Entrevista

“Só vamos subir o preço dos vinhos mais baratos”

Com o aumento dos custos, Leonor Freitas prevê ter diminuição dos rendimentos. Em entrevista ao Hipersuper, a proprietária da Casa Ermelinda Freitas admite que o cenário inflacionista e a Covid-19 […]

Filipe Pacheco
Entrevista

“Só vamos subir o preço dos vinhos mais baratos”

Com o aumento dos custos, Leonor Freitas prevê ter diminuição dos rendimentos. Em entrevista ao Hipersuper, a proprietária da Casa Ermelinda Freitas admite que o cenário inflacionista e a Covid-19 […]

Filipe Pacheco
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Leonor Freitas, Joana Freitas, Casa Ermelinda Freitas, VinhoCom o aumento dos custos, Leonor Freitas prevê ter diminuição dos rendimentos. Em entrevista ao Hipersuper, a proprietária da Casa Ermelinda Freitas admite que o cenário inflacionista e a Covid-19 colocarão desafios à empresa em 2022

Para além da pandemia, os produtores de vinho estão a ser confrontados com um aumento dos custos. Vidro, cartão, energia estão a ter subidas consideráveis. Para fazer face a este aumento, a Casa Ermelinda Freitas decidiu subir o preço dos vinhos mais baratos. “Vamos fazer um esforço muito grande para ver se conseguimos não subir muito porque também sabemos que, se entrarmos em determinado patamar, terá influência nas vendas”, diz Leonor Freitas. Por outro lado, a responsável diz ainda que a falta de contentores está a ter implicações nas exportações. “Temos, por exemplo, 16 contentores que não conseguimos que saiam. Tínhamos planeado seis contentores para o Brasil e vão apenas dois”, conta.

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Estamos a viver um cenário inflacionista. Que implicações esta realidade está a ter ao nível da operação e dos preços que serão colocados no mercado?
As matérias subsidiárias que estamos a comprar, como o vidro, o cartão, a rolha, estão com subidas grandes. Os próprios transportes e a energia que gastamos estão a ter uma subida muito superior ao que vamos conseguir refletir na subida de preço. Estamos a ver se conseguimos uma subida entre os 3 e os 5% por garrafa no preço. Vamos fazer um esforço muito grande para ver se conseguimos não subir muito porque também sabemos que, se entrarmos em determinado patamar, terá influência nas vendas. O consumidor também vai ter mais despesas com a casa. Estamos numa situação um pouco difícil. Mesmo que haja um aumento do vencimento, há um desequilíbrio. Ainda por cima tenho uma grande preocupação com a instabilidade, porque não sabemos se a inflação ficará por aqui. Por outro lado, nunca vivemos uma pandemia. E não há dúvida que é preocupante e é difícil anteciparmos o que aí vem. Mas não vamos para já refletir a inflação no produto final ao consumidor. Mas todo o nosso receio é que isto não fique por aqui.

No fundo, têm receio que ainda haja mais aumentos de custos.

Temos receio que haja um grande desequilíbrio, inclusivamente dos próprios juros, porque também temos de nos financiar.

Há sinais de que poderá ocorrer um aumento das taxas de juro.
Sim. Tenho confrontado os bancos e os próprios também não sabem. Esta instabilidade está generalizada. E o receio está um pouco generalizado. E até o consumidor está a senti-lo. No natal houve um consumo acima do que se esperava, porque as pessoas pouparam. Mas, a verdade é que as pessoas sentiram a necessidade de gastar mais quando houve um pouco de liberdade para poderem fazer a sua vida normal e os seus gastos. Mas agora está a haver um outro retrocesso. Está a haver outra vez preocupações e, de facto, com esta pandemia, há sempre incerteza. A pandemia não está a ser muito forte, mas está a ser muito abrangente.

A inflação terá efeitos no salário líquido. Teme que possa haver uma diminuição nas vendas?
Há uma coisa que já sabemos. Vamos ter um rendimento inferior líquido, mesmo que se venda o mesmo. Como a inflação vai ser superior ao que vamos vender, já estamos a contar que, mesmo com as mesmas vendas, vamos ter um rendimento inferior. O nosso aumento é só uma ajuda para o crescimento dos custos das matérias subsidiárias. Mas não vamos inflacionar.

Pode dar uma ideia de perdas de margem que possam vir a ter este ano?
É muito difícil fazer previsões neste momento. Estamos no início do ano. Começou com alguma dificuldade. Os primeiros 15 dias foram com menores vendas em comparação com 2021. Tudo tem sido muito instável durante a pandemia. Há baixas e a seguir há altas que não percebemos. O que é certo é que é essencial termos uma grande diversidade de produtos em todos os sítios e a vários preços. Nos produtos mais caros não vamos subir nada. Só vamos subir nos mais baratos, naqueles em que não temos margem para poder aguentar. Não sabemos o futuro. Mas, se pensarmos que está como está, é muito possível que o nosso rendimento tenha pelo menos de 3% diminuição. Mas ressalvo que é apenas uma projeção. Se ficarmos com uma diminuição entre 2% e 3% já ficaremos satisfeitos.

Recuando ao período do confinamento. Sentiram grandes perdas no Horeca que não tenham sido compensadas pelas vendas na distribuição?

Acabou por haver uma compensação. As pessoas compravam menos na restauração. Compraram mais barato, mas mais. As pessoas levavam para casa. Como estavam em casa, no nosso caso houve um equilíbrio. Mas teve de haver mais trabalho. São margens mais pequenas. É preciso vender mais. Tivemos de fazer várias medidas de prevenção por causa da Covid. Fizemos turnos. Tivemos mais gastos. Mas não diminuímos a produção. Pelo contrário. Aumentámos as gamas mais económicas.

De 2019 para 2020 houve uma quebra de receitas?
No nosso caso não houve, compensado precisamente pelo crescimento que houve nos produtos com preços mais baixos. Mas não foi o que se passou na generalidade do setor. No nosso caso houve muito trabalho, porque começámos a vender mais e do mais barato e foi necessário mais pessoal. Houve também uma despesa maior. Mas não nos podemos queixar. Como vendemos bastante mais dos mais económicos, acabou por nos compensar os caros que não vendemos. Temos uma boa relação qualidade-preço, mesmo nos produtos mais económicos. E críamos novas linhas, novos produtos dentro dos mais económicos. Não tínhamos marcas exclusivas em todos os supermercados e criámos mais duas marcas.

