CSP quer dar voz ao setor terciário na Comissão Económica e Social
A Confederação dos Serviços de Portugal (CSP) anunciou hoje que vai apresentar candidatura ao Conselho Económico e Social (CES), assim que o novo presidente do órgão constitucional for eleito na Assembleia da República. O que deverá acontecer entre “duas semanas a um mês”.
A CSP representa os interesses do setor terciário, que envolve o comércio e os serviços. Os associados da confederação representam cerca de 20% do PIB nacional e garantem aproximadamente 220 mil empregos diretos.
Apesar de já existir desde dezembro de 2011, a confederação visa assumir agora um papel “mais interventivo na defesa dos interesses que a legitima”, explica Jorge Jordão, diretor da confederação, em um encontro realizado esta manhã com os jornalistas
Ana Catarina Monteiro
Está a IA a revolucionar a forma como as empresas encontram e selecionam talentos?
El Corte Inglés ilumina-se de azul para sensibilizar importância da luta contra o Cancro da Próstata
Quinta da Vacaria investe na produção de azeite biológico
Grupo Rotom reforça presença no Reino Unido com aquisição da Kingsbury Pallets
Diogo Costa: “Estamos sempre atentos às necessidades e preferências dos nossos consumidores”
Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor
CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação
Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR
Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar
Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial
A Confederação dos Serviços de Portugal (CSP) anunciou hoje que vai apresentar candidatura ao Conselho Económico e Social (CES), assim que o novo presidente do órgão constitucional for eleito na Assembleia da República. O que deverá acontecer entre “duas semanas a um mês”.
A CSP representa os interesses do setor terciário, que envolve o comércio e os serviços. Os associados da confederação representam cerca de 20% do PIB nacional e garantem aproximadamente 220 mil empregos diretos.
Apesar de já existir desde dezembro de 2011, a confederação visa assumir agora um papel “mais interventivo na defesa dos interesses que a legitima”, explica Jorge Jordão, presidente da confederação, em um encontro realizado esta manhã com os jornalistas.
Para isso, a primeira meta definida foi a candidatura ao CES (Conselho Económico e Social), órgão constitucional que promove a participação dos agentes económicos e sociais, de forma a influenciar as tomadas de decisão governativas para a concertação social.
“Fomos tendo até agora uma experiência controlada. Conseguimos resposta de vários centros de formação, de design, entre ouros, o que nos permitiu criar uma massa crítica para agora darmos este passo”.
A candidatura será apresentada “depois da tomada de posse do novo presidente do CES”, a eleger por maioria de dois terços na Assembleia da República. O que deverá acontecer “entre duas semanas a um mês”, estima o presidente.
A CSP pretende assim tornar-se num “parceiro social com voz ativa na análise e discussão das políticas públicas”, defendendo os interesses das empresas ligadas aos serviços. “O setor terciário não está suficientemente representado em órgãos relevantes e influenciadores das principais políticas públicas em Portugal”.
A estratégia da CSP para concertação social integra uma série de “reformas”, que envolvem a criação de condições para garantir a “atração e retenção de investimento no mercado nacional”, como a “reforma do próprio sistema judicial para assegurar questões como o cumprimento dos contratos, por exemplo”, e a colocação em agenda de “temas específicos transversais aos vários serviços”, com foco sobretudo na “resposta adequada aos desafios da economia digital”.
“O setor dos serviços tem o efeito de “alavanca” sobre os outros setores e a confederação quer ser um ‘player’ importante para a modernização do tecido empresarial e na projeção dos interesses patronais”. O responsável vê na economia digital uma “oportunidade para promover o desenvolvimento do país, uma vez que com a criação de um mercado digital único na Europa abre-se um mercado de 400 milhões de consumidores”, além de “criar centenas de postos de trabalho e impulsionar o combate ao desemprego jovem”.
Um das medidas que a confederação defende é o fim das mudanças políticas em curtos espaços de tempo, que “prejudicam a estabilidade” das empresas. “Para garantir investimento e produtividade, as medidas devem perdurar por períodos de tempo dilatados que transcendem, de forma significativa, a duração normal dos mandatos de órgãos de soberania. Por exemplo, na Suécia já aconteceu um acordo entre os partidos políticos de prolongamento das medidas implementadas durante 15 anos”, sublinha.
Portugal está a crescer acima da média na economia digital
Os associados da confederação estão ligados às atividades da distribuição moderna, comércio grossista, comércio eletrónico, segurança privada, estudos de mercado, tecnologias de informação, cuidados de saúde, transportes expresso, comunicação comercial, telecomunicações e centros comerciais.
Além de empresas como as grossistas Makro e Recheio, várias associações como por exemplo a APED (Associação Portuguesa das Empresas da Distribuição), a ACEPI (Associação da Economia Digital), APCC (Associação Portuguesa de Centros Comerciais) e a Apritel (Associação De Operadores De Telecomunicações). No total, as organizações representadas na CSP cobram mais de um terço da receita global de IVA.
“Portugal está a crescer acima da média europeia no que diz respeito á economia digital”, diz Jorge Jordão mostrando o gráfico do índice anual DESI (Digital Economy and Society Index), publicado pela União Europeia (UE) no passado dia 25 de fevereiro.
Os dados apurados em 2015 mostram que Portugal se encontra entre o grupo de países que estão a crescer “acima da média europeia”. Na análise foram considerados aspetos como a “conectividade, capital humano, utilização da internet pelos cidadãos, integração do digital nos negócios e serviços ao público”. Portugal obteve um resultado de 0,53, situando-se na 14 posição entre os 28 países da EU. No último ano foi o “país que mais cresceu”. Na análise ao desenvolvimento da economia digital de 2015, Portugal tinha conseguido a pontuação de 0,49, situando-se na 16ª posição, vê-se na página da Comissão Europeia.
No entanto, o presidente da CSP considera que muitas das atividades que estão associadas à confederação ainda estão “pouco ajustadas ao comércio eletrónico, como é o caso da distribuição moderna”.
Entre os vários indicadores que compõem o índice, Portugal encontra-se em segundo lugar na “utilização do RFID”, em quinto lugar na “partilha de informação entre empresas” e em oitavo lugar do que diz respeito ao “desenvolvimento bem conseguido dos serviços públicos online”.
Nova direção
Jorge Jordão, presidente da APED, preside também a nova direção da Confederação dos Serviços, apresentada no mesmo encontro, esta manhã. Martim Borges de Freitas é secretário-geral e na vice presidência estão António Sampaio de Matos (APCC), Ana Luísa Virgínia (Recheio), Tanya Kopps (Makro), Daniela Antão (Apritel), Alexandre Nilo Fonseca (ACEPI) e Luís Mergulhão (Omnicom Media Group).