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José Duarte, presidente da CAMB

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

Bebidas

“A CAMB é o garante económico da nossa região”

A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) está a celebrar 70 anos. A campanha de 2023-2024 terminou com a receção de 47 milhões de quilos de azeitona, mas esta quantidade poderia ser maior, se houvesse mais acesso a água. O mote perfeito para uma entrevista com José Duarte, presidente da CAMB.

Ana Grácio Pinto
José Duarte, presidente da CAMB

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

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“A CAMB é o garante económico da nossa região”

A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) está a celebrar 70 anos. A campanha de 2023-2024 terminou com a receção de 47 milhões de quilos de azeitona, mas esta quantidade poderia ser maior, se houvesse mais acesso a água. O mote perfeito para uma entrevista com José Duarte, presidente da CAMB.

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Ana Grácio Pinto
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A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) tem quatro mil associados, dos quais 1.300 são olivicultores, e aqueles que entregam a azeitona. São 20 mil os hectares de olival dentro da área da abrangência da cooperativa, dos quais 65% é tradicional de sequeiro. A cooperativa comercializa cinco azeites no mercado nacional e nos mercados externos e, mais recentemente, inovou ao lançar outra marca, exclusivamente para a exportação.
“O grande objetivo da nossa cooperativa sempre foi – e para isso é que a cooperativa foi formada – comercializar da melhor forma a produção dos seus associados, valorizar essa produção e, com isso, garantir uma sustentabilidade económica, mas também social, para os produtores”, sublinha José Duarte, nesta entrevista.

A CAMB está a celebrar 70 anos, sete décadas de trabalho com os produtores. O que mudou ao longo destas sete décadas? E, por outro lado, o que a cooperativa mantém inalterado?
O que mudou ao longo destes 70 anos foi, primeiro, a transformação que o olival teve, principalmente nos últimos 20 anos, em que houve uma modernização muito grande, muito fruto do Alqueva. Tivemos água no Alentejo e isto transformou completamente a paisagem, transformou a olivicultura. Hoje, Portugal é uma referência na olivicultura mundial pela tecnologia, pela produção de azeite de qualidade. Nós, apesar de estarmos perto da barragem do Alqueva e de não termos ainda uma área de regadio muito grande dentro da área da abrangência da cooperativa, notamos que houve essa grande transformação.
Em relação aos princípios e os valores, acho que se mantiveram desde a essência da cooperativa. O grande objetivo da nossa cooperativa sempre foi – e para isso é que a cooperativa foi formada – comercializar da melhor forma a produção dos seus associados, valorizar essa produção e, com isso, garantir uma sustentabilidade económica, mas também social, para os produtores. E acho que esses princípios, ao longo destes 70 anos se têm mantido, criarmos um ecossistema dentro da nossa região, muito à volta do azeite e da azeitona, em que praticamente todas as famílias do concelho de Moura têm alguma dependência ou alguma ligação ao olival.
E estando nós numa zona de Alentejo profundo, onde o tecido empresarial é muito fraco, a cooperativa tem, também, essa responsabilidade social. É o grande garante económico, digamos assim, da nossa região. A cooperativa tem quatro mil associados, no geral, dos quais 1.300 são olivicultores, e são aqueles que efetivamente nos entregam a azeitona. Mas, depois, há um leque de pessoas, desde os colaboradores a associados, a prestadores de serviços, a todo o comércio, que acabam, de uma maneira ou de outra, por beneficiar do facto de a cooperativa existir.

A produção média de seis mil toneladas de azeite por ano mantém-se?
Sim, mantém-se. A média dos últimos anos tem sido os 6 milhões. Na melhor campanha da cooperativa, que foi em 2021-2022, obtivemos uma produção de 10 milhões e 500 mil quilos de azeite. Foi a produção recorde.

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

A gama comercializada pela CAMB é composta por quantos azeites?
O nosso produto de excelência embalado é o Azeite de Moura DOP. Nós somos a maior e a mais antiga DOP de Portugal e estamos no mercado já há muitos anos com este azeite, que continua a ser a nossa aposta de mercado.
O Azeite Moura DOP é de uma zona certificada, que é a DOP MOURA (Denominação de Origem Protegida). Esse azeite é feito com base num caderno de especificações – em que temos de ter determinadas variedades, variedades autóctones, que estão aqui na nossa região já há muitos séculos – e que nós cumprimos. A maior parte dessa azeitona é proveniente dos nossos olivais tradicionais de sequeiro e tem, obviamente, umas características organoléticas únicas.
Lançamos também um azeite mais premium, o Lote Seleção. É fruto dos melhores lotes de azeite que temos na cooperativa. Todos os anos os nossos técnicos escolhem os melhores lotes, fazem um blend e com base nesse blend comercializamos o azeite Lote Seleção.
No caso do Seleção, é um azeite virgem extra. No Azeite Moura DOP, temos no mercado um azeite virgem extra, um virgem extra bio e também um azeite virgem.
Depois, temos uma marca centenária, o Salúquia. Já esteve nas grandes superfícies na distribuição a nível nacional. Neste momento só está aqui, a nível regional. Temos esse azeite à venda por ser uma marca que tem cem anos e que queremos manter pelo menos aqui para o nosso mercado.
Temos uma outra marca, de um azeite não DOP. É o Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, feito com outro tipo de variedades de azeitona, que lançámos no ano passado para exportação.
Todo o azeite que nós vendemos é proveniente exclusivamente das azeitonas dos nossos associados. Nós não compramos nem azeitona, nem azeite a terceiros.

