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“Próximo multibanco bitcoin pode ser instalado já em Março no Algarve”

A primeira caixa multibanco no País que permite trocar dinheiro por bitcoins foi instalada no Saldanha Residence, em Lisboa. A próxima deverá ser colocada no Algarve, já em Março, revela em entrevista ao HIPERSUPER Joaquim Lambiza, Director-Geral da Bitcoin Já

Ana Catarina Monteiro
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“Próximo multibanco bitcoin pode ser instalado já em Março no Algarve”

A primeira caixa multibanco no País que permite trocar dinheiro por bitcoins foi instalada no Saldanha Residence, em Lisboa. A próxima deverá ser colocada no Algarve, já em Março, revela em entrevista ao HIPERSUPER Joaquim Lambiza, Director-Geral da Bitcoin Já

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Ana Catarina Monteiro
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Entrevista a Joaquim Lambiza, Director-Geral da Bitcoin Já

VEJA AQUI O VÍDEO DA ENTREVISTA

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Portugal está “bastante atrasado” na adopção da moeda virtual, considera o director-geral da Bitcoin Já, empresa que instalou o primeiro multibanco para bitcoins no País. Joaquim Lambiza acredita que o turismo pode ser o pontapé de saída para a democratização da moeda virtual

O que é a bitcoin?

A bitcoin é uma moeda virtual que permite fazer transacções de valor de um ponto ao outro de forma instantânea, na internet, portanto é uma moeda que existe no espaço virtual. Consegue fazer as transferências de forma bastante segura, de uma segurança que até hoje nunca se tinha visto, e a um custo praticamente gratuito.

A primeira caixa multibanco, que permite trocar dinheiro por bitcoins, foi instalada no ano passado no Saldanha Residence, em Lisboa, durante o ano passado. Porquê este centro comercial?

Na realidade, o negócio da Bitcoin Já não é explorar a máquina, não é o negócio de comprar e vender bitcoins. Para o nosso produto, o ATM, escolhemos aquele local por ser o ideal para servir de ‘showcase’ das nossas máquinas. Porque o cinema é o mais tecnologicamente evoluído em Portugal, é o único que oferece determinadas características tecnológicas, que mais nenhum cinema em Portugal oferece, e achamos que seria o local ideal. E temos recebido potenciais clientes estrangeiros para ver a máquina. Não esperávamos o impacto que teve na sociedade e a utilização que acabou por ter, que não era nada o nosso objectivo inicial.

Qual foi o impacto que teve na sociedade?

Começaram todos a falar sobre as bitcoins, o que era o nosso objectivo mas não no imediato. Também começaram todos a utilizar a máquina, muito mais do que estávamos à espera, tem sido um fenómeno mediático. Eu digo isto porque a quantidade de pessoas que hoje vão lá tirar fotografias ao lado da máquina é maior do que as pessoas que de facto estão a usá-la. E isso é bom! Significa que as pessoas começam cada vez a falar mais no assunto e a entender.

Como o dinheiro é transformado em bitcoins?

A máquina tem, no seu interior, é virtual mas tem, bitcoins e dinheiro físico, neste caso euros. O que acontece é que se a pessoa quiser comprar bitcoins, mostra o seu número de conta, traduzido através de um QR Code, coloca as moedas e instantaneamente recebe as bitcoins, portanto, é transferido da máquina para a pessoa. Caso contrário, também funciona assim, a máquina mostra o endereço e a pessoa manda para lá as bitcoins, isto em frente à máquina, e depois das confirmações necessárias sai o dinheiro. Um processo bastante simples.

Quais os estabelecimentos em Portugal onde já é possível utilizar as moedas? Apenas no cinema, no caso do Saldanha Residence?

Sim, no Saldanha só no cinema. A adesão dos comerciantes em Portugal tem sido muito fraca em relação aos outros países. A adopção tem sido francamente lenta. Em Portugal, podemos usar em muitos poucos cafés, especificamente bares, e tem-se centrado mais na área do turismo. Há vários apartamentos em Portugal que podem ser alugados através de bitcoins, curiosamente há também vários médicos que aceitam bitcoins. Mas pouco mais. A adopção pelos comerciantes tem sido bastante lenta.