Quais foram?
O Torrão no Pingo Doce. E a Vinha da Valentina na Sonae. Fizemos uma gama. Desde o vinho de entrada até ao Reserva, e tivemos bons resultados, porque o vinho de facto era muito bom e a um bom preço. O próprio bag in box, MJ Freitas, foi também mais vendido. Hoje em dia temos marcas exclusivas em quase todas as grandes superfícies: Rosário Lidl, Vinha da Fonte Intermarché, Vinhos da Arrábida Recheio, etc… As pessoas habituaram-se a levar vinhos para casa, para ter em casa e para conviver com os amigos. Quando abre a restauração, vendem-se os vinhos mais caros, mas as pessoas também tomaram consciência durante esta transição que podem beber bons vinhos mais económicos. O que traz também uma mudança na restauração. Como estamos em todo o lado, as coisas equilibraram-se. E não nos podemos queixar quer de 2020, quer de 2021, embora cada vez mais temos de ter na restauração produtos que não estejam nas grandes superfícies.

Porquê?
Houve uma altura que não. A restauração reforçava. Mas, com a pandemia, com a corrida que houve aos produtos das grandes superfícies, as pessoas tomaram a consciência de que não vão comprar um produto mais caro noutro sítio. Temos de ter umas linhas mais separadas. Produtos mais distintos.

Estão a pensar lançar novos vinhos para a restauração?
Não. Já temos alguns vinhos só na restauração. O que iremos fazer é reforçar as linhas mais económicas e manter sempre a boa qualidade e fazer uma distinção e realçar as que estão na restauração. Passa por apostar mais na diferenciação. Algumas monocastas já não vão estar na distribuição. O facto de fazermos aqueles produtos exclusivos também leva a que já não estejam na restauração. E isto vai levar-nos a pouco e pouco para esse caminho, que nos parece agora ser o mais correto. Temos de estar muito atentos para acompanhar essa mudança que está a ocorrer no mercado. Quem vai mandar em nós, e sempre foi assim, é o consumidor. Mas agora mais.

Leonor Freitas, Joana Freitas, Casa Ermelinda Freitas, VinhoNo setor dos vinhos o que é que o consumidor está a pedir?
Continua a pedir bons produtos ao melhor preço. O consumidor está muito atento. E nós funcionamos muito com promoções, o que também é difícil.

A dinâmica promocional vai manter-se como nos anos anteriores?
A tendência vai ser para reforçar. Estamos a ver se não ou, então, ainda é mais difícil suportar a inflação. Mas a tendência vai ser para reforçar as promoções, porque as pessoas precisam de vender. Quem vendia só para a restauração passou por maus bocados. Temos muitos colegas, que vendiam só vinho de nicho para a restauração. Mesmo agora a restauração, estando já melhor, não está ainda igual.

Por falar em restauração. Os valores neste canal ainda estão muito aquém do período antes da pandemia?
Continuam. E em pelo menos 10% abaixo desse período. Também houve o fenómeno de as pessoas verem que vão a um sítio em que compram o mesmo vinho muito mais barato quando o bebem em casa. A restauração não está igual. O turismo faz-nos muita falta. E as próprias pessoas continuam com medo de ir. Quando era exigido o teste, a restauração estava muito vazia. Haverá muita restauração com dificuldade para se aguentar. Outros conseguiram adaptar-se. Mas já nada é igual. E temos de estar atentos e ver qual a tendência do mercado. A tendência vai ser para haver mais promoções porque as pessoas ficaram com alguns vinhos que precisam de vender do ano anterior.

Voltando à pandemia. Sentiram dificuldades logísticas?
Houve dificuldades logísticas. Houve também grande preocupação com os nossos funcionários. As medidas estão agora mais aligeiradas, mas, no início, quando havia um caso, estávamos sujeitos a que nos fechassem e que não pudéssemos ter produto para vender. Tomámos várias medidas e de três em três semanas estávamos a fazer rastreio a todos os funcionários. Tivemos sete casos que foram rastreados e conseguimos isolá-los. Havia pânico. Em 2020, na altura da transformação da uva em vinho, estávamos com medo que as pessoas que andam nas vindimas apanhassem o vírus. Quando chegou à vinificação estávamos também sempre em pânico. E tentámos adiantar o máximo que se podia por dia, a meter o máximo de uvas, a cortar o máximo de uvas, porque havia medidas rigorosíssimas. As coisas acabaram por correr bem. Tivemos uma grande dificuldade em arranjar álcool gel e máscaras, porque não havia. Acabámos por fazer seis mil litros de álcool gel em conjunto com o Politécnico de Setúbal. Na vindima de 2021, as coisas foram mais calmas. Temos é tido muita dificuldade na logística de todos os produtos.

Pode dar exemplos?
Não há garrafas. Não há o papelão ou as caixas. Antes conseguíamos em três ou quatro dias. Agora não se consegue em menos de 15 dias. Há muita dificuldade nas matérias-primas. Para a exportação temos imensa dificuldade nos contentores. Temos encomendas. Enchemos o vinho. E o vinho não sai porque não há contentores. E os preços dispararam.

E tem comprometido os números das exportações em termos de volume?
Podemos falar em 10%. Temos, por exemplo, 16 contentores que não conseguimos que saiam. Tínhamos planeado seis contentores para o Brasil e vão apenas dois. Por outro lado, há a questão das feiras internacionais. Andávamos em todas as feiras e a maioria foi desmarcada em cima da hora. Perdemos viagens, hotéis e também perdemos contactos. É quase impossível avaliar o que poderíamos ter crescido mais. Temos investido muito em andar lá fora nos mercados externos e havia também o turismo. E uma coisa leva à outra. A Casa Ermelinda Freitas estava com boa projeção para o exterior. Havia início de negócios que não foi possível dar continuidade. Estamos ainda a tentar. E, embora com as novas tecnologias não se necessite de reunião presencial, o negócio ainda precisa muito do contacto direto, da prova. Não é igual. Mas tivemos a sorte de termos uma visão muito alargada, uma área comercial muito alargada. Costumo sempre dizer que tenho vinho para todos os momentos, para todas as bolsas e todas as ocasiões. Com a pandemia viemos verificar que não devemos estar só num sítio. Não devemos ter só um produto. E temos dimensão para isso. E estamos a conseguir vencer melhor esta alteração.

Quais os reflexos que o aumento dos custos está a ter no preço lá fora?
Os importadores refletem esse preço nas vendas. Os preços que acompanhámos mais estão a subir. Nos Brasil, nos Estados Unidos e Inglaterra os preços têm disparado.

