As principais tendências da iluminação em loja
Conheça algumas das novas técnicas e as principais tendências da iluminação em loja. “A iluminação está intrinsecamente ligada à capacidade de criar melhores experiências entre pessoas e espaços”
Rita Gonçalves
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O atual contexto económico e social arrefeceu o plano de expansão dos retalhistas de uma forma global, que passaram a privilegiar a modernização do seu parque de lojas. Neste movimento de remodelação dos pontos de venda físicos, a iluminação tem tido um papel de destaque. “As soluções vão evoluindo ao longo do tempo, com novas exigências e novas tendências de mercado, e também, naturalmente, em função da pressão que os concorrentes colocam uns aos outros, funcionando como uma competição que gera novas formas de desenvolver negócio e torná-lo mais atrativo com recurso a novas técnicas de iluminação”, contextualiza Filipe Van-Zeller, Export Manager da Exporlux. Nas principais áreas do ponto de venda – entrada, prateleiras, corredores e gôndolas, entre outras – são utilizadas soluções lineares para iluminação em geral, aparelhos específicos para iluminação localizada e para iluminação de destaque”, simplifica. “A grande tendência passa por criar distinção entre as áreas de compra racionais e emocionais, com recurso a técnicas de iluminação de destaque com diferentes temperaturas de cor da luz e diferentes tipos de CRI [Color Rendering Index; Índice de Reprodução de Cor], realçando desta forma o que se pretende”.
Otimizar consumo de energia
Mas não se podem enumerar tendências sem falar de sustentabilidade. “Há que assumir as responsabilidade de cada um na utilização de recursos ambientais da forma mais eficiente possível”, lembra Carla Marisa Rocha, Engenheira de Aplicações LEDVANCE. Otimizar o consumo de energia é prioritário para os retalhistas de todos os setores de atividade. A forma mais fácil de alcançar “grandes fatias de poupanças” de energia passa por utilizar soluções led, “as quais têm um efeito positivo ambientalmente sob o consumo de energia e as emissões de CO2”. Segundo a especialista, adotando alternativas led as poupanças de energia podem chegar até aos 90%, dada a elevada eficiência energética. Mas há mais argumentos de peso para a sua utilização: a longa duração, a baixa emissão de calor, não ter o componente mercúrio, não ter radiação UV e IR e ter elevada resistência ao impacto. “Podem também ser submetidas a ciclos (liga e desliga) mais frequentes, sem causar a redução significativa do seu tempo de vida, característica associada à luz fluorescente, e têm menos custos de substituição”.
Carla Marisa Rocha destaca, por outro lado, os sistemas de gestão da iluminação inteligentes que estão a estabelecer novos padrões em poupança energética nos setores do retalho e da indústria. “Integrar a luz do dia em conceitos de iluminação, instalando controladores de iluminação dependentes da luz natural, significa poupanças em luz artificial e pode ser atingida a máxima eficiência”. A responsável explica que, dependendo das exigências de exposição do produto, as diferentes áreas ou cenas podem ser iluminadas e facilmente reguladas com flexibilidade através de um elemento central de comando. Sensores de luminosidade e movimento podem alcançar “impressionantes poupanças energéticas”.
Os sistemas de regulação de iluminação são uma “peça chave” para reduzir os custos pois, por si só, podem chegar aos 40/45% de poupança no consumo de energia, sublinha, por sua vez, a responsável da LEDVANCE. “Num edifício comercial, onde a iluminação representa em média 40% do total de energia consumida, poder-se-á reduzir até 60% esse consumo, com uma aplicação eficaz de controlos de iluminação”. Assim como, sistemas automatizados, tais como sensores de luz do dia ou sensores de presença/ocupação e relógios horários, podem ligar, desligar ou reduzir o fluxo da iluminação, de acordo com as alterações nos níveis de luz num espaço, o seu uso, ou a hora do dia. “Sem qualquer interferência do utilizador, estas ações podem reduzir os custos de energia em cerca de 20% a 35%”, estima a engenheira.
Estratégia de iluminação
A iluminação de um espaço comercial surge desta forma como “um dos elementos capaz de fazer interagir os diversos materiais e conjugá-los entre si, criando ambientes que captam a atenção dos seus utilizadores e que, no momento, são os responsáveis por prolongar no tempo e no espaço os usuários”, considera Francisco Van-Zeller. “A iluminação está intrinsecamente ligada com a capacidade de criar melhores experiências entre pessoas e espaços”.