O que diferencia o azeite produzido na CAMB? Que características tem, o que diferencia do azeite de outras regiões?
O primeiro ponto é a qualidade. O nosso terroir é distinto do de muitas zonas onde existe olival mais recentemente. Não é por acaso que nós temos olival desde o tempo dos romanos, é porque nós temos características edafoclimáticas únicas e a nível organolético os nossos azeites são diferenciados também por causa disso.
E depois, obviamente, as variedades. Nós temos variedades, como é o caso do nosso DOP, onde temos a galega que dá um toque mais suave, mais aveludado, e depois temos azeites um pouco mais consistentes e mais fortes como é o caso da verdial e da cordovil. E estes blends fazem com que o nosso azeite seja diferenciado e muito apreciado pelo consumidor. Há também um saber preparar, fazer, isto é muito importante porque nós andamos no mercado já desde o século passado. E há um conhecimento que muitas vezes passa de pai para filho porque nós já cá estávamos antes desta transformação toda dos olivais.
Mesmo durante a pandemia a cooperativa não parou, nós aqui decidimos que não podia faltar azeite na casa dos portugueses. Trabalhámos com todas as condições de segurança, obviamente, mas fizemos turnos, trabalhámos 24 sobre 24 com turnos mais pequenos, e não falhámos uma única entrega, uma única encomenda que nos fizeram. E acho que da parte do consumidor também há esse reconhecimento de tudo aquilo que nós fazemos e proporcionamos ao mercado e com toda esta qualidade.

A campanha de 2023-2024 terminou com a receção de 47 milhões de quilos de azeitona. De quanto foi esse aumento em quilos e percentagem em relação à época anterior?
Nós viemos de uma campanha muito baixa, a campanha de 2022-2023, em que recebemos 27 milhões de quilos de azeitona, se não estou em erro. As nossas estimativas para a campanha que terminou em janeiro, eram de 40 milhões de quilos. E obtivemos 47 milhões de quilos de azeitona.
No entanto, em relação ao rendimento, tivemos, com os 47 milhões de quilos de azeitona, praticamente os mesmos quilos de azeite que estávamos à espera com os 40 milhões que tínhamos estimado.
Porque o rendimento não é um número fixo. Sofre variações em função do clima: se está mais calor, se atrasa a altura do amadurecimento do fruto ou não, ou se chove. Este ano choveu antes da campanha, o fruto ganhou água e o processo de formação de azeite parou naquela altura. E daí nós trazermos mais quilos, efetivamente, de azeitona para o lagar, mas depois quando é convertido e quando é transformado em azeite, há uma redução de azeite extraído porque efetivamente trouxemos uma grande quantidade de água. Todos os anos há variações em termos de rendimento. Por norma, estamos a falar em 15% de rendimento de azeite por azeitona. Em cada 1000 quilos de azeitona, temos 15%, ou seja, 150 quilos de azeite, em média.

A fraca campanha de 2022, por causa da pouco chuva, resultou na falta de Azeite Moura DOP nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais, e levou a CAMB a explicar os motivos…
Na história recente da cooperativa, foi o único ano em que efetivamente nos faltou azeite. O azeite da campanha é vendido durante o ano comercial a seguir. E foi o que aconteceu na anterior campanha. Tivemos uma campanha de 27 milhões de quilos com um rendimento também normal. Satisfizemos os nossos clientes, mas avisamo-los logo no início que tínhamos tido uma campanha fraca e que só tínhamos aquela quantidade de azeite.
E nós temos hoje em dia um handicap em relação a tudo o que se está a fazer aqui no Alentejo de olivicultura moderna. Temos 20 mil hectares de olival dentro da área da abrangência da cooperativa, mas cerca de 65% desse olival é tradicional de sequeiro. E em anos de seca, como há dois anos, que afetou muito o calor na altura da floração, tivemos produções baixíssimas e obviamente que aí não conseguimos abastecer o mercado.

Está a crescer a área de implantação do olival plantado em copa (intensivo), e o plantado em sebe (superintensivo)? Estão a alterar a paisagem, por uma questão de rentabilidade?
Está-se a alterar, mas há um fator que condiciona, neste momento, essa transformação: a falta de água. No concelho de Moura, neste momento, os nossos olivicultores têm dois problemas estruturais. Um é não termos água, não temos ainda blocos de rega do Alqueva. E para se fazer a transformação, para esse tipo de olival mais moderno, mais produtivo, precisamos de água. Enquanto não tivermos, não se pode fazer essa transformação.
O outro problema tem a ver com a rede Natura 2000. Nós temos grande parte dos nossos olivais tradicionais em rede Natura 2000 e esses hão-de continuar a ser sempre olivais tradicionais de sequeiro. Isso é um fator também limitante nas nossas produções. Em termos de área, na nossa cooperativa, por exemplo, em 20 mil hectares, não temos mil hectares de olival em sebe.
Olhamos com muita esperança, para que tenhamos água do Alqueva. Foi prometido, já por dois ministros, e já foi avançada a construção de dois blocos de rega, o bloco de rega de Moura e o bloco de rega de Póvoa Amareleja. E aí, não tenhamos dúvidas, vai haver uma transformação também no olival e um aumento de produção da própria cooperativa.

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)Então pode-se dizer que é o que deve ser feito de forma mais urgente? O calor e a chuva fora de época são fatores que os agricultores não conseguem controlar. Mas o acesso à água pode ser controlado…
Sem dúvida. Há aqui duas situações. Se nós queremos combater as alterações climáticas, só o conseguimos com água. Se nós tivermos água, nós conseguimos, primeiro que tudo, fixar as pessoas. E um problema que esta região e que todo o interior do país têm, é como fixar os jovens. Temos que criar condições para que um jovem que se queira instalar na agricultura seja competitivo, tenha rentabilidade. Não pode estar na agricultura para perder dinheiro, porque senão acaba por ir para o litoral e deixa o interior. Essa é a primeira situação.
Obviamente que a construção dos blocos de rega, previstos no nosso concelho, vai criar aqui as condições ideais para transformarmos a nossa região e termos a agricultura, a par de outras valências, como o turismo, como fatores que dinamizem a região, criem emprego e consigamos segurar os jovens à região. E no nosso caso, obviamente, que vemos com urgência a questão da construção dos blocos de rega, até para sermos competitivos. Porque hoje em dia, os agricultores do concelho de Moura e Barrancos, os agricultores do olival tradicional de sequeiro, não são competitivos. E é muito fácil percebermos o porquê. Quando temos produções de dois mil quilos de azeitona por hectare versus produção de 15 mil que dá um olival moderno, estamos a ver aqui a decalagem que há entre agricultores.