O que acaba por afetar as vendas…

Afeta. Mas é uma pena, porque temos impostos grandes que a Mercosul não tem e estamos a competir com eles. Mas não há dúvida que as pessoas, depois de conhecer, gostam muito do vinho português. E um caso que admira até bastante é o Brasil. Tem os vinhos do Chile, que são mais baratos e sem impostos. E eles continuam a gostar e a dar preferência aos vinhos portugueses. Se um dia conseguirmos um equilíbrio maior em torno desta situação, Portugal está no caminho certo, tem feito um bom trabalho de divulgação, mas falta ter aquele perfil e aquela fama que o vinho francês tem. E a China, que era um mercado que estava também a crescer para os vinhos portugueses, também parou bastante. Aqui parou. Só agora estamos a fazer alguns contactos e, até agora, sem grandes resultados.

A falta de contactos também dificultou a entrada em novos mercados?
Há um mercado, a Rússia, que está com grande crescimento nos vinhos e onde tínhamos vários contatos, até porque ganhámos lá muitas medalhas de ouro, e estão parados. Estamos a ver se arrancam. O nosso objetivo é novos países. Passa por cada vez ganhar mais mundo. A Índia, por exemplo, é um mercado onde sabemos que mais tarde ou mais cedo entraremos lá. Mas é necessário muito trabalho. O que a Casa Ermelinda Freitas tem feito, e com certeza outras também, tem dado muito trabalho.

Leonor Freitas, Joana Freitas, Casa Ermelinda Freitas, VinhoVendem para quantos mercados e qual o peso das exportações?
Estamos em 40 países. Uns com uma expansão maior. Outros mais pequenos. Sempre que temos uma oportunidade, não deixamos de lá estar. Às vezes com algum prejuízo, mas é um investimento que fazemos para posteriormente recuperar. Estamos na Argélia, no México, na Polónia, na Colômbia. Uns têm uma expressão maior. Em relação a outros começámos com uma expressão muito pequena e já estamos bastante maiores.

Pode exemplificar?
A Colômbia é um deles. Começámos com uma expressão muito pequena. Na Polónia aconteceu a mesma coisa. E, neste momento, está a ser um mercado interessante, onde temos de vender os vinhos mais baratos para podermos ser competitivos. Tenho investido muito na adega para tê-la com a tecnologia dos dias de hoje para podermos ser competitivos. Se não, é muito difícil, precisamente por causa da Mercosul, que não tem imposto. O Brasil é um mercado enorme. Em África estávamos muito bem, nomeadamente em Angola e Moçambique. Continuamos, mas não com a mesma dimensão. Até para o Cazaquistão já vendemos, embora agora não o estejamos a fazer.

Em 2021, no total do negócio, quanto venderam?
Cerca de 20 milhões de litros. Cerca de 37,5 milhões de euros.

Adquiriram, em 2018, a Quinta de Canivães. Como estão a correr as coisas?
Investimos também na Quinta do Minho. Mas o meu grande sonho era, de facto, o Douro. Desde que fui ao Douro fiquei maravilhada com a forma como se trabalha aquelas vinhas e com aquela paisagem. Cheguei à conclusão que não ia comprar devido a questões económicas, porque tenho investido muito na zona da Península de Setúbal, nas vinhas e na adega. Quando chegava ao Douro era tudo muito caro. Cheguei inclusivamente a ir alguns leilões, mas perdia sempre. Já tinha desistido. Mas era um sonho. Podia ser uma coisa pequena. Mas tinha de ser um típico Douro, com os socalcos e com o rio. Aparece-me então a Quinta do Minho, que era da Super Bock, depois de eles terem desistido do setor do vinho. E telefonaram-me. Pensei que não estava fora de causa. Visitámos a quinta. E como os vinhos verdes são diferenciadores e o preço mais económico, decidimos avançar. Tínhamos já tudo para trabalhar. Havia a vinha. Até já havia produtores que forneciam para lá as uvas. E havia a adega, a linha de engarrafamento e as instalações. Tínhamos tudo preparado para poder trabalhar. Acabei por comprar a quinta e só fizemos a escritura um ano depois.

Foi no mesmo ano que a Quinta de Canivães?
Comprámos em 2017 e fizemos a escritura em 2018. Neste espaço de tempo aparece-nos a Quinta de Canivães. Não estávamos à espera. Estava na Caixa Agrícola de Pinhel. E como eu ia sempre falando sempre neste sonho, chegou-nos a informação de que a Caixa tinha a Quinta à venda. Eu fui lá e aquilo correspondia ao meu sonho. É lindíssimo. A Quinta de Canivães é mais difícil de rentabilizar.

Porquê?
Porque ainda não tem a adega montada.

E quando espera vir a ter?
Depende. Ou arranjamos uma boa parceria ou temos de começar a ver se esta crise estabiliza um pouco para sentirmos um pouco mais de estabilidade. Para já fica mais caro trabalhar o terreno, trabalhar a vinha, mas temos uma vinha espetacular. A Quinta de Canivães é, de facto, o puro Alto Douro. Está perto de Foz Coa. As uvas são muito boas, a vinha está muito bem tratada porque a Caixa colocou lá um funcionário que nunca deixou estragar. Pelo contrário, fez melhorias na Quinta. Temos uvas espetaculares. Ainda não se estão a rentabilizar, mas acho que irão. E a própria Quinta de Canivães também.

E em relação à dos Vinhos Verdes?
Já vai no bom caminho. Já temos as marcas no mercado. Temos muita exportação. Já conseguimos vender toda a produção no ano passado. E temos encomendas sobretudo de exportação. As pessoas gostam muito do vinho verde. Sucede, por exemplo, no Brasil. É um vinho diferenciador. O enólogo é o mesmo. E conseguiu fazer um tipo de vinho verde que vai muito ao encontro do gosto do consumidor. É verde, mas não é demasiado agressivo. Fizemos um vinho com 8,5 graus que tem tido um sucesso enorme. É muito ligeiro e as pessoas no verão procuram coisas ligeiras, frescas. A Quinta do Minho é um projeto que, em cerca de dois anos, estará autónomo. A Quinta de Canivães teremos de trabalhar muito para ela, mas é o tal sonho que terei ainda de o tornar realidade.

