João Vargas, secretário-geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE)
Bebidas

“É errado e inútil combater o consumo excessivo ou o alcoolismo apenas pelo aumento dos preços”

João Vargas, secretário-geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE), defende que não podemos olhar para as políticas de combate ao alcoolismo ou consumo excessivo apenas pelo lado dos preços ou da eliminação de publicidade ao álcool. A aposta deve passar pela prevenção, sublinha ao Hipersuper.

Ana Rita Almeida
João Vargas, secretário-geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE)
Bebidas

“É errado e inútil combater o consumo excessivo ou o alcoolismo apenas pelo aumento dos preços”

João Vargas, secretário-geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE), defende que não podemos olhar para as políticas de combate ao alcoolismo ou consumo excessivo apenas pelo lado dos preços ou da eliminação de publicidade ao álcool. A aposta deve passar pela prevenção, sublinha ao Hipersuper.

Sobre o autor
Ana Rita Almeida
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João Vargas, secretário-geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE)

João Vargas, secretário-geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas

Segundo dados divulgados pelo ICAD – Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências, há um aumento do consumo de álcool em Portugal, sobretudo entre os jovens, e há quem defenda que uma das soluções passa por um aumento dos preços das bebidas alcoólicas ou por um aumento de preços definido em função da quantidade de álcool presente na bebida. Para os defensores desta ideia, este aumento iria dificultar a compra de álcool, essencialmente pelos mais novos.
Tem sido apresentado o exemplo da Escócia, que desde 2018 tem em vigor uma lei (MUP) que fixa um preço mínimo para a venda de bebidas alcoólicas – de 50 pence (0,57 cêntimos) por unidade de álcool (10ml ou 8g de álcool puro). Um artigo publicado no jornal The Brussels Times, promovido pela spiritsEUROPE, que atua como um órgão representativo para produtores de bebidas alcoólicas com membros que incluem 31 associações nacionais de 24 países, além de 11 grandes empresas multinacionais produtoras de bebidas alcoólicas, com o título “MUP – a half-baked policy which has failed to deliver, but will go on regardless”, refere que não há evidências que esta medida tenha trazido benefícios, indo inclusive mais longe: gerou mais problemas entre os grupos com dificuldades financeiras, que, por exemplo, deixaram de comprar comida para conseguirem comprar álcool.
Fomos ouvir João Vargas, secretário-geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE), A ANEBE acredita que não podemos olhar para as políticas de combate ao alcoolismo ou consumo excessivo apenas pelo lado dos preços ou da eliminação de publicidade ao álcool e defende que a aposta deve passar pela prevenção, informação aos consumidores, essencialmente junto dos mais jovens, e que o ideal é existir um equilíbrio entre as medidas de saúde pública e as políticas de proteção social, de forma a garantir o bem-estar de todos os cidadãos.

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Tendo em conta a experiência da Escócia e o recente artigo publicado, qual é a posição e como olha a ANEBE para uma possível aplicabilidade desta medida em Portugal?
O relatório agora conhecido sobre a implementação do preço mínimo por unidade de álcool (MUP) na Escócia apresenta várias falhas, tendo já sido reconhecido que a medida, para além de não ter resultado numa diminuição da proporção de adultos dependentes do álcool, trouxe ainda problemas acrescidos, nomeadamente um impacto negativo nos grupos mais vulneráveis.
Temos muitas reservas quanto à sua eficácia e quanto à sua eventual aplicabilidade em Portugal ou noutro país. O que nós defendemos e aplicamos através dos nossos programas de responsabilidade social, é a aposta na prevenção, na informação aos consumidores, essencialmente junto dos mais jovens. É errado e inútil combater o consumo excessivo ou o alcoolismo apenas pelo aumento dos preços. E isso tem sido demonstrado através dos aumentos sucessivos dos impostos sobre o álcool em Portugal, sobretudo na categoria das bebidas espirituosas.

A MUP parece ter um efeito negativo em consumidores com menor capacidade financeira, levando-os a sacrificar outras necessidades básicas como alimentação. Como vê a ANEBE o equilíbrio entre as políticas de preço e a proteção dos grupos mais vulneráveis?
A informação conhecida diz-nos que, muitas vezes, e infelizmente, é isso mesmo que sucede. Entendemos que é fundamental perceber se medidas como a MUP resultem em sacrifícios das necessidades básicas das pessoas e avaliar a viabilidade real dessas medidas, até porque, como hoje já é possível perceber, o fator preço não deve ser a única dimensão de combate ao consumo abusivo do álcool. O ideal é existir um equilíbrio entre as medidas de saúde pública e as políticas de proteção social, de forma a garantir o bem-estar de todos os cidadãos, sem esquecer as imprescindíveis políticas de informação, prevenção e sensibilização dos consumidores. Num país como Portugal, onde apenas é investido 1% do Orçamento do Ministério da Saúde em prevenção das doenças ou de adições, as autoridades de saúde apenas tocam na tecla dos preços. E, como já referi, no nosso caso tem sido contraproducente, porque existe uma distinção entre categorias de álcool, quando na verdade uma grama de álcool é uma grama de álcool, sem distinção entre tipos de bebidas, ou seja, existem categorias de álcool muito acessíveis em termos de preços. Para nós é claro que, em conjunto, temos de fazer muito mais na política de prevenção e conhecimento dos efeitos do consumo nocivo e abusivo do álcool.

A ANEBE menciona a necessidade de focar mais na prevenção e na informação ao consumidor. Que tipo de iniciativas ou programas consideram mais eficazes?
A prevenção e a informação ao consumidor são pilares fundamentais para promover um consumo responsável de bebidas alcoólicas, sendo essencial a manutenção de um diálogo aberto entre o Governo, a indústria, especialistas em saúde pública e representantes da sociedade civil, para encontrar soluções eficazes. O consumo excessivo é uma das maiores preocupações e prioridades de ação de toda a indústria das bebidas espirituosas a nível europeu e da ANEBE em Portugal, que promove iniciativas que educam os consumidores sobre os riscos do consumo excessivo de álcool e promovem escolhas saudáveis. Nesse sentido, criou e desenvolve, com vários parceiros da sociedade civil, diversos programas de prevenção e sensibilização, como o “Beba com Cabeça”, que apela ao consumo moderado dos jovens, sobretudo através de campanhas em festivais de música, festas e encontros académicos, festas Erasmus, etc.. Como é o caso também do programa “Menores nem uma Gota”, que forma e apoia docentes e técnicos em escolas ou associações de intervenção em comunidades locais com novos recursos de promoção do consumo responsável do álcool em menores de idade. Ou do “100% Cool”, um programa de responsabilidade social corporativa, criado há 22 anos, com o objetivo de fazer um combate mais efetivo à sinistralidade rodoviária ligada ao álcool.