É um caminho natural para a CAMB, ‘mudar’ para os olivais modernos?
Eu acho que é um caminho perfeitamente natural a partir do momento em que tenhamos água e nas zonas onde vamos ter água. Porque grande parte dos nossos 20 mil hectares vão continuar no modo em que hoje ainda estão em produção por um conjunto de condicionantes como a rede Natura e por outras onde não há rede Natura mas também não há água. Os olivicultores não podem aí fazer grandes transformações.
Agora, é evolução. E aqui é uma forma de mecanizarmos mais um setor e com resultados. Porque efetivamente a olivicultura moderna dá resultados. Vejamos os números, por exemplo, das exportações de azeite, que em 2023 atingiram o recorde mil milhões de euros, um valor superior ao do vinho, e com um produto de qualidade. E o que nós exportamos é, atrevo-me a dizer, se calhar 100% de azeites virgens entre o virgem e o virgem extra.

São inúmeros os prémios recebidos pela CAMB, em Portugal e no estrangeiro. Estes prémios são também resultado de uma atenção à sustentabilidade dos olivais?
Também. E grande parte do mérito destes prémios está nos nossos olivicultores como é óbvio. Pela forma como trabalham a terra, como cuidam dos olivais. Há uma característica única nesta região: o facto de termos olival desde o tempo dos romanos; há aqui uma paixão enraizada nos olivicultores e a forma de trabalharmos até é diferente e tentamos criar aqui, sem dúvida, uma sustentabilidade. E o tal ecossistema entre o ambiental, o económico e o social é extremamente importante. Estes prémios são o reflexo também do conjunto destes três pilares. Cada prémio que nós ganhamos é obviamente um motivo de satisfação, mas é um motivo de satisfação coletivo. Ao fim e ao cabo, quem ganha o prémio é o agricultor porque é ele que está ao longo do ano a cuidar e a tratar do seu olival.

Como é que os olivicultores trabalham a sustentabilidade? Sabendo que grande parte da produção provém de olivais tradicionais…
Esse olival tradicional por norma é um olival que está a contribuir para baixarmos as emissões de carbono. E depois, no olival tradicional toda a fauna e a flora envolvente acaba também por ser um garante dessa sustentabilidade. E o facto do agricultor cuidar e tratar esse olival é, do meu ponto de vista, o expoente máximo da sustentabilidade. Porque o dia que esse agricultor não for produtivo e não tiver sustentabilidade económica e que decida abandonar esse olival vamos ter aí sim um problema grave naquilo que é a sustentabilidade ambiental.

A UE defende uma produção mais sustentável, com mais ênfase na estratégia ‘Farm to Fork’, com redução de pesticidas e fertilizantes. Alterar procedimentos para uma produção mais sustentável pode levar a uma quebra no rendimento agrícola e acarreta investimentos, às vezes difíceis de comportar sem apoios. Tal pode vir a acontecer no olival?
Vai, se a estratégia ‘Farm to Fork’ for para a frente da forma que foi criada. Houve recentemente um recuo, reflexo das manifestações dos agricultores. A União Europeia não vai fazer nada até junho, como é óbvio, mas depois com o novo Parlamento Europeu o ‘Farm to Fork’ vai voltar outra vez à ribalta e não sabemos de que forma. Obviamente que há uma consciencialização na parte ambiental, mas não nos podemos esquecer de uma coisa: a União Europeia faz parte de um mercado global e ao criar a estratégia ‘Farm to Fork’, estamos a colocar nos nossos agricultores um conjunto de limitações de produtos que a médio e longo prazo o que vão fazer é que tenhamos uma produção menor. Ao haver uma produção menor vai faltar produto no mercado e, das duas uma, ou subimos o preço do produto para equilibrar a balança ou então vamos comprar produtos a mercados fora da União Europeia com regulamentações próprias e que depois entram aqui com mais produto ainda do que aqueles que nos estão a restringir.
Tem que haver um pouco de bom senso e um equilíbrio também e penso que a União Europeia percebeu isso.

Por falar em preços, estes têm vindo a aumentar exponencialmente. Está relacionado com os custos na produção, ou também com um aumento do consumo?
A subida do preço do azeite tem a ver primeiro com uma questão de falta de produção. A nível mundial, viemos de duas campanhas seguidas em que houve produções baixas. E porquê? Choveu menos, fez calor em alturas chave do ciclo produtivo da oliveira, nomeadamente na floração, e isso fez com que tivéssemos produções baixas. E há um país que representa 50% da produção mundial de azeite, a nossa vizinha Espanha, que tem a maior parte do olival também em sistema tradicional de sequeiro, na zona de Jaén, e mesmo o olival de regadio naquela zona tem muitas limitações porque não tem o acesso à água.
Esta quebra de produção em dois anos levou a que não houvesse stocks a nível mundial e tivéssemos aqui uma campanha com pouco azeite e o que aconteceu foi uma subida acentuada no preço.
Mas há algo em que nós temos que pensar também. Fala-se muito que o preço está muito elevado, mas partimos de um pressuposto muito baixo: o preço do azeite há dois, três anos estava nos dois euros por quilo e dois euros por quilo está abaixo dos custos de produção do olival tradicional. Os nossos agricultores do olival tradicional há dois anos estavam a perder dinheiro porque o preço do azeite estava excessivamente baixo.
Tivemos outros fatores: um aumento da inflação a guerra na Ucrânia, a questão da mão de obra. No ano passado nesta altura tínhamos o preço praticamente a sete euros por quilo muito por fruto deste aumento de inflação e dos fatores de produção, da energia. Este aumento agora dos sete para os nove euros foi muito reflexo de não haver azeite no mercado e foi uma forma de se conseguir que se abastecesse o mercado ao longo do ano até ao início da próxima campanha.