Agora falando dos vinhos rosé. Há mais de 20 anos só se ouvia falar do Mateus Rosé. Entretanto, muitos produtores começaram a produzir vinhos rosé. Como está o desempenho deste vinho na Casa Ermelinda Freitas?
Cada vez há mais procura. O vinho rosé esgota sempre. Não há dúvida que é um mercado em ascensão. Temos de tirar o chapéu ao vinho Mateus Rosé, porque divulgou Portugal. Agora há muito vinho rosé. E as pessoas cada vez gostam mais e procuram mais. E nós vamos fazendo também cada vez mais. Quando vimos que é aquilo que o consumidor quer, é o que fazemos.

Também há outros produtores a apostar em vinho em lata. A Casa Ermelinda Freitas está a ponderar seguir esse caminho?
Para já, não. Pensamos que, neste momento, não tem futuro. Mas nunca se sabe. Poderá ter futuro num verde fresco, que se abre na altura para se beber. Mas, por enquanto, não avançaremos. O nosso perfil de vinho ainda não se adapta. Tem de ser um vinho muito adaptado e ainda é para um nicho pequeno.

E os biológicos?
Temos pensado muito nos vinhos biológicos. Pensamos que é um nicho, mas um nicho com possibilidades de crescer. Não é uma coisa que esteja fora das nossas opções.

E requererá muito investimento.
Sim, até pela diferenciação que tem de haver, pelo isolamento que tem de haver. Já fazemos todo o tratamento das vinhas com produtos amigos do ambiente, os menos tóxicos. Já estamos num pré-caminho. E cada vez mais a sustentabilidade é e será um caminho a seguir. Estamos já nesse caminho com o que utilizamos nas vinhas e nos vinhos. Mas implicará um investimento muito grande, uma separação muito grande, que, por enquanto, ainda não fizemos.

Concorreram à medida do Governo de reestruturação da vinha?
Sim, embora a Península de Setúbal esteja na NUT III que pertence a Lisboa. E Lisboa tem muito menos ajudas. É um problema que temos. Penso que foi um erro, porque o per capita de Lisboa não tem nada a ver com o per capita do meio rural. Estou a 15 quilómetros do Alentejo. Esta região é uma NUT III. É diferente. Ao estarmos aqui, os subsídios existentes são mais pequenos. Mas o programa Vitis, para a reestruturação das vinhas, foi dos melhores programas que tivemos e que temos tido. Mesmo tendo uma ajuda mais pequena, é uma boa ajuda, porque temos de preparar as vinhas para as máquinas, para a sustentabilidade e para sermos competitivos. Não há mão-de-obra que chegue e nem poderíamos ser competitivos, porque ficaria tudo muito caro. Paga-nos mais de 50% da reestruturação por hectare. Foi uma boa medida. Foi uma medida simplificada. E é tudo muito fiscalizado.

Para este ano há investimentos previstos?
Na Península de Setúbal não temos parado com os investimentos. Em termos de vinha temos reestruturado muito. Temos anos em que reestruturámos 50 hectares. Mas é uma loucura completa em termos de dinheiro, até porque temos de adiantar o dinheiro. E em termos de mão-de-obra é muito difícil. Este ano vamos fazer só reestruturação só de quatro hectares. Temos depois projetado fazer mais 20 hectares. Mas este ano vamos apenas fazer quatro, porque temos muitas vinhas novas e em reestruturação, havendo muito trabalho manual mesmo no início e estamos com dificuldades de pessoal. Por outro lado, leva-nos a uma grande despesa, embora a ajuda nos venha depois compensar. Estamos com alguma cautela. Mas não sou muito da opinião de pararmos completamente com os investimentos, porque depois corremos um risco. E o risco passa por, quando a economia abrir sem restrições, ficarmos desatualizados ou já não estarmos a acompanhar o mercado. Não devemos deixar de ir investindo com algum cuidado, como é evidente. Se pararmos completamente, estamos sujeitos a que os outros países nos ultrapassem. Continuo a estar entre a ponderação e em avançar para os investimentos mais importantes.

Entrevista publicada na Edição 399 do Hipersuper

Sobre o autorFilipe Pacheco

Filipe Pacheco

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José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries
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José Serras Pereira: “Biscoff não é apenas uma bolacha, é um sabor”

A Lotus Bakeries, empresa belga reconhecida pelas icónicas bolachas Biscoff, está a reforçar a sua presença em Portugal. Para compreender melhor o que implica esta mudança de estratégia da marca no nosso país, falámos com José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries.

Como é que surgiu este desafio de trabalhar a presença da Lotus Bakeries em Portugal?
Sempre trabalhei no setor dos bens de consumo e passei por diversas multinacionais, como a Central de Cervejas, Prime Drinks e Philips. Fui contactado através de um processo de recrutamento para gerir a Lotus Bakeries diretamente em Portugal.
A marca já estava presente no país há alguns anos, através de um distribuidor. No entanto, a nossa estratégia global passa por assumir a gestão direta do negócio quando a marca atinge um certo nível de desenvolvimento. Foi nesse contexto que entrei para liderar este processo, após um exigente processo de entrevistas, e aceitei o desafio de consolidar a presença da Lotus Bakeries no mercado português.

osé Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries

José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries

O que mudou com a transição da distribuição para uma gestão direta da marca?
Quando uma marca é gerida diretamente, conseguimos um foco maior e uma estratégia mais alinhada com os nossos objetivos. O distribuidor fez um excelente trabalho, mas, quando é a própria marca a gerir o conhecimento, os recuros e o foco naturalmente são superiores, com impacto directo nos resultados.
Antes de assumirmos a operação, realizámos uma análise ao mercado, avaliando fatores como o consumo per capita e o potencial de crescimento da categoria. Identificámos um forte potencial de expansão, o que nos levou a tomar a decisão de gerir diretamente a operação. Essa mudança já deu frutos: nos primeiros 8 a 9 meses, realizámos uma transição estruturada e, agora, estamos efetivamente a acelerar o crescimento do negócio.

Que impacto teve esta mudança nos resultados da empresa em Portugal?
Os primeiros números são bastante positivos. Nos primeiros dois meses de 2025, já crescemos mais de 200% face ao mesmo período do ano anterior.
Em 2024, temos seis meses com o distribuidor e seis meses independente. Portanto, temos um ano atípico. Mas se olharmos para 2023, o último ano completo com o distribuidor, e compararmos com 2025, vamos quadruplicar o nosso negócio.

