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José Duarte, presidente da CAMB

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

Bebidas

“A CAMB é o garante económico da nossa região”

A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) está a celebrar 70 anos. A campanha de 2023-2024 terminou com a receção de 47 milhões de quilos de azeitona, mas esta quantidade poderia ser maior, se houvesse mais acesso a água. O mote perfeito para uma entrevista com José Duarte, presidente da CAMB.

Ana Grácio Pinto
José Duarte, presidente da CAMB

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

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“A CAMB é o garante económico da nossa região”

A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) está a celebrar 70 anos. A campanha de 2023-2024 terminou com a receção de 47 milhões de quilos de azeitona, mas esta quantidade poderia ser maior, se houvesse mais acesso a água. O mote perfeito para uma entrevista com José Duarte, presidente da CAMB.

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Ana Grácio Pinto
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A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) tem quatro mil associados, dos quais 1.300 são olivicultores, e aqueles que entregam a azeitona. São 20 mil os hectares de olival dentro da área da abrangência da cooperativa, dos quais 65% é tradicional de sequeiro. A cooperativa comercializa cinco azeites no mercado nacional e nos mercados externos e, mais recentemente, inovou ao lançar outra marca, exclusivamente para a exportação.
“O grande objetivo da nossa cooperativa sempre foi – e para isso é que a cooperativa foi formada – comercializar da melhor forma a produção dos seus associados, valorizar essa produção e, com isso, garantir uma sustentabilidade económica, mas também social, para os produtores”, sublinha José Duarte, nesta entrevista.

A CAMB está a celebrar 70 anos, sete décadas de trabalho com os produtores. O que mudou ao longo destas sete décadas? E, por outro lado, o que a cooperativa mantém inalterado?
O que mudou ao longo destes 70 anos foi, primeiro, a transformação que o olival teve, principalmente nos últimos 20 anos, em que houve uma modernização muito grande, muito fruto do Alqueva. Tivemos água no Alentejo e isto transformou completamente a paisagem, transformou a olivicultura. Hoje, Portugal é uma referência na olivicultura mundial pela tecnologia, pela produção de azeite de qualidade. Nós, apesar de estarmos perto da barragem do Alqueva e de não termos ainda uma área de regadio muito grande dentro da área da abrangência da cooperativa, notamos que houve essa grande transformação.
Em relação aos princípios e os valores, acho que se mantiveram desde a essência da cooperativa. O grande objetivo da nossa cooperativa sempre foi – e para isso é que a cooperativa foi formada – comercializar da melhor forma a produção dos seus associados, valorizar essa produção e, com isso, garantir uma sustentabilidade económica, mas também social, para os produtores. E acho que esses princípios, ao longo destes 70 anos se têm mantido, criarmos um ecossistema dentro da nossa região, muito à volta do azeite e da azeitona, em que praticamente todas as famílias do concelho de Moura têm alguma dependência ou alguma ligação ao olival.
E estando nós numa zona de Alentejo profundo, onde o tecido empresarial é muito fraco, a cooperativa tem, também, essa responsabilidade social. É o grande garante económico, digamos assim, da nossa região. A cooperativa tem quatro mil associados, no geral, dos quais 1.300 são olivicultores, e são aqueles que efetivamente nos entregam a azeitona. Mas, depois, há um leque de pessoas, desde os colaboradores a associados, a prestadores de serviços, a todo o comércio, que acabam, de uma maneira ou de outra, por beneficiar do facto de a cooperativa existir.

A produção média de seis mil toneladas de azeite por ano mantém-se?
Sim, mantém-se. A média dos últimos anos tem sido os 6 milhões. Na melhor campanha da cooperativa, que foi em 2021-2022, obtivemos uma produção de 10 milhões e 500 mil quilos de azeite. Foi a produção recorde.

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

A gama comercializada pela CAMB é composta por quantos azeites?
O nosso produto de excelência embalado é o Azeite de Moura DOP. Nós somos a maior e a mais antiga DOP de Portugal e estamos no mercado já há muitos anos com este azeite, que continua a ser a nossa aposta de mercado.
O Azeite Moura DOP é de uma zona certificada, que é a DOP MOURA (Denominação de Origem Protegida). Esse azeite é feito com base num caderno de especificações – em que temos de ter determinadas variedades, variedades autóctones, que estão aqui na nossa região já há muitos séculos – e que nós cumprimos. A maior parte dessa azeitona é proveniente dos nossos olivais tradicionais de sequeiro e tem, obviamente, umas características organoléticas únicas.
Lançamos também um azeite mais premium, o Lote Seleção. É fruto dos melhores lotes de azeite que temos na cooperativa. Todos os anos os nossos técnicos escolhem os melhores lotes, fazem um blend e com base nesse blend comercializamos o azeite Lote Seleção.
No caso do Seleção, é um azeite virgem extra. No Azeite Moura DOP, temos no mercado um azeite virgem extra, um virgem extra bio e também um azeite virgem.
Depois, temos uma marca centenária, o Salúquia. Já esteve nas grandes superfícies na distribuição a nível nacional. Neste momento só está aqui, a nível regional. Temos esse azeite à venda por ser uma marca que tem cem anos e que queremos manter pelo menos aqui para o nosso mercado.
Temos uma outra marca, de um azeite não DOP. É o Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, feito com outro tipo de variedades de azeitona, que lançámos no ano passado para exportação.
Todo o azeite que nós vendemos é proveniente exclusivamente das azeitonas dos nossos associados. Nós não compramos nem azeitona, nem azeite a terceiros.

O que diferencia o azeite produzido na CAMB? Que características tem, o que diferencia do azeite de outras regiões?
O primeiro ponto é a qualidade. O nosso terroir é distinto do de muitas zonas onde existe olival mais recentemente. Não é por acaso que nós temos olival desde o tempo dos romanos, é porque nós temos características edafoclimáticas únicas e a nível organolético os nossos azeites são diferenciados também por causa disso.
E depois, obviamente, as variedades. Nós temos variedades, como é o caso do nosso DOP, onde temos a galega que dá um toque mais suave, mais aveludado, e depois temos azeites um pouco mais consistentes e mais fortes como é o caso da verdial e da cordovil. E estes blends fazem com que o nosso azeite seja diferenciado e muito apreciado pelo consumidor. Há também um saber preparar, fazer, isto é muito importante porque nós andamos no mercado já desde o século passado. E há um conhecimento que muitas vezes passa de pai para filho porque nós já cá estávamos antes desta transformação toda dos olivais.
Mesmo durante a pandemia a cooperativa não parou, nós aqui decidimos que não podia faltar azeite na casa dos portugueses. Trabalhámos com todas as condições de segurança, obviamente, mas fizemos turnos, trabalhámos 24 sobre 24 com turnos mais pequenos, e não falhámos uma única entrega, uma única encomenda que nos fizeram. E acho que da parte do consumidor também há esse reconhecimento de tudo aquilo que nós fazemos e proporcionamos ao mercado e com toda esta qualidade.

A campanha de 2023-2024 terminou com a receção de 47 milhões de quilos de azeitona. De quanto foi esse aumento em quilos e percentagem em relação à época anterior?
Nós viemos de uma campanha muito baixa, a campanha de 2022-2023, em que recebemos 27 milhões de quilos de azeitona, se não estou em erro. As nossas estimativas para a campanha que terminou em janeiro, eram de 40 milhões de quilos. E obtivemos 47 milhões de quilos de azeitona.
No entanto, em relação ao rendimento, tivemos, com os 47 milhões de quilos de azeitona, praticamente os mesmos quilos de azeite que estávamos à espera com os 40 milhões que tínhamos estimado.
Porque o rendimento não é um número fixo. Sofre variações em função do clima: se está mais calor, se atrasa a altura do amadurecimento do fruto ou não, ou se chove. Este ano choveu antes da campanha, o fruto ganhou água e o processo de formação de azeite parou naquela altura. E daí nós trazermos mais quilos, efetivamente, de azeitona para o lagar, mas depois quando é convertido e quando é transformado em azeite, há uma redução de azeite extraído porque efetivamente trouxemos uma grande quantidade de água. Todos os anos há variações em termos de rendimento. Por norma, estamos a falar em 15% de rendimento de azeite por azeitona. Em cada 1000 quilos de azeitona, temos 15%, ou seja, 150 quilos de azeite, em média.

