“Mercadona não vai mudar a estratégia devido à pressão dos preços”
Em entrevista ao Hipersuper, Elena Aldana, diretora-geral internacional de relações externas da Mercadona, faz um balanço do primeiro ano da operação em Portugal e salienta que a empresa não muda a sua estratégia em Portugal
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Em entrevista ao Hipersuper, Elena Aldana, diretora-geral internacional de relações externas da Mercadona, faz um balanço do primeiro ano da operação em Portugal e salienta que a empresa não muda a sua estratégia em Portugal
O primeiro ano de operação foi o teste “empírico” da Mercadona em Portugal, depois do processo de aprendizagem desde que a empresa espanhola começou a investir em Portugal. Elena Aldana garante que os portugueses estão a reconhecer cada vez mais a qualidade da cadeia de distribuição. E defende que, mesmo em cenário de crise, a Mercadona não altera uma vírgula à sua estratégia.
Com um ano de operação, que aprendizagem retiraram do mercado português?
A Mercadona anunciou a entrada em Portugal em 2016. Até 2019 estivemos a estudar todo o mercado e a criar toda a infraestrutura da Mercadona Portugal, como a criação da sociedade, a contratação e formação das pessoas, a procura de fornecedores, o conhecimento da sociedade, instituições e associações. E foi criada, na parte do capital, uma sociedade para pagar os impostos em Portugal. O que foi muito relevante. Tivemos de estudar toda a gama e sortido dos produtos que tínhamos de pôr nas prateleiras, sempre com uma visão de que, em Portugal, tínhamos de ser portugueses. Descobrimos imensas diferenças no centro de Coinovação de Matosinhos, como no packaging e nos sabores dos produtos. Este trabalho de aprendizagem, que foi no início mais teórico, teve posteriormente uma parte prática, principalmente no relacionamento com a sociedade e com os fornecedores. Os produtos eram comprados e enviados para Espanha, mas realmente tínhamos de ver como iam funcionar nas lojas assim que abrissem em Portugal. Depois da abertura, a adaptação foi imensa.
Que adaptações foram feitas?
Na gama dos produtos percebemos que talvez fôssemos portugueses a mais, que podíamos trazer produtos novos de Espanha que os próprios clientes estavam à procura porque já conheciam a Mercadona em Espanha. Começámos a lançar produtos que tínhamos no sortido em Espanha também em Portugal, mas sempre com a ambição de que o principal era a compra a fornecedores locais. Depois da adaptação, tivemos de descer os preços de 2.000 produtos, porque estávamos um bocado desposicionados. Temos a política de não fazer promoções, uma política sempre de preços baixos.
Já estão totalmente adaptados?
É um processo de aprendizagem continua. A Mercadona, em Espanha, também está continuamente a mudar e a lançar novos projetos. O que estamos a fazer em Portugal é ver projetos que estão em andamento em Espanha que poderiam ter sucesso em Portugal. Espanha também está a pedir coisas para lá porque são coisas inovadoras e que podemos lançar no mercado
A Mercadona faturou 32 milhões de euros em 2019 em Portugal. A faturação nos dois primeiros meses do ano, em média, esteve em linha com os meses anteriores?
Faturámos 32 milhões de euros num semestre. Não foi no ano completo. E também não foi com as dez lojas a funcionar. Estamos ainda a abrir lojas todos os meses. Estamos ainda numa fase de crescimento e desenvolvimento. Janeiro e fevereiro, depois da campanha de natal, são normalmente meses fracos. Temos na distribuição muita sazonalidade. Estava dentro do que podia ser o normal. Claro que nunca vou dizer a 100% que era o normal porque nunca tivemos um janeiro e um fevereiro em Portugal.
Em março houve um recorde de faturação no grupo, no período de açambarcamento. O que ocorreu na Mercadona?
Uma venda inusitada. Com a campanha de Páscoa, as pessoas começam a preparar-se também para as férias e levam mais produto. Há normalmente um pico em março. Neste caso o pico foi totalmente anormal. As pessoas foram à procura de muitos produtos movidos sobretudo pelo medo. Temos os casos do papel higiénico, desinfetante, lixívias. Estes produtos de primeira necessidade são aqueles normalmente os que têm uma margem menor. Pode-se vender muito, mas o lucro é muito baixo. Devemos acrescentar que os custos também dispararam porque tivemos de implementar todas as medidas de segurança e saúde nas próprias lojas.
O mês foi rentável?