Em que retalhistas podemos encontrar as bolachas Biscoff?
Neste momento, estamos em todos os principais retalhistas, exceto Lidl e Mercadona, onde, estrategicamente, não planeamos entrar no curto prazo. E estamos na Aldi a fazer alguns in and outs.
Estamos também a expandir a nossa presença através de inovação e a garantir que os consumidores têm mais oportunidades de experimentar os nossos produtos em diferentes momentos de consumo.

E as parcerias que têm com McDonald’s e Delta, por exemplo, são importantes?
É importantíssimo. Mantemos parcerias estratégicas com marcas como McDonald’s, KFC, Delta e Wheel Frozen Yogurt, entre outros, que são fundamentais para aumentar a notoriedade da marca e permitir que mais consumidores experimentem o sabor Biscoff.

Quais são os principais fatores para o sucesso da Lotus Bakeries a nível global?
A marca apresentou no mês passado os resultados globais na Bélgica. E voltámos a crescer a cerca de 16%. Vamos com uma média de crescimento dos últimos 10 anos muito perto dos 20%. Ou seja, a marca globalmente está de facto num momento muito saudável. E isso ajuda-nos a todos, pois cada vez mais vivemos num mundo global.
A Lotus Bakeries, nomeadamente com Biscoff tem três pilares fundamentais para o seu crescimento global. O primeiro é o produto. O nosso sabor, a nossa textura é muito forte. E, dentro do produto, destaco a versatilidade. Nascemos como uma marca cujo grande momento de consumo era o café. Se formos a países como a Bélgica e Holanda, o consumo do café é um momento fortíssimo.
Depois a marca evoluiu, e esse é um foco a curto prazo em Portugal, para um snack de consumo doméstico, onde somos cada vez mais fortes.
O segundo está relacionado com parcerias globais. Acreditamos que trabalhar com marcas como McDonald’s, KFC, Haagen dazs entre outras, tem sido um motor de crescimento, permitindo que os consumidores experimentem o nosso produto de forma natural e integrada no dia a dia.
Por último, a acessibilidade: a nossa estratégia passa por estar presente em vários momentos de consumo, tanto no retalho como em cafés e pastelarias, e oferecer um preço competitivo que facilite a experimentação.

A Lotus Biscoff posiciona-se como uma marca premium?
Não. Queremos afastar-nos dessa perceção. Não somos premium, somos mass market. É aí que nós queremos competir. Como sabe, nesta categoria, assistimos a uma série de subidas de preços e todos têm subido, de forma bastante relevante, os preços. Nós temos aguentado exatamente para nos posicionarmos com um preço médio mais competitivo.

Como têm acompanhado esta subida de preços das matérias-primas?
Optámos por manter um preço competitivo. Utilizamos promoções estratégicas para garantir que mais consumidores experimentam o nosso produto, uma tática essencial num mercado tão competitivo como o português. No curto prazo, o principal o principal KPI do nosso negócio, mais do que a quota de mercado, é a penetração. Ou seja, para nós é fundamental chegar à casa dos consumidores.
As promoções desempenham um papel fundamental no mercado português. Funciona muito bem e, portanto, temos tentado estar mais vezes em promoção, garantindo que o nosso posicionamento promocional é suficientemente atrativo para as pessoas experimentarem.

Como estão a trabalhar o crescimento e a inovação da marca?
A inovação é um fator-chave. O Biscoff não é apenas uma bolacha, é um sabor, e o nosso objetivo é expandir esse sabor para novas categorias, como gelados, chocolates e cremes de barrar.
Biscoff não é só bolachas, Biscoff é um sabor. A inovação passa muito mais por dentro de outras categorias tendo o sabor Biscoff presente junto dos nossos consumidores e dos nossos shoppers. O grande foco da empresa é o desenvolvimento do sabor Biscoff, que é ligeiramente diferente do tradicional da FMCG das grandes empresas.

O mercado português tem alguma particularidade em relação a outros países que exija um trabalho específico da marca?
Sim, cada mercado tem as suas especificidades, e Portugal não é exceção. Em comparação com Espanha, por exemplo, onde a regionalização tem um peso significativo. Nós é quase tudo nacional.
Uma das principais particularidades do mercado nacional é o peso das promoções e a elevada concentração do retalho. Dois dos principais players representam quase 50% do mercado, o que é uma realidade pouco comum noutros países. Além disso, no mercado português as promoções têm um grande peso.
Outra especificidade relevante é a estrutura de distribuição para o canal Horeca. Em Portugal, os cash & carries são tipicamente route to market para o canal tradicional. Esta dinâmica obriga-nos a ter uma estratégia de pricing bem definida para os três canais principais: retalho, cash & carry e distribuidores.

A marca tem uma estratégia específica para diferentes faixas etárias?
Essa segmentação é essencial. Fizemos alguns estudos de consumidor e um dos insights mais interessantes foi perceber que o maior momento de consumo de bolachas em Portugal é ao pequeno-almoço, e que o maior grupo de consumidores tem menos de 35 anos.
Atualmente, o nosso produto é mais consumido por um público acima dos 35 anos, associado a momentos como o café, um snack indulgente à tarde ou um guilty pleasure ocasional depois do jantar. No entanto, para expandirmos o consumo a faixas etárias mais jovens, apostámos na inovação, lançando bolachas recheadas com chocolate, baunilha e creme Biscoff.
Nos mercados onde já introduzimos esta inovação, verificámos um aumento da penetração em consumidores mais jovens e um maior consumo ao pequeno-almoço. Acreditamos que essa tendência se repetirá em Portugal, o que nos permitirá aumentar a nossa base de consumidores e impulsionar o crescimento da marca.

Como está a evoluir a operação ibérica da Lotus Bakeries?
A nossa expansão em Espanha nos últimos anos foi impressionante: em 2017, faturávamos 3 milhões de euros e, em 2025, vamos fechar com cerca de 50 milhões de euros.
O nosso objetivo para Portugal é replicar esse sucesso, ajustando a estratégia às especificidades do mercado nacional, como a concentração do retalho e a forte dependência das promoções.

Quais são os planos futuros para a marca em Portugal?
A curto prazo, o foco está no crescimento das vendas e ponto de venda. Queremos garantir que os consumidores encontram os nossos produtos nos principais retalhistas e canais de consumo.
A médio prazo, vamos expandir a equipa e estruturar melhor as nossas operações, contratando Key Account Managers, especialistas em Category Management e equipas de vendas para fortalecer a nossa presença no mercado.