A fraca campanha de 2022, por causa da pouco chuva, resultou na falta de Azeite Moura DOP nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais, e levou a CAMB a explicar os motivos…
Na história recente da cooperativa, foi o único ano em que efetivamente nos faltou azeite. O azeite da campanha é vendido durante o ano comercial a seguir. E foi o que aconteceu na anterior campanha. Tivemos uma campanha de 27 milhões de quilos com um rendimento também normal. Satisfizemos os nossos clientes, mas avisamo-los logo no início que tínhamos tido uma campanha fraca e que só tínhamos aquela quantidade de azeite.
E nós temos hoje em dia um handicap em relação a tudo o que se está a fazer aqui no Alentejo de olivicultura moderna. Temos 20 mil hectares de olival dentro da área da abrangência da cooperativa, mas cerca de 65% desse olival é tradicional de sequeiro. E em anos de seca, como há dois anos, que afetou muito o calor na altura da floração, tivemos produções baixíssimas e obviamente que aí não conseguimos abastecer o mercado.

Está a crescer a área de implantação do olival plantado em copa (intensivo), e o plantado em sebe (superintensivo)? Estão a alterar a paisagem, por uma questão de rentabilidade?
Está-se a alterar, mas há um fator que condiciona, neste momento, essa transformação: a falta de água. No concelho de Moura, neste momento, os nossos olivicultores têm dois problemas estruturais. Um é não termos água, não temos ainda blocos de rega do Alqueva. E para se fazer a transformação, para esse tipo de olival mais moderno, mais produtivo, precisamos de água. Enquanto não tivermos, não se pode fazer essa transformação.
O outro problema tem a ver com a rede Natura 2000. Nós temos grande parte dos nossos olivais tradicionais em rede Natura 2000 e esses hão-de continuar a ser sempre olivais tradicionais de sequeiro. Isso é um fator também limitante nas nossas produções. Em termos de área, na nossa cooperativa, por exemplo, em 20 mil hectares, não temos mil hectares de olival em sebe.
Olhamos com muita esperança, para que tenhamos água do Alqueva. Foi prometido, já por dois ministros, e já foi avançada a construção de dois blocos de rega, o bloco de rega de Moura e o bloco de rega de Póvoa Amareleja. E aí, não tenhamos dúvidas, vai haver uma transformação também no olival e um aumento de produção da própria cooperativa.

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)Então pode-se dizer que é o que deve ser feito de forma mais urgente? O calor e a chuva fora de época são fatores que os agricultores não conseguem controlar. Mas o acesso à água pode ser controlado…
Sem dúvida. Há aqui duas situações. Se nós queremos combater as alterações climáticas, só o conseguimos com água. Se nós tivermos água, nós conseguimos, primeiro que tudo, fixar as pessoas. E um problema que esta região e que todo o interior do país têm, é como fixar os jovens. Temos que criar condições para que um jovem que se queira instalar na agricultura seja competitivo, tenha rentabilidade. Não pode estar na agricultura para perder dinheiro, porque senão acaba por ir para o litoral e deixa o interior. Essa é a primeira situação.
Obviamente que a construção dos blocos de rega, previstos no nosso concelho, vai criar aqui as condições ideais para transformarmos a nossa região e termos a agricultura, a par de outras valências, como o turismo, como fatores que dinamizem a região, criem emprego e consigamos segurar os jovens à região. E no nosso caso, obviamente, que vemos com urgência a questão da construção dos blocos de rega, até para sermos competitivos. Porque hoje em dia, os agricultores do concelho de Moura e Barrancos, os agricultores do olival tradicional de sequeiro, não são competitivos. E é muito fácil percebermos o porquê. Quando temos produções de dois mil quilos de azeitona por hectare versus produção de 15 mil que dá um olival moderno, estamos a ver aqui a decalagem que há entre agricultores.

É um caminho natural para a CAMB, ‘mudar’ para os olivais modernos?
Eu acho que é um caminho perfeitamente natural a partir do momento em que tenhamos água e nas zonas onde vamos ter água. Porque grande parte dos nossos 20 mil hectares vão continuar no modo em que hoje ainda estão em produção por um conjunto de condicionantes como a rede Natura e por outras onde não há rede Natura mas também não há água. Os olivicultores não podem aí fazer grandes transformações.
Agora, é evolução. E aqui é uma forma de mecanizarmos mais um setor e com resultados. Porque efetivamente a olivicultura moderna dá resultados. Vejamos os números, por exemplo, das exportações de azeite, que em 2023 atingiram o recorde mil milhões de euros, um valor superior ao do vinho, e com um produto de qualidade. E o que nós exportamos é, atrevo-me a dizer, se calhar 100% de azeites virgens entre o virgem e o virgem extra.

São inúmeros os prémios recebidos pela CAMB, em Portugal e no estrangeiro. Estes prémios são também resultado de uma atenção à sustentabilidade dos olivais?
Também. E grande parte do mérito destes prémios está nos nossos olivicultores como é óbvio. Pela forma como trabalham a terra, como cuidam dos olivais. Há uma característica única nesta região: o facto de termos olival desde o tempo dos romanos; há aqui uma paixão enraizada nos olivicultores e a forma de trabalharmos até é diferente e tentamos criar aqui, sem dúvida, uma sustentabilidade. E o tal ecossistema entre o ambiental, o económico e o social é extremamente importante. Estes prémios são o reflexo também do conjunto destes três pilares. Cada prémio que nós ganhamos é obviamente um motivo de satisfação, mas é um motivo de satisfação coletivo. Ao fim e ao cabo, quem ganha o prémio é o agricultor porque é ele que está ao longo do ano a cuidar e a tratar do seu olival.

Como é que os olivicultores trabalham a sustentabilidade? Sabendo que grande parte da produção provém de olivais tradicionais…
Esse olival tradicional por norma é um olival que está a contribuir para baixarmos as emissões de carbono. E depois, no olival tradicional toda a fauna e a flora envolvente acaba também por ser um garante dessa sustentabilidade. E o facto do agricultor cuidar e tratar esse olival é, do meu ponto de vista, o expoente máximo da sustentabilidade. Porque o dia que esse agricultor não for produtivo e não tiver sustentabilidade económica e que decida abandonar esse olival vamos ter aí sim um problema grave naquilo que é a sustentabilidade ambiental.

A UE defende uma produção mais sustentável, com mais ênfase na estratégia ‘Farm to Fork’, com redução de pesticidas e fertilizantes. Alterar procedimentos para uma produção mais sustentável pode levar a uma quebra no rendimento agrícola e acarreta investimentos, às vezes difíceis de comportar sem apoios. Tal pode vir a acontecer no olival?
Vai, se a estratégia ‘Farm to Fork’ for para a frente da forma que foi criada. Houve recentemente um recuo, reflexo das manifestações dos agricultores. A União Europeia não vai fazer nada até junho, como é óbvio, mas depois com o novo Parlamento Europeu o ‘Farm to Fork’ vai voltar outra vez à ribalta e não sabemos de que forma. Obviamente que há uma consciencialização na parte ambiental, mas não nos podemos esquecer de uma coisa: a União Europeia faz parte de um mercado global e ao criar a estratégia ‘Farm to Fork’, estamos a colocar nos nossos agricultores um conjunto de limitações de produtos que a médio e longo prazo o que vão fazer é que tenhamos uma produção menor. Ao haver uma produção menor vai faltar produto no mercado e, das duas uma, ou subimos o preço do produto para equilibrar a balança ou então vamos comprar produtos a mercados fora da União Europeia com regulamentações próprias e que depois entram aqui com mais produto ainda do que aqueles que nos estão a restringir.
Tem que haver um pouco de bom senso e um equilíbrio também e penso que a União Europeia percebeu isso.

Por falar em preços, estes têm vindo a aumentar exponencialmente. Está relacionado com os custos na produção, ou também com um aumento do consumo?
A subida do preço do azeite tem a ver primeiro com uma questão de falta de produção. A nível mundial, viemos de duas campanhas seguidas em que houve produções baixas. E porquê? Choveu menos, fez calor em alturas chave do ciclo produtivo da oliveira, nomeadamente na floração, e isso fez com que tivéssemos produções baixas. E há um país que representa 50% da produção mundial de azeite, a nossa vizinha Espanha, que tem a maior parte do olival também em sistema tradicional de sequeiro, na zona de Jaén, e mesmo o olival de regadio naquela zona tem muitas limitações porque não tem o acesso à água.
Esta quebra de produção em dois anos levou a que não houvesse stocks a nível mundial e tivéssemos aqui uma campanha com pouco azeite e o que aconteceu foi uma subida acentuada no preço.
Mas há algo em que nós temos que pensar também. Fala-se muito que o preço está muito elevado, mas partimos de um pressuposto muito baixo: o preço do azeite há dois, três anos estava nos dois euros por quilo e dois euros por quilo está abaixo dos custos de produção do olival tradicional. Os nossos agricultores do olival tradicional há dois anos estavam a perder dinheiro porque o preço do azeite estava excessivamente baixo.
Tivemos outros fatores: um aumento da inflação a guerra na Ucrânia, a questão da mão de obra. No ano passado nesta altura tínhamos o preço praticamente a sete euros por quilo muito por fruto deste aumento de inflação e dos fatores de produção, da energia. Este aumento agora dos sete para os nove euros foi muito reflexo de não haver azeite no mercado e foi uma forma de se conseguir que se abastecesse o mercado ao longo do ano até ao início da próxima campanha.

