Informação: o ativo estratégico do setor logístico
A logística destaca-se entre as atividades que mais beneficiam das novas ferramentas digitais. A substituição de processos manuais em armazéns trouxe mais fluidez e eficiência às operações de um setor do qual dependem várias cadeias de valor. Os desafios estão agora na gestão da informação para otimizar a produtividade

Ana Catarina Monteiro
José Serras Pereira: “Biscoff não é apenas uma bolacha, é um sabor”
Planta junta-se a Gordon Ramsay em nova campanha global Skip the Cow
Nacional moderniza a embalagem das suas icónicas Marinheiras
Lidl reforça apoio aos Bombeiros Portugueses com nova campanha através da app Lidl Plus
Recolha de embalagens aumentou mas Portugal mantém risco de incumprimento
CONFAGRI quer grupo de trabalho a monitorizar taxas dos EUA
Edição limitada de Pedras Ananás reforça gama Pedras no verão
ADIPA defende criação de uma Secretaria de Estado do Comércio e Serviços no próximo Governo
Simbiose e Corteva vão lançar nova biosolução agrícola na Europa
Programa da Água Serra da Estrela quer proteger a água e regenerar a serra
A logística destaca-se entre as atividades que mais beneficiam das novas ferramentas digitais. A substituição de processos manuais em armazéns trouxe mais fluidez e eficiência às operações de um setor do qual dependem várias cadeias de valor. Os desafios estão agora na gestão da informação para otimizar a produtividade.
Enquanto “input” privilegiado de muitos serviços e produtos, a informação deve ser considerada “um ativo estratégico” pelos operadores logísticos. Ainda que o seu valor seja “difícil de apurar”, a utilização deste bem intangível é um dos “desafios” para estas empresas, no sentido de se adaptarem às macro-tendências da logística, as quais assentam na transparência, rastreabilidade, segurança e otimização da chamada “loja do futuro”, com soluções de “last mile” mais eficientes. A conclusão é de Artur Andrade, Head of Business Development da GS1 Portugal. A empresa que introduziu o código de barras em Portugal recebeu na sua sede, em Lisboa, o evento “Transformação Digital na Logística”, no qual se debateu as aplicações de sistemas de gestão integrada para armazéns no sentido de conferir agilidade na preparação das expedições e controlo dos artigos para distribuição. O evento foi promovido pela CIBEN, empresa nacional especialista no desenho, implementação e suporte de soluções de software de gestão empresarial, contando também com a presença da empresa do mesmo segmento Primavera BSS e do grupo especialista em logística de frio Frissul.
Com o objetivo de alinhar os dados partilhados entre parceiros da cadeia de valor, a GS1 lançou em 2014 a plataforma Sync PT, a qual veio responder às exigências do regulamento nº 1169/2011, que incide sobre a prestação de informação sobre os géneros alimentícios aos consumidores, nos canais de venda online ou físicos. Para construir a ferramenta, a empresa foi “visitar as lojas” e verificou que “70% das informações prestadas aos consumidores estavam erradas”, explica Artur Andrade.
Apesar de se ter adaptado a diferentes setores, a plataforma que permite aos produtores fornecerem, em tempo real, todas as informações comerciais, logísticas e nutricionais sobre os seus produtos foi concebida a pensar na partilha de dados entre estes e os retalhistas. Há três anos no mercado, a Sync PT já permitiu uma melhoria de “30%” no tempo de receção da informação, sendo por isso um dos exemplos de como a gestão centralizada permite melhor controlo dos bens e agiliza as operações.
Primavera BSS prevê investir €5 milhões em 4 anos
Para partilhar dados fiáveis com os parceiros, as empresas devem assumir primeiramente o controlo das suas próprias instalações, pelo que os operadores logísticos “sentem cada vez mais necessidade de mudar e otimizar os seus Warehouse Management Systems” (WMS – sistemas de gestão de armazéns), explica Maria José Governo, Business Developer da bracarense Primavera BSS. “A dispersão geográfica, que torna as atividades mais suscetíveis a perdas, exige também cada vez maior controlo”.
Nestas circunstâncias, a fornecedora de software investiu em outubro do último ano 1,6 milhões de euros na criação da Valuekeep, empresa especializada no desenvolvimento e comercialização programas de gestão e manutenção de ativos. O investimento neste negócio com o qual a tecnológica portuguesa pretende internacionalizar-se pode chegar aos cinco milhões de euros nos primeiros quatro anos, destinados à Investigação e Desenvolvimento. A aposta da empresa de Braga vai ao encontro das “potencialidades de crescimento mundial deste mercado”. Segundo o estudo “Enterprise Asset Management Market – Worldwide Forecasts and Analysis (2014-2019)”, da MarketsandMarkets, o mercado mundial de software de gestão e manutenção de ativos a uma taxa média anual em 9,6% até 2019.
A nova área de negócio tem o mesmo nome da plataforma construída pela Primavera BSS que permite aos utilizadores identificarem todos os custos associados à manutenção de cada ativo (mão-de-obra, materiais e deslocações), sendo indicado sobretudo para as áreas de transporte, saúde, indústria, construção, administração pública e energia.