Bebidas

“Tenho de deixar uma palavra de preocupação face à crescente loucura sobre o aumento dos impostos sobre o álcool”

O boom do turismo e a maior diversificação de marcas impulsionou o crescimento do mercado das bebidas espirituosas mas a ANEBE tem vindo a demonstrar o seu descontentamento com o aumento dos impostos sobre o álcool que, como João Vargas sublinha, resultou na diminuição de 18,4% da receita fiscal na categoria. A ANEBE considera fundamental a definição de uma taxa que não retire competitividade às empresas portuguesas de bebidas espirituosas e defende o congelamento do imposto.

Quais as principais tendências no consumo de bebidas espirituosas em Portugal nos últimos anos?
O mercado das bebidas espirituosas tem tido altos e baixos nos últimos 15 anos. Iniciámos a década de 2010 com uma descida das vendas e, consequentemente, dos consumos. Obviamente, o boom do turismo e a maior diversificação de marcas, quer portuguesas, quer estrangeiras, impulsionou o crescimento do nosso mercado. Os milhões de turistas que visitam Portugal têm mexido significativamente no dinamismo da nossa indústria. Porém, importa salientar que este impacto do turismo e das vendas não indica necessariamente maiores consumos abusivos dos portugueses. Pelo contrário, os estudos de algumas entidades de saúde são bastante omissos sobre o impacto do turismo nos consumos (que dobra o número de pessoas a consumir no país).
Um outro aspeto relevante está relacionado com o efeito dos produtos premium no mercado. Há maior sofisticação e oferta premium das nossas marcas, mesmo as portuguesas, uma vez que as empresas têm apostado nos últimos anos em melhores produtos, portanto, mais caros, do que em grande volume. O mercado premium em Portugal está a florescer. Por outro lado, o número de operadores com oferta de cocktails e bebidas com maior valor acrescentado e menor teor alcoólico tem sido uma tendência consolidada, assim como bartenders e profissionais de bar que têm crescido e com maior qualidade, graças às nossas escolas de turismo. Ainda, para finalizar, a introdução de novos produtos no mercado, como os RTD’s (Ready To Drink), bebidas com baixo teor alcoólico e onde um cocktail chega a casa de qualquer consumidor já feito, e os produtos “No-Low” Alcohol, produtos sem álcool ou com baixo teor de álcool.

Como olha para o futuro?
Sobre o futuro, tenho de deixar uma palavra de preocupação face à crescente loucura sobre o aumento dos impostos sobre o álcool. Estamos a falar de valores altíssimos, se compararmos com outros países da União Europeia. O IABA – Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas – só entre 2023 e 2024 aumentou 15%. Consideramos que este aumento não tem qualquer justificação, tendo inclusive resultado na diminuição de 18,4% da receita fiscal na categoria de bebidas espirituosas e de 25,4% nas introduções ao consumo deste tipo de bebidas no primeiro trimestre deste ano quando comparado com o mesmo período do ano passado, o que pode sinalizar uma tendência preocupante. Estes números demonstram que ninguém tem a ganhar com a subida do imposto, porque esse aumento reflete-se numa subida de preços, que por sua vez anula a capacidade de investimento das empresas, e isso vai ter impactos nas vendas e no consumo, o que se vai refletir numa quebra da receita fiscal.
Perante este cenário, que ameaça a sustentabilidade das empresas, retirando-lhes competitividade, o que prevemos é que a quebra de vendas seja ainda maior este ano, acompanhada de uma diminuição nas introduções ao consumo.
A ANEBE considera fundamental a definição de uma taxa que não retire competitividade às empresas portuguesas de bebidas espirituosas, e defende o congelamento do imposto. Para além de uma imprescindível política de informação, prevenção e sensibilização dos consumidores, que combata eficazmente o consumo excessivo. Temos dinamismo, temos empresas a apostar em Portugal e empresas portuguesas com atividade, precisamos que não nos cortem mais as pernas para podermos florescer, apostar mais em inovação e internacionalização e apoiar o setor do turismo, que é o motor da nossa economia.

Entrevista publicada na edição 423 do Hipersuper

Sobre o autorAna Rita Almeida

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Nuno Breda, cofundador da fintech portuguesa Ifthenpay
Entrevista

Nuno Breda: “O mercado valoriza cada vez mais a integração”

Com um crescimento de 27% em 2024, a Ifthenpay reforça a aposta na inovação, proximidade com o cliente e internacionalização. Nuno Breda, cofundador da fintech, revela ao Hipersuper como a empresa está a escalar sem perder o foco na personalização e na segurança dos pagamentos.

Com uma trajetória de crescimento assente na inovação, segurança e proximidade, a Ifthenpay fechou 2024 com um volume de negócios de 7,1 milhões de euros, um aumento de 27% face ao ano anterior. Em entrevista ao Hipersuper, Nuno Breda, cofundador da fintech portuguesa especializada em pagamentos digitais, fala sobre os pilares deste desempenho, a ambição internacional do grupo e os desafios que se colocam à literacia financeira num setor em transformação. Entre novos métodos de pagamento, soluções omnicanal e uma aposta firme na escalabilidade com serviço personalizado, a Ifthenpay quer continuar a liderar com tecnologia e com pessoas.

Os números de 2024 refletem um crescimento histórico de 27% para 7,1 milhões de euros. Quais foram os principais fatores que contribuíram para este desempenho?
Este é um resultado de um trabalho conjunto e consolidado ao longo dos anos. Não existe uma fórmula mágica para alcançar este tipo de crescimento: trata-se antes de um somatório de ações desenvolvidas e consolidadas ao longo do tempo, que agora começam a dar frutos.
Destacaria, como principal fator, aquele que talvez melhor representa a nossa identidade enquanto empresa: o foco no cliente, sobretudo ao nível do suporte. Investimos continuadamente no reforço da nossa equipa de helpdesk, acompanhando o aumento do número de clientes, e esse esforço tem reflexo direto na qualidade do serviço prestado.
Naturalmente, a inovação é também um eixo fundamental. Procuramos sempre dar as melhores respostas às necessidades dos nossos clientes, o que implica estar atentos, próximos e disponíveis. Essa proximidade permite-nos conhecer melhor os desafios de quem nos procura e ajustar, de forma mais eficaz, as soluções que oferecemos.
Por fim, há também um compromisso claro com a segurança, absolutamente essencial no setor dos pagamentos. O foco no cliente, a aposta na inovação e a atenção contínua à segurança são, de forma resumida, os pilares do nosso crescimento.