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)Voltando aos prémios, estes abriram portas na exportação? Que percentagem representam os mercados externos?
Estes prémios ajudam a vender na exportação, mas também a nível nacional. A nossa estratégia sempre foi, desde o início, o mercado nacional até porque não tínhamos azeite para exportação pelas nossas características,: termos safra, contra-safra, termos olival tradicional com menos produtividade não nos dava para planificar. De há 10 anos para cá começamos a trabalhar o mercado de exportação, que representa mais ou menos 15% da venda da cooperativa. Obviamente que os prémios ajudam a abrir portas, é um sinal de qualidade, de notoriedade e obviamente que os nossos parceiros procuram sempre também equipas vencedoras.

A quantos mercados chegam os azeites da CAMB?
Estamos na Polónia, mercado que tem um peso importante para nós, e depois temos o chamado ‘mercado da saudade’: Alemanha, Suíça, França Bélgica, Holanda são os mercados onde estamos presentes. Entrámos nos Estados Unidos o ano passado, com a nova marca, um mercado de difícil entrada, mas o caminho, como se costuma dizer, faz-se caminhando e esperamos, ano após ano, irmos consolidando também essa esta nova marca.

Como surgiu a ideia de criar esta marca exclusiva para a exportação?
As produções da cooperativa foram aumentando ao longo dos últimos anos e ao ter mais produção só nos resta uma coisa: ou continuar no mercado dos embalados ou vender a granel. E a estratégia da cooperativa é vender embalado. Foi isso que nos levou também a criar uma nova marca e lançá-la para a exportação. Com a leitura que fazemos com base nos dados que temos, nos próximos anos vamos ter sempre produções não DOP superiores às DOP, e é mais fácil lançarmos uma marca das variedades de que vamos ter mais produção. Daí apostarmos nessa marca e apostarmos para já no mercado de exportação. Mas, quem sabe, daqui por um ano ou dois anos também apostar nessa marca em Portugal e termos duas marcas mais fortes, conceituadas e reconhecidas também pelo consumidor. Porque estamos a falar de azeites de qualidade superior mas a nível organoléctico com perfis distintos.

A Denominação de origem Protegida do azeite de Moura é a mais antiga?
É a mais antiga, desde 1994 e é composta das variedades Galega, Verdeal e Cordovil.

Tem sido difícil manter esta classificação DOP? No futuro que desafios se apresentam à continuação desta denominação?
Obviamente que há desafios e o primeiro é a produção: temos de ter produção para efetivamente conseguirmos escoar o produto com a nossa marca. Há outros desafios, como o consumidor reconhecer que ao comprar um azeite DOP está a contribuir para que se mantenha uma atividade numa região com características específicas: olival tradicional de sequeiro, com custos de produção elevados, com produções baixas – e que esteja disposto a pagar um preço obviamente superior àquilo que é o preço do mercado. Ao comprar um produto DOP, neste caso o azeite, está a comprar um produto diferenciado de variedades autóctones e que apresentam ao fim e ao cabo uma região e as suas gentes, as tradições e aquelas características.
Esse é o primeiro passo. O segundo passa pelos nossos compradores, pelos nossos parceiros também. Que percebam que quando colocamos um preço superior em relação a um azeite convencional, digamos, é porque efetivamente temos que o valorizar. E muitas vezes o que acontece é que nós não conseguimos vender esse azeite ao preço que pretendíamos por tudo aquilo que lhe falei há pouco. Porque se fôssemos colocar lá todos estes custos para dar rentabilidade ao agricultor, ainda tínhamos que subir muito mais o preço. E quando nós estamos muito acima há sempre uma certa relutância por parte dos nossos players em colocarem o azeite nas prateleiras porque não tem rotação ou porque isto ou aquilo ou porque está muito caro. Mas tem que haver essa consciência de que nós estamos a vender um produto diferenciado e que tem um consumidor fiel e isso é no meu ponto de vista também a parte mais interessante: nós temos consumidores que são fiéis à nossa marca e ao nosso produto independentemente do preço.
E há outra coisa muito importante. O Estado português deveria dar um sinal em relação às DOP e como o poderia fazer? Nos cadernos de encargos, nos concursos públicos para as cantinas para os refeitórios, alocar uma percentagem de 25%, 30% de produtos certificados – azeites queijos, massas, o que fosse, ao que é consumido. É um sinal de que estamos a valorizar o que é nosso, estamos a valorizar o que é diferente.
No plano estratégico da cooperativa está definido o aumento da capacidade de laboração do lagar, de uma forma a responder às necessidades dos sócios e à dinâmica do setor. Como está este objetivo?
Neste momento nas instalações onde estamos, a cooperativa tem capacidade para receber toda a azeitona dos sócios sem sobressaltos. Inclusivamente, depois do ano record que tivemos, de 62 milhões de quilos de azeitona, fizemos alguns investimentos para que não tivéssemos os sobressaltos que tivemos naquela campanha. E estamos perfeitamente à vontade para receber toda a produção atual dos sócios.
Com a construção dos blocos de regra e a sua conclusão, toda esta zona vai sofrer uma transformação. Nós, no nosso plano estratégico, tínhamos algumas soluções e a solução mais credível, na qual já estamos a trabalhar, é a construção de um novo lagar de raiz. É isso que nós vamos fazer dentro de dois, três, quatro anos. É um lagar pensado para crescer de uma forma estruturada e que consiga absorver as produções futuras dos nossos associados. Um lagar moderno, com toda a tecnologia de ponta.
O que nós estamos a fazer é adaptarmo-nos àquilo que o campo depois também vai fazer. Temos vindo a crescer aos poucos e a criar todas as condições para que quando haja produções e anos de muita produção, não tenhamos aqui nenhum problema a nível de receção de azeitona.
Há uma coisa que é extremamente importante e um fator de sucesso e de qualidade dos nossos azeites: o tempo de espera aqui na nossa cooperativa durante a campanha para descarregar a azeitona é muito diminuto. O nosso agricultor chega aqui e passado 30 minutos, 40 minutos no máximo, tem a sua azeitona já descarregada, está no tegão e começa a ser processada. Isso é extremamente importante para manter as qualidades da própria azeitona e depois de transformada temos uma diferenciação também estratégica. Porque é muito importante que não haja perdas de tempo entre o campo e a moenda.

