José Rousseau, consultor na área do retalho
A lei de Lavoisier aplicada ao comércio
Opinião de José António Rousseau, consultor, docente e investigador na UNIDCOM/IADE
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Por José António Rousseau
Consultor, docente e investigador na UNIDCOM/IADE
As lojas de proximidade e/ou conveniência são definidas como estabelecimentos comerciais alimentares de pequena dimensão e sortido limitado, de natureza independente, associada ou integrada, por vezes em regime de franquia, com localizações muito diversas, tais como, centros de cidades, ruas comerciais, postos de abastecimento de combustíveis, estações ferroviárias. O seu objetivo é satisfazer as necessidades imediatas do consumidor, privilegiando um sortido de produtos frescos hortofrutícolas, produtos de grande rotação e de utilidade doméstica e funcionando em horários alargados.
A reduzida dimensão destas organizações (e do seu negócio), apontada quase sempre como um sério constrangimento no setor do comércio a retalho, pode constituir-se como um fator decisivo da sua capacidade de adaptação, por via de uma maior flexibilidade para a introdução de mudanças. No entanto, embora o número de lojas retalhistas independentes, principalmente as de sortidos alimentares, tenha vindo a reduzir-se, elas ainda representam, em quase todos os países, um número significativo do total de empresas e lojas retalhistas. E Portugal não é exceção, o que demonstra claramente que continua a existir procura para os serviços prestados pelo retalho independente e que este dispõe de qualidades que lhe permitem sustentar a sua existência.
Apesar das muitas limitações dos retalhistas independentes, nomeadamente as resistências à mudança, as dificuldades do associativismo e as muitas ideias preconcebidas que acabam por se generalizar em relação ao perfil do comerciante, quase todos têm noção de que o seu negócio continuará válido enquanto os seus objetivos contemplarem a melhoria contínua do seu negócio. Estas limitações dos retalhistas independentes sugerem a sua incapacidade para adotar novas políticas e estratégias comerciais, não obstante tais empresas possuírem uma grande flexibilidade na escolha dos seus mercados-alvo e na adoção das suas estratégias. A personalização, por vezes íntima, da sua relação com os clientes e alguma capacidade de responder rapidamente às novas condições de mercado, permitem-lhes manter um certo grau de competitividade e dão-lhes uma forte base de subsistência, pelo que se terá de reconhecer que alguma dimensão estratégica deverá existir no setor retalhista independente.
No fundo, o futuro do comércio independente irá depender essencialmente da sua capacidade de adaptação às transformações e mudanças sociais e às novas exigências do mercado. Tal como na Física, também ao comércio pode aplicar-se a conhecida Lei de Lavoisier: Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Nem sequer se pode afirmar que o futuro do comércio independente esteja antecipadamente traçado pelo facto de ser constituído por unidades de pequena dimensão. Se estabelecermos uma analogia entre a evolução do comércio e a evolução darwiniana das espécies, concluir-se-á que aquelas que subsistiram até hoje não são as que possuíam maiores dimensões, mas aquelas que, embora pequenas, conseguiram adaptar-se, evoluindo, às transformações operadas no meio envolvente.