Quais são, na sua perspetiva, as tendências que vão moldar o setor dos pagamentos em 2025? Falou de proximidade, será uma dessas tendências-chave?
Há uma tendência clara para a otimização de processos e redução de custos, com a crescente introdução de soluções baseadas em inteligência artificial, que têm demonstrado desempenhos impressionantes. Nós próprios temos vindo a adotar este tipo de soluções. Ainda assim, continuamos a acreditar no valor do contacto humano, que consideramos insubstituível em muitas situações.
Grande parte do nosso sucesso assenta na base instalada de clientes. O crescimento, como é lógico, é essencial para garantir a sustentabilidade futura, mas nunca descuramos os clientes que estão connosco há mais tempo: são, para nós, tão importantes quanto os novos.
A tendência para soluções omnicanal é também muito relevante. O mercado valoriza cada vez mais a integração, e nós temos acompanhado essa evolução. A nossa Super App, por exemplo, permite centralizar num único ecossistema a gestão de pagamentos presenciais, online e outros canais. Evita-se, assim, a fragmentação de plataformas e oferece-se ao cliente uma solução verdadeiramente integrada e cómoda.

A Super App teve um crescimento notório de adesões ao longo de 2024. Recordo-me de revelarem que em apenas duas semanas tiveram 300 novos clientes aderentes. Quais têm sido as principais funcionalidades desde o seu lançamento? Já introduziram melhorias desde então?
Desde o seu lançamento, a nossa aplicação tem mantido uma excelente performance, tanto em iOS como em Android. Um dos princípios que seguimos desde o início foi o da simplicidade: procuramos não complicar, mesmo quando introduzimos novas funcionalidades.
Sempre que recebemos sugestões que fazem sentido, incorporamo-las. Recentemente, introduzimos um conjunto de ferramentas inovadoras, nomeadamente a inclusão de pagamentos presenciais e a integração com software de back-office, o que teve um impacto particularmente significativo.
Hoje, os nossos clientes conseguem centralizar toda a informação de pagamentos, independentemente da origem: loja online, referência Multibanco, link de pagamento, e gerar faturas automaticamente a partir dessa informação.

Essa integração de faturação automática nas lojas online dos clientes é então uma resposta direta às suas necessidades?
Sem dúvida. Foi uma necessidade identificada com base na proximidade que mantemos com os nossos clientes. O nosso objetivo é que sejam mais produtivos e competitivos, e é muito gratificante ver que as nossas soluções são bem recebidas e rapidamente adotadas.
É comum no mercado lançar soluções que acabam por não ter utilidade prática. No nosso caso, verificamos que os clientes utilizam de imediato as funcionalidades que introduzimos. O exemplo das plataformas de faturação é revelador disso.
Outro caso é o TPA. Apesar de já existir há algum tempo, este ano consideramos que foi uma das grandes novidades que integrámos na Super App, e o feedback tem sido extremamente positivo.

A diversidade de métodos de pagamento, como o Pix ou o Bizum, é cada vez mais crítica?
Sim, e é também uma área onde sentimos particular orgulho. Com o volume de transações que processamos e a nossa base de clientes, acreditamos que damos um contributo relevante para a economia nacional.
A introdução de novos métodos de pagamento abre novas possibilidades aos nossos clientes, nomeadamente a capacidade de atuarem noutros mercados. Muitos deles nem sequer tinham essa ambição inicialmente. Mas, ao tornarem-se nossos clientes e ao terem acesso a métodos internacionais, como o cartão de crédito ou outras soluções, passam a ter essa capacidade de exportar, de chegar a mais consumidores. Esse é um dos nossos principais focos: ajudar os nossos clientes a expandirem-se.

Essa diversidade de métodos de pagamento acaba por abrir novos mercados, de forma quase ilimitada?
Sem dúvida. Costumo dizer que o céu é o limite, e muitas vezes trata-se apenas de uma questão de mindset. Sempre que tenho oportunidade, partilho essa mensagem com os nossos clientes: “A partir do momento em que são clientes da Ifthenpay, Portugal deixa de ser o limite. O horizonte torna-se muito maior.”
Dou-lhe um exemplo prático: se fabrico cadeiras, tanto posso entregá-las no Algarve como em Espanha, desde que disponha de um método de pagamento internacional que seja rápido e fluído. A transferência bancária continua a ser amplamente utilizada, mas não oferece a agilidade, a integração e o nível de automatização que os métodos digitais de pagamento proporcionam.
Com soluções digitais, é possível integrar o pagamento em tempo real na faturação, associá-lo aos sistemas ERP, e automatizar completamente o processo. Isto faz toda a diferença entre o modelo tradicional, manual, e um sistema moderno e escalável.
Na Ifthenpay, procuramos estar presentes em todos os segmentos do mercado. Desde o pequeno negócio sem loja online ou software de faturação, até às empresas mais avançadas. Temos, por exemplo, formulários que desenvolvemos gratuitamente para clientes que pretendem vender um número reduzido de produtos. Esses formulários podem ser partilhados nas redes sociais – Facebook, WhatsApp, Instagram – permitindo-lhes entrar de imediato no canal online.
Para quem procura uma solução mais robusta, disponibilizamos TPAs com software de faturação integrado, que não requerem sequer um computador. E, para quem pretende exportar, basta aderir a métodos internacionais como o cartão de crédito ou o Pix, e a operação torna-se possível. A nossa proposta é, por isso, abrangente e adaptável, independentemente da dimensão do cliente.

Falando de internacionalização, esta é uma das vossas grandes apostas. Que desafios têm enfrentado e que oportunidades têm identificado? Há mais potencial lá fora do que no mercado nacional?
Sempre que entramos num novo mercado, os desafios são inevitáveis: questões linguísticas, legais, culturais e de articulação de processos. Contudo, o facto de agora fazermos parte de um grupo internacional facilita bastante esse caminho.
Estamos a trabalhar com as várias empresas do grupo, presentes um pouco por todo o mundo, para replicar o modelo de sucesso que desenvolvemos em Portugal. O mercado português é limitado em dimensão, pelo que este passo é natural e necessário. Embora estejamos ainda numa fase inicial, já começamos a sentir tração e a perspetivar um crescimento muito interessante para os próximos anos.
A experiência mostra-nos que, uma vez implementado com sucesso o primeiro modelo noutro país, o processo de expansão para outras geografias torna-se mais ágil. Um exemplo prático é o de um contrato redigido em croata: exige um processo completo de validações legais e linguísticas. No entanto, como o grupo já tem empresas nesses mercados, com equipas e departamentos jurídicos locais, conseguimos ultrapassar esses obstáculos com relativa fluidez.
Assim, conseguimos focar-nos naquilo que realmente importa: oportunidades de crescimento e a criação de soluções adaptadas a mercados maiores.

