Amazon pode entrar em Portugal ainda no primeiro trimestre
A Amazon pode chegar oficialmente a Portugal ainda no primeiro trimestre deste ano. A gigante do ecommerce está em conversações com o Município do Porto para se instalar na “zona nobre da Boavista”, avançou na sexta-feira o Jornal de Negócios. Atualmente a Amazon não tem ainda uma loja portuguesa, mas é possível a partir de Portugal efetuar compras através da loja espanhola Amazon.es, disponível desde 15 de setembro de 2011
Ana Catarina Monteiro
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A Amazon pode chegar oficialmente a Portugal ainda no primeiro trimestre deste ano, avança esta sexta-feira o Jornal de Negócios. Citando fonte próxima do processo, o diário diz que a gigante do ecommerce está em conversações com o Município do Porto para se instalar na “zona nobre da Boavista”.
A Câmara do Porto e o Ministério da Economia escusaram-se de comentar a informação. Já fonte oficial da multinacional explicou ao Negócios que a política da empresa não permite comentar especulações.
Atualmente não há ainda um endereço específico para Portugal da loja online da Amazon, mas os portugueses podem efetuar compras em espanhol, através da loja Amazon.es, disponível desde 15 de setembro de 2011.
Desde o dia de abertura da loja no país vizinho que os consumidores lusos mostram interesse em comprar na gigante do comércio online, tendo a Amazon.es registado logo no dia de lançamento a primeira encomenda para Portugal, revelou a multinacional no final de julho de 2014, numa altura em que anunciava a redução dos preços de entrega, para metade, em exclusivo para compras a partir de Portugal.
Em 2014, a loja espanhola já vendia mais de 50 mil livros em português entre um sortido de mais de 44 milhões de produtos, de 19 categorias diferentes.
No final do ano de 2017, a loja online espanhola passou mesmo a oferecer entregas gratuitas para encomendas com destino a Portugal, em compras superiores a 29 euros ou, no caso da aquisição de livros, superiores a 19 euros, e enviadas através do serviço de entregas “standard”.
Por outro lado, foi em novembro de 2016 que a Amazon piscou pela primeira vez o olho aos comerciantes portugueses, oferecendo-lhes a oportunidade de vender nos seus cinco sites europeus (inglês, espanhol, francês, alemão e italiano). As empresas nacionais teriam apenas que criar uma conta e a Amazon tratava da parte logística – a partir dos seus 31 centros de distribuição espalhados por sete países da Europa -, assim como da gestão de apoio ao cliente.
No mês seguinte, chegava a Portugal o serviço de “streaming” de filmes e séries da Amazon Prime.
Em março de 2017, a multinacional pretendia alargar à Península Ibérica o projeto-piloto, iniciado em Itália, de pontos de recolha instalados nas gasolineiras Repsol. Iniciativa que deveria arrancar “nos seguintes meses” em “boa parte” das 4000 estações de serviço espalhadas por Portugal e Espanha. Até ao momento, não foram reveladas mais informações sobre o andamento deste projeto.
Todas estas investidas da Amazon em Portugal já faziam prever a entrada da retalhista no país. Em agosto do ano transato, o banco de investimento CaixaBI chamava a atenção dos investidores para “alterações importantes no mercado de electrónica de consumo”, uma vez que a possibilidade de a Amazon entrar em Portugal “a breve trecho” teria-se elevado ainda mais, após os planos por esta anunciados de “abrir uma plataforma logística de dimensão considerável em pleno centro da Península Ibérica”.
Ao instalar a sua plataforma em Portugal a Amazon ganha acesso mais próximo a um mercado cujo crescimento estimado em 2017 foi de 12%, para os 4,7 mil milhões de euros, depois de em 2016 já ter apresentado um aumento de 10% das vendas, de acordo com a Ecommerce Foundation.
Além dos consumidores lusos, a chegada da Amazon em Portugal representa vantagens também junto dos produtores portugueses, sobretudo os mais pequenos e com menos facilidades em investir nas suas próprias infraestruturas de ecommerce.
A Amazon deve ter fechado o ano de 2017 com uma faturação de 138 020 milhões de dólares (120 601 milhões de euros), segundo a consultora Kantar Retail.