Manuel Violas, presidente do conselho de administração do SBG, e Rui Lopes Ferreira, presidente executivo do SBG, receberam o Presidente da República portuguesa Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia em que foi anunciada a nova designação da Unicer
Super Bock pesa 4% nas exportações nacionais para a China
A cerveja Super Bock passou a ser dona de si própria e das restantes marcas do grupo Unicer para as levar consigo a viajar mundo fora
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A cerveja Super Bock passou a ser dona de si própria e das restantes marcas do grupo Unicer para as levar consigo a viajar mundo fora, sem perder o vínculo a Portugal*
Nascido Companhia União Fabril Portuense (CUFP), em 1890, e rebatizado como Unicer, em 1977, o grupo português de bebidas muda de nome pela segunda vez na sua história para se apresentar agora ao mercado como Super Bock Group (SBG). A marca de cerveja empresta assim o nome à casa-mãe, para a qual representa 80% da faturação global – 450 milhões de euros em 2016.
Com esta mudança, a empresa visa facilitar a comunicação com os mercados externos e alavancar o crescimento do negócio através da expansão internacional, não só com a cerveja mas também com as restantes categorias “core” (águas e sidras), através de marcas como Água das Pedras, Vitalis ou Somersby.
“Apesar de determos um portefólio de marcas indissociáveis, a Super Bock é responsável pelas nossas maiores conquistas. É um símbolo embaixador de Portugal que muitas vezes se confunde com o nome da nossa empresa, sobretudo no exterior. O que conduziu a que equacionássemos alterar a nossa identidade corporativa para cumprir a nossa missão. Uma empresa mais próxima e aberta ao exterior. Mais internacional, tal como a Super Bock. É assim que nos posicionamos e que queremos ser percecionados por todos no mercado”, explica Rui Lopes Ferreira, presidente executivo do grupo, discursando perante uma extensa plateia, composta por uma parte dos 1300 colaboradores do grupo e outros convidados, que encheu a sede do grupo, em Leça do Balio (Matosinhos), durante a cerimónia de lançamento da nova identidade corporativa.
A data não foi escolhida ao acaso – 10 de novembro, um dia após se assinalarem precisamente os 90 anos decorridos desde o registo da Super Bock. A criação do mestre cervejeiro Alberto Marques Fonseca foi oficializada a 9 de novembro de 1927, como resultado de um trabalho de aperfeiçoamento das cervejas do tipo “bock”, as quais naquela altura já eram produzidas na fábrica portuense há 37 anos, desde a sua fundação.
China é segundo maior mercado
A Super Bock começou a ser exportada na década de 1970 para se tornar hoje a cerveja portuguesa mais vendida no mundo, sendo comercializada em mais de 50 países. A seguir a Portugal, a China é atualmente o segundo mercado mais importante para a marca. Segundo o presidente executivo do grupo, a cerveja Super Bock representa “4% de todo o conjunto de produtos portugueses exportados para China”, mercado cujo potencial está longe de se esgotar sendo “um dos destinos mais promissores para estratégia de internacionalização” do grupo. Na Europa, destacam-se as exportações para “Espanha e Suíça”.
Não obstante, o mercado interno ainda absorve “mais de 50%” do volume de negócios da marca, cuja produção se mantém até hoje no País, em exclusivo. Em Portugal, a marca detém uma quota de 45,2% em valor no mercado das cervejas, disse, citando números da consultora Nielsen, o diretor de Marketing de Cervejas, Bruno Albuquerque, numa entrevista concedida ao HIPERSUPER em março deste ano. No último ano, as vendas da cerveja em solo luso “cresceram 3%” face a 2015.
A nova designação do grupo vem, assim, associar a “autenticidade da Super Bock à modernidade e inovação, valores intrínsecos comuns a ambas – marca e empresa”, considera Rui Lopes Ferreira garantindo que a renovada identidade corporativa não representa “qualquer rutura com o passado”. Pelo contrário, traz “continuidade” à estratégia implícita no lema “Paixão local, visão global”, assumido pelo grupo em 2016 e que justifica também a nova assinatura que vem acompanhar o SBG: “Portuguese Brewery”. A expressão transparece as credenciais cervejeiras que estão na origem do legado de 127 anos de existência do grupo.
Estratégia multimarca inalterada
Ainda assim, Rui Lopes Ferreira garante que a estratégia multimarca se mantém “inalterada” e que o grupo irá continuar a desenvolver novos produtos para as três categorias definidas como estratégicas – cervejas, sidras e águas. “Queremos continuar a ganhar escala assegurando em todas as geografias onde estamos uma operação sustentável, suportada pelas nossas marcas mais fortes”.
A nova fase é um pronúncio das diretrizes delineadas pelos acionistas do grupo, detido em 56% pelo grupo nacional VIACER (Violas, Arsopi e BPI) e em 44% pelo dinamarquês grupo Carlsberg. Estes “acreditam que o futuro da empresa passa pela internacionalização, por fortalecer as atuais geografias e encontrar novos destinos”, sustenta o presidente, fazendo de imediato a ponte com a “cada vez maior aceitação” que os produtos “made in” Portugal têm conseguido. “São reconhecidos pela sua qualidade e esta é uma oportunidade que nós, empresas portuguesas, devemos aproveitar”.
Com os investimentos aplicados nos últimos anos, entre os quais está o projeto superior a 100 milhões de euros concluído em 2015 que veio aumentar a capacidade produtiva e modernizar o complexo industrial de Leça do Balio, a empresa de bebidas garante deter “uma das melhores e mais bem preparadas fábricas da Europa” para “responder aos futuros desafios comerciais”.
A empresa que atravessou as duas Guerras Mundiais, a Implantação da República, o período da Ditadura, a Revolução de Abril, a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia (CEE), entre outros marcos importantes na história do País e do mundo, cresceu de uma produção anual de um milhão de litros, em 1927, para os atuais 936 milhões de garrafas de 33 centilitros. No último ano, o agora denominado Super Bock Group lucrou 38 milhões de euros.
*Texto publicado originalmente na edição impressa de dezembro. Leia gratuitamente a versão digital aqui