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)Voltando aos prémios, estes abriram portas na exportação? Que percentagem representam os mercados externos?
Estes prémios ajudam a vender na exportação, mas também a nível nacional. A nossa estratégia sempre foi, desde o início, o mercado nacional até porque não tínhamos azeite para exportação pelas nossas características,: termos safra, contra-safra, termos olival tradicional com menos produtividade não nos dava para planificar. De há 10 anos para cá começamos a trabalhar o mercado de exportação, que representa mais ou menos 15% da venda da cooperativa. Obviamente que os prémios ajudam a abrir portas, é um sinal de qualidade, de notoriedade e obviamente que os nossos parceiros procuram sempre também equipas vencedoras.

A quantos mercados chegam os azeites da CAMB?
Estamos na Polónia, mercado que tem um peso importante para nós, e depois temos o chamado ‘mercado da saudade’: Alemanha, Suíça, França Bélgica, Holanda são os mercados onde estamos presentes. Entrámos nos Estados Unidos o ano passado, com a nova marca, um mercado de difícil entrada, mas o caminho, como se costuma dizer, faz-se caminhando e esperamos, ano após ano, irmos consolidando também essa esta nova marca.

Como surgiu a ideia de criar esta marca exclusiva para a exportação?
As produções da cooperativa foram aumentando ao longo dos últimos anos e ao ter mais produção só nos resta uma coisa: ou continuar no mercado dos embalados ou vender a granel. E a estratégia da cooperativa é vender embalado. Foi isso que nos levou também a criar uma nova marca e lançá-la para a exportação. Com a leitura que fazemos com base nos dados que temos, nos próximos anos vamos ter sempre produções não DOP superiores às DOP, e é mais fácil lançarmos uma marca das variedades de que vamos ter mais produção. Daí apostarmos nessa marca e apostarmos para já no mercado de exportação. Mas, quem sabe, daqui por um ano ou dois anos também apostar nessa marca em Portugal e termos duas marcas mais fortes, conceituadas e reconhecidas também pelo consumidor. Porque estamos a falar de azeites de qualidade superior mas a nível organoléctico com perfis distintos.

A Denominação de origem Protegida do azeite de Moura é a mais antiga?
É a mais antiga, desde 1994 e é composta das variedades Galega, Verdeal e Cordovil.

Tem sido difícil manter esta classificação DOP? No futuro que desafios se apresentam à continuação desta denominação?
Obviamente que há desafios e o primeiro é a produção: temos de ter produção para efetivamente conseguirmos escoar o produto com a nossa marca. Há outros desafios, como o consumidor reconhecer que ao comprar um azeite DOP está a contribuir para que se mantenha uma atividade numa região com características específicas: olival tradicional de sequeiro, com custos de produção elevados, com produções baixas – e que esteja disposto a pagar um preço obviamente superior àquilo que é o preço do mercado. Ao comprar um produto DOP, neste caso o azeite, está a comprar um produto diferenciado de variedades autóctones e que apresentam ao fim e ao cabo uma região e as suas gentes, as tradições e aquelas características.
Esse é o primeiro passo. O segundo passa pelos nossos compradores, pelos nossos parceiros também. Que percebam que quando colocamos um preço superior em relação a um azeite convencional, digamos, é porque efetivamente temos que o valorizar. E muitas vezes o que acontece é que nós não conseguimos vender esse azeite ao preço que pretendíamos por tudo aquilo que lhe falei há pouco. Porque se fôssemos colocar lá todos estes custos para dar rentabilidade ao agricultor, ainda tínhamos que subir muito mais o preço. E quando nós estamos muito acima há sempre uma certa relutância por parte dos nossos players em colocarem o azeite nas prateleiras porque não tem rotação ou porque isto ou aquilo ou porque está muito caro. Mas tem que haver essa consciência de que nós estamos a vender um produto diferenciado e que tem um consumidor fiel e isso é no meu ponto de vista também a parte mais interessante: nós temos consumidores que são fiéis à nossa marca e ao nosso produto independentemente do preço.
E há outra coisa muito importante. O Estado português deveria dar um sinal em relação às DOP e como o poderia fazer? Nos cadernos de encargos, nos concursos públicos para as cantinas para os refeitórios, alocar uma percentagem de 25%, 30% de produtos certificados – azeites queijos, massas, o que fosse, ao que é consumido. É um sinal de que estamos a valorizar o que é nosso, estamos a valorizar o que é diferente.
No plano estratégico da cooperativa está definido o aumento da capacidade de laboração do lagar, de uma forma a responder às necessidades dos sócios e à dinâmica do setor. Como está este objetivo?
Neste momento nas instalações onde estamos, a cooperativa tem capacidade para receber toda a azeitona dos sócios sem sobressaltos. Inclusivamente, depois do ano record que tivemos, de 62 milhões de quilos de azeitona, fizemos alguns investimentos para que não tivéssemos os sobressaltos que tivemos naquela campanha. E estamos perfeitamente à vontade para receber toda a produção atual dos sócios.
Com a construção dos blocos de regra e a sua conclusão, toda esta zona vai sofrer uma transformação. Nós, no nosso plano estratégico, tínhamos algumas soluções e a solução mais credível, na qual já estamos a trabalhar, é a construção de um novo lagar de raiz. É isso que nós vamos fazer dentro de dois, três, quatro anos. É um lagar pensado para crescer de uma forma estruturada e que consiga absorver as produções futuras dos nossos associados. Um lagar moderno, com toda a tecnologia de ponta.
O que nós estamos a fazer é adaptarmo-nos àquilo que o campo depois também vai fazer. Temos vindo a crescer aos poucos e a criar todas as condições para que quando haja produções e anos de muita produção, não tenhamos aqui nenhum problema a nível de receção de azeitona.
Há uma coisa que é extremamente importante e um fator de sucesso e de qualidade dos nossos azeites: o tempo de espera aqui na nossa cooperativa durante a campanha para descarregar a azeitona é muito diminuto. O nosso agricultor chega aqui e passado 30 minutos, 40 minutos no máximo, tem a sua azeitona já descarregada, está no tegão e começa a ser processada. Isso é extremamente importante para manter as qualidades da própria azeitona e depois de transformada temos uma diferenciação também estratégica. Porque é muito importante que não haja perdas de tempo entre o campo e a moenda.

De que necessitam os olivicultores, da parte do poder público, de quem gere e decide os mecanismos de apoio à agricultura?
Primeiro de tudo, que se cumpra a palavra dada. Muitas vezes em campanha ou mesmo sem estarmos em campanha fazemos anúncios que depois não cumprimos e acho que tem que haver seriedade por parte dos nossos políticos em cumprir com a palavra. Esse é o primeiro ponto. O segundo, que não se olhe só para o litoral, mas que se olhe muito também para o interior e que se pense que uma grande parte do nosso território está em vias de abandono e, que, se nada for feito, nos próximos anos criamos um problema muito grave na sustentabilidade até do próprio território. E há que, de uma vez por todas, criar condições. Não estamos a falar só da agricultura. Estamos a falar da educação, estamos a falar de saúde, estamos a falar de acessibilidades para que haja uma maior proximidade entre o interior e o litoral.
A nível da agricultura é cumprir com a palavra e principalmente olhar para uma coisa que é extremamente importante: a água. Tem que se criar uma rede nacional de água e essa rede nacional de água consiste numa coisa muito simples: aproveitarmos a água que do Norte não é aproveitada, vai para o oceano, e trazê-la para cá. E isso traz-se de inverno, não se traz de verão. Não é estar a tirar água aos agricultores e às populações do Norte. É aproveitarmos a altura da chuva, em que a água vai para o mar, e trazê-la para todo o território do interior de Portugal, não só o Alentejo. Só assim é que nós conseguimos ter um país coeso também a nível territorial porque senão vamos ter aqui grandes desigualdades. Onde há água há desenvolvimento, onde não há água não há nada.