De que necessitam os olivicultores, da parte do poder público, de quem gere e decide os mecanismos de apoio à agricultura?
Primeiro de tudo, que se cumpra a palavra dada. Muitas vezes em campanha ou mesmo sem estarmos em campanha fazemos anúncios que depois não cumprimos e acho que tem que haver seriedade por parte dos nossos políticos em cumprir com a palavra. Esse é o primeiro ponto. O segundo, que não se olhe só para o litoral, mas que se olhe muito também para o interior e que se pense que uma grande parte do nosso território está em vias de abandono e, que, se nada for feito, nos próximos anos criamos um problema muito grave na sustentabilidade até do próprio território. E há que, de uma vez por todas, criar condições. Não estamos a falar só da agricultura. Estamos a falar da educação, estamos a falar de saúde, estamos a falar de acessibilidades para que haja uma maior proximidade entre o interior e o litoral.
A nível da agricultura é cumprir com a palavra e principalmente olhar para uma coisa que é extremamente importante: a água. Tem que se criar uma rede nacional de água e essa rede nacional de água consiste numa coisa muito simples: aproveitarmos a água que do Norte não é aproveitada, vai para o oceano, e trazê-la para cá. E isso traz-se de inverno, não se traz de verão. Não é estar a tirar água aos agricultores e às populações do Norte. É aproveitarmos a altura da chuva, em que a água vai para o mar, e trazê-la para todo o território do interior de Portugal, não só o Alentejo. Só assim é que nós conseguimos ter um país coeso também a nível territorial porque senão vamos ter aqui grandes desigualdades. Onde há água há desenvolvimento, onde não há água não há nada.

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HAVI implementa em Portugal um projeto-piloto de gestão de armazéns

Portugal foi o país escolhido pelo Grupo Havi para receber este projeto-piloto, pela dimensão adequada e qualificação das suas equipas

A Havi, empresa global de soluções de cadeia de abastecimento para o setor da restauração, está a implementar o primeiro sistema de gestão de armazéns (WMS) da Infor, no seu centro de distribuição do Porto. “Este projeto-piloto implementado em Portugal representa um marco significativo na estratégia de transformação digital global da empresa”, destaca a multinacional, que refere ser este “um sistema avançado que ajuda na standadização”. “Utiliza ferramentas para melhorar a precisão do inventário, maximizar a utilização do espaço disponível, aumentar a eficiência do trabalho e melhorar a qualidade do serviço ao cliente. Para além disso, acompanha e controla o fluxo físico de mercadorias e o fluxo de informações à medida que os produtos circulam pelo armazém”, explica.

As características do centro de distribuição do Porto levaram a que fosse escolhido como instalação pioneira para testar este sistema, já que tem capacidade de servir como modelo para futuras implementações. Para a empresa, a implementação deste sistema no centro de distribuição do Porto “é um marco fundamental na jornada de transformação da Havi, e resulta da colaboração excecional, dedicação e trabalho árduo de todas as equipas envolvidas”, sublinha Luís Ferreira, Managing Director da Havi Portugal. “Este é um passo estratégico para reforçar a segurança das TI, simplificar operações e continuar a definir os padrões de referência do setor. Para além disso, com esta solução colocamos Portugal na vanguarda da mudança e tornamo-nos um exemplo a seguir por outros países”, conclui.

Fundada em 1974, a empresa serve mais de 300 clientes em mais de 100 países, com soluções na aquisição, no armazenamento ou na entrega de produtos.

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Jerónimo Martins entre as 100 melhores empresas mundiais em diversidade e inclusão social

O Grupo Jerónimo Martins foi integrado no FTSE Diversity & Inclusion Index – Top 100, um índice de referência que lista as empresas cotadas em bolsa com melhor desempenho na promoção de locais de trabalho diversos e inclusivos.

O FTSE Diversity & Inclusion Index analisa mais de 15.500 empresas cotadas em bolsa em todo o mundo e que integram índices como S&P 500, ASX300, MSCI World, MSCI Emerging Markets, FTSE100 ou Bovespa. A Jerónimo Martins ocupa a 46ª posição a nível mundial, sendo a única empresa portuguesa, bem como a única da indústria ‘supermercados e lojas de conveniência’, a figurar neste índice, informa o Grupo num comunicado.

A metodologia utilizada tem por base a recolha de 24 indicadores de entre os pilares Diversidade, Inclusão, Desenvolvimento de Pessoas e Controvérsias, recorrendo a informação pública e a uma equipa de mais de 700 analistas. “As 100 empresas mais bem classificadas são selecionadas para o índice, sendo organizadas de acordo com a pontuação global de Diversidade e Inclusão, numa escala de 0 a 100 pontos. O Grupo Jerónimo Martins conquistou uma avaliação de 74,25 pontos”, informa ainda.

A existência de serviços de apoio aos filhos dos colaboradores, como creches em Portugal, a existência de políticas que contribuem para o equilíbrio da vida pessoal e profissional, a percentagem de mulheres em cargos de gestão e a percentagem de colaboradores com deficiência e/ou incapacidade são alguns dos indicadores analisados.

As políticas de inclusão do Grupo Jerónimo Martins têm merecido distinções nacionais e internacionais de referência. Desde 2021 que a holding tem a distinção ‘Marca Entidade Empregadora Inclusiva’ atribuída pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), tendo subido ao nível de Excelência em 2023. Também o Recheio Cash & Carry é ‘Marca Entidade Empregadora Inclusiva’ desde 2021 e o Pingo Doce tem esta distinção desde 2023.