Até agora, qual o volume das transacções feitas? É satisfatório?

É surpreendente. Não era nada do que prevíamos. Aquilo era só mesmo um ‘showcase’ para vender as máquinas e temos tido uma média de 150 transacções por mês. Comparado com outros países é bastante pouco, não é um número interessante. No entanto, pela localização e pelo facto de nunca termos feito nenhuma publicidade paga é bastante surpreendente. Portugal está a crescer a um ritmo bastante lento na adopção das bitcoins.

Porquê?

A questão do atraso português deve-se à falta de divulgação. Não é o facto de estar atrás ou à frente, isso rapidamente se recupera, não é uma questão complicada. Lá fora, por exemplo, já há dois anos pagava o meu croissant e capuccino com bitcoins em Londres.

Há um mês estive na Dinamarca, num bar irlandês com amigos a beber cerveja e foi tudo pago com bitcoins. Existe uma adopção, que é um bocado impulsionada pela necessidade, e nós aqui ainda não a sentimos. No caso, por exemplo, da Dinamarca, que tem vizinhos que usam moedas diferentes da sua, como a Suécia ou Alemanha, o uso da bitcoin é natural. No caso de Inglaterra, que não está no euro, para mim foi uma surpresa bastante agradável poder fazer pagamentos com bitcoins e simplesmente esquecer os custos de câmbio.

O Banco de Portugal alertou, no dia do lançamento do primeiro multibanco, para a insegurança do sistema. Uma vez que não existe um fundo que cubra eventuais perdas dos utilizadores, qual a importância de investir na segurança?

Vou separar as preocupações do Banco de Portugal em relação ao resto. As preocupações do Banco de Portugal são, na minha opinião, essencialmente dirigidas à volatilidade da moeda e ao facto de não serem garantidas nem controladas por uma entidade central.

Em relação à volatilidade da moeda é verdade e eu subscrevo. As pessoas que tencionam entrar no mercado especulativo ou vender bitcoins para ganhar dinheiro, ou então as que querem investir as suas poupanças em bitcoins, cometem um erro bastante grave. O Banco de Portugal aí está a fazer o seu papel e a proteger os utilizadores. Não é para isso que serve o bitcoin neste momento.

O facto de não haver uma entidade central que garanta ou controle, é precisamente a grande vantagem da bitcoin. Toda a ideia de um sistema central é contrário à sua existência e é a descentralização que representa a sua força e a sua segurança.

Em relação à segurança, há uma questão semântica muito complicada. Número um, o sistema bitcoin em si representa uma segurança como nunca existiu à face da terra, é um sistema bastante seguro. Neste momento, o volume de computação ligado à segurança de um bitcoin é superior à soma de todos os super computadores da Terra. Desde 2009, quando se deu a primeira transacção, que essa segurança está a ser posta à prova todos os dias e até hoje nunca falhou.

Tem havido nos media muitas informações sobre pessoas que foram presas por envolvimento em esquemas com bitcoin. Que é que acontece? Quando saímos dessa segurança aí já estamos por conta própria e risco. Os últimos casos ocorridos têm sido em agências de câmbio. Se transfiro os meus bitcoins para uma empresa e se essa empresa entra em falência ou é roubada, os meus bitcoins desaparecem e isso é o que tem acontecido. São empresas sem escrúpulos que desaparecem com o dinheiro, e isso não tem nada haver com os bitcoins em si, tem haver com o que eu faço com os meus bitcoins, a quem entrego e alguém que depois trai a minha confiança. As soluções aí sim passam por regulamentação para controlar essas empresas e a forma como actuam.

Acha que nos próximos anos vai ser criada uma entidade para regular?

É precisamente isso que não se quer. A grande revolução de que estamos aqui a falar é o facto de isto ser descentralizado, de não existir uma entidade central. Todos entendem isso e querem que essa descentralização seja desenvolvida e que possamos ver onde isto vai chegar. A questão da segurança do sistema não está aqui em causa. A segurança do que acontece fora sim, pode ser regulamentada, mas o sistema em si não é essa a ideia, e espero que não aconteça.