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O relatório destaca o relevo das mercadorias em paletes em Portugal relativamente ao resto da Europa, referindo que a quota média no continente se situa nos 25,4%.

É o que indica um estudo sobre o mercado português de transporte em paletes aborda a posição atual deste segmento de transporte. Publicado pela Red & Pallets, avança que o transporte em paletes representa 28,9% do total de mercadorias transportadas por estrada no país e refere que em 2022 o volume anual de mercadorias em paletes ascendeu a 41,5 milhões de toneladas, face ao total de 143,48 milhões de toneladas transportadas por camião nas estradas portuguesas.

O relatório destaca o relevo das mercadorias em paletes em Portugal relativamente ao resto da Europa, referindo que a quota média no continente se situa nos 25,4%. “Estes mais de três pontos percentuais de diferença confirmam a competitividade deste segmento de transporte na atividade logística das empresas portuguesas”, defende a Red & Pallets.

O estudo parte dos dados recolhidos para indicar que representam “uma sólida recuperação do transporte de carga em paletes” após o forte impacto da pandemia em 2020. “Desde então, o transporte em paletes aumentou 26,6%, ao passo que o transporte global rodoviário viu o seu crescimento limitado a 9,4%”, exemplifica.

Ainda de acordo com o estudo, Portugal país realiza anualmente um total de 3,8 milhões de serviços de carga em paletes, transportando uma média de 10,9 toneladas, em trajetos que cobrem uma distância de 358,4 quilómetros.

Os dados fornecidos pela Red & Pallets indicam que Portugal e Espanha somam em conjunto um volume aproximado de 550 milhões de carga em paletes. “Deste modo, a Península Ibérica apenas fica atrás da Alemanha no ranking europeu dos principais mercados de transporte em paletes, superando a França, a Polónia e os Países Baixos”, destaca a empresa.

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Bolt Food expande operações para Guimarães

Depois da entrada na ilha da Madeira, a Bolt Food reforça a presença no Minho, com esta expansão para Guimarães.

A Bolt Food chegou à Cidade Berço, no âmbito da sua estratégia para aumentar a presença no Norte do país.

De entre os mais de 80 parceiros na região, Burger King, McDonald’s, KFC, Pizza Hut e Poke House são algumas das cadeias disponíveis. Por seu lado, Deguste by Pedro Pinto, o restaurante chinês Jardim Bambú, Marco Bellini è que sabe ou Noz Moscada são alguns dos restaurantes mais tradicionais na região que aderiram às entregas via Bolt Food.

Para assinalar a sua chegada, até ao final de outubro os utilizadores da plataforma em Guimarães poderão usufruir de 20% de desconto em todos os pedidos, com entregas gratuitas num raio de até dois quilómetros.

Manuel Castel-Branco, responsável pela Bolt Food em Portugal, refere que “Guimarães é uma cidade emblemática” e onde a marca que proporcionar “uma ampla variedade de opções de restauração através da plataforma com preços mais competitivos do mercado”. “Esta expansão é um grande passo para conseguirmos garantir que cada vez mais portugueses na região do Minho conseguem ter acesso fácil e rápido às suas refeições preferidas, ao mesmo tempo que apoiamos os negócios locais a chegarem a mais clientes”, define.

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“O e-commerce é uma realidade cuja posição pretendemos reforçar no imediato”

Pedro Subtil destaca o crescimento financeiro do Grupo os Mosqueteiros em Portugal e sublinha que estes resultados mostram um desempenho positivo, destacando-se a contínua expansão e o fortalecimento da presença no mercado português.

Em entrevista ao Hipersuper, o presidente do Grupo os Mosqueteiros em Portugal comenta os resultados de 2023, destacando um crescimento sólido com um volume de negócios de 2,9 mil milhões de euros, um aumento de 7,8% face ao ano anterior. O Grupo, que gerou mais de 350 novos postos de trabalho e inaugurou 10 novas lojas, totalizando 357 pontos de venda, reafirma o seu compromisso com a expansão no país. Pedro Subtil aborda também os desafios da estrutura de gestão descentralizada e os planos ambiciosos para 2024, incluindo a abertura de novas lojas e o reforço do comércio eletrónico.

Quais os principais resultados do Grupo os Mosqueteiros em Portugal em 2023? Como compara com os anos anteriores?
Em 2023, o Grupo os Mosqueteiros em Portugal obteve resultados significativos, registando um volume de negócios de 2,9 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 7,8% em comparação com 2022.
Além do crescimento financeiro, o Grupo inaugurou 10 novas lojas, totalizando 357 pontos de venda e criou mais de 350 novos postos de trabalho, fechando o ano com mais de 14 500 colaboradores. Estes resultados mostram um desempenho positivo, destacando-se a contínua expansão e o fortalecimento da presença no mercado português.

Quais foram os dados de crescimento para cada uma das insígnias – Intermarché, Bricomarché e Roady – em 2023? Destaca alguma?
Em 2023, o Intermarché cresceu 7,7%, atingindo um volume de negócios de 2,8 mil milhões de euros. O Bricomarché registou um crescimento de 7,3%, com um volume de negócios de 184 milhões de euros. A insígnia que se destacou particularmente foi a Roady, com um crescimento de 11%, alcançando um volume de negócios de 48 milhões de euros

A estrutura organizacional do Grupo os Mosqueteiros distingue-se no mercado. Quais são as principais vantagens e desafios deste modelo de gestão para o Intermarché em Portugal?
A estrutura organizacional do Grupo os Mosqueteiros distingue-se no mercado pela sua gestão global partilhada pelos proprietários das lojas, mais de 287 aderentes, que operam de forma independente. Este modelo de gestão oferece diversas vantagens e desafios para o Grupo em Portugal. As principais vantagens incluem a proximidade com as comunidades, onde os proprietários das lojas, sendo parte das comunidades locais, conseguem adaptar a oferta às necessidades específicas dos clientes, garantindo um serviço mais personalizado e próximo. Além disso, a autonomia e flexibilidade proporcionadas pela independência dos empresários permitem uma rápida adaptação às mudanças do mercado e uma gestão mais ágil, que pode responder eficazmente a desafios e oportunidades locais. Outra vantagem é o compromisso e envolvimento dos proprietários, que, sendo também gestores, têm um elevado nível de compromisso com o sucesso das suas lojas, resultando em melhor atendimento ao cliente e eficiência operacional.
Adicionalmente, o Grupo os Mosqueteiros está em contínuo desenvolvimento e sempre aberto a todos os que desejem investir no seu próprio negócio. Oferecemos a oportunidade para empreendedores se tornarem parte de uma rede sólida e bem-sucedida, beneficiando da notoriedade, apoio logístico e comercial de um grupo internacional. Esta estrutura permite que os empreendedores tenham o seu próprio negócio, integrando uma estrutura comum que facilita o crescimento e sucesso no competitivo mercado de retalho.

Houve mudanças nos canais de distribuição em 2023? Que papel desempenha o comércio eletrónico na estratégia do grupo?
O e-commerce é, sem dúvida, uma realidade cuja posição pretendemos reforçar no imediato. Sabemos o quanto o consumidor valoriza a conveniência, a poupança de tempo e a rapidez de compra e de entrega, se associarmos a isso a oferta qualitativa e de baixo preço do Intermarché teremos os drivers essenciais para continuar a desenvolver este canal com sucesso.
Em 2023 tivemos uma nova ferramenta a reforçar os nossos canais de distribuição através de uma parceria de sucesso com a Uber Eats.
Temos já um conjunto de cerca de 70 lojas podendo por agora chegar às 120. Disponibilizamos uma gama de cerca de 9500 referências e estimamos ficar próximos de duplicar o nosso volume de negócio face a 2023. São dados muito interessantes e embora ainda exista um longo caminho a percorrer é um exemplo de que estamos empenhados em introduzir este e outros serviços, para atingir o sucesso e a modernidade nos canais de distribuição da nossa insígnia.