O Grupo viu também o seu Programa Incluir ser premiado na primeira edição dos European Commerce Awards, do EuroCommerce, como a melhor prática na categoria ‘Qualificação e Inclusão’. Mais recentemente, foi o Fórum Económico Mundial também a distinguir o Programa Incluir como um de oito case-studies em destaque no ‘Diversity, Equity and Inclusion Lighthouses 2025 Insight Report’, que revela iniciativas empresariais de grande impacto social desenvolvidas em todo o mundo.

 

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Essência do Vinho regressa ao Porto com 4.000 vinhos de 400 produtores

De 20 a 23 de fevereiro, no Palácio da Bolsa, a Essência do Vinho – Porto vai ainda acolher um concurso e várias provas comentadas.

De acordo com a organização, durante os quatro dias, vão ser dados a provar cerca de 4.000 vinhos de 400 produtores representados. Do programa, destaca-se a ‘Revista de Vinhos – TOP 10 Vinhos Portugueses by Cork Supply’, prova com júri internacional que agrega um grupo de provadores formado por jornalistas, críticos, sommeliers e elegerá a dezena de vinhos mais entusiasmantes do país, tendo por base uma pré-seleção realizada pela publicação ao longo do último ano.

A 20 de fevereiro, o palco das provas comentadas terá referências nacionais e internacionais. ‘A nova Borgonha, para lá dos clássicos’, ‘Susana Esteban: Vertical Sidecar’, ‘Gaja, sonhar em Itália’ ou ‘A Sogrape também é ímpar’ são algumas das provas do dia.

Já no segundo dia de evento, as salas do Palácio da Bolsa vão dos Açores ao Douro, passando ainda pelos Vinhos Verdes e pelos vinhos do Brasil com as provas ‘Czar: o vinho do Pico que parece impossível’, ‘Os terroirs da Quinta do Vale Meão’, ‘Alvarinhos, de A a S: estilos de vinificações, tempos de estágio e diversidade de perfis’, ‘Symington: The Library Release Porto Vintage Collection’ e ‘Vinhos de Minas Gerais’.

O terceiro e penúltimo dia da Essência do Vinho – Porto, ‘Paulo Nunes: 20 anos de vindimas’, ‘Mosel, Alemanha: Weingut Max Ferd. Richet’, ‘Cachaça de Minas Gerais’, ‘Quinta de Lemos: 20 anos’ e ‘Tapada de Coelheiros Garrafeira’ são algumas das provas que a acontecer paralelamente às provas abertas que, ao longo dos  quatro dias, vão congregar 4.000 vinhos dos 400 produtores representados no Palácio da Bolsa, ao longo dos quatro dias de evento.

‘Dão revelado: o desafio dos sentidos’, ‘Brancos de guarda da região dos Vinhos Verdes’, ‘Maison Boizel: o pináculo do champanhe artesanal’, ‘Biondi-Santi: de Brunello di Montalcino, um Sangiovese singular’ são as provas agendadas para domingo, dia 23 de fevereiro.

A par da programação e das provas livres, destaque de novo para o ‘RV Room Experience’, um espaço exclusivo que apresenta grandes famílias do vinho.  Paralelamente, o projeto ‘Gosto do Porto / Taste of Porto’ volta a incidir sobre mais de 80 restaurantes, lojas, garrafeiras e wine bares da cidade, para um roteiro de experiências complementares.

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Exportação

Indústria alimentar e das bebidas exportou 8.190 M€ em 2024

O mercado espanhol continua a ser o mais relevante para as exportações portuguesas da indústria alimentar e das bebidas, representando quase 39%. Os países que mais contribuíram para o aumento foram Itália, Espanha, Países Baixos e Polónia.

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“Ao ultrapassar a barreira dos 8 mil milhões de euros, a indústria alimentar e das bebidas não só alcançou o objetivo previsto para 2024, como praticamente duplicou as exportações em valor na última década”, destaca o presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), em comunicado. Jorge Tomás Henriques afirma-se otimista para os resultados em 2025, apesar da situação na economia global em função das guerras comerciais e pacotes tarifários de alguns países e blocos económicos.

A União Europeia representou 5.593M€ nas exportações da indústria alimentar e das bebidas nacional, com os dados do Instituto Nacional de Estatística a indicarem que nos 12 meses de 2024, e por comparação a igual período de 2023, houve uma variação de 12,6% ao nível das exportações para os 27 Estados-membros.

O mercado espanhol continua a ser o mais relevante para as exportações portuguesas da indústria alimentar e das bebidas nacional, representando quase 39%. Os países que mais contribuíram para o aumento foram Itália, Espanha, Países Baixos e Polónia.

Já para fora do bloco comunitário as exportações alimentares e de bebidas alcançaram 2.596M€, o que representou um crescimento de 1,21% face a 2023. Brasil e Estados Unidos da América, com 13,9% e 4,2%, respetivamente, foram os países que mais contribuíram.

Ainda por comparação a 2023, o défice da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas decresceu e situa-se agora em 5,44%.

“Os dados oficiais permitem perceber que a indústria alimentar e das bebidas tem sabido adaptar-se, antecipar-se e responder às exigências do consumidor, ao mesmo tempo que se afirma em mercados cada vez mais exigentes e contribuiu para mudar o perfil da economia portuguesa”, destaca a FIPA num comunicado.

A indústria alimentar e das bebidas é responsável por mais de 113 mil postos de trabalho diretos e cerca de 500 mil indiretos e “assume, simultaneamente, uma grande importância no desenvolvimento do tecido empresarial, nomeadamente nas zonas do interior, onde o setor situa as suas unidades industriais, e na afirmação do potencial de evolução da autossuficiência alimentar do país”, sublinha a Federação.

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Retalho

Festival da Comida Continente de volta em julho

No ano em que celebra 40 anos, a festa será ainda maior, o Continente oferece dois dias repletos de concertos, receitas preparadas por chefs de renome, experiências gastronómicas e
provas de vinhos.