Já agora posso falar em relação ao valor, também uma preocupação do Banco de Portugal. A questão de as pessoas investirem e de um momento para o outro a moeda perder o valor. O valor de uma moeda normal, no caso do euro, é controlado por políticas monetárias. Existe uma política monetária central que determina, como aconteceu agora recentemente em que o Banco Europeu decidiu emitir mais notas e desvalorizar a moeda. Foi uma decisão consciente. Nas bitcoins isso não acontece, não podemos descentralizar a moeda e não há ninguém que a controle. Se a quiséssemos controlar teria que haver a noção de política monetária descentralizada, que ainda não existe. Há-de ser inventado no futuro, até lá a moeda é bastante jovem e o que vai acontecer é que o mercado, por si, vai criando sistemas e produtos financeiros que vão acabar por estabilizar o seu preço.

Qual é então o papel da Bitcoin Já?

A Bitcoin Já tem três objectivos. Um deles é criar produtos comerciáveis na tecnologia das moedas virtuais, como foi o caso da ATM (Automater Teller Machine) e como é o caso de outros que estamos a desenvolver para comerciantes. A segunda área, de longe a mais importante, é a área da utilização da tecnologia para criar soluções empresariais, estamos a falar de coisas como os ‘Smartcontract’. A grande revolução não é a moeda em si mas a tecnologia que suporta a moeda. E prevê-se que num futuro próximo, muitas das nossas interacções sociais e empresariais sejam feitas à base dessa tecnologia e nós queremos actuar nessa área. A terceira é a divulgação dessa tecnologia. O nosso papel aqui é precisamente nestas três áreas.

A Bitcoin recebe alguma parcela das trocas comerciais?

Sim. A máquina compra e vende os bitcoins e cobra uma percentagem sobre cada transacção. Essa percentagem neste momento está nos 3%, francamente baixa. Já percorri alguns países europeus e nunca vi uma percentagem tão baixa. Mas o nosso objectivo é mesmo a divulgação.

Os 3% apenas são aplicados apenas em Portugal?

É a própria máquina que define, quem usa o ATM é que define qual a percentagem que quer aplicar. A média tem sido entre os 5 e os 10% nos outros países. É o que se aplica normalmente. A questão desta parcela é que nós temos que pagar a utilização da máquina e também os impostos devidos dessas transacções.

A percentagem aumenta conforme a procura?

É definida por nós. Neste momento, definimos um valor fixo de 3%. Mas isso não quer dizer que mais tarde possamos alterar, dependendo das variáveis da procura e da oferta, no futuro.

Disse que queria ampliar o número de funcionalidades da caixa multibanco de bitcoins. Para já, quais as funcionalidades disponíveis?

Para já é a compra e venda de bitcoins.

Qual será a próxima função?

Tínhamos previsto uma série de funções que entretanto pusemos de lado, depois de termos feito uma ronda pelos potenciais clientes. Mudámos um pouco a nossa estratégia. As funcionalidades vão centrar-se no ‘multi currency’ [multi-moedas], pelo que a máquina pode aceitar em simultâneo, por exemplo, euros e libras inglesas. Depois estamos a trabalhar bastante numa área chamada ‘remittance’ [remessas]. É essencialmente para emigrantes, que trabalham em Portugal, trabalham duro, têm um ordenado legal, pagam impostos e querem enviar parte para casa, pagando uma fortuna em comissões de transferência, impostos, entre outros. Hoje em dia, vão à máquina, trocam algum dinheiro e enviam os bitcoins para casa. Estamos a desenvolver uma solução que permita fazer isso de maneira bastante automatizada e simples.

Há países como a Guiné Equatorial, cuja moeda é muito difícil de trocar em Portugal. Por não haver muita circulação, é difícil encontrar espaços que façam a transacção. As bitcoins permitem facilitar também esse aspecto?

Bastante. Aliás a maior utilização que as bitcoins têm hoje é na área das ONG (Organizações não Governamentais) e do financiamento, das doações e dos micro pagamentos. Por exemplo, conseguimos fazer uma doação para um projecto qualquer em África e ter a certeza é recebido e não há ninguém a ganhar nada no caminho. É instantâneo e imediatamente verificável e utilizável.

