Maria Granel. Primeiro formato de “granel biológico” em Portugal
A Maria Granel abriu a 16 de novembro de 2015 no bairro de Alvalade, em Lisboa, com um conceito de loja inovador a nível nacional. A mercearia disponibiliza produtos biológicos vendidos na totalidade a granel
Ana Catarina Monteiro
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A Maria Granel abriu a 16 de novembro de 2015 no bairro de Alvalade, em Lisboa, com um conceito de loja inovador a nível nacional. A mercearia disponibiliza produtos biológicos vendidos na totalidade a granel.
Alvalade foi o local escolhido pelo casal Maia para instalar a primeira loja do projeto Maria Granel. O espaço vende exclusivamente alimentos avulso, fazendo lembrar as antigas mercearias, mas vai muito mais além dos produtos tradicionais que se vendiam noutros tempos.
A loja oferece diferentes variedades de especiarias, temperos, superalimentos, produtos secos e desidratados, leguminosas, doces, massas, arroz, infusões, algas, entre outros alimentos que dificilmente se vêem nos lineares de um supermercado. Até porque estes são biológicos.
Num espaço onde se promove a máxima “menos é mais”, os produtos saem das embalagens e são expostos em caixas transparentes, organizadas em “ilhas”, e em dispensadores individuais com doseadores, suspensos nas paredes. Aqui todos os artigos são vendidos ao quilo.
“Não nos posicionamos no mercado como concorrência para as grandes superfícies. Achamos que a mais-valia do nosso conceito é o granel biológico. Não há nenhum conceito idêntico com este posicionamento no mercado. Começámos com 240 referências. Depois os consumidores foram solicitando e, consoante o volume da procura, fomos acrescentando novas referências ao portefólio”, explica Eunice Maia, proprietária da loja, enquanto dá a conhecer a Maria Granel ao HIPERSUPER numa visita guiada.
Viagem por sentidos e sabores
Enquanto professora de literatura, a responsável considera que a mercearia proporciona uma “experiência sensorial”, transportando o cliente para outras regiões do planeta, através da variada oferta nacional e internacional.
“Quem entra na loja tem à direita as especiarias. São várias dezenas e em diversos formatos, desde pó a grão. Depois encontramos a parede dos produtos com mais saída da loja, como os flocos de cereais, produtos secos e substitutos. De seguida vemos os temperos, as infusões e a uma parede com duas dezenas de diferentes qualidades de arroz. É também um das áreas mais concorridas”, descreve a responsável, à medida que vai percorrendo os 70 metros quadrados do espaço. “Temos mais à frente uma secção de superalimentos e depois a parte das leguminosas, onde as internacionais estão muito bem representadas. Há a zona das farinhas e a dos produtos desidratados, que vão desde legumes a frutas. Acabamos de receber o tomate desidratado em rodelas e vamos lançar também os pimentos no mesmo formato, já que estamos no verão e ficam sempre bem nas saladas. Do outro lado está a parede da tentação, como normalmente chamamos. Aqui encontramos os substitutos do açúcar, chocolates, bombons, bolachas. Lá ao fundo estão os curtumes e temos ainda algumas pastas e manteigas de frutos secos, molho de soja, xarope de ácer e mel a granel, que também é um sucesso e é nacional”.
Os consumidores podem trazer os próprios recipientes para levarem os produtos. Caso contrário, têm ao dispor “sacos de papel reciclado ou frascos de diferentes dimensões” para adquirem a quantidade pretendida.
Mercearia tradicional com toque de modernidade
A ideia de uma mercearia onde tudo é vendido avulso surgiu em 2013 por parte do marido de Eunice Maia, a quem atribui a designação de ‘silent partner’ do negócio. “A partir daí, fomos ver o que estava a acontecer na Europa e achámos que fazia sentido trazer o conceito para Portugal”.
“Recuperámos a ideia tradicional e bem portuguesa de um espaço de venda a granel e demos-lhe um toque de modernidade associado ao conceito de zero desperdício, além disso acrescentámos o aspeto diferenciador do biológico”.
A responsável considera que a “agricultura biológica portuguesa está em franca expansão, está a produzir com grande qualidade e mostra uma larga presença, em termos territoriais. Temos notado crescimento por exemplo nos frutos secos na zona transmontana, o arroz nacional, que surge com grande qualidade e está em expansão, os desidratados, o mel, as infusões então nem se fala. A parte das aromáticas também está em grande crescimento”.
“Os produtos são todos biológicos com excepção dos produtos de origem açoriana. O meu marido é açoriano e, por motivos afetivos, decidimos trazer um pouco da sua cultura para a loja”, destaca.
Workshops para ensinar a utilizar produtos
Alvalade foi a localização escolhida para instalarem a primeira loja, por ser um “bairro transgeracional”, característica que se nota também no público, que chega de “toda a cidade e arredores”. Há pessoas que “vêem ao fim de semana, mais especificamente pelos nossos produtos. Um facto curioso é que os clientes têm aparecido cada vez mais com os seus próprios frascos. O que para nós é orgulho porque estamos a contribuir para uma mudança de mentalidade”.
Semana sim semana não, a Maria Granel promove workshops com o objetivo de ensinar o público a cozinhar com os produtos vendidos na loja. “Fazemos aqui a rubrica “Quintas da Maria”, um espaço de partilha de conhecimentos, com temas relacionados com o nosso conceito, com sustentabilidade. Ensinamos como se cozinham alguns produtos que as pessoas não conhecem tão bem e que nos pedem. Numa das últimas sessões aprendemos a fazer leite vegetal. A próxima será sobre como utilizar algas. Além disso, no dia 9 de julho vamos receber aqui a formadora do movimento Zero Waste, Bea Johnson. É a primeira vez que estará em Portugal e estará cá na loja”, revela a proprietária.
O casal pretende ampliar o negócio a outras unidades mas ainda não tem previsão para a expansão. “Até final do ano é possível abrirmos uma nova loja própria. Depois queremos continuar a expandir o conceito em regime de franchising”.