Numa era em que a conveniência é essencial, como garantem a segurança dos pagamentos, quer para as empresas, quer para os consumidores? É uma das vossas áreas prioritárias?
Sem dúvida. A segurança é, desde o início, uma das nossas prioridades absolutas. Quem opera neste setor sabe que não pode, em momento algum, descurar esta dimensão.
Atualmente, estamos a implementar as diretivas do Digital Operational Resilience Act (DORA), que define um conjunto de boas práticas e impõe um regime muito rigoroso de medidas para garantir a segurança nas transações. Este regulamento afeta não só a nossa atividade diretamente, mas também a dos nossos fornecedores, exigindo conformidade em toda a cadeia.
Neste momento, estamos numa fase em que existe quase uma pressão mútua entre todos os intervenientes no ecossistema para garantir essa conformidade, e isso é muito positivo. Nota-se que as fintechs em Portugal estão bastante sensibilizadas para este tema, o que tem contribuído para a inexistência de incidentes de relevo na área.
No nosso caso, trabalhamos com empresas especializadas que nos auditam e acompanham para assegurar que operamos sempre com os mais altos padrões de segurança. É um trabalho contínuo, que exige constante atualização, porque todos os dias surgem novos desafios.
A facilidade de uso é uma tendência crescente, e também aqui a segurança é crítica. Eu próprio utilizo cada vez mais o telemóvel para pagar, em detrimento do cartão físico. Aproveito para alertar para uma realidade ainda comum: o cartão tradicional pode ser facilmente clonado em situações banais, como num restaurante. Quantos de nós já ouvimos a frase “esta máquina não está a funcionar”? E, muitas vezes, é nesse momento que o cartão pode ser comprometido.
Quando tomei consciência dessa vulnerabilidade, passei a utilizar wallets digitais, como o Google Pay, por uma questão de segurança. É um meio mais controlado, mais protegido.
Temos consciência de que nem todas as soluções no mercado garantem esta segurança adicional, e algumas continuam a ser comercializadas sem funcionalidades como o contactless por uma questão de preço. No entanto, acreditamos que a adoção de tecnologias como o NFC, que já está presente nas nossas soluções, é essencial.
O futuro passará, inevitavelmente, pela biometria, pagamentos com impressão digital ou reconhecimento da íris, e pela total desmaterialização dos métodos de pagamento. Tudo o que simplifique, otimize e aumente a confiança será rapidamente adotado pelos consumidores.

Do ponto de vista de quem trabalha diariamente neste setor, considera que a literacia digital e financeira, nomeadamente ao nível da segurança, ainda precisa de ser reforçada em Portugal?
Acredito profundamente no potencial do nosso país. Sou naturalmente otimista e, comparando com outros países europeus, não considero que estejamos atrasados. Pelo contrário, temos feito um percurso muito sólido. A adoção de soluções digitais como o contactless tem sido crescente, e há uma evidente evolução na utilização de meios de pagamento digitais.
Dito isto, há sempre espaço para melhorar a literacia, sobretudo em áreas como a financeira e a segurança digital. Isso é ainda mais relevante se tivermos em conta que a nossa população tem uma média etária relativamente elevada, o que pode representar alguns constrangimentos à adoção de novas tecnologias.
Quanto mais informadas estiverem as pessoas, melhor. Veja-se o exemplo do MB Way, que tem registado um crescimento significativo. Apesar da forte preferência dos portugueses pelo multibanco, um método altamente seguro, há cada vez mais confiança nos novos meios. Contudo, quando o MB Way surgiu, verificámos vários problemas relacionados com desconhecimento: partilha de números de telefone, códigos de autenticação… situações que podiam ser evitadas com maior literacia.
É por isso essencial que todos os intervenientes neste ecossistema, desde os órgãos de comunicação social às próprias fintechs, assumam um papel ativo na sensibilização. Devemos explicar como funcionam estes métodos e alertar para os riscos. Sempre que surge uma nova solução, é natural que existam tentativas de exploração de falhas por parte de terceiros mal-intencionados. E a melhor forma de defesa é o conhecimento.

A Ifthenpay ultrapassou recentemente as 30 mil entidades aderentes, com previsão de atingir as 31 mil em 2025. Como se garante a escalabilidade do serviço, mantendo o foco na personalização e a elevada taxa de satisfação dos clientes? Estão a reforçar equipas?
Sim, sem dúvida. Estamos a contratar e a reforçar a nossa equipa de helpdesk. Com a introdução da Super App, assistimos a um crescimento significativo no número de clientes, o que exige uma resposta à altura. E, como sempre, essa capacidade de resposta está no nosso ADN.
Aliás, posso dizer que temos novas pessoas a integrar a equipa já na próxima semana. Recentemente fizemos mais uma contratação com esse objetivo: garantir que o nível de serviço se mantém elevado.
Sabemos que hoje em dia é frequente encontrar soluções em que o cliente tem dificuldade em falar com alguém. Há menus automatizados, chatbots, e só após vários minutos, se tiver sorte, é que consegue ajuda. Connosco, sempre fizemos questão de ser diferentes. Essa proximidade faz parte da nossa identidade.
Temos uma base instalada muito fiel, com uma taxa de retenção extraordinariamente elevada. E o mais interessante é que muitos dos clientes que experimentam outras soluções acabam por regressar. Isso, para nós, é especialmente gratificante, porque significa que reconhecem o valor do nosso serviço.
Há quem diga: “só se valoriza o que se tinha depois de se experimentar outra coisa” e temos clientes que nos dizem precisamente isso. “Um serviço como o vosso não encontramos em mais lado nenhum.”. Por isso, o crescimento não nos assusta. O que fazemos é ajustar continuamente os nossos recursos à procura, garantindo que nunca comprometemos a satisfação dos nossos clientes.

