Quando uns pensam em Bolas de Berlim, outros pensam em filhoses
A época pós-férias, e até final do ano, com todos os eventos orientados ao consumo, é, sem dúvida, a mais exigente para quem trabalha em retalho e grande distribuição e no seu suporte (procurement, compras, visual merchandising, marketing e disciplinas contíguas).
“Já estou farto do Natal”! Este, foi um desabafo ouvido de um colaborador de um cliente em pleno agosto. Sim, usa o calendário gregoriano e referia-se ao Natal deste ano.
Quando ainda todos andam a banhos e se preocupam apenas em refrescar com um gelado ou em comprar uma nova toalha de praia, nós, que trabalhamos em procurement, logística, marketing ou visual merchandising, já só pensamos em mantas quentes e fofas, gorros, guizos, árvores e luzes de Natal e outros produtos próprios desse período do ano. Ou seja, outros, pensam em bolas de Berlim, nós, em filhoses!
E, se já só pensamos no Natal, é porque, quando ainda nem o ano letivo tinha terminado, já preparávamos o regresso às aulas, as feiras de vinhos e enchidos de outono, a black friday e cyber monday ou a passagem de ano.
A época pós-férias, e até final do ano, com todos os eventos orientados ao consumo, é, sem dúvida, a mais exigente para quem trabalha em retalho e grande distribuição e no seu suporte (procurement, compras, visual merchandising, marketing e disciplinas contíguas).
A adaptação e planeamento logístico são críticos, a agilidade e alteração numa breve janela temporal, do visual merchandising nas lojas físicas e online é fundamental para fazer push às campanhas sazonais, como o regresso às aulas, feiras de vinhos e enchidos, black friday, cyber monday e os inevitáveis Natal e passagem de ano.
Estas campanhas, não só captam a atenção dos consumidores e respondem a importantes momentos de consumo, como também são cruciais para maximizar vendas e, em muitos casos, equilibrar o exercício anual.
Cada campanha tem exigências específicas em termos de exposição de produtos e gestão de stocks. No regresso às aulas, por exemplo, as lojas precisam de destacar material escolar e roupas infantis, enquanto as feiras de outono focam-se em produtos gourmet. Já no caso da black friday e cyber monday, o ênfase assenta em eletrónica e promoções massivas, exigindo uma logística a toda a prova, para garantir disponibilidade, entrega rápida e devoluções. O Natal, por sua vez, é um período prolongado e multifacetado, que vai da decoração e brinquedos, até produtos alimentares ou joias, exigindo uma estratégia diferenciada e multifacetada de abastecimento e visibilidade.
O nível de complexidade aumenta, quando a mesma marca tem lojas de shopping, lojas de rua e até pop-up stores. Três possibilidades que exigem logística, promoção e stocks diferenciados, para elencar apenas os essenciais.
Enquanto as lojas de shopping tendem a atrair um fluxo constante de clientes, exigindo uma reposição de stock mais frequente, as lojas de rua podem necessitar de uma abordagem mais personalizada, para captar a atenção do seu público-alvo. Já as pop-up stores oferecem a oportunidade de criar experiências de compra inovadoras, tendo, contudo, limitação de tempo e espaço, exigindo uma gestão logística muito ágil.
Para que tudo funcione com eficácia e eficiência, desde o visual merchandising até à experiência do cliente (fundamental!), o planeamento logístico e de distribuição é altamente crítico. Um bom planeamento é o que permite ao consumidor encontrar os produtos certos, na hora certa, ao preço certo, criando um ciclo virtuoso que beneficia retalhista e cliente.
Ora, o período de veraneio, para quem trabalha em logística e na cadeia de abastecimento de retalho e grande distribuição, muitas vezes é apenas imaginário. É uma altura do ano de alta intensidade, que nos deixa mais próximos de sonhos e filhoses, que de bolas de Berlim.