Como avalia o impacto da situação económica atual em Portugal nas operações do grupo? Que medidas têm sido tomadas para mitigar esses impactos?
A situação económica atual em Portugal apresenta desafios significativos, especialmente para as famílias, e o Grupo os Mosqueteiros está plenamente consciente do impacto que isso tem nas suas operações. Para mitigar esses impactos, temos implementado várias estratégias e campanhas destinadas a defender o poder de compra dos consumidores, que é uma prioridade no nosso posicionamento.
Uma das principais medidas é o nosso “Compromisso”, que se foca em garantir preços acessíveis e justos, sem comprometer a qualidade dos produtos. Além disso, o grupo tem investido fortemente no desenvolvimento de produtos da marca própria Por Si, que oferecem uma excelente relação qualidade-preço e são uma alternativa competitiva para os consumidores que procuram poupar sem abdicar da qualidade.
Este enfoque na defesa do poder de compra dos consumidores está no ADN do Grupo os Mosqueteiros, desde sempre, pelo que continuamos comprometidos em apoiar as famílias portuguesas durante tempos económicos desafiantes, mantendo o nosso compromisso com a qualidade e a acessibilidade.

Quais os planos para 2024 quando falamos de abertura de lojas? Qual o investimento previsto?
Para 2024, o Grupo os Mosqueteiros tem um plano ambicioso que faz parte de uma estratégia de crescimento para os próximos anos. Estamos a planear abrir cerca de 15 novas lojas por ano, ao longo de cinco anos, o que resultará na criação de aproximadamente 3.000 postos de trabalho durante este período, ou seja, uma média de 500 novos empregos por ano. Este plano de expansão prevê um investimento na ordem dos 240 milhões para os próximos 5 anos.
Este investimento permitirá não apenas a expansão do nosso parque de lojas, mas também fomentará o empreendedorismo, ao recrutar novos aderentes que terão a oportunidade de criar o seu próprio negócio. Acreditamos que esta estratégia contribuirá significativamente para o desenvolvimento da economia local, enquanto dinamiza a nossa relação comercial com parceiros e fornecedores.

Como olha para a compra por parte da Auchan da totalidade da operação do Grupo Dia em Portugal? O Intermarché cai no ranking. Como olha para estes números?
A aquisição do Grupo Dia em Portugal pela Auchan, validada pela Autoridade da Concorrência, representa uma mudança significativa no panorama do retalho nacional. No entanto, no Intermarché, estamos confiantes na solidez da nossa estratégia de proximidade e na oferta de produtos de qualidade a preços acessíveis, o que nos permitirá continuar a fortalecer a nossa posição no mercado.
Desde a nossa chegada a Portugal em 1991, temo-nos focado em estar próximos dos nossos clientes, oferecendo uma experiência de compra diferenciada. A nossa presença de norte a sul do país, aliada à dedicação à sustentabilidade e à adaptação às especificidades de cada região, são pilares fundamentais que nos permitem manter a confiança dos nossos clientes. Mesmo com esta mudança, acreditamos que a nossa abordagem única continuará a ser uma escolha preferencial para muitos consumidores.

Apesar do crescimento, a verdade é que o Intermarché tem perdido quota de mercado. Qual a estratégia para combater esta perda?
Para enfrentar esta nova realidade competitiva, o Intermarché está a adotar várias estratégias, incluindo a expansão contínua da nossa rede de lojas. Desde o início do ano, já abrimos três novas lojas Intermarché.
Estamos a apostar também num novo conceito de loja, com um forte investimento no novo conceito “Feito Aqui”, com comida fresca e saudável preparada no local, com uma oferta de uma ampla variedade de receitas. A aposta no segmento de refeições de qualidade é complementada com a secção de “Pronto a Comer”, que disponibiliza uma seleção de produtos frescos e congelados, projetada para atender à crescente procura por opções rápidas e saudáveis. Outra característica distintiva deste novo conceito de loja são as novas secções que apresentam uma oferta exclusiva de queijos de corte, frutas e legumes, garrafeira refrigerada, refeições frescas e talho, proporcionando uma variedade de produtos que refletem as tradições culinárias locais e internacionais.
Estamos também a investir em inovação e tecnologia para melhorar a experiência de compra dos nossos clientes, além de reforçar o nosso compromisso com práticas sustentáveis e responsabilidade social. Acreditamos que estas iniciativas, juntamente com o nosso foco na qualidade dos produtos e no serviço ao cliente, nos permitirão manter uma posição sólida entre os líderes do mercado e continuar a crescer de forma significativa em Portugal.

O Intermarché valoriza as comunidades locais onde cada loja está inserida. Como é que o Intermarché garante a valorização, por exemplo, dos mercados de proximidade?
O Intermarché valoriza as comunidades locais onde cada loja está inserida, e esforça-se para se adaptar às necessidades específicas dessas comunidades de diversas formas. Um dos principais exemplos é o nosso apoio contínuo a associações e coletividades locais. Ao colaborar com estas organizações, conseguimos responder a necessidades específicas e contribuir para o bem-estar social e cultural das áreas em que operamos.
Além disso, valorizamos também os produtores locais através do nosso “Programa Origens”, que promove e integra produtos nacionais nas nossas lojas. Este programa permite que os clientes tenham acesso a produtos frescos e autênticos, diretamente dos produtores locais, enquanto ajuda a fortalecer a economia local.

Qual o balanço quando falamos de novas lojas? Quais são os planos de expansão do grupo para 2024? Estão previstas novas aberturas de lojas?
O balanço em termos de novas lojas tem sido positivo, alinhado com o nosso plano de crescimento. Temos um business plan que projeta a abertura de cerca de 15 lojas por ano ao longo de cinco anos, abrangendo as três insígnias do grupo: Intermarché, BricoMarché e Roady. Este plano de expansão está em plena execução, refletindo o nosso compromisso com o crescimento e a consolidação da nossa presença em Portugal.
Para 2024, mantemos a nossa estratégia de expansão, com um investimento anual entre 17 e 20 milhões de euros, destinados à abertura de novas lojas, valores que fazem parte de um plano mais amplo de investimento de 240 milhões de euros ao longo de cinco anos, que permitirá reforçar a nossa rede e criar novas oportunidades de emprego e negócios em diversas regiões. Estamos empenhados em continuar a crescer de forma sustentável e a fortalecer o nosso impacto económico e social nas comunidades onde operamos.

A inovação é um fator de diferenciação. Como trabalham este eixo para se distinguirem no mercado português?
A inovação é, de facto, um dos pilares fundamentais que nos permite distinguir no mercado português. No Intermarché, trabalhamos constantemente para introduzir novos conceitos e produtos que atendam às necessidades em evolução dos nossos clientes e nos permitam destacar da concorrência.
Uma das formas como incorporamos a inovação é através do desenvolvimento de novos conceitos de loja que melhoram a experiência de compra dos nossos clientes. Estas inovações incluem o design moderno das lojas, a introdução de serviços como o self check-out para tornar o processo de compra mais eficiente e rápido, e as novas secções que apresentam uma oferta exclusiva de queijos de corte, frutas e legumes, garrafeira refrigerada, refeições frescas e talho, proporcionando uma variedade de produtos que refletem as tradições culinárias locais e internacionais.
Além disso, os novos produtos “Por Si” reflete também o nosso compromisso com a inovação. Esta gama de produtos é cuidadosamente desenvolvida para oferecer qualidade e valor, adaptando-se às tendências de consumo e preferências dos clientes. Estamos sempre atentos às mudanças no mercado e às expectativas dos consumidores, o que nos permite introduzir produtos que não só satisfazem as suas necessidades, mas também lhes oferecem novas experiências.
Ao focarmo-nos na inovação contínua, garantimos que o Intermarché permanece na vanguarda do setor de retalho em Portugal, proporcionando aos nossos clientes soluções que realmente fazem a diferença nas suas vidas diárias.

Gostava de falar mais dos produtos PorSi. Qual o peso de vendas desta marca? Representa um aumento?
Os produtos da marca PorSi têm tido um impacto significativo nas vendas do Grupo os Mosqueteiros. Em 2023, a marca PorSi atingiu um volume de negócios de 395 milhões de euros, o que representa uma progressão de 18,05% em relação ao ano anterior. Este aumento demonstra a crescente popularidade e aceitação dos produtos da marca entre os consumidores, que valorizam a combinação de qualidade e preço acessível que a marca oferece.
A marca PorSi tem-se destacado ao proporcionar uma vasta gama de produtos que se alinham com as necessidades e preferências dos nossos clientes. Este crescimento contínuo reforça o nosso compromisso em expandir e melhorar a oferta de produtos, garantindo que continuamos a satisfazer as expectativas dos consumidores e a consolidar a nossa posição no mercado.