Uma boa iluminação vai ajudar a focar a atenção do consumidor onde realmente interessa – no produto. As zonas de circulação devem ser bem iluminadas, assim como os produtos. “Um dos cuidados a ter em conta são as superfícies refletoras e os acabamentos escuros para evitar encadeamento e brilhos incómodos”, indica a responsável da LEDVANCE. “Pode jogar com diferentes luminárias e com o seu posicionamento de modo a criar ilusões óticas”, como a ideia de uma loja mais espaçosa ou mais intimista, por exemplo. “Linhas fluorescentes devem ser evitadas, optando por luminárias individuais, criando uma diferenciação entre zonas e mantendo um ambiente coeso. Deve também ter-se o cuidado de não acentuar toda a área com ‘downlights’, dando apenas destaque aos elementos desejados, como ilhas e novos produtos. O essencial é controlar perceções e evocar sensações”, aconselha.
Há truques para que o espaço pareça maior e mais bem estruturado, como “iluminar de forma a subtilmente traçar trajetos de circulação” e a iluminação de fundo das prateleiras que conferem “uma sensação de continuidade”.
Ferramentas de gestão, controlo e monitorização
Conheça a oferta e a estratégia das principais empresas com operação em Portugal na área de gestão, controlo e monitorização de energia
AURA LIGHT
Os sistemas mais eficientes para ajudar a melhorar o negócio de retalhistas e fabricantes são os que “permitem jogos de cor, transições e transparências”. Da variada gama de sistemas de regulação mais complexos mas de uso intuitivo, a empresa destaca o e-DIN, que possibilita o controlo e monitorização de um espaço através da Internet, do telemóvel ou outras tecnologias. Filipa Lopes revela que atualmente a energia elétrica consumida em iluminação representa um volume substancial no consumo global. “Os sistemas de iluminação permitem monitorizar e reduzir custos de energia e manutenção, mantendo o conforto”.
EXPORLUX
A empresa dispõe de diversos mecanismos de gestão de projeto capazes de ajudar os clientes a adoptar as soluções mais indicadas, desde as ferramentas de projeto (software de cálculo luminotécnico) até às de monitorização (luximetros, sensores e outros sistemas de controlo).
“As poupanças que derivam diretamente de um produto (luminária) mais eficiente, conjuntamente com as poupanças provenientes de sistemas de gestão avançados que, por exemplo, permitem monitorizar e administrar espaços temporais ou ainda reduzir o consumo dos aparelhos através de um perfil de consumo horário ou mesmo através da movimentação no local, produzem poupanças consideráveis”, sublinha Filipe Van-Zeller, Export Manager.
INFOCONTROL
A solução de Gestão Técnica Centralizada (GTC), com um sistema de contagem de energia é, segundo a experiência desta empresa, essencial para alcançar a eficiência energética em super e hipermercados, concretamente os sistemas de iluminação e de AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado). O sistema permite ter noção do consumo, comandar a instalação de acordo com os horários, as presenças, a temperatura e as emissões de CO2, assim como reduzir custos de exploração e manutenção, explica Sérgio Lopes, gestor de produto. As poupanças podem chegar aos 15%. „Outra solução pouco explorada passa pela correção do fator potência das instalações. A energia reativa é necessária para o funcionamento de uma instalação mas não produz trabalho e ocupa ‘espaço’ que poderia ser utilizado para o transporte de energia ativa. A instalação de baterias de condensadores permite compensar a energia reativa baixando a fatura energética até 25%“.
LEDVANCE
A marca de iluminação inteligente da OSRAM destaca os equipamentos de controlo e regulação de fluxo eficientes, quer sejam individuais ou centralizados, que, consoante a sua viabilidade técnica, contemplem funções como: deteção de presença; deteção de luminosidade; controlo horário; comando por interface (controlo, parametrização e monitorização dos equipamentos de iluminação) e gestão operacional (possibilidade de receber “inputs” dos equipamentos da rede, ex. estado de funcionamento, tempo de funcionamento, entre outros).
REXEL
A empresa comercializa o sistema RLX Energy, uma ferramenta para retalhistas e industriais que permite a personalização à medida das necessidades – gestão de alarmes em tempo real, monitorização do processo de fabrico, gestão de anomalias e geração de indicadores chave de desempenho, entre outros. O sistema permite ao gestor tomar a decisão mais correta, em tempo real, com base em infomação fidedigna. As poupanças podem ser muito significativas. Bruxo Esteves, marketing manager da Rexel, dá um exemplo: desligar à hora de almoço pode conduzir a uma poupança de 10% nos custos de energia com iluminação.