Conheça o potencial da Internet das Coisas no retalho
27% dos consumidores que não gostavam de ir às compras, hoje “adora” devido aos dispositivos “wearable IoT (Internet das Coisas)”, como os “relógios inteligentes”, de acordo com um inquérito realizado pela Colloquy a mais de mil consumidores. 50% afirma que procura expandir a utilização da tecnologia ‘wearable’ conectada a outros dispositivos. As marcas já começam a tirar partido da “Internet das coisas”, sobretudo as ligadas aos “produtos de nicho”, mas os retalhistas “ainda estão um pouco recuados” na aplicação de soluções IoT que surpreendam os consumidores quando entram nas lojas
Ana Catarina Monteiro
Está a IA a revolucionar a forma como as empresas encontram e selecionam talentos?
El Corte Inglés ilumina-se de azul para sensibilizar importância da luta contra o Cancro da Próstata
Quinta da Vacaria investe na produção de azeite biológico
Grupo Rotom reforça presença no Reino Unido com aquisição da Kingsbury Pallets
Diogo Costa: “Estamos sempre atentos às necessidades e preferências dos nossos consumidores”
Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor
CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação
Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR
Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar
Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial
A Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) apresenta-se como uma grande oportunidade para impulsionar as vendas dos retalhistas, oferecendo experiências personalizadas e “imprevisíveis” para o consumidor. Mas há que ter em conta alguns aspectos para dar o passo certo neste caminho, de forma a responder adequadamente às cada vez mais altas expetativas dos consumidores.
Afinal, o que é a Internet das Coisas? São produtos ligados à internet e conectados entre si – desde dispositivos móveis, electrodomésticos, vestuário, carros ou até mesmo edifícios. Todas estas “coisas”, dotadas de sensores eletrónicos, formam uma rede de recolha e partilha de dados através da internet.
Esta tecnologia “tem, assim, uma elevada capacidade para monitorizar uma larga variedade de produtos e pessoas”, explica a Retail Experience Costumer, revelando que em 2020 existirão 25 mil milhões de dispositivos integrados na IoT a nível mundial. A publicação cita “um estudo” mas diz que este valor pode ser “baixo” apontando para os 30 mil milhões. No entanto, indica que 80% dos consumidores não sabem o que é a IoT, nem têm interesse sobre.
Mas, atualmente onde estão os dispositivos IoT e para que são utilizados? “Há aplicações da IoT na indústria não conhecidas”. Estes sistemas são utilizados para monitorizar, por exemplo, desde toda a produção de uma fábrica ao processo de distribuição, passo a passo. Também na aviação ou na saúde, por exemplo, são várias as utilizações para acompanhar quer o trajeto dos aviões quer o estado de um doente, para otimizar a segurança e o atendimento. “Os aparelhos integrados na IoT conseguem monitorizar e gerar dados em relação a qualquer máquina ou indivíduo”.
Internet das Coisas impacta comportamento do consumidor
Os retalhistas devem, neste contexto, entender que apostar nestes sistemas não se trata de “vender disposivos IoT” e focarem-se nas potencialidades que têm para impulsionar a experiência do consumidor e gerar fidelização. A IoT permite obter mais informações sobre o consumidor – o que gosta, o que faz, o que mais consome, onde e como prefere comprar, entre outras – e, a partir daqui, o retalhista pode utilizar a criatividade para oferecer mais valor.
27% dos consumidores que não gostavam de ir às compras passaram a “adorar” devido aos dispositivos “wearable IoT”, como os “relógios inteligentes”, de acordo com um inquérito realizado pela Colloquy a mais de mil consumidores. 50% afirma que procura expandir a utilização da tecnologia ‘wearable’.
Segundo a publicação, as marcas já começam a tirar partido desta tecnologia, sobretudo as ligadas aos “produtos de nicho” – como o Droplet, um sistema de rega inteligente que utiliza dados sobre o estado do tempo, do solo e sobre as plantações para determinar quando, onde e que quantidade de água é necessária, ou o Digitsole’s Smartshoes, os sapatos com aquecimento, amenização de choque ou regulação de aperto, controlados através do smartphone. Já os retalhistas “ainda estão um pouco recuados” na aplicação de soluções IoT que surpreendam os consumidores quando entram nas lojas, sendo que esta é uma oportunidade para oferecerem experiências “imprevisíveis”.
Exemplo Nespresso
A Nespresso lançou a primeira máquina de café conectada da marca, denominada Prodigio. Através do Bluetooth integrado, a máquina conecta-se com o smartphone do utilizador. Através da aplicação própria, o utilizador pode “agendar a preparação de café, controlar o ‘stock’ de cápsulas e repor através de um toque na opção específica ou receber um alerta de quando a máquina necessita de manutenção”. O que potencia a utilidade e as vendas da Prodigio e de outros serviços, como ligados à descalcificação da máquina, uma vez que com os alertas de manutenção o consumidor fica mais atento a este aspeto, por exemplo.
A partir do Clube Nespresso – no qual os consumidores se podem registar e encomendar produtos online, acedendo a ofertas exclusivas –, a marca garante ofertas personalizadas aos utilizadores da Prodigio, através dos dados que a máquina recolhe sobre os produtos mais consumidos (como, quando e onde). Assim, consegue surpreender os utilizadores com novas propostas ajustadas aos seus gostos, assim como chávenas personalizadas ou outros acessórios, dizendo ao consumidor “este produto foi selecionado exclusivamente para si”.
Aspetos a ter em conta na adoção da IoT no retalho
Para construir uma solução destas, os retalhistas têm que ter em conta as “progressivas” expetativas dos consumidores, além de estes três aspetos:
– Capacidade de antecipação: as soluções IoT devem atender às necessidades dos consumidores, oferecendo uma nova alternativa ou inventar a solução para um determinado problema.
– Ganhar confiança: Retalhistas e produtores que capitalizam a IoT necessitam de oferecer ‘hardware’, mas a confiança é que faz o consumidor voltar à sua loja, ou voltar a comprar os seus produtos (fidelização). A Apple, por exemplo, apresenta um elevada confiança do mercado nos seus produtos, o que faz com que os consumidores forneçam os dados pessoais. “O que permite à marca criar as conexões de dispositivo para dispositivo que vendem os seus produtos. Ganhar a confiança significa vender na promessa de um serviço e uma fácil utilização”.
– Capacidade de saltar: Com as ferramentas certas, os retalhistas conseguem identificar padrões de comportamento que denuncia necessidades ainda não satisfeitas. O que apenas acontece se a tecnologia IoT estiver integrada nos seus sistemas de marketing e abastecimento.