A nível dos micro-pagamentos, como esta transferência de dinheiro é praticamente gratuita, podemos pagar alguns cêntimos independente do valor, ou seja, podemos fazer transferências pequenas sem pagar mais por isso.

Existem países onde podemos pagar o equivalente a um euro. Fazer uma transferência de um euro no sistema bancário actual é impraticável porque o custo das transacções supera isso, enquanto na bitcoin isto está a funcionar. Portanto, isto é uma área bastante interessante em que os envolvimentos nessa região está a ser exponencial.

Pretende instalar mais caixas multibanco para bitcoins noutros espaços? Quais?

Como disse, a nossa primeira máquina era um ‘showcase’ e a nossa vontade e intenção era encontrar empresários que quisessem adquirir a máquina, contando ou não com a nossa ajuda, e explorá-la. Portanto, arranjam eles os sítios para as colocar. Não temos tido, digamos assim, propostas concretas, só temos intenções mas não passam disso. Até definimos uma meta. Até ao final de Fevereiro se não encontrarmos ninguém que queira explorar a máquina, vamos criar uma divisão e vamos colocar a máquina noutro local. Um dos locais é o Algarve, porque é onde existem turistas, já em Março.

Quando fui a Inglaterra consegui comprar produtos e serviços sem passar por uma casa de câmbio e existe também essa oportunidade que pode ser dada aos ingleses que vêm cá a Portugal e que querem gastar o seu dinheiro mas não estão para gastá-lo no sistema financeiro actual.

E seria também num espaço comercial ou num espaço de rua?

Não tenho limitações. Pode ser num café, bar, no aeroporto. Onde se poder negociar o melhor sítio com os melhores horários. No caso do Saldanha, o cinema tem uma limitação só abre às 13h, portanto o sistema em meio-dia desaparece. Isto são limitações que não haverá para a segunda máquina.

Quando se dará o ‘boom’ das bitcoins? Em Portugal e no mundo?

Por detrás da palavra ‘bitcoin’ existem duas coisas diferentes. Uma é a moeda em si e a outra é a tecnologia. Como moeda, acho que em Portugal vai ser mais impulsionada pelos estrangeiros, a comunidade estrangeira radicada em Portugal e os turistas. Quando? Acho que aquilo que vamos fazer no Algarve é que nos vão dar uma visão mas completa do que podemos esperar. Mas acabamos sempre por seguir o que acontece nos outros países e a evolução esta a ser bastante rápida, por isso, calculo que daqui a dois anos a moeda já esteja a ser mais utilizada em Portugal.

Ao nível de tecnologia, o meu grande desejo é que as empresas em Portugal, nomeadamente na área da distribuição, queiram olhar e conseguir entender no que é que esta tecnologia os pode ajudar, porque as limitações não existem e o potencial bastante impressionante.

Que oportunidades há para a distribuição?

Neste momento, no mundo inteiro estão a surgir centenas e centenas de empresas ‘Start ups’, exclusivamente dedicadas a esta área, à tecnologia que suporta a moeda. Estamos a falar de ‘smart contract’ que, por exemplo, na área da distribuição tem um potencialidade bastante grande, outro caso são os ‘assets’, toda a gestão através deste sistema de tecnologia das bitcoins, que nós chamamos de ‘block chain’. Existem inúmeras possibilidades e o que parece é que em Portugal, tal como esta a acontecer lá fora, começo a ver esse interesse.

Para terminar, considera que a democratização do sistema ajudaria a dinamizar a economia portuguesa?

Em relação à economia em si, o que ajudaria era haver mais investimentos na área. Não me preocupa estarmos atrás a nível do método de pagamento bitcoin, porque isso facilmente se recupera. Mas no que diz respeito a desenvolver a economia através deste sistema, Portugal está bastante atrás. Há países em que as próprias entidades governamentais exigem ao mercado que comece a desenvolver soluções nesta área para não ficarem atrás, nós estamos definitivamente atrás. O desenvolvimento da economia portuguesa passaria por mais empresas a investirem nesta área, sobretudo porque é bastante jovem, e começar logo em frente do plutão, e não esperar até passar as oportunidades.

