Consumidores mais velhos lideram tendência para compras omnicanal
As marcas da distribuição representam também uma oportunidade, já que os gastos omnicanal com estes produtos aumentaram “cerca de 25% nos últimos dois anos”

Ana Catarina Monteiro
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Os consumidores mais velhos são, “inesperadamente”, os que mostram uma maior tendência para as compras omnicanal – que integram canal online e loja -, conclui a consultora Nielsen.
As faixas etárias que vão dos 45 aos 54 e dos 55 aos 64 anos de idade registam um maior crescimento das compras omnicanal e o seu gasto é maior.
Apenas nos últimos dois anos, estas duas faixas aumentaram os seus gastos em 20 mil milhões de dólares, uma evolução que arrancou “muito antes de se verificar algum crescimento entre as gerações mais jovens”, de acordo com dados da consultora relativos ao mercado dos Estados Unidos.
Visto que no retalho há cada vez maior integração dos canais físicos e digitais, as compras omnicanal estão a aumentar, sobretudo entre as famílias de maior rendimento e com acesso a tecnologia. No final de 2019, os agregados com um vencimento anual acima dos 50 mil dólares representavam quase 60% das famílias norte-americanas que efetuam compras omnicanal.
“O que é mais interessante – e um tanto inesperado – são os dados pertencentes às faixas etárias que estão a transitar para as compras omnicanal. Especificamente, os consumidores mais velhos estão a liderar a tendência de compras integradas online e na loja”, salienta a Nielsen em um artigo publicado na sua página.
“As implicações aqui são bastante claras. Os grandes esforços feitos pela indústria alimentar nos últimos anos para ir ao encontro dos consumidores millennials e da geração Z, enquanto digitalmente mais experientes, podem estar a falhar o alvo para real crescimento”.
As faixas etárias mais velhas representam assim “significativas” oportunidades, aponta a Nielsen indicando que é importante oferecer “velocidade, conveniência e fácil navegação” para atrair estes compradores omnicanal, assim como saber quais as categorias mais compradas.
“Produtos focados em conveniência e reposição, como refrigerantes, biscoitos, alimentos para animais de estimação e chocolate” estão no topo da lista, ainda que em “algumas áreas continua a ser crucial a deslocação às lojas físicas, como, por exemplo, alimentos frescos preparados”.
Entre 2017 e 2019, as vendas omnicanal de alimentos preparados aumentaram 44,1%, o que representa um acréscimo de 2,2 mil milhões de dólares, destaca a consultora. Os principais itens em destaque são “sushi, saladas, sanduíches e aperitivos”.
Compras omnicanal de marcas da distribuição aumentam 25%
As marcas da distribuição representam também uma oportunidade, já que os gastos omnicanal com produtos de marca própria aumentaram “cerca de 25% nos últimos dois anos”. São mais 8,3 mil milhões de dólares em vendas de alimentos e 4,1 mil milhões em vendas de produtos não alimentares, associadas às marcas da distribuição.
Neste momento, 44% das famílias norte-americanas efetuam compras omnicanal. O número evoluiu 14% nos últimos dois anos, para totalizar no final de 2019 as mais de 54 milhões de residências nos Estados Unidos.
Um relatório recente realizado em conjunto pela Nielsen e pelo FMI prevê que até 2025 o número suba para as 74,7 milhões de residências nos EUA. Aos que se juntam somam um milhão de residências que efetuarão compras omnicanal esporadicamente, representando 8,4 mil milhões de dólares adicionais em vendas.