia localiza-se no Grande Porto. Nesta região, existem cerca de 177.000 m2 de equipamentos comerciais que a Jones Lang LaSalle identificou com potencial para receber uma intervenção de reposicionamento comercial ou remodelação total, seguida da Região da Grande Lisboa com 68.000 m2.
Em termos de dimensão, 61% dos centros comerciais identificados pela consultora são equipamentos de pequena dimensão e 29% de média dimensão, essencialmente caracterizados por uma oferta escassa e desadequada, uma imagem pouco atractiva e muitas vezes ultrapassada, design arquitectónico pouco apelativo e com entraves à circulação ideal de visitantes.
No seu relatório, a Jones Lang LaSalle avança que existem 103 centros comerciais em funcionamento no mercado nacional, dos quais 31% foram já intervencionados nos anos mais recentes, incluindo ampliação e remodelação de projectos, ou reposicionamento do tenant mix, verificando-se que, em média, um equipamento comercial tem uma antiguidade de 11 anos até ser alvo de uma intervenção.
O ano de 2009 foi espelho destas novas tendências, tendo sido palco de duas ampliações e uma remodelação total, respectivamente, o Shopping Braga Parque e Guimarães Shopping – alvo de processos de ampliação que permitiram o aumento de ABL disponível e um alargamento do leque de oferta comercial – e o Olivais Shopping, totalmente transformado e agora denominado Spacio Shopping, apresentando uma imagem renovada e a alteração de layout. Os Dolce Vita Miraflores e Monumental, o Centro Colombo, o Alegro Alfragide, o Palácio do Gelo, ou o Arrábida Shopping são outros exemplos apontados no relatório.
“Os centros comerciais que são verdadeiras referências nacionais e que são igualmente marcantes no âmbito europeu estão a ser alvo de transformações, seja em pequena ou larga escala, tudo em nome da modernização e dos bons resultados. E se os grandes o fazem, os pequenos e médios equipamentos deverão seguir-lhes as pisadas”, salienta Manuel Puig.
E conclui: “os resultados são de facto surpreendentes e os casos apresentados provam-no. Aumento do número de visitantes, aumento do volume de receitas, utilização mais racional e rentável dos recursos do próprio equipamento e aumento da notoriedade são algumas das vantagens de um equipamento que é um organismo vivo, mutável e atento à modernidade dos tempos”.