Março não foi rentável. Vendemos muito, mas também tivemos muitos custos. E o lucro caiu bastante. A partir de abril, as pessoas começaram a comprar outro tipo de produtos. Começou o bom tempo e já estamos mais próximos do verão. Em abril e maio, as vendas continuaram a subir, mas de uma forma mais racional. As pessoas passaram a levar produtos de maior valor acrescentado e com maior margem. Abril e maio foram bastante bons em termos de vendas. Também para as contas da empresa. Os próprios clientes valorizaram imenso as medidas que a Mercadona implementou na própria loja. Todos o serviço e atenção dados aos clientes ajudaram-nos imenso a valorizar esse esforço que fizemos em termos de custos. Mas esse esforço era necessário e penso que devíamos fazer.
E, em termos de custos, atribuíram também um prémio de 20% do salário bruto aos trabalhadores.
No próprio salário de março já receberam esses 20%. Foi fundamental para que estivessem motivados numa situação em que ainda nem sabíamos o que ia acontecer. Para que eles soubessem que, em primeiro lugar, segurança e saúde estava garantida. Depois houve uma motivação, em termos do salário, pelo esforço que estão a desenvolver.
Em Espanha foi noticiado que os lucros da Mercadona desceram, no global 95%, em março. Em Portugal houve lucro?
O lucro caiu 95% em março, porque as medidas de segurança foram implementadas em Espanha e em Portugal. Não sei dizer as vendas. Mas posso dizer que, mesmo que as vendas estivessem a subir por causa do açambarcamento, tratava-se de bens de primeira necessidade, havendo uma margem não muito alta. Aumentámos os custos por causa dessas medidas. Por isso é que lucro caiu.
Falou que abril e maio, o desempenho foi bom. Mas as previsões económicas são negativas. Está a haver, em junho, alguma diferença em relação a esses meses?
Por enquanto estamos bem em termos de vendas. Também devemos ter em conta que, mesmo que haja uma crise, as pessoas vão continuam a comer. O nosso trabalho é garantir que vendemos produtos de uma muito boa qualidade a um preço competitivo. Se as pessoas começarem a experimentar, vão acabar por valorizá-los. E esperemos que acabem por se fidelizar. O nosso principal problema, desde o início da operação Portugal, está relacionado com a política de não fazermos promoções. O facto de a pandemia ter travado o boom das promoções e ter valorizado mais a segurança das pessoas fez com que muitas tenham experimentado a Mercadona pela primeira vez. Daí que as nossas vendam tenham começado a crescer.
Já falou que tiveram de reduzir os preços. Porquê? E porque é que decidiram reduzir o tamanho das lojas?
Por enquanto as lojas que temos abertas e as que vamos abrir este ano têm a mesma dimensão. No futuro veremos. É verdade que a Mercadona não um sortido muito alargado. Não é um hipermercado. Não temos 20 mil referências, mas dentro das referências que temos nas lojas, o que estamos agora a testar é, se os produtos distintos que talvez venhamos a ter em Espanha, serão também a ser valorizados em Portugal. Em relação à diminuição dos preços foi realizada no fim do ano passado e no início deste. Terminámos em janeiro a descida. E foi uma descida de 2000 produtos.
Mas porquê?
Demo-nos conta de que estávamos desposicionados em alguns. Se um produto está a 50% numa semana em outro distribuidor e 50% na semana seguinte noutro, o cliente acaba por não perceber que o preço real é outro, porque ficou na sua cabeça que o preço é sempre metade. Logo, não podemos colocar o preço normal. Devemos estudar todas estas descidas, sendo que, como digo, não fazemos promoções. Não vamos reduzir os preços a 50%, mas haverá talvez um preço mais reduzido do que aquele que já tínhamos, para não ficarmos tão longe dos preços das promoções.
Prevê-se, no futuro, uma política agressiva nos preços. Como é que a Mercadona vai dar reposta a esta realidade para manter a sua competitividade no mercado?
Ainda não temos certeza do impacto real que esta crise sanitária vai ter na economia. A Comissão Europeia já lançou previsões de baixa do PIB para Portugal e para Espanha. Da nossa parte, o que estamos a presenciar são imensas solicitações das instituições sociais com pedidos de ajuda. Recebemos imensas e estamos a tentar dar saída. Temos uma equipa dedicada às doações e estas aumentaram. Entre janeiro e junho doámos 400 toneladas de produto. E vamos continuar a fazê-lo até ao final do ano.
Mas num cenário que se avizinha mais promocional, como é que Mercadona poderá manter a sua competitividade?
O que os outros fazem é um tema deles. Espero que os clientes valorizem muito mais do que o preço. Eu sei que é difícil, pois é uma que existe há muitos anos em Portugal. Mas queremos que os clientes valorizem a qualidade, que valorizem como tratamos os nossos colaboradores, como tratamos os nossos fornecedores, o nosso relacionamento com a sociedade, o pagamento de impostos em Portugal. E que valorizem todo o modelo da Mercadona. Eu sei que é difícil. Quando há uma crise económica e quando há despedimentos, eu percebo que a variável principal seja o preço. Mas adaptaremos os nossos preços para sermos competitivos. O que não vamos fazer nunca é entrar numa guerra de preços.