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O Festival da Comida Continente está de volta ao Parque da Cidade do Porto, nos dias 12 e 13 de julho de 2025, com o melhor da gastronomia e o objetivo de democratizar o acesso à cultura e ao entretenimento, proporcionando momentos de partilha e diversão para toda a gente.

O maior evento gratuito em Portugal ‘Dá Palco todos os Gostos ‘ e junta grandes nomes da música portuguesa e internacional às mais recentes tendências da gastronomia. No ano em que celebra 40 anos, a festa será ainda maior, o Continente oferece dois dias repletos de concertos, receitas preparadas por chefs de renome, experiências gastronómicas e
provas de vinhos.

O Festival da Comida Continente, premiado pelos BEA Word Awards tem entrada livre e é pet Friendly.

Reconhecido pela Sociedade Ponto Verde com a certificação 3R6, é um evento comprometido com a Sustentabilidade. O recinto tem cerca de 250 mil m 2 e estará aberto das 10h30 à 01h00 no sábado, dia 12 de julho, e das 10h30 às 23h00 no domingo, dia 13 de julho.

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Logística

Embalagem e logística têm melhorado a eficiência operacional

A organização da Empack e Logistics & Automation Porto defende que o crescimento do comércio eletrónico em Portugal tem ajudado a implementar soluções logísticas mais ágeis e flexíveis. 

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As embalagem e logística portuguesas têm melhorado a eficiência operacional, garantem os especialistas da cimeira nacional que representa toda a cadeia de valor do setor. A Empack e Logistics & Automation Porto 2025 vai realizar-se na Exponor, de 9 a 10 de abril.

Andrea Iorio, um dos maiores palestrantes internacionais sobre transformação digital, inteligência artificial e inovação, é keynote speaker do programa de conferências que decorre em paralelo. Defende que o setor logístico português “está a passar por uma transformação muito significativa, marcada pela digitalização e automação dos processos”. Uma evolução em que “é notória a adoção de tecnologias avançadas”, como sistemas de gestão de armazéns automatizados e soluções de rastreamento em tempo real, que, por sua vez, “têm melhorado a eficiência operacional global, bem como a imagem que os operadores internacionais possuem do mercado luso”.

“O setor de embalagem em Portugal tem mostrado um crescimento notável”, afirma Oscar Barranco

Um quadro geral para o qual tem “sido determinante” o crescimento do comércio eletrónico no país, que fomentou a adoção de “soluções logísticas mais ágeis e flexíveis para atender às expectativas dos consumidores”, assegura, por sua vez, Oscar Barranco, Managing Director da Easyfairs Iberia e um dos responsáveis pela Empack e Logistics & Automation Porto 2025. Com a 9.ª edição em marcha, a análise de Oscar Barranco reflete a perspetiva de vários especialistas que têm colaborado com a organização do certame. “O setor de embalagem em Portugal tem mostrado um crescimento notável, impulsionado pela procura de soluções mais sustentáveis e eficientes. As empresas estão a investir em materiais ecológicos e em designs que facilitam a reciclagem e a reutilização, alinhando-se com as tendências globais de sustentabilidade”, sublinhou.

Para a edição deste ano, ainda com as inscrições a decorrer, a equipa de trabalho organizativa já assegurou a participação de 82 operadores do setor, “o que, a dois meses da cimeira, significa um crescimento de 17% relativamente à última edição”. O certame receberá a visita de líderes da indústria, CEO, diretores de logística e embalagem e gestores. Da agenda de atividades complementares da Empack e Logistics & Automation Porto 2025 fazem ainda parte pequenas visitas guiadas, que permitirão aos visitantes conhecer as principais inovações dos expositores presentes.

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Retalho

Método de pagamento Bizum com crescimento de cerca de 2000% no último mês

Lançado em Portugal pela Eupago em dezembro passado, o método de pagamento instantâneo espanhol representa atualmente cerca de meio milhão de euros da faturação mensal da empresa, com um crescimento de 15% ao dia.

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A solução de pagamento Bizum registou um crescimento de cerca de 2000% no último mês, revelam dados da Eupago, consolidando-se como um método de pagamento amplamente utilizado em Espanha e com cada vez mais popularidade em Portugal.

Lançado em Portugal pela Eupago em dezembro passado, o método de pagamentos instantâneos espanhol, Bizum, representa atualmente cerca de meio milhão de euros da faturação mensal da empresa, com um crescimento de 15% ao dia.

“Estamos entusiasmados com a adesão ao Bizum em Portugal e com o impacto positivo que a nossa estratégia está a ter no comércio digital. O crescimento exponencial deste segundo mês vem reforçar a importância do nosso plano de internacionalização e o seu impacto junto dos comerciantes portugueses, que desta forma veem facilitada a relação com clientes espanhóis”, afirma Telmo Santos, co-CEO da Eupago, em comunicado.

De acordo com a fintech portuguesa, esta evolução destaca o impacto do Bizum na modernização dos pagamentos digitais, pois é uma solução rápida, segura e eficiente para consumidores e comerciantes. Do volume transacionado via Bizum, 75% provém atualmente de comerciantes portugueses, e apenas 25% resulta da crescente adesão no mercado espanhol.

“Com o sucesso do Bizum continuaremos a apostar em soluções inovadoras para os nossos clientes, promovendo a digitalização dos pagamentos. Vamos continuar a ser uma força motriz do crescimento do comércio eletrónico”, promete Telmo Santos.

A empresa mantém o objetivo de atingir um volume anual de transações de mil milhões de euros em Espanha, até 2027, consolidando o seu papel no setor financeiro ibérico.

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Retalho

Auchan lança campanha focada nas suas pessoas

A Auchan acaba de lançar uma nova campanha de Employer Brand, que reforça o compromisso da empresa com os seus atuais e futuros colaboradores, destacando a proposta de valor única da marca empregadora ‘Auchan Respect’.

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Com o objetivo de materializar os pilares da marca, lançada em 2024, a campanha multicanal – OOH, digital e redes sociais – inclui ainda uma webserie de cinco episódios, que retrata a essência de fazer parte da Auchan, mostrando como esses valores se concretizam no dia-a-dia dos colaboradores, através de histórias reais.