Os planos passam por aumentar esta oferta? Quais os segmentos? Alternativas saudáveis, por exemplo?
Sim, os nossos planos incluem expandir a nossa oferta, especialmente em segmentos que refletem as tendências atuais de consumo, como as alternativas saudáveis. Estamos comprometidos em oferecer uma variedade ainda maior de produtos que atendam às crescentes preocupações dos consumidores com a saúde e o bem-estar.
Uma parte importante desta estratégia é o desenvolvimento e expansão das nossas gamas “Por Si Viva Bem” e “Por Si Bio”. A linha “Por Si Viva Bem” é focada em proporcionar opções alimentares que promovem um estilo de vida saudável, incluindo produtos com menos açúcar, menos gordura e ingredientes mais naturais. Esta gama é ideal para consumidores que procuram melhorar a sua alimentação sem abdicar do sabor e da conveniência.
Por outro lado, a linha “Por Si Bio” é composta por produtos biológicos que atendem aos padrões de produção sustentável e ecológica. Esta gama é direcionada para consumidores que valorizam produtos naturais e ambientalmente responsáveis.
Ao aumentar a nossa oferta nestes segmentos, estamos a responder aos interesses dos nossos clientes, oferecendo-lhes escolhas que se alinham com os seus valores e estilos de vida. Este foco em alternativas saudáveis reflete o nosso compromisso em promover o bem-estar dos nossos clientes e em adaptar-nos às tendências de mercado em constante mudança.

Uma marca que tem sido premiada com prémios como, por exemplo, o Sabor do Ano. Como olham para este reconhecimento?
Para nós, Intermarché, receber prémios como o “Sabor do Ano” é uma validação importante do nosso compromisso com a qualidade e a satisfação dos nossos consumidores. Este tipo de reconhecimento reforça a nossa dedicação em manter elevados padrões de excelência em todas as etapas, desde a seleção de produtos até à experiência final do cliente. Vemos estas distinções como uma motivação adicional para continuar a melhorar e inovar, garantindo que os nossos produtos não só atendem, mas superam as expectativas dos nossos clientes.
Estes prémios também refletem o esforço e a paixão da nossa equipa, que trabalha incansavelmente para assegurar que cada produto cumpre os mais altos padrões de qualidade e sabor. Continuaremos a investir em qualidade, inovação e sustentabilidade, pois acreditamos que estes são os pilares essenciais para manter e expandir o nosso sucesso no mercado.

E a marca de vinhos Seleção de Enófilos que conheceu um novo conceito em 2023. Qual o balanço? Foi uma aposta vencedora?
De facto, a nossa marca Seleção de Enófilos apresenta-se rejuvenescida desde o início de 2023, mas mais do que isso a marca tem-se reforçado em gama com uma oferta de regiões demarcadas e monocastas de elevada qualidade.
Tem sido uma aposta ganha, sem dúvida, numa altura em verificamos uma estabilidade das vendas na categoria dos vinhos no mercado, as nossas lojas apresentam o crescimento acima dos 10% em YTD na nossa marca Seleção de Enófilos, o que é bastante significativo e demonstrativo da qualidade dos nossos vinhos.

A aposta na marca própria retira espaço nas prateleiras para marcas de fabricante? Qual a estratégia?
A nossa estratégia no Intermarché é encontrar um equilíbrio entre os produtos de marca própria e as marcas de fabricante, garantindo que oferecemos uma seleção diversificada que se ajusta às necessidades dos nossos clientes. A aposta em produtos de marca própria não visa retirar espaço às marcas de fabricante, mas sim complementar a oferta, proporcionando opções de qualidade a preços competitivos.
A nossa marca própria é desenvolvida com o objetivo de oferecer alternativas que garantam valor e qualidade, atendendo às expectativas dos consumidores que procuram produtos acessíveis sem comprometer os padrões. No entanto, reconhecemos que muitos clientes têm preferências específicas por certas marcas de fabricante, pelo que continuamos a dar-lhes um espaço importante nas nossas prateleiras.
Ao manter este equilíbrio, conseguimos responder de forma eficaz às diferentes expectativas e necessidades dos consumidores, assegurando que todos encontram o que procuram nas nossas lojas. Esta abordagem permite-nos oferecer uma experiência de compra completa, que combina variedade, qualidade e valor.

Que ações de responsabilidade social o grupo desenvolveu em 2023? Quais são os planos para 2024 nesta área?
Em 2023, desenvolvemos várias ações de responsabilidade social no Grupo os Mosqueteiros, focadas principalmente em apoiar a comunidade local, promover a sustentabilidade e criar impacto positivo nas regiões onde operamos. Em 2023, contámos com mais de 3 milhões de euros em donativos nos mais de 362 pontos de venda das nossas três insígnias e nas estruturas centrais, no seguimento do nosso compromisso contínuo para com as comunidades.
As nossas iniciativas contribuíram também para a criação de emprego, apoio à produção nacional e colaboração com instituições locais para dinamizar o tecido económico e social. Trabalhámos para garantir práticas sustentáveis em todas as nossas operações, assegurando um equilíbrio entre o desenvolvimento económico e a preservação ambiental.
Para 2024, pretendemos intensificar os nossos esforços na área da responsabilidade social, continuando a apoiar causas locais e expandindo as nossas iniciativas de sustentabilidade. O nosso compromisso é contribuir ainda mais para o desenvolvimento económico das regiões onde estamos presentes, sempre com um enfoque no bem-estar social e na preservação ambiental.

Hoje investir nos colaboradores é cada vez mais valorizado. Como trabalham este eixo? Existem programas de formação ou outras iniciativas de desenvolvimento de recursos humanos por exemplo?
Valorizamos o investimento nos nossos colaboradores e acreditamos que isso é essencial para o sucesso a longo prazo. Trabalhamos este eixo através de várias iniciativas focadas em proporcionar uma qualidade de vida no trabalho otimizada, com benefícios centrados em três pilares: bem-estar do colaborador, família e saúde.
Oferecemos uma variedade de programas de formação em várias áreas, permitindo que os nossos colaboradores desenvolvam novas competências e cresçam profissionalmente. Acreditamos que a formação contínua é fundamental para preparar os nossos colaboradores para os desafios futuros e garantir um crescimento sustentável do grupo. Em 2023, o Grupo os Mosqueteiros reforçou o seu compromisso com o desenvolvimento dos recursos humanos através de um protocolo de formação com o CECOA, destinado a fortalecer as competências dos colaboradores e melhorar a sua competitividade.
Além disso, introduzimos benefícios como dias de férias suplementares, reconhecendo a importância do descanso e da recuperação para a produtividade e satisfação no trabalho. Também oferecemos a possibilidade de teletrabalho, permitindo que os colaboradores conciliem melhor a vida pessoal e profissional, e proporcionamos acesso a seguros de saúde, assegurando o bem-estar físico e mental dos nossos colaboradores. Com estas e outras iniciativas, o Grupo os Mosqueteiros reforça o seu compromisso com a qualidade de vida no trabalho, garantindo que os colaboradores se sintam valorizados e motivados.

Mais de 100 lojas do Grupo os Mosqueteiros receberam o selo PME Líder. Qual o real significado desta distinção?
Este reconhecimento destaca o mérito e desempenho excecionais das nossas lojas. O selo PME Líder reconhece a excelência operacional e a robustez financeira, bem como as estratégias de crescimento sólidas que implementamos, que nos permitem enfrentar e responder eficazmente às exigências do mercado. Este reconhecimento reforça a confiança do mercado nas nossas empresas, aumentando a nossa reputação e credibilidade junto de clientes e parceiros, abrindo portas a novas oportunidades de negócio e melhores condições de negociação.
Além disso, o selo sublinha o nosso compromisso com a sustentabilidade, inovação e qualidade na gestão, espelhando o impacto positivo que temos na economia local através da criação de emprego e apoio à produção nacional e instituições locais. Trabalhamos diariamente para garantir que as nossas lojas dinamizem o tecido económico e social nas comunidades onde operamos.
Esta distinção serve de incentivo para continuarmos a elevar os padrões de excelência que nos caracterizam, sempre com o objetivo de superar as expectativas dos nossos clientes e contribuir para o desenvolvimento económico das comunidades onde estamos presentes.

