Automação de logística fará desaparecer 80% dos postos de trabalho no retalho
A crescente automação da cadeia de valor fará desaparecer 80% dos postos de trabalho relativos ao transporte de produtos, armazenagem e logística no setor do retalho a nível global. Na frente de loja, a adoção de tecnologia irá impactar 63% do emprego nas próximas décadas, conclui o relatório Technology at Work v3.0, publicado recentemente pela Oxford Martin School
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Ana Catarina Monteiro
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A crescente automação da cadeia de valor fará desaparecer 80% dos postos de trabalho relativos ao transporte de produtos, armazenagem e logística no setor do retalho a nível global. Na frente de loja, a adoção de tecnologia irá impactar 63% do emprego nas próximas décadas, conclui o relatório Technology at Work v3.0, publicado recentemente pela Oxford Martin School.
O retalho é uma das atividades “mais sujeitas ao desaparecimento de emprego”. Ao contrário da indústria de produção e transformação, que está “altamente concentrada”, a queda do emprego no retalho afeta “todas as cidades e regiões”.
A digitalização e robotização dos processos no setor “não acompanhou” a evolução da adesão dos consumidores ao comércio eletrónico na última década. Assim sendo, as tendências sugerem que “grande parte da automação de processos nas atividades de transporte, armazenagem e logística está ainda para vir”, alavancada pela redução de custos e aumento de rentabilidade das tecnologias, indica o relatório.
A migração para processos de “picking” automáticos comporta ganhos de produtividade estimados entre “cinco a seis vezes mais” nos centros de abastecimento dos Estados Unidos, onde atualmente ainda 90% dos processos de reposição de stocks ou preparação de encomendas são realizados manualmente. E o mercado norte-americano representa um dos mais avançados em termos tecnológicos, num mundo onde a adoção de tecnologia não é uniforme.
À semelhança dos países europeus, em certas zonas norte-americanas os consumidores beneficiam já de entregas em uma hora, enquanto no Brasil, por exemplo, a média de entregas é de “nove dias”. Por outro lado, a penetração do comércio eletrónico na Roménia é de 18%, contrastando com a do Reino Unido, que se fixa em 87%. Em Portugal, o ecommerce pesa 1%, no que diz respeito à distribuição alimentar, atrás dos Estados Unidos onde a penetração é de 1,4%.
Uma vez que a penetração do ecommerce tem ainda muito espaço para crescer (o relatório indica que hoje o online absorve 8% das vendas globais), sobretudo com as novas gerações de consumidores cada vez mais à vontade com o mundo digital, no futuro o mercado exige cada vez mais agilidade aos retalhistas.
A gigante do ecommerce Amazon, que tem sido pioneira na adoção de modelos de comércio disruptivos, mostra um aumento da utilização de robots em centros logísticos, que cresceu de uma média de 461 por armazém, registada em setembro de 2013, para 3200 em junho deste ano.
Por outro lado, os novos modelos de negócios online exigem 300% mais espaço de armazenagem em comparação com o necessário para abastecimento das lojas físicas. Segundo previsões do Euromonitor, o crescimento do ecommerce a nível global exige mais de 2,3 mil milhões de metros quadrados de novos armazéns. No entanto, atualmente nos Estados Unidos a disponibilidade de armazéns apresenta “os níveis mais baixos de sempre”. Em Londres (Reino Unido) entre 60 a 70% das localizações industriais foram tomadas pelo desenvolvimento residencial.