Podemos esperar novidades em 2025? Vão apostar em novas soluções?
Sim. A inovação faz parte do nosso compromisso diário. Estamos sempre à procura de desenvolver novas funcionalidades e métodos de pagamento. Para 2025, temos várias novidades previstas e uma delas será a integração do Bizum, uma solução que estamos atualmente a desenvolver.
Outro dos nossos focos será o reforço da rede de parceiros. Trabalhamos tanto com clientes diretos como com parceiros que desenvolvem soluções e integram os nossos serviços. Muitas vezes são estes parceiros que, por conhecerem bem as nossas capacidades, nos recomendam e ajudam os seus próprios clientes a adotar as nossas soluções. É uma relação que vamos continuar a cultivar e expandir.
Estamos também a explorar novos métodos de pagamento que nos possam abrir portas em mercados externos. A integração num grupo internacional permitiu-nos conhecer melhor os métodos locais utilizados noutros países. Tal como o multibanco é uma solução específica de Portugal, há métodos extremamente populares noutros mercados, e sempre que conseguimos reunir as condições necessárias, procuramos integrá-los na nossa gateway.
O mesmo acontece no sentido inverso: há fintechs europeias que nos procuram para integrar os nossos métodos de pagamento, de modo a permitir aos seus clientes entrarem no mercado português.
Estamos, assim, a construir um ecossistema com grande tração, altamente dinâmico, que permite aos nossos clientes ter acesso a uma vasta gama de soluções. E isso é decisivo para que possam expandir-se para outras geografias e responder aos desafios dos mercados em crescimento.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Retalho

The Good Store é a primeira loja da Nestlé aberta ao público em Portugal

A The Good Store é um espaço inovador que pretende criar uma maior proximidade aos consumidores, de uma forma mais imersiva e sensorial. “A nossa ambição vai muito além do espaço físico”, sublinhou Rachel Muller, diretora-geral da Nestlé Portugal, no discurso de inauguração do espaço.

É a primeira loja que a Nestlé abre ao público em Portugal. A The Good Store, está localizada no Campus da empresa, em Linda-a-Velha, Oeiras, e ocupa um espaço renovado, que se destinava, até agora, apenas aos colaboradores. A partir desta quarta-feira, 14 de maio, está disponível, numa ótica de maior proximidade dos produtos e das marcas da Nestlé ao público em geral.

“A nossa ambição vai muito além do espaço físico. Tal como fizemos na renovação do Campus da Nestlé, em 2020 e 2022, o nosso objetivo nesta transformação foi criar uma experiência diferenciadora para o cliente, alinhada com o propósito da Nestlé”, sublinhou Rachel Muller, diretora-geral da Nestlé Portugal, no discurso de inauguração do espaço, acrescentando que esta transformação está alicerçada em pilares fundamentais, como a modernização sustentável.

A loja tem em prateleira uma vasta gama de produtos Nestlé, representativos de categorias como Cafés e Bebidas de Cereais, Nutrição Infantil, Culinários, Alimentação para Animais, Suplementação, Chocolates, Cereais, Alimentação Vegetariana, Lácteos e Sobremesas. Com destaque para as marcas portuguesas Mokambo, Pensal, Nestum, Cerelac e Buondi.

Na The Good Store foram implementados novos sistemas de gestão de stock, etiquetas digitais e dois terminais de pagamento self-checkout, para além de uma caixa com atendimento. A loja conta ainda com um espaço para degustação de café.

Espaço de inclusão e ativação

Para além da vasta gama de produtos Nestlé, a loja disponibiliza marcas de parceiros como a L’oreal e a Longa Vida, entre outros. Rachel Muller destacou mesmo, a abertura da Nestlé a novas colaborações com empresas e fornecedores, “ampliando o nosso portfólio e trazendo uma variedade ainda maior de produtos aos nossos clientes”.

A sustentabilidade social é outro pilar deste novo projeto, já que a loja será ainda um espaço de inclusão. Desde já, com a oferta, no portfólio global, de uma gama de produtos da Semear, uma organização não governamental que se dedica à formação inclusão, no mercado de trabalho, de pessoas com deficiência.

Além de ser um ponto de venda ao público em geral, a The Good Store vai ser também palco de ações como workshops, degustações, lançamentos de novidades e ativações de marca. “Este espaço também será uma oportunidade para comunicar, experimentar e promover os nossos novos produtos através de iniciativa criativas”, revela a Diretora-Geral da Nestlé Portugal.

A Nestlé The Good Store situa-se na Sede da Nestlé, na Rua Alexandre Herculano 8 e 8A, em Linda-a-Velha, no concelho de Oeiras. conta com 165m2 de área de venda e o horário de funcionamento é entre as 10h e as 19h, de segunda-feira a sexta-feira.

A Nestlé está presente em Portugal desde 1923 e tem atualmente 2856 colaboradores. Conta com duas fábricas, Porto e Avanca, um centro de distribuição (Avanca) e cinco delegações comerciais espalhadas por Portugal continental e pelas ilhas. Em 2024 gerou m volume de negócios de 733 milhões de euros.

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

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FIPA vai debater os desafios da indústria alimentar e das bebidas

‘Alimentar a Economia’ é o mote para conferência que a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares realiza a 22 de maio, em Lisboa.

Hipersuper

Na sétima Conferência para a Competitividade, a FIPA vai debater os desafios da indústria alimentar e das bebidas para ‘Alimentar a Economia’ – mote da edição deste ano do evento que terá lugar no Centro Cultural de Belém, a 22 de maio, a partir das 8h30.

Um painel de oradores vai centrar o debate nos temas ‘A Europa e a soberania alimentar’ e ‘Os desafios da cadeia de valor agroalimentar’. A sessão de abertura estará a cargo de Jorge Tomás Henriques, presidente da FIPA, e de José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura e Pescas.

O painel ‘A Europa e a soberania alimentar’ tem como convidada Raquel Vaz Pinto, professora da Nova FCSH e vai reunir Arlindo Cunha, professor da Universidade Católica Portuguesa, Eduardo Diniz, diretor-geral do GPP, José Romão Braz, presidente da IACA e Patricia Fonseca, consultora da Presidência da República.

‘Os desafios da cadeia de valor agroalimentar’ terá António Serrano, CEO da Jerónimo Martins Agroalimentar, como orador convidado e vai reunir no painel de debate, Adolfo Mesquita Nunes, sócio da Pérez-Llorca, António Casanova, CEO da Unilever FIMA, Catarina Pinto Correia, sócia da VdA, e José Pedro Salema, presidente do Conselho de Administração da EDIA.

“Com o país a entrar num novo ciclo político e temas como a soberania alimentar na Europa e a cadeia de valor a marcarem a agenda político-económica, a indústria alimentar e das bebidas prepara-se para debater, com um painel de especialistas, os desafios da indústria alimentar e das bebidas para alimentar a economia”, sublinha a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Alimentar

Setor dos lacticínios reúne-se no Enlácteos 2025 para debater futuro da indústria

O evento terá lugar no Centro Cultural de Macieira de Cambra, em Vale de Cambra, e decorrerá sob o tema «Compromisso de Futuro», desafiando a fileira dos lacticínios a refletir sobre os principais eixos estratégicos que moldam o presente e o futuro da indústria.

Hipersuper

A Anil – Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios promove, no próximo dia 16 de maio, a edição de 2025 do Enlácteos.