Qual é a sua visão para o futuro do Grupo os Mosqueteiros em Portugal? Onde vê o Grupo, por exemplo, daqui a cinco anos?
A nossa visão para o futuro do Grupo os Mosqueteiros em Portugal é continuar a fortalecer a nossa presença no país, mantendo sempre o ADN que nos caracteriza. Planeamos investir significativamente tanto a nível nacional como regional, com a abertura de cerca de 80 novas lojas nos próximos anos, o que contribuirá para o desenvolvimento económico local.
Ao expandir a nossa rede de lojas, não só criaremos novos postos de trabalho para colaboradores, mas também ofereceremos oportunidades para empresários que queiram aderir ao nosso grupo e abrir o seu próprio negócio. Este crescimento permitirá criar valor não apenas para a empresa, mas também para o país e para as pessoas, incluindo colaboradores, clientes e empresários.
O nosso objetivo é continuar a apoiar as comunidades locais, promovendo parcerias que incentivem o consumo de produtos regionais e ajudem a dinamizar as economias locais. Daqui a cinco anos, vejo o Grupo os Mosqueteiros como um líder ainda mais consolidado no mercado português, reconhecido pelo seu compromisso com a qualidade, inovação e responsabilidade social, sempre focado em criar valor para todos os que interagem connosco.

 

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Retalho

iServices inaugura nova loja exclusiva de produtos de marca própria

A nova loja pretende trazer uma nova dimensão à experiência dos consumidores da iS, com um balcão especial onde será possível personalizar capas de telemóveis na hora, além de contar com a vasta gama de acessórios e gadgets tecnológicos.

A iServices inaugurou a sua primeira loja exclusiva da marca própria, iS, na Rua Garret, em Lisboa e assinalou o lançamento dos novos produtos num evento no Rossio Gastrobar.

Para Bruno Borges, CEO da iServices, “a inauguração da nossa primeira loja iS na Rua Garret marca um novo capítulo para a iServices e reforça o nosso compromisso em proporcionar inovação e personalização aos nossos clientes. Localizada no coração de Lisboa, numa zona emblemática e turística, esta loja oferece uma experiência tecnológica e acessível a todos os que nos visitam, quer sejam lisboetas ou turistas.”

No evento foram apresentados os mais recentes lançamentos da iS: smartwatches, headphones, e uma nova linha de acessórios e gadgets que elevam a experiência tecnológica dos utilizadores.

Vânia Guerreiro, diretora de marca e comunicação da iServices, salienta que “este evento é a celebração das conquistas da iS e da sua expansão global. O que começou com cabos e capas, hoje representa inovação e qualidade. O futuro da iS é promissor e estamos entusiasmados para partilhar as novidades com todos aqueles que fazem parte desta jornada.”.

 

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Bebidas

Vinhos do Alentejo promovem roteiro de formação profissional

A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), em parceria com a Associação de Escanções de Portugal, está a promover a “Wine Talks & Tour”, composta por mais de 80 horas de formação dedicada a profissionais de hotelaria, restauração, garrafeira, distribuição e similares. 

A iniciativa inclui 10 sessões e cada uma é dividida em três momentos. Tem início na Rota dos Vinhos do Alentejo, em Évora, onde João Barroso, coordenador do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), e Teresa Gomes, escanção e sommelier, aliam o conhecimento técnico a uma experiência sensorial, promovendo provas cegas e permitindo que o participante possa conhecer a região de uma outra perspetiva. Segue-se um almoço harmonizado com vinhos e uma visita a um produtor que – pelas suas características e história – se distinga.

A primeira sessão, que decorreu a 18 de setembro, incidiu sobre as vinhas velhas e incluiu uma visita ao produtor João Portugal Ramos, onde os participantes tiveram oportunidade de conhecer vinhos de vinhas que vão desde os 40 aos 100 anos. Entre os temas em agenda para as próximas sessões, que terminam em dezembro, estão as castas nativas da região, o vinho biológico, o enoturismo, os espumantes, entre muitos outros.

Para o coordenador do PSVA, João Barroso, “esta é uma oportunidade única para mergulhar na essência do Alentejo, através de vinhos que refletem a nossa história e a responsabilidade ambiental dos nossos produtores. Queremos mostrar que a sustentabilidade está no centro da nossa viticultura e que o impacto disso é evidente em cada gota, em cada garrafa.”

A escanção e sommelier, Teresa Gomes, afirma que “este é um formato totalmente inovador, no qual queremos não apenas falar de vinhos, mas provocar uma verdadeira reflexão sobre o território e os processos que tornam estes vinhos únicos”.

A organização informa que a próxima sessão do “Wine Talks & Tour”, marcada para o dia 2 de outubro, já está esgotada e que os profissionais interessados na seguinte “Wine & Roots”, sessão dedicada a equipas estrangeiras a colaborar em Portugal, podem inscrever-se em https://www.vinhosdoalentejo.biz/listadeprogramas. As vagas são limitadas a 12 participantes, por sessão.

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ESG

Grupo Os Mosqueteiros define eixos do seu plano de sustentabilidade

Economia circular, transição energética, pessoas, transformação agrícola, pegada de carbono, empreendedorismo responsável – são estas as seis prioridades do Grupo os Mosqueteiros.

O Grupo Os Mosqueteiros estabeleceu, em Portugal, seis eixos prioritários centrados nas suas estratégias de sustentabilidade.

A economia circular é apresentada como uma estratégia essencial para responder aos desafios ambientais contemporâneos. Nesse sentido, a prioridade do Grupo é a redução da utilização de embalagens de uso único e matérias-primas virgens. “Em Portugal, foi evitada a utilização de 29 toneladas de matéria-prima virgem de plástico e cartão, através da incorporação de plástico e cartão reciclado, nas embalagens de marca própria e foram reutilizadas mais de 5 000 000 caixas no transporte de produtos frescos”, revela o Grupo. Relativamente à gestão de recursos hídricos, houve uma aposta na eficiência que permitiu reduzir o consumo de água nas bases logísticas e sede em 10,8% relativamente a 2022.

No eixo da transição energética, houve o investimento em Portugal, no aumento da sua produção fotovoltaica, “permitindo atualmente a utilização de aproximadamente 3200MW/ano de fontes renováveis, o que representa cerca de 40% do consumo da Base de Alcanena e 25% da Base de Paços de Ferreira”. A partir de 2024, todos os novos pontos de venda do Grupo os Mosqueteiros serão inaugurados com painéis fotovoltaicos, e “serão disponibilizados postos de carregamento elétrico nos pontos de venda, facilitando o uso de veículos elétricos pelos clientes e colaboradores”, indica o Grupo.

Retenção de talento e redução da pegada

A atração e retenção de talento é outra prioridade, otimizada através da implementação de benefícios e da oferta de formação em várias áreas. “Para além disso, o Grupo os Mosqueteiros introduz dias de férias suplementares” bem como a possibilidade de teletrabalho.

No âmbito da transformação agrícola, um dos pilares é a aposta em fornecedores locais e no ‘Programa Origens’, criado em 1999 que conta com a participação de mais de 500 produtores, destinada a promover a produção nacional. No futuro, entre os objetivos do Grupo estão a promoção de um modelo económico agrícola “mais sustentável e eficiente, adaptado às exigências contemporâneas”.

Em relação à redução da pegada de carbono, o Grupo tem apostado em medidas para enfrentar as fontes de emissões diretas e indiretas com mais impacto, tais como a redução do consumo de combustíveis fósseis e de energia nas suas instalações. “Em 2023, a redução do consumo de energia nas suas instalações permitiu uma redução de 2600 toneladas de CO2 em Portugal”, revela.

O empreendedorismo responsável é o sexto eixo do plano de sustentabilidade e tem sido dinamizado através dos pontos de venda implantados de norte ao sul do país, que reforçam a economia local e garantem “que os impostos são pagos no local, beneficiando diretamente as comunidades em que opera”. Ainda alinhado com este objetivo, em 2023, o Grupo contou “com mais de três milhões de euros em donativos nos mais de 362 pontos de venda das três insígnias e nas estruturas centrais, no seguimento do seu compromisso para com as comunidades”, destaca.

Em Portugal, o Grupo os Mosqueteiros está presente com as insígnias Intermarché, Bricomarché e Roady, tem mais de 358 pontos de venda e emprega mais de 14 mil colaboradores.

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ESG

Recheio Talks marca início de semana dedicada à sustentabilidade

A Semana da Sustentabilidade vai prolongar-se até ao dia 29 de setembro, data em que se celebra o Dia Internacional da Consciencialização sobre as Perdas e Desperdício Alimentares.