Sustentabilidade é uma prioridade para a Lotus Bakeries?
Sim, totalmente. A sustentabilidade é um pilar estratégico para o grupo e não abdicamos dele para crescer mais rapidamente.
Temos metas ambientais definidas, como a redução da pegada de carbono, e todas as nossas novas fábricas seguem critérios de sustentabilidade rigorosos. Este compromisso reflete-se também na forma como desenvolvemos os nossos produtos e embalagens.

Sobre o autorAna Rita Almeida

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Planta junta-se a Gordon Ramsay em nova campanha global Skip the Cow

A Planta acaba de anunciar uma nova parceria com o chef Gordon Ramsay, no âmbito da campanha internacional Skip the Cow, que convida os consumidores a experimentarem uma alternativa vegetal à manteiga tradicional.

Nesta nova colaboração, Ramsay testa e aprova a Planta Planteiga, um produto 100% vegetal, feito com apenas sete ingredientes naturais e que promete o mesmo desempenho e sabor rico da manteiga de origem animal, mas com menos 75% de impacto climático. O objetivo da campanha é claro: ajudar os consumidores a elevarem os seus hábitos culinários de forma mais sustentável, sem comprometer o sabor.

“Acredito numa alimentação natural, com ingredientes de qualidade, e posso dizer com toda a sinceridade que a Planta Planteiga me surpreendeu. Desde ovos mexidos a bolos de chocolate, pus o produto à prova. Dá-me a cremosidade e o sabor rico que obtenho da manteiga, com a vantagem de ser mais sustentável. Convido as pessoas testarem este produto e verem o que conseguem criar nas suas casas!”, afirma Gordon Ramsay.

“Não podia estar mais orgulhosa de anunciar a nossa nova campanha Skip the Cow, que conta com a participação do icónico Gordon Ramsay. Esta campanha representa um ousado passo em frente na apresentação da versatilidade e sabor da Planta Planteiga para cozinhar. A paixão de Gordon por comida excecional alinha-se perfeitamente com o nosso compromisso com a inovação e a oferta de alternativas sustentáveis, sem lacticínios, que não comprometem o sabor ou o desempenho. E se Gordon Ramsay acha que é bom, quem somos nós para discordar?”, comenta Jessica Pita, Iberia Marketing Lead da Flora Food Group.

A parceria surge num momento em que, segundo um estudo da OnePoll, 57% dos portugueses que cozinham confiam nas mesmas cinco receitas, e 20% só experimentam uma nova receita de poucos em poucos meses. No entanto, 86% dizem querer melhorar as suas competências na cozinha.

A campanha Skip the Cow já está a ser lançada a nível mundial, com presença em televisão, canais digitais e outdoor, e chega agora também a Portugal.

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Alimentar

Nacional moderniza a embalagem das suas icónicas Marinheiras

A nova embalagem destaca-se pelo seu sistema de abertura e fecho fácil, que permite o consumo gradual das bolachas, mantendo-as frescas por mais tempo.

A Nacional acaba de lançar uma nova embalagem para a sua gama de bolachas Marinheiras, numa iniciativa que se insere no processo de rebranding da marca. Esta novidade chega ao mercado com o objetivo de proporcionar uma melhor experiência aos consumidores.
Atualmente posicionada como uma das marcas de referência no segmento das Marinheiras, a Nacional continua a investir em inovação para consolidar a sua presença nos lares portugueses. A nova embalagem destaca-se pelo seu sistema de abertura e fecho fácil, que permite o consumo gradual das bolachas, mantendo-as frescas por mais tempo.
“Este lançamento representa um marco importante na evolução da nossa marca. Queremos oferecer aos consumidores produtos que aliam tradição, qualidade e praticidade. A nova embalagem das Marinheiras reflete o nosso compromisso com a inovação, sem nunca perder a essência que nos define há mais de 170 anos”, afirma Filipa Rosa, Biscuit Category Manager da Nacional.
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Retalho

Lidl reforça apoio aos Bombeiros Portugueses com nova campanha através da app Lidl Plus

A iniciativa decorre até 27 de abril e vai atribuir 3.000 euros a uma corporação por distrito, totalizando 54.000 euros em donativos.

O Lidl Portugal acaba de lançar uma nova campanha solidária que reforça o apoio às Corporações de Bombeiros Portugueses, desafiando os seus clientes a contribuírem de forma simples, através da utilização da app Lidl Plus.

A campanha insere-se na estratégia de sustentabilidade da insígnia, ‘Mais Lidl’, que se estrutura em três eixos: Mais para o Planeta, Mais para a Comunidade e Mais para Si. Neste caso, a ação visa simultaneamente incentivar a digitalização de faturas, promovendo a redução do consumo de papel, e apoiar os bombeiros portugueses num momento em que se aproximam os meses críticos do verão.

A dinâmica é apresentada como simples: a loja Lidl de cada distrito que registar o maior número de faturas eletrónicas entre 14 e 27 de abril vai escolher a Corporação de Bombeiros local a quem será entregue o donativo. A campanha volta assim a mobilizar clientes para causas sociais, reforçando a parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses, numa colaboração que já soma três campanhas consecutivas.

Desde 2016, o Lidl já doou mais de 200.000 bens alimentares, equivalentes a 154.000 euros, às corporações de bombeiros em Portugal. Estes apoios têm sido distribuídos através das lojas e entrepostos da insígnia, de Norte a Sul do país, especialmente durante os períodos mais críticos de combate a incêndios.

Apoio do Lidl aos Bombeiros


  • 200.000 bens alimentares doados desde 2016

  • +154.000 euros em valor total de apoio

  • 54.000 euros em donativos previstos na campanha de abril de 2024

  • 3.000 euros por corporação distrital

  • 18 corporações apoiadas diretamente nesta nova iniciativa

  • 3 campanhas já realizadas através da app Lidl Plus

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ESG

Recolha de embalagens aumentou mas Portugal mantém risco de incumprimento

O país precisa de acelerar para aumentar a recolha em todos os materiais de embalagem, nomeadamente no vidro e ECAL, conseguir cumprir as metas de 2025, alerta a Sociedade Ponto Verde.

Nos primeiros três meses de 2025, Portugal registou um aumento de 4% na recolha seletiva de embalagens, com mais 4.377 toneladas a serem enviadas para reciclagem, em comparação com o período homólogo do ano anterior.

O volume total recolhido supera as 116 mil toneladas, mas este ritmo de crescimento é insuficiente para Portugal conseguir cumprir as metas para este ano.