“O ‘Respect’ é a representação da nossa política de pessoas e a essência da nossa cultura empresarial. Antes de mais, reflete a nossa proposta de valor para os colaboradores que já fazem parte da Auchan, reconhecendo o seu talento e o seu papel fundamental na nossa organização. Ao mesmo tempo, queremos atrair novos talentos que se identifiquem com os nossos valores e propósito, inspirando-os a fazer parte de uma empresa que respeita as pessoas em todas as suas dimensões. Porque, para nós, o respeito não se afirma, demonstra-se. É essa mensagem que queremos passar com esta campanha. A ‘Auchan Respect’ reforça o nosso compromisso com todos, mostrando, acima de tudo, o quanto valorizamos as pessoas e o impacto que cada uma tem no nosso sucesso coletivo”, explica Clara Costa, diretora de Pessoas e Sustentabilidade, da Auchan Retail Portugal, em comunicado.

“O nosso CEO começou como estagiário” define o mote da nova campanha, através do exemplo do percurso profissional do CEO da Auchan em Portugal, Pedro Cid, e tem como objetivo consolidar a marca empregadora e o EVP (Employee Value Proposition) da Auchan, tanto interna como externamente.

Já a webserie, de cinco episódios, será transmitida no Youtube e plataformas digitais da marca a partir da próxima semana, concretizando os diferentes pilares da ‘Auchan Respect’, tais como o bem-estar físico e mental, o crescimento, através de diversos percursos formativos e programas de desenvolvimento, o espírito de proximidade e abertura, o modelo de gestão com base na autonomia e responsabilidade, assim com a diversidade e inclusão, um compromisso que reflete a preocupação da retalhista em valorizar experiências, culturas e perspetivas variadas.

 

 

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I&D

Mercadona distinguida com dois prémios de inovação

O Observatório de Inovação em Grande Consumo do Institut Cerdà distinguiu esta manhã, em Valência, as principais inovações do setor para 2024, destacando dois avanços da Mercadona, um na categoria de produto e outro nos processos operacionais.

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No campo dos produtos, a insígnia foi reconhecida pelo lançamento de um arroz de vegetais cozinhado diretamente na embalagem, um recipiente de alumínio adequado para micro-ondas, desenvolvido em parceria com o fornecedor Platos Tradicionales. Já na vertente dos processos, a cadeia espanhola foi premiada pela adoção do código QR como substituto do tradicional código de barras, uma inovação que promete melhorar a eficiência operacional e a rastreabilidade dos produtos.


Uma revolução no arroz pronto a consumir

O arroz premiado replica um prato tradicional valenciano que, até agora, era difícil de recriar nos produtos de grande consumo. A inovação reside na embalagem metálica, concebida e patenteada pela Platos Tradicionales, que permite cozinhar o arroz diretamente no recipiente, preservando as características organoléticas do prato original. Além disso, a embalagem pode ser levada ao micro-ondas, permitindo que o consumidor aqueça e consuma o produto de forma prática, tornando-o ideal para refeições fora de casa.

Código QR substitui código de barras nos produtos Mercadona

No domínio dos processos, o Observatório reconheceu a Mercadona pela implementação de códigos QR nos seus produtos, tornando-se a primeira cadeia de distribuição a adotar esta tecnologia em grande escala. Desenvolvido em colaboração com a AECOC (Associação de Fabricantes e Distribuidores de Espanha), este sistema oferece uma dupla funcionalidade para o consumidor (o QR direciona para uma página com informações sobre o produto, sugestões de consumo e receitas) e para a empresa (permite integrar informações como data de validade, lote, fornecedor e peso exato, melhorando a rastreabilidade, a segurança alimentar e a eficiência logística).

Atualmente, o código QR já foi implementado nos produtos da secção do talho em Espanha e Portugal, com planos de expansão para as áreas de peixaria e frutas e legumes até 2025.

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ESG

ÚNICO vai operar em Portugal na gestão do plásticos de uso único

A ÚNICO – Associação de Gestão de Plásticos de Uso Único já tem licença para operacionalizar em Portugal. Reúne as empresas que colocam no mercado produtos de tabaco e o Electrão.

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A licença para a gestão do sistema foi publicada no final de 2024, na sequência do processo iniciado junto da Agência Portuguesa do Ambiente, em março de 2023, e vem dar resposta a uma diretiva europeia.  A ÚNICO (Associação de Gestão de Plásticos de Uso Único) refere que este é “o primeiro sistema de responsabilidade alargada do produtor que irá gerir os resíduos com origem nos produtos de tabaco com filtros”.

A nova associação, sem fins lucrativos, reúne as empresas que colocam no mercado produtos de tabaco – BAT, Imperial Brands Portugal, JTI Portugal, Landewick e Tabaqueira, e o Electrão-Associação de Gestão de Resíduos.
“Tem como missão contribuir para a prevenção de resíduos no espaço público e para a eficiência e eficácia da gestão na limpeza urbana, de forma a reduzir o impacto dos produtos descartáveis com plástico no meio ambiente, especialmente no meio marinho”, destaca num comunicado.

A obrigação de gestão de fim de vida de determinados produtos com plásticos de uso único, que abrangem os produtos de tabaco com filtros que contêm plástico, decorre de uma diretiva europeia, integralmente transposta para legislação nacional. Outros fluxos abrangidos por esta diretiva serão geridos no âmbito de novos sistemas a implementar no futuro. É o caso das redes de pesca, toalhetes e balões, que correspondem aos itens mais encontrados nas praias da União Europeia.
As novas regras incluem também uma forte componente de investigação e desenvolvimento e de educação e sensibilização, com o objetivo de promover comportamentos mais responsáveis por parte dos consumidores, principalmente em relação ao descarte destes produtos, que quando eliminados incorretamente podem ter impactos muito negativos no meio ambiente.

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