Num contexto marcado por fortes incertezas geopolíticas, pressões ambientais, novas exigências de consumo e imperativos de inovação e sustentabilidade, o encontro assume-se como uma plataforma de debate alargado sobre os grandes desafios que se colocam ao setor agroalimentar.

Entre os destaques do programa está a intervenção de Paulo Portas, antigo Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que irá abordar o tema “O mundo em mudança: contexto geopolítico e geoeconómico”.

O programa inclui ainda intervenções dedicadas à evolução dos padrões de consumo, ao panorama dos mercados nacional e internacional, à comunicação estratégica, à digitalização e à sustentabilidade industrial. O encerramento será marcado por uma mesa redonda com representantes de entidades-chave, focada nas oportunidades e desafios da sustentabilidade no setor.

Para Maria Cândida Marramaque, diretora-geral da ANIL, este evento assume um papel central na estratégia de valorização do setor. “O Enlácteos é um momento de convergência entre indústria, conhecimento e visão de futuro. A partilha de ideias e a presença de figuras relevantes sublinham a importância de pensarmos o mundo dos lacticínios numa lógica integrada, moderna e resiliente. Precisamos de antecipar tendências, posicionar Portugal no contexto internacional e reforçar a confiança dos consumidores nos nossos produtos”, sublinha.

ENLÁCTEOS 2025 – COMPROMISSO DE FUTURO

Programa ∙ 16 maio

9h30/ 10h00: Boas-vindas
José Oliveira Marques, Presidente da ANIL
José Pinheiro, Presidente da Câmara Municipal de Vale de Cambra

10h00 /10h45: O mundo em mudança: contexto geopolítico e geoeconómico – Paulo Portas

11h00/ 11h30: Pausa da manhã

11h30 / 13h00 Mercados, tendências, hábitos e preferências do consumidor
“O mercado do leite e laticínios em Portugal
Maria João Cardoso, Informa D&B”
“Mercado internacional de lácteos
Rosinda Castanhas, Vhumana”
“Consumidor 360
Andreia Carvalho, Kantar”

13h00 / 14h30 Pausa para almoço

14h30 /15h15: Laticínios – necessidade de novas narrativas
Ramiro Martins, Professor de Política Comercial e Marketing na AESE Business School

15h15/ 15h45: Digitalização da gestão energética e da eficiência de processos como núcleo da sustentabilidade industrial
Agustín Juncal, Rockwell Automatio

15h45 /16h30: Mesa redonda – O desafio constante da sustentabilidade
Moderação: Maria Cândida Marramaque – ANIL
Anabela Ponte – Sociedade Ponto Verde
Cristina Vasques – GPP
Deolinda Silva – PortugalFoods
João Nunes – CECOLAB
Miguel Teixeira – Colab4Food

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Cropped image of woman inputting card information and key on phone or laptop while shopping online.
Retalho

Um em cada quatro consumidores compra online em Portugal

É o que conclui o estudo ‘O Consumo Online em Portugal 2025’. Mais da metade a população portuguesa compra online uma ou várias vezes por mês e 58% compra online através do telemóvel.

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O e-commerce cresce no mercado português ano após ano. Um em cada quatro consumidores afirmar comprar bens online, no mínimo, uma vez por semana. E 53% afirmam mesmo fazê-lo uma ou várias vezes por mês. Estas são algumas conclusões do estudo sobre ‘O Consumo Online em Portugal 2025” realizado pela Webloyalty, empresa que atua na área da geração de receitas adicionais para e-commerce através de uma solução de retail media.

O avanço dos sistemas e dispositivos digitais faz com que o consumo através da Internet continue a crescer, mas há outros fatores que impulsionam a  escolha dos portugueses por esta forma de comércio. A possibilidade de comparar preços (66%), a comodidade (60%) ou o acesso a descontos e promoções (55%) são as principais vantagens apontadas na hora de comprar online.

“Concretamente para este tipo de perfil, existem fórmulas que ganham cada vez mais adeptos: os clubes de compras para compradores recorrentes que lhes permitem beneficiar de cashback pelas suas compras online. Um exemplo seria o Compra e Poupa, que reembolsa sempre, no mínimo, 10% do valor das compras online realizadas em lojas online das principais marcas, aderidas à plataforma”, explica Eduardo Esparza, VP General Manager da Webloyalty Iberia & Brasil.

Moda, viagens e tecnologia lideram compras

O estudo realizado pela Webloyalty reuniu informações de 950 pessoas com mais de 18 anos com representatividade nacional e apontou a moda e os acessórios como os produtos que os cidadãos afirmam comprar mais online (78%). Seguido de viagens (64%) e produtos de tecnologia (59%), completam o top 3 das compras via e-commerce em Portugal. Nesta forma de consumo, o telemóvel já é o dispositivo mais utilizado para comprar pela Internet (58%), seguido do computador (40%) e do tablet (2%).

A possibilidade de comparar preços, a comodidade ou o acesso a descontos e promoções, são vantagens apontadas no estudo

“O crescimento exponencial do comércio eletrónico em Portugal, com um em cada quatro portugueses a comprar online semanalmente, representa uma oportunidade enorme para os retalhistas portugueses, que devem adaptar-se para satisfazer estes novos consumidores e oferecer-lhes uma experiência de compra que convide à recorrência nas suas compras através deste canal”, assegura Eduardo Esparza.

A importância do Retail Media

Com um gasto global estimado em 166 mil milhões de dólares para 2025 (eMarketer), o crescimento do Retail Media “é imparável e consolida-se como a chave para aumentar a competitividade das lojas online portuguesas a nível europeu”, destaca ainda a Webloyalty, referindo que esta ferramenta oferece aos anunciantes a possibilidade de implementar publicidade dirigida, com um impacto hiperpersonalizado, sem comprometer a experiência de compra.

No estudo, a empresa defende que integrar soluções de retail media no ponto de venda digital ou ao finalizar o processo de compra permite aos players nacionais gerar receitas adicionais e tornarem-se mais competitivos, “otimizando os seus processos de venda num momento onde o comércio eletrónico no país está a despontar com força”.

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Enólogo Tiago Macena Fotografia: Bruno Gonçalves
Bebidas

Tarelo reforça identidade do terroir açoriano com entrada do enólogo Tiago Macena

Tiago Macena chega ao Pico com o compromisso de preservar a autenticidade dos vinhos Tarelo, aprimorando as suas características sem alterar o estilo base. “É mais um desafio profissional que abraço, repleto de detalhes e nuances que ainda não domino, mas que estou ansioso por explorar”, afirma.

A Tarelo, produtora de vinhos com origem na ilha do Pico, Açores, acaba de anunciar a entrada de Tiago Macena no projeto, numa aposta clara no reforço da identidade vínica local e na consolidação da notoriedade do terroir açoriano a nível nacional e internacional. Esta é a primeira experiência do enólogo nas ilhas, que assume a responsabilidade de aprofundar o perfil distintivo dos vinhos da marca.

