Litígio entre EU e Argentina atrasa negociações no Mercosur
As negociações entre União Europeia e Mercosur não estão a decorrer da melhor maneira. Tudo porque a Argentina insiste no bloqueio aos produtos alimentares provenientes do Velho Continente.
Victor Jorge
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As barreiras colocadas pela Argentina à importação de alimentos ensombraram a primeira ronda de negociações entre UE e Mercosur.
A controvérsia entre a União Europeia e a Argentina por causa das supostas barreiras colocadas por parte do país sul-americano à importação de alimentos ensombraram a primeira ronda de negociações entre o Mercosur e EU para se chegar a um acordo de associação política e comercial.
Técnicos reuniram-se recentemente na capital argentina, depois de se ter chegado a um acordo em Maio passado, para retomar as conversações sobre um acordo de livre comércio.
João Aguiar Machado, director-geral adjunto do Comércio da Comissão Europeia, porta-voz da delegação dos 27, reconheceu, à agência EFE, que, embora o encontro tivesse sido “muito frutífero”, as medidas restritivas impostas pela Argentina à importação de produtos europeus pode “atrasar” o avanço das negociações.
O representante da EU confirmou, inclusivamente, que o bloco europeu colocará este problema na Organização Mundial do Comércio (OMC) na próxima reunião.
O Governo argentino insistiu, no entanto, na negação das restrições colocadas, admitindo que esta situação poderá interferir nas negociações para um acordo entre os 27 países da EU com o Mercosur, integrando países como o Brasil, Uruguai e Paraguai.
“Está-se a sobrevalorizar um problema. Está-se a fazer de uma coisa pequena, um Mundo. Ouvimos um furacão de declarações europeias como se se estivesse a destruir o comércio bilateral entre a UE e a Argentina. Estamos a falar de 100.000 ou 200.000 dólares [entre 79 e 158 mil dólares]”, afirmou o secretário do Comércio e Relações Económicas Internacionais da Argentina, Alfredo Chiaradía.
Para este responsável argentino pelas negociações no Mercosur, existe uma “utilização política” nas reclamações da UE pelas supostas barreiras colocadas à entrada de alimentos, com o objectivo de “dividir o Mercosur” ou poder “justificar no futuro a paralisação das relações comerciais”.
A Argentina, presidente temporário do Mercosur, não divulgou a aplicação de nenhuma medida formal para travar a entrada de produtos europeus, mas os importadores queixaram-se de pressões e demoras burocráticas nas tramitações aduaneiras.
Num momento em que “estamos a relançar as negociações, uma medida de este tipo não ajuda a criar um clima d confiança, mas antes a agravar e mesmo a dificultar as conversações”, salientou Aguiar Machada à EFE, deixando a questão: “como é que vamos negociar um acordo de liberalização quando há um país a bloqueá-lo?”.
As negociações desenrolam-se num contexto de pressão por parte de sectores agrícolas de vários países europeus que rejeitam as negociações com o Mercosur porque consideram que afectaria os seus interesses, já que os sul-americanos estão entre os maiores produtores mundiais de produtos alimentares.