Em 2024, para o mesmo período, os serviços de recolha seletiva de resíduos de embalagens financiados ao SIGRE (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens), pela Sociedade Ponto Verde (SPV) e outras entidades gestoras, atingiram o montante de 26,4M€. Já em 2025 os custos destes mesmos serviços atingiram 47,7M€, após a decisão de novos valores de contrapartida pelo Ministério do Ambiente e Ministério da Economia, igualmente para o 1º trimestre.

“O país tem de garantir a recolha seletiva de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado durante este ano. Nesta medida, a prioridade tem de passar por melhorar significativamente o nível de serviço que é prestado aos cidadãos por parte dos sistemas municipais e multimunicipais, dispondo o SIGRE  de mais recursos financeiros para realizar investimentos em gerem resultados e ajudem a alcançar esse objetivo”, defende a Sociedade Ponto Verde.

Turismo é um desafio

Os dados dos três primeiros meses deste ano mostram que o vidro continua a ficar aquém da performance das outras embalagens, já que foram recolhidas 48.568 toneladas dos vidrões, “o que significa uma estagnação em comparação com igual período de 2024 (0%)”, informa a SPV.  Em relação às embalagens de cartão para alimentos líquidos (ECAL), foram recolhidas 2.247 toneladas (-5%), enquanto nos restantes materiais os dados do SIGRE, no mesmo período em análise, revelam que foram encaminhadas para reciclagem 38.157 toneladas de papel/cartão (+5%), 20.425 toneladas de plástico (+7%) e 467 toneladas de alumínio (+5%).

Nos três primeiros meses de 2025 a quantidade de vidro recolhido nos vidrões, estagnou em relação ao mesmo período de 2024

A SPV refere ainda o crescimento do turismo, impulsionado pelo aproximar do verão, como um desafio acrescido para a meta de recolha seletiva de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado este ano. “Reduzir o impacto dos visitantes nos resíduos produzidos e na reciclagem de embalagens, torna ainda mais crucial acelerar a implementação de soluções tecnológicas inovadoras, em determinadas zonas do país, que permitam melhorar as redes de recolha junto do consumidor residencial e/ou do canal Horeca, onde existe uma maior pressão no consumo fora de casa”, alerta.

Para a CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, “estes dados mostram que continua a existir a necessidade de uma maior articulação e colaboração entre todos os agentes da cadeia de valor para tornar o sistema cada vez mais eficiente e o país conseguir cumprir a meta que está definida para a reciclagem de embalagens em 2025”. A SPV mantém não só a sua disponibilidade, mas também um investimento muito significativo ultrapassar os desafios. Em particular, no tema do vidro e com foco no Horeca, alocámos 600 mil euros para financiar projetos de comunicação integrados no nosso programa ‘Juntos a Reciclar ++’, um claro esforço para continuarmos a trazer inovação ao país, sempre em cooperação com os parceiros que estão no terreno, e de forma a gerar mais e melhor reciclagem de embalagens deste material”, exemplifica.

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Exportação

CONFAGRI quer grupo de trabalho a monitorizar taxas dos EUA

“É tempo de olhar e reconhecer a importância estratégica da agricultura e abrir novos canais comerciais”, defende Idalino Leão, presidente da CONFAGRI.

Para a CONFAGRI é “essencial” haver uma resposta concertada, “assente no diálogo, na união e na preparação estratégica do setor”.

Em causa está a “crescente incerteza gerada pelos mais recentes desenvolvimentos nas políticas comerciais internacionais”, aponta, em particular no que respeita à imposição de taxas de importação de 25% 25% sobre o aço, o alumínio e os automóveis e outras “recíprocas” de 20% para um leque alargado de outros bens e que deverão entrar em vigor a 15 ne julho.

Em respostas, a União Europeia avançou, a 9 de abril, com a decisão de cobrar tarifas sobre importações a bens agrícolas e industriais norte-americanos.  São cerca de 1700 produtos, que vão passar a pagar pelo menos 25% para entrarem no espaço da UE.

Partilhando a legítima preocupação dos produtores e empresas agroalimentares nacionais, Idalino Leão, presidente da CONFAGRI sublinha que “este é o momento para agir com bom senso e serenidade, sendo importante alavancar medidas que visem mitigar as dificuldades dos setores agrícolas mais afetados direta e indiretamente pelas tarifas”.

Para a CONFAGRI é “essencial” haver uma resposta concertada “assente no diálogo, na união e na preparação estratégica do setor”

Nesse sentido, e ainda que afirme manter “a esperança de que se consiga alcançar um bom entendimento entre os líderes mundiais”, a CONFAGRI está a propor a criação de um grupo de trabalho que congregue os representantes de todos os elos da cadeia de abastecimento e produção agroalimentar, “com o objetivo de monitorizar, de modo articulado e permanente, os desenvolvimentos e negociações internacionais, de forma a agir, atempadamente, em prol da defesa da estabilidade económica e da soberania alimentar de Portugal”.

Para Idalino Leão, “é tempo de olhar e reconhecer a importância estratégica da agricultura e abrir novos canais comerciais.”, sendo necessário garantir que, perante contextos de crise, o setor agroalimentar dispõe dos instrumentos necessários para assegurar estabilidade aos produtores, às empresas e aos consumidores portugueses”.

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Bebidas

Edição limitada de Pedras Ananás reforça gama Pedras no verão

Este sabor vem complementar a gama Pedras Sabores, onde já constam limão, tangerina, maracujá e frutos vermelhos.

A edição limitada Pedras Ananás, que estará disponível durante a época mais quente do ano, é apresentada como uma bebida com “equilíbrio perfeito entre a doçura e a acidez”.

Vem complementar a gama Pedras Sabores, onde já constam os sabores de limão, tangerina, maracujá e frutos vermelhos e está disponível em garrafa 25 cl no canal on-trade e no formato 4x25cl nos hiper e supermercados de norte a sul do país.

Integrada no portefólio do Super Bock Group, Pedras Sabores é uma gama de bebidas com ingredientes naturais que tem na sua base Água das Pedras, uma água mineral natural gasocarbónica rara por ter gás 100% natural que é captada nas profundezas do subsolo granítico da região de Trás-os-Montes.

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Luis Bás, secretário-geral da ADIPA
Alimentar

ADIPA defende criação de uma Secretaria de Estado do Comércio e Serviços no próximo Governo

“Desde o primeiro momento, considerámos que a ausência de uma Secretaria de Estado do Comércio no atual Executivo não foi uma decisão acertada. A dimensão e o impacto económico do comércio justificam plenamente a existência de uma tutela específica”, defende Luís Brás, secretário-geral da ADIPA.