O Dia Nacional da Sustentabilidade foi o mote para a 2ª edição da Recheio Talks, dedicada ao tema “Produção Sustentável – O Futuro da Alimentação” que teve como objetivo promover a reflexão sobre a sustentabilidade, a produção, o consumo e o futuro da alimentação. Este encontro, que decorreu na loja da marca em Cascais, contou com a participação especial de Rodrigo Castelo, Chef do Ano Boa Cama Boa Mesa 2024.

“O Recheio promove uma relação muito próxima com os seus clientes, por isso sabemos bem o impacto que as questões relacionadas com a sustentabilidade têm para o seu negócio e quais os desafios que enfrentam diariamente. A Semana da Sustentabilidade é uma oportunidade para refletirmos em conjunto sobre os vários desafios e também para partilhar boas práticas. O caminho da sustentabilidade é complexo e obriga a um compromisso constante, pelo que é importante fomentar momentos como estes, de partilha de informação e experiências”, explica Vanessa Silva, diretora da marketing do Recheio.

A Semana da Sustentabilidade vai prolongar-se até ao dia 29 de setembro, data em que se celebra o Dia Internacional da Consciencialização sobre as Perdas e Desperdício Alimentares. Neste âmbito, realizar-se-á a 2ª edição do “Desafio entre Chefs”, que tem como propósito alertar para o desperdício alimentar e fomentar o desperdício zero. Esta iniciativa contará com o contributo de Diogo Rocha, Chef do restaurante Mesa de Lemos.

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Retalho

NielsenIQ tem novo diretor estratégico para Painel de Consumidores

Na sua nova função, irá conduzir a estratégia de crescimento do negócio de Consumer Panel em Espanha e Portugal, desenvolver a oferta de produtos da NIQ, melhorar a plataforma integrada Discover e apoiar o crescimento da equipa local de especialistas.

A NielsenIQ (NIQ) nomeou Luís Simões como o novo CPS Strategic Projects e Iberia Lead. Na sua nova função, irá conduzir a estratégia de crescimento do negócio de Consumer Panel em Espanha e Portugal, desenvolver a oferta de produtos da NIQ, melhorar a plataforma integrada Discover e apoiar o crescimento da equipa local de especialistas.

Com o objetivo de criar estratégias vencedoras, os fabricantes e retalhistas de produtos de grande consumo necessitam de uma compreensão completa tanto da procura dos consumidores como da oferta em lojas físicas e digitais. Juntamente com os serviços de Retail Measurement, os serviços de Consumer Panel, ou Painel de Consumidores (CPS), da NIQ fornecem a compreensão mais completa e clara dos consumidores e distribuidores.

Desta forma, e como parte do ambicioso plano de investimento da NIQ na Europa, o Painel de Consumidores em Espanha aumentará de 8.000 para 12.000 membros do painel até 2025. Os clientes podem aceder aos dados através da plataforma Discover, alimentada por IA e a única plataforma disponível que integra totalmente os dados dos consumidores e dos retalhistas.

Com um historial de mais de 25 anos no setor, Luís Simões ocupou vários cargos sénior em todo o mundo, incluindo o de Diretor de Estratégia Global na Kantar Worldpanel, onde liderou a sua maior transformação, com a aquisição da Numerator nos EUA, a adoção de tecnologias avançadas, ou o lançamento de alguns serviços, como o Usage, Out of Home ou Media ROI.

Luís Simões continuará a exercer funções desde Barcelona, onde se juntou à equipa alargada e reforçada da NIQ, que, desde a fusão com a GFK, está sediada no edifício Nexus em Pedralbes.

A NIQ anunciou recentemente a integração de dados de painéis de consumidores e medições de retalho na sua plataforma NIQ Discover, proporcionando aos retalhistas e marcas a Full View, impulsionada pelos dados mais abrangentes e pela tecnologia mais avançada.

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Logística

Estudo defende que procura por imóveis logísticos vai aumentar nos próximos anos

As condições operacionais são desafiantes, mas a procura dos ocupantes por imóveis logísticos deverá registar um aumento, Esta é uma das conclusões do European Real Estate Logistics Census 2024.

Embora 51% dos ocupantes acreditem que as condições de negócio são hoje mais favoráveis do que há um ano (em comparação com 42% em 2023 e 35% em 2022), 69% reduziram ou atrasaram os planos gerais de expansão do negócio devido às atuais condições económicas. “Contudo, o que é crucial é que dos 69%, apenas 6% suspenderam os seus planos indefinidamente, enquanto 32% atrasaram um a dois anos e 24% entre 2 e 5 anos”, refere o estudo.

O inquérito sugere que é provável que se desenvolvam novos requisitos logísticos durante o segundo semestre de 2024, em 2025 e anos seguintes, já que “29% dos ocupantes da amostra esperam necessitar de mais espaço nos próximos 12 meses, enquanto 70% planeiam manter a sua dimensão atual” e “53% dos ocupantes esperam necessitar de mais espaço nos próximos um a três anos (+15 pontos percentuais)”, revela o documento.

Em relação aos planos de expansão, estes estão concentrados nos principais mercados da Europa Ocidental, com a Alemanha a ser considerado o mercado-alvo por 26% dos ocupantes com planos de expansão, seguida pela França com 24%.

Quanto às prioridades, os inquiridos revelaram que estão em foco os fatores ESG e eficiência energética, assim como robótica, automação, tecnologia IA e a revolução dos transportes.

Eletrificar frotas e relocalizar

A eletrificação das frotas continua a ser um tópico de interesse, com 29% dos ocupantes a afirmarem que planeiam reduzir a utilização de transportes intensivos em carbono nos próximos três anos, “mas a incerteza permanece no que à alocação do investimento diz respeito”.

Sobre projetos de relocalização, 25% dos ocupantes afirmaram que tinham reduzido (relocalizado) a sua cadeia de abastecimento para mitigar o risco de perturbações nos últimos três anos. “O reshoring será, provavelmente, um impulsionador para o mercado nos próximos anos: 45% dos inquiridos vê esta solução no horizonte, reconhecendo o seu potencial “revolucionário” para os ativos logísticos”, destaca o estudo.

Diversificar a base de fornecedores e flexibilizar as rotas continua na agenda, com 27% e 17%, respetivamente, a afirmar que o farão nos próximos três anos.

E para 74% dos ocupantes de imóveis logísticos, o bem-estar dos colaboradores desempenha um papel importante na sua estratégia.

“De acordo com os dados agora apresentados, os próximos anos serão bastante dinâmicos e positivos para o setor da logística e as diferentes dimensões ESG desempenharão um papel cada vez mais importante”, defende Pedro Figueiras, head of I&L da Savills Portugal. Sobre o mercado nacional, o responsável afirma que Portugal tem apresentado “enormes progressos neste campo” o que, a par de outros fundamentais de mercado “como os custos competitivos em relação a outros países da Europa Ocidental e a sua localização estratégica” colocam, “cada vez mais”, o país na mira dos diversos players internacionais.

Reflexo deste grande interesse é o resultado do mais recente estudo da Savills “Nearshoring Index 2024”, que coloca Portugal como o país mais atrativo do mundo para as empresas que procuram aproximar as suas cadeias de abastecimento aos mercados de consumo.

A quarta edição do European Real Estate Logistics Census foi dinamizada pelos analistas de mercado da cadeia de abastecimento Analytiqa em nome da Tritax EuroBox, um investidor em logística imobiliária na Europa, e pela Savills, consultora imobiliária internacional. Responderam 642 ocupantes, investidores, promotores, proprietários, gestores de ativos, consultores e agentes de todo o mercado europeu.

Realizado durante o verão de 2024, responderam 642 ocupantes, investidores, promotores, proprietários, gestores de ativos, consultores e agentes de todo o mercado europeu.

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JD abre no Fórum Castelo Branco

A JD, loja de streetwear e estilo desportivo, vai abrir um espaço no Fórum Castelo Branco.

A partir do dia 28 de setembro, a JD Sports tem aberta uma loja no piso 0 do Fórum Castelo Branco.

Num espaço de 330 metros quadrados, terá produtos de  marcas como Nike, adidas, Hoodrich, Jordan, New Balance, The North Face, Converse e Reebok.

A inauguração vai ser assinalada com várias ativações, entre as quais um ‘jogo de cacifos’ – quem visitar a loja recebe um código a ser utilizado para abrir um cacifo, onde poderão estar artigos da JD.

A JD Sports tem vindo a introduzir coleções no mercado desde 1981, e tornou-se uma referência no campo da moda desportiva.

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