Com uma carreira sólida e atualmente a concluir o percurso para Master of Wine, Tiago Macena chega ao Pico com o compromisso de preservar a autenticidade dos vinhos Tarelo, aprimorando as suas características sem alterar o estilo base. “É mais um desafio profissional que abraço, repleto de detalhes e nuances que ainda não domino, mas que estou ansioso por explorar. Será um período de experiência e aprendizagem que, sem dúvida, fará de mim melhor profissional… e surge justamente quando as necessidades do produtor se alinham com a minha disponibilidade e vontade de continuar a evoluir”, adianta o enólogo.”, sublinha o enólogo.

Os primeiros vinhos totalmente vinificados por Tiago Macena chegarão ao mercado em 2026, com os vinhos da vindima de 2025, atualmente em desenvolvimento nas vinhas da Tarelo. No entanto, ainda este ano será possível provar os chamados “vinhos de afinamento”, já sob o seu cuidado e engarrafamento.

Com vinhas localizadas na Vinha da Ruína, Canada das Lavandeiras e Candelária — todas protegidas por jeirões e canadas em basalto, próximos do oceano —, a Tarelo dedica-se exclusivamente à produção de castas brancas autóctones, como Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico. Este cenário vitivinícola, marcado pelo solo vulcânico e por um clima imprevisível, está no centro da filosofia da marca.

“É da combinação de vários fatores – solo vulcânico, clima imprevisível e tenacidade dos picarotos – que resultam os vinhos únicos do Pico. O sentido de lugar é a premissa mais importante deste projeto que terá sempre de ser o nosso ethos”, reforça Tiago Macena, destacando a singularidade do terroir açoriano e o papel determinante da resiliência dos produtores locais, os picarotos.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Retalho

Pingo Doce lança nova gama de refeições leves e práticas

O Pingo Doce acaba de reforçar a sua oferta de refeições prontas com o lançamento da gama Balance, uma nova linha da marca Comida Fresca, que pretende responder às necessidades de consumidores que procuram opções mais leves, sem comprometer o sabor nem a conveniência.

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A nova gama oferece refeições completas, preparadas com “ingredientes frescos e de elevada qualidade”, com especial destaque para a presença de vegetais. As soluções Balance destinam-se a quem adota um estilo de vida saudável e valoriza uma alimentação equilibrada, mas enfrenta constrangimentos de tempo ou preferência por não cozinhar, sublinha o Pingo Doce.

“No Pingo Doce estamos continuamente à procura de conhecer e ir ao encontro das necessidades dos consumidores. Identificámos uma oportunidade de apoiar, por exemplo, quem segue planos alimentares elaborados por nutricionistas, mas não gosta de cozinhar ou não tem tempo disponível para preparar as refeições. A gama Balance é uma excelente forma de integrar refeições equilibradas no dia a dia, com opções práticas e convenientes, saborosas e pensadas com critério nutricional.”, explica Óscar Costa, diretor de meal solutions do Pingo Doce.

As receitas da nova linha foram desenvolvidas em parceria entre o chef executivo do Pingo Doce, Gonçalo Costa, e a nutricionista Iara Rodrigues, reconhecida pelo seu trabalho na promoção da alimentação saudável.

“Esta colaboração nasce da vontade de facilitar a vida de quem quer cuidar da saúde, com sabor e autenticidade. Defendo sempre que comer de forma equilibrada não tem de ser complicado e a gama Balance prova exatamente isso. É uma solução prática, feita com ingredientes de qualidade, para quem procura equilíbrio, sabor e saúde no prato. É possível comer bem, com qualidade e prazer – mesmo nos dias mais corridos!”, acrescenta Iara Rodrigues.
Disponível na seção de pronto a levar das lojas, esta gama apresenta cinco propostas de refeição, todas confecionados nas cozinhas próprias do Pingo Doce: Moqueca de Peixe com Mistura de Legumes e Gengibre, Tandoori de Frango com Brócolos e Abóbora Assada, Empadão de Novilho com Cherovia, Salada de Camarão com Legumes Asiáticos e Ovo Berber.
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Equipa portuguesa vence final ibérica da 33ª edição do L’Oréal Brandstorm
Inovação

Equipa portuguesa vence final ibérica da 33.ª edição do L’Oréal Brandstorm com projeto inovador de skincare masculino

One Blend, uma solução 3-em-1 solúvel e sustentável, conquista júri em Madrid e garante presença portuguesa na final internacional em Paris.

A equipa portuguesa composta por Filipe Van Acht (ISEG), Maria do Céu André (ISCTE) e Marisa Portugal (ISEG) conquistou o primeiro lugar na final ibérica da 33.ª edição do L’Oréal Brandstorm, garantindo o passaporte para representar a região ibérica na final internacional da competição, que terá lugar em Paris.

O projeto vencedor, denominado One Blend, propõe uma toalhita 3-em-1 solúvel em água, com propriedades de sérum, creme e proteção solar, direcionada ao segmento de cuidados masculinos. Disponível em duas versões – para pele oleosa e para pele normal a seca, ambas com propriedades anti-idade – o produto distingue-se pela simplicidade, sustentabilidade e inclusão, eliminando a necessidade de múltiplas embalagens e adaptando-se aos perfis reais dos consumidores.

A final do cluster ibérico decorreu esta quarta-feira, em Madrid, sob o mote “Men. Beauty & Care. Game on through tech, products and beyond”, desafiando os participantes a reinventar o futuro da beleza masculina através de propostas inovadoras em tecnologia, produto e serviço. O júri, composto por especialistas da indústria, representantes da L’Oréal e jornalistas, avaliou os projetos segundo critérios de inovação, viabilidade e impacto de mercado.

“É sempre um privilégio assistir ao talento e à criatividade destas novas gerações. A equipa portuguesa destacou-se pela clareza da proposta, pelo espírito empreendedor e pela ambição de transformar a forma como os homens cuidam de si”, partilha Clara Trindade, diretora de Relações Humanas da L’Oréal Espanha e Portugal. “O Brandstorm continua a ser uma plataforma ímpar para inspirar e identificar os líderes de amanhã. Estamos ansiosos para ver a representação desta equipa na final internacional”, acrescenta.

A competição Brandstorm, promovida pela L’Oréal há mais de três décadas, afirma-se como uma das principais plataformas de captação de jovens talentos a nível global. Além de fomentar a inovação, oferece aos participantes uma via de entrada no mercado profissional, com contacto direto com recrutadores e líderes da indústria. Esta foi a quarta edição conjunta entre Portugal e Espanha, reunindo projetos de mais de 1.700 estudantes em 2024. Na edição anterior, a vitória também coube a uma equipa portuguesa, da Nova SBE.