Falou na qualidade dos produtos da Mercadona. Mas há outras cadeias que não descuram a qualidade.
Só posso falar da Mercadona. É muito fácil subir ou descer os preços, mas subir a qualidade não é tão fácil. É um projeto de muitos anos, de ter um relacionamento muito próximo junto do fornecedor e de estar continuamente a melhorar e a adaptar os produtos clientes. Que os outros melhorem a qualidade, tudo bem. Isso é benéfico para todos. Ter uma concorrência forte é sempre bom para todos. Estamos muito focados em qualidade, qualidade e, sobretudo, em qualidade.
O lema da Mercadona é ter preços sempre preços baixos. Mas não vai entrar no jogo das promoções?
Ter preços sempre baixos é ter preços baixos de forma estável. E porque está negociado com o fornecedor, para que as duas partes ganhem dinheiro. Uma guerra de preços é para reduzi-los ao mínimo para conseguir clientes com base no preço e não em outras variáveis como a qualidade. Mão vamos entrar nesse tipo de práticas.
Disse que quer trabalhar com mais fornecedores portugueses. Fizeram compras de 126 milhões de euros. Quanto esperam comprar este ano a fornecedores nacionais?
Não marcámos objetivos em termos de compras. O nosso objetivo é mais alargar a rede de fornecedores portugueses, conhecer mais e comprar mais. Com a Covid foi difícil viajar, ter reuniões presenciais para conhecer um fornecedor, visitar a fábrica, o cultivo, mas já houve algumas reuniões. Agora que parece que as coisas estão um pouco mais tranquilas, vamos ver se podemos retomar todo o trabalho e poder a voltar a visitar o terreno, na agricultura, na pecuária e nas lotas.
São mais de 300 fornecedores. Entretanto fecharam contratos com mais?
Esses dados serão dados no final do ano. Mas com certeza que iremos alargar a rede porque, se com dez lojas em Portugal, já eram 300, com 20 continuaremos a conhecer mais e a comprar mais. Estamos sempre à procura de fornecedores portugueses, do setor primário, da indústria agroalimentar e de todas as indústrias de produtos que vendemos produtos nas nossas lojas. Se eles estão motivados e querem conhecer a Mercadona, as portas estão abertas.
Desses 126 milhões de produtos adquiridos, 90% são exportados. Mas quanto importam de Espanha?
Teríamos de ver todos os produtos que entraram em Portugal, porque, por exemplo, as massas vêm da Itália. Mas os produtos perecíveis, todos os frescos são principalmente portugueses, além do leite e do azeite. O vinho também é português. Agora temos só duas garrafas de vinho espanhol para ver se os clientes gostariam de experimentar. Foi uma novidade lançada em maio. Lançámos agora em maio. As pessoas querem experimentar coisas novas e o que estamos agora a tentar fazer é trazer estes produtos espanhóis e italianos, simplesmente porque os clientes estão a pedir. Trazer estes produtos de outros países não é em prejuízo dos fornecedores nacionais. Em Portugal somos portugueses.
O comércio online disparou com a pandemia. Pensam antecipar a introdução do e-commerce em Portugal?
Por enquanto não. O negócio online, que são as colmeias, desenvolvidas em Valência, em Barcelona e, em abril, em Madrid, não vêm para Portugal por enquanto. Ainda estamos numa fase de alargar e de continuar a testar em diferentes regiões de Espanha. Durante a pandemia, o online cresceu também por causa da necessidade de não se poder sair de casa, de querer os produtos que fossem levados a casa dos clientes. Depois do Covid, talvez permaneça. Porque as pessoas que nunca experimentaram provavelmente vão continuar a utilizar. Devemos continuar a desenvolver este tipo de projetos online, de melhoria tecnológica, de digital business. E depois há o blockchain, Internet of Things. muitas outras coisas que ainda poderiam ser desenvolvidas e que ainda estamos numa fase de estudo.
De momento pensam que não seria rentável lançar a operação online?
De facto, a Mercadona online é rentável. Na Espanha estamos a inserir o online nas principais cidades do país. No dia em que vamos para outra região onde o online talvez não seja tão potente vamos ver se funciona. Em Portugal, acontece a mesma coisa. Não seria a mesma coisa levar o online para Lisboa ou Porto do que para outra região onde há menos população ou as pessoas estão mais dispersas. O online em Espanha está a funcionar muito bem. Sempre se disse que o e-commerce não era rentável. No nosso caso, já é, graças a todo este projeto da Mercadona online.
O presidente da Mercadona disse recentemente que este ano é para manter o plano de investimento. Não haverá alterações. As dez lojas serão assim abertas este ano. Para 2021, nada se alterará?
Por enquanto não. Abriremos mais dez lojas.