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O Conselho Coordenador da ADIPA – Associação dos Distribuidores de Produtos Alimentares –, órgão consultivo da Direção que integra algumas das principais empresas do comércio alimentar independente, que se reuniu no passado dia 10, defende a necessidade de o próximo Governo, a ser eleito nas legislativas de 18 de maio, criar uma Secretaria de Estado dedicada exclusivamente ao Comércio.

O setor do comércio e serviços representa uma parcela significativa do PIB nacional e é responsável por centenas de milhares de postos de trabalho. A ADIPA considera, por isso, que é fundamental que estas atividades económicas tenham, no seio do Governo, uma estrutura própria, capaz de lhes dar a devida atenção estratégica e de promover políticas públicas que reforcem a competitividade e a sustentabilidade do setor.

“Desde o primeiro momento, considerámos que a ausência de uma Secretaria de Estado do Comércio no atual Executivo não foi uma decisão acertada. A dimensão e o impacto económico do comércio justificam plenamente a existência de uma tutela específica. A criação desta Secretaria de Estado seria um importante sinal político e uma medida concreta para reforçar um setor que é essencial para o desenvolvimento económico e para a coesão social do país.”, afirma Luís Brás, secretário-geral da ADIPA.

 

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Campos da Vitacress
Alimentar

Simbiose e Corteva vão lançar nova biosolução agrícola na Europa

A Corteva assegurou os direitos de distribuição exclusiva do produto solubilizante de fósforo, da Simbiose, na Europa.

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A Simbiose, empresa brasileira de desenvolvimento de produtos microbiológicos para a agricultura, prepara-se para lançar no mercado europeu uma tecnologia de solubilização biológica de fósforo. Comercializado pela Simbiose no Brasil desde 2019, o produto foi desenvolvido com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e “deve chegar a mais de 20 países através da colaboração com a Corteva Agriscience, empresa global de ciência e tecnologia agrícola”, informam os dois parceiros.

Numa nota conjunta, referem que o bioproduto é capaz de aumentar a produtividade e a resiliência das culturas. “A solução quebrou paradigmas entre os produtores rurais do Brasil ao tornar-se o primeiro produto biológico de fósforo, baseado em micro-organismos solubilizadores de fosfato. Foi desenvolvido após mais de 20 anos de pesquisa realizada pela Embrapa Milho e Sorgo, sob a liderança da investigadora Christiane Paiva”, indicam.

A participação da Simbiose nos estudos da Embrapa começou no momento da validação dos testes com inoculantes e micro-organismos na cultura, a chamada fase de campo. Citada na nota, Christiane Paiva explica que a tecnologia do solubilizador biológico de fósforo atua desde o início do cultivo, quando bactérias aplicadas nas sementes ou no solo iniciam o processo de colonização que facilita a libertação do fósforo para as plantas, permitindo assim que as raízes absorvam mais nutrientes e aumentem a produtividade.

A Corteva assegurou os direitos de distribuição exclusiva do produto solubilizante de fósforo, da Simbiose, na Europa. “Estamos continuamente à procura de inovações que possam ajudar os agricultores a adaptarem-se aos desafios ambientais e de produtividade”, afirma Frederic Beudot, vice-presidente de Produtos Biológicos da Corteva Agriscience. “A combinação da qualidade do portfólio da Simbiose com as nossas capacidades de I&D e de agronomia local vai aproximar-nos mais deste objetivo”, acrescenta.
Na Europa, o produto será rebatizado com um novo nome, que será determinado pela Corteva.

“Com muitos estudos e avanços tecnológicos, a Simbiose estabeleceu-se no Brasil como uma empresa inovadora, sinónimo de qualidade e parceira dos produtores”, diz por sua vez Marcelo de Godoy Oliveira, CEO da Simbiose. “Em parceria com a Corteva, vamos abrir o mercado europeu à Simbiose, exportando um dos seus produtos mais inovadores e disruptivos. Esta colaboração tem tudo para responder a um mercado exigente, que procura cada vez mais a produtividade, com soluções sustentáveis e tecnologia de alta qualidade”, define.
A Simbiose e a Corteva esperam que o produto esteja disponível já em 2026, enquanto se aguarda a aprovação regulatória e a conclusão do processo de rebranding da marca no mercado local.

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Bebidas

Programa da Água Serra da Estrela quer proteger a água e regenerar a serra

‘Para Que Nunca Acabe’ pretende mobilizar comunidades, parceiros e consumidores para cuidar e valorizar a origem da água da Serra da Estrela.

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Proteger a água e regenerar a Serra da Estrela é o objetivo do ‘Para Que Nunca Acabe’, lançado pela Água Serra da Estrela. O programa reflete “o compromisso da marca com a preservação da água da Serra da Estrela e com a regeneração do ecossistema único onde nasce”, assegura a marca.

O Programa pretende promover uma mudança comportamental e um impacte ambiental positivo, através de práticas responsáveis da operação da marca, da regeneração da floresta e de práticas tradicionais que a protegem, e da mobilização de comunidades, parceiros e consumidores.

Reduzir a pegada hídrica e a pegada de carbono da marca, bem como a utilização de matéria-prima virgem, regenerar a floresta, o ecossistema e revitalizar práticas tradicionais que protegem a Serra, mobilizar as comunidades locais e os consumidores para adotarem comportamentos responsáveis são os três eixos de ação do ‘Para Que Nunca Acabe’.

O programa dá sequência a iniciativas ambientais já implementadas pela Água Serra da Estrela, “como o programa de reflorestação iniciado em 2002, através do qual foram plantadas mais de 1,7 milhões de árvores em parceria com várias organizações às quais se juntou mais recentemente a Associação Cuidar”, adianta a empresa. A marca foi pioneira na introdução de medidas que reduziram drasticamente o uso de plástico virgem, atingindo em 2025 o marco de utilização de 100% rPET em todas as suas embalagens.

“A Água Serra da Estrela nasce num lugar extraordinário, que todos temos o dever de proteger. Com o programa ‘Para Que Nunca Acabe’, queremos não só agir de forma responsável, mas envolver nessa ação todos os que estão determinados a que este património natural seja preservado para as gerações futuras”, afirma Ana Rita Martins, Marketing manager da Água Serra da Estrela.

 

 

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