A equipa vencedora prepara-se agora para disputar a final internacional em Paris, onde terá acesso a uma experiência imersiva de três meses na sede do Grupo L’Oréal, com todas as despesas incluídas.

Projetos vencedores da final do cluster:
1º Lugar: One Blend – Toalhita 3-em-1 solúvel em água, que combina sérum, creme e SPF, adaptada a diferentes tipos de
pele masculina. Faculdade: ISEG + ISCTE
2º Lugar: IPAM Lisboa – Exfoliante para pele masculina fácil de usar, versátil e acessível. Faculdade: IPAM
3º Lugar: ZITHAPPENS – Assistente de cuidados de pele com tecnologia IA para homens, que oferece aconselhamento
personalizado e com base científica. Faculdade: IE

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

MC
Retalho

MC volta a integrar a “A List” do CDP e reforça liderança no combate às alterações climáticas

Retalhista é uma das poucas empresas a nível mundial com classificação máxima em transparência ambiental e ação climática.

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A MC integra pelo segundo ano consecutivo a prestigiada “A List” do CDP (anteriormente Carbon Disclosure Project), reafirmando a sua posição entre as empresas mais empenhadas na mitigação dos efeitos das alterações climáticas. A empresa obteve também a classificação “A-” na categoria Floresta, reforçando o reconhecimento internacional da sua estratégia ambiental.

Em 2024, mais de 24.800 organizações submeteram os seus dados ao CDP para avaliação no âmbito das alterações climáticas. Apenas 1,7% conseguiram alcançar a classificação “A”, grupo em que a MC volta a marcar presença, destacando-se pela transparência e pela eficácia das suas medidas ambientais.

A distinção do CDP reconhece o compromisso da MC com metas ambientais ambiciosas. Até 2032, a empresa pretende reduzir em 51% as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) das suas operações (âmbitos 1 e 2) e em 31% as emissões da sua cadeia de valor (âmbito 3), em comparação com os níveis de 2022. A meta final é alcançar a neutralidade carbónica nas operações próprias até 2040.

Só no último ano, a retalhista reduziu em 12,6% as suas emissões diretas e indiretas, fruto de uma aposta em energia renovável, eletrificação de consumos, medidas de ecoeficiência e modernização das centrais de frio.

Mariana Pereira da Silva, head of sustainability da MC, sublinha o empenho coletivo da organização: “Estamos extremamente orgulhosos do trabalho das nossas equipas, que nos permitiu manter a classificação máxima na área do Clima (A). É igualmente motivo de grande satisfação o reconhecimento obtido na área da Floresta, com a atribuição do nível de liderança (A-)”.

“Mantemo-nos focados na execução da nossa estratégia de sustentabilidade e na prossecução do nosso compromisso com a construção de um futuro sustentável — uma ambição que não pode ser adiada”, garante.

“Sabemos que vivemos num contexto exigente, que nos apresenta constantemente novos desafios, mas que não nos deve desviar do nosso propósito. Reforça a necessidade de um esforço concertado e sistemático de todas as nossas equipas, em estreita parceria com os nossos fornecedores e parceiros.”, acrescenta.

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Alimentar

8º Congresso Nacional do Azeite vai debater os novos desafios para o setor

Campo Maior recebe a 22 e 23 de maio, o Congresso Nacional do Azeite, organizado pelo CEPAAL. A 8ª edição acontece numa altura em que a produção nacional cresceu 10% e as exportações valem mais de mil milhões de euros.

Hipersuper

Organizada pelo Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), em parceria com a Câmara Municipal de Campo Maior, a 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite decorre no âmbito da Feira Nacional de Olivicultura, que decorre de 22 a 25 de maio, no Jardim Municipal de Campo Maior.

Aquele que se apresenta como o mais relevante debate nacional sobre o setor olivícola e oleícola, acontece já a 22 e 23 de maio, conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República e tem como tema os novos desafios para o setor. Irá ter lugar pela primeira vez em Campo Maior, no Centro Cultural de Campo Maior. “Esta é uma iniciativa que tem como objetivo dinamizar o sector olivícola e oleícola nacional enquanto fórum de debate, ponto de encontro para os profissionais do sector e de partilha de informação privilegiando sobretudo a divulgação de informação técnica”, informa a organização num comunicado.

A 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite acontece quando as mais recentes estimativas do INE, perspetivam um aumento na produção de azeite em 10%, na campanha 2024-2025, em relação à campanha anterior, atingindo cerca de 177 mil toneladas. Um dos maiores produtores mundiais de azeite do mundo e o terceiro maior exportador da Europa, Portugal ultrapassou a barreira dos mil milhões de euros em exportações.

O Congresso Nacional do Azeite tem como objetivo dinamizar o sector olivícola e oleícola nacional enquanto fórum de debate

O Congresso Nacional do Azeite 2025 contará com quatro painéis nos quais participarão mais de 30 oradores nacionais e internacionais em torno dos debates ‘Novos Desafios do Setor’, ‘ESG no Setor Olivícola/Oleícola’, ‘Identidade do Azeite Português: Marca & Origem’ e ‘O Caminho do Azeite na Alta Cozinha’.

A sessão de abertura estará a cargo do presidente do CEPAAL, Gonçalo Morais Tristão, do presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, e do vice-presidente da CCDRA, Roberto Grilo. Assunção Cristas é a Keynote Speaker do congresso e irá debruçar-se sobre o ESG no setor. O CEPAAL leva ainda a esta edição, e pela primeira vez, os chefs Vítor Sobral, José Júlio Vintém e Bertílio Gomes que estarão reunidos num dos painéis, onde também participam as  duas das escolas de hotelaria e turismo mais relevantes do país, Estoril e Portalegre.

As inscrições para a 8ª edição do Congresso Nacional do Azeite estão abertas até ao dia 20 de maio e podem ser feitas em Inscrição – Congresso Nacional do Azeite 2025. O programa completo pode ser consultado aqui.

O CEPAAL é uma associação sem fins lucrativos sedeada em Moura e fundada em 1999 com a missão de valorizar e promover o Azeite do Alentejo em Portugal e no resto do mundo. Conta atualmente com 33 produtores e 12 instituições ligadas ao sector olivícola e oleícola, incluindo organismos do Estado, municípios e universidades, como seus associados.
O Congresso Nacional do Azeite é uma iniciativa integrada no projeto Da Oliveira à Mesa, cofinanciado por fundos comunitários e nacionais através do PDR2020.

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