Mesmo que a crise agrave os resultados da empresa?
Os resultados vão ser muito bons. Os resultados do semestre foram muito bons. Está dentro dos nossos objetivos anuais. E esperamos fechar o ano com os objetivos cumpridos. Continuamos com o plano de investimento, de recrutamento, de aberturas e esperamos também alargar as compras aos fornecedores portugueses.
É seguro que a Mercadona chegue a 2022 a Lisboa?
Sim. Ainda não posso confirmar nada, mas está nos planos chegar entre 2022 e 2023.
Tendo em conta que abrirão 20 lojas a partir de 2022, o plano de expansão até às 150 lojas será concluído em 2027?
Não posso dizer o que vai acontecer a tão longo prazo, porque talvez para o ano possamos dizer que afinal vamos abrir 30 por ano. Nunca se sabe. Agora só posso dizer até 2022.
Em 2021, onde vão abrir lojas?
Posso adiantar que vamos continuar a abrir no norte. Não vamos abrir ainda mais para o sul.
Em que estado está o processo do bloco logístico de Lisboa?
Ainda estamos à procura de um terreno para fazer toda a construção e desenvolvimento do projeto. A ideia é construir uma plataforma logística num terreno de aproximadamente 400 mil metros quadrados. E construir uma plataforma logística automatizada, como a que temos em Madrid. O projeto é esse, assinar o terreno e começar com todo o desenvolvimento do projeto. Também estamos para construir um centro de coinovação também na zona de Lisboa e devemos alargar também os escritórios de Lisboa porque já temos uma equipa bastante ampla e vamos precisar de escritórios maiores.
Será na Azambuja?
Não sei. O que estamos a fazer é a apresentar o nosso projeto às Câmaras Municipais para que saibam podem tratar diretamente connosco qualquer questão. Não trabalhamos com intermediários. Estamos a ter reuniões normais com todas as câmaras para apresentar o nosso projeto. Esse é o nosso objetivo atual.
E quanto poderão investir no bloco logístico?
A plataforma logística de Póvoa, que começou com 50 mil metros quadrados, vai ter agora uma nave de limpeza de embalagens para a economia circular. O projeto, na totalidade, não temos os dados de quanto acabará por custar. Mas posso dizer que uma plataforma logística pode representar um investimento à volta dos 300 milhões de euros.
E em relação à Póvoa de Varzim?
A obra começou em julho. E vai terminar aproximadamente no final de 2021. O investimento representa 20 milhões de euros.
A dada altura houve um estudo da DECO que afirmava que a Mercadona não era a cadeia com os preços mais baratos.
Os estudos da Deco foram realizados na Mercadona e nos concorrentes que estão à volta. Na data de abertura e no natal, os nossos concorrentes desceram ainda mais os preços. Se comprarmos os preços da Mercadona com os dos nossos concorrentes que estão ao redor e depois comparamos com os nossos concorrentes que estão em Lisboa, concluímos que os preços também são distintos. Se comprarmos preços da Mercadona num mesmo produto estando em promoção em outra cadeia, não estamos a comparar a mesma coisa. Comparemos o preço quando o nosso concorrente não está em promoção. Não somos os mais baratos em todos os produtos. Há outros que têm preços mais baratos em alguns dos produtos. E há outros que fazem promoções. O que podemos garantir é que quando uma pessoa faz uma compra normal, com total tranquilidade, enche o carrinho com os produtos que precisa e passa pela caixa. Aí somos competitivos.
Pode especificar?
Quando se compra um produto que está em promoção e outro que não está, acaba-se por compensar uma coisa com outra. Acaba-se por pagar a promoção de um no preço de outro que não estava em promoção. Como não fazemos promoções, o cliente está tranquilo, pode comprar qualquer um dos nossos produtos a preços estáveis e assim sabe com o que conta. Este produto tem este preço porque é o preço que tem de ter, para ser rentável para nós e para o produtor. E além disso, se o cliente passar pela caixa, o preço vai ser competitivo. E se experimentar em casa, vai ver que a qualidade é ótima. Estamos a apostar muito na qualidade de todos os produtos. E especialmente naqueles que são perecíveis, todos os produtos frescos. Qualquer pessoa que compre morangos na Mercadona, cerejas, melancia ou melão, tem a garantia de que quando chega em casa não vai atirar uma cereja para o lixo. É aí é que estamos a trabalhar, na qualidade dos produtos. E daí a confiança e a fidelização dos próprios clientes. É a parte que estamos a trabalhar. Se vamos alterar a nossa estratégia para promoções, não vejo sinceramente a Mercadona a alterar a estratégia só pela pressão dos preços. Teremos os nossos clientes. Os outros terão os clientes deles. Esperemos que os clientes gostem da Mercadona e é para isso que estamos a trabalhar.