Encomendas, paletes, aviões e contentores de transporte são o que, normalmente, se associa à DHL. Mas o trabalho da empresa vai mais além: de chimpanzés aos míticos carros do James Bond, de abutres a clínicas de cardiologia, estes são os envios mais improváveis de 2024, selecionados pela multinacional.
Em agosto, a DHL transportou mais de 130 peças relacionadas com o imaginário de James Bond, da exposição ‘Bond in Motion’, em Praga, Chéquia, para a exposição ‘007 Action’, em Viena, Austria, numa viagem com mais de 320 quilómetros. Foram transportados 27 carros, oito motas, fatos, pára-quedas e até a carta de condução de James Bond. Entre os carros estava o icónico Aston Martin DB5, um dos mais famosos da história do cinema. Para além do Aston Martin, a DHL também transportou um dragster com mais de oito metros de comprimento, utilizado numa perseguição no gelo em ‘Morre Noutro Dia’ e o helicóptero que James Bond destruiu em ‘Spectre’.
A história de Chocolat e os abutres africanos
Também em agosto, a DHL transportou uma chimpanzé fêmea, de nome Chocolat, do Quénia para o Monkey World Ape Rescue Centre em Dorset, no Reino Unido. Foi salva ainda bebé, em 2001, depois de ter sobrevivido ao comércio ilegal de carne de animais selvagens no Congo, onde caçadores furtivos mataram a mãe. Durante mais de duas décadas, foi tratada no Quénia, mas precisava de um lar permanente, que lhe pudesse prestar os melhores cuidados possíveis. A DHL realizou esta viagem como transporte de alta prioridade. Começou com um voo de Nairobi para o aeroporto de East Midlands, no Reino Unido, e terminou com uma viagem de carro até Dorset. Para garantir o conforto e a segurança da Chocolat, foi feita uma caixa à medida, com snacks de fruta e batata-doce. Durante toda a viagem, Chocolat foi acompanhada por uma equipa de especialistas. Hoje vive com outros seis chimpanzés, que se tornaram na família que lhe faltava desde o tempo na natureza.
No início do ano, em janeiro, e num esforço de conservação histórico, 163 abutres-do-cabo e abutres-de-dorso-branco-africanos foram transferidos de um centro de reabilitação perto de Pretória para a reserva de vida selvagem de Shamwari, no Cabo Oriental da África do Sul. Apoiada por várias organizações sem fins lucrativos, esta operação foi crucial para proporcionar a estas aves, criticamente ameaçadas, um ambiente seguro, onde se podem reproduzir e prosperar com o mínimo de exposição humana. Com mais de mil quilómetros percorridos, em mais de 18 horas, este transporte representou o maior projeto de recolocação de abutres alguma vez realizado. Foram utilizados dois camiões de 34 toneladas e, ainda, cinco veículos de apoio e segurança.
11 contentores de esperança e uma sinfonia logística
Um dos principais desafios da DHL neste ano terá sido transportar um hospital. Em fevereiro, a multinacional de logística entregou a primeira ‘Clínica do Coração’ móvel do mundo, num transporte feito por mar e por terra, num total de mais de 9.500 quilómetros percorridos entre Bremen, na Alemanha, e Zacamil, em El Salvador. Desenvolvida pela organização alemã sem fins lucrativos Kinderherzen, a clínica proporciona cirurgias que salvam vidas a crianças com problemas cardíacos congénitos em zonas que não dispõem de instalações especializadas. O carregamento foi feito em 11 contentores e, após 15 dias de preparação, os cirurgiões internacionais começaram a prestar tratamentos gratuitos aos jovens do país. A clínica esteve em El Salvador até maio de 2024, antes de a DHL a transferir para o Burundi, na África Oriental, onde continuou a missão.
Meses mais tarde, em setembro, a empresa foi responsável por fazer chegar ao Japão, os instrumentos da Orquestra Filarmónica de Londres. A DHL transportou, a partir do Reino Unido, aproximadamente 60 instrumentos, incluindo contrabaixos, violoncelos, tímpanos e uma harpa. A operação exigiu um planeamento meticuloso, com mais de 9.500 quilómetros percorridos por via aérea e rodoviária. Durante todo o transporte foi necessário assegurar uma temperatura constante, entre 17 e 21 graus, para evitar que os instrumentos de madeira se deformassem ou rachassem. Além disso, foram utilizadas caixas personalizadas que absorvem os choques. Apesar de um calendário apertado, todos os instrumentos chegaram a tempo e em perfeitas condições.