– Alteração

12h18 do dia 19 de Fevereiro de 2015:

“No caso, por exemplo, da Dinamarca, que tem vizinhos que usam moedas diferentes da sua, como a Suécia ou Alemanha, o uso da bitcoin é natural”.

Sobre o autorAna Catarina Monteiro

Ana Catarina Monteiro

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José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries
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José Serras Pereira: “Biscoff não é apenas uma bolacha, é um sabor”

A Lotus Bakeries, empresa belga reconhecida pelas icónicas bolachas Biscoff, está a reforçar a sua presença em Portugal. Para compreender melhor o que implica esta mudança de estratégia da marca no nosso país, falámos com José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries.

Como é que surgiu este desafio de trabalhar a presença da Lotus Bakeries em Portugal?
Sempre trabalhei no setor dos bens de consumo e passei por diversas multinacionais, como a Central de Cervejas, Prime Drinks e Philips. Fui contactado através de um processo de recrutamento para gerir a Lotus Bakeries diretamente em Portugal.
A marca já estava presente no país há alguns anos, através de um distribuidor. No entanto, a nossa estratégia global passa por assumir a gestão direta do negócio quando a marca atinge um certo nível de desenvolvimento. Foi nesse contexto que entrei para liderar este processo, após um exigente processo de entrevistas, e aceitei o desafio de consolidar a presença da Lotus Bakeries no mercado português.

osé Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries

José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries

O que mudou com a transição da distribuição para uma gestão direta da marca?
Quando uma marca é gerida diretamente, conseguimos um foco maior e uma estratégia mais alinhada com os nossos objetivos. O distribuidor fez um excelente trabalho, mas, quando é a própria marca a gerir o conhecimento, os recuros e o foco naturalmente são superiores, com impacto directo nos resultados.
Antes de assumirmos a operação, realizámos uma análise ao mercado, avaliando fatores como o consumo per capita e o potencial de crescimento da categoria. Identificámos um forte potencial de expansão, o que nos levou a tomar a decisão de gerir diretamente a operação. Essa mudança já deu frutos: nos primeiros 8 a 9 meses, realizámos uma transição estruturada e, agora, estamos efetivamente a acelerar o crescimento do negócio.

Que impacto teve esta mudança nos resultados da empresa em Portugal?
Os primeiros números são bastante positivos. Nos primeiros dois meses de 2025, já crescemos mais de 200% face ao mesmo período do ano anterior.
Em 2024, temos seis meses com o distribuidor e seis meses independente. Portanto, temos um ano atípico. Mas se olharmos para 2023, o último ano completo com o distribuidor, e compararmos com 2025, vamos quadruplicar o nosso negócio.

Em que retalhistas podemos encontrar as bolachas Biscoff?
Neste momento, estamos em todos os principais retalhistas, exceto Lidl e Mercadona, onde, estrategicamente, não planeamos entrar no curto prazo. E estamos na Aldi a fazer alguns in and outs.
Estamos também a expandir a nossa presença através de inovação e a garantir que os consumidores têm mais oportunidades de experimentar os nossos produtos em diferentes momentos de consumo.

E as parcerias que têm com McDonald’s e Delta, por exemplo, são importantes?
É importantíssimo. Mantemos parcerias estratégicas com marcas como McDonald’s, KFC, Delta e Wheel Frozen Yogurt, entre outros, que são fundamentais para aumentar a notoriedade da marca e permitir que mais consumidores experimentem o sabor Biscoff.

Quais são os principais fatores para o sucesso da Lotus Bakeries a nível global?
A marca apresentou no mês passado os resultados globais na Bélgica. E voltámos a crescer a cerca de 16%. Vamos com uma média de crescimento dos últimos 10 anos muito perto dos 20%. Ou seja, a marca globalmente está de facto num momento muito saudável. E isso ajuda-nos a todos, pois cada vez mais vivemos num mundo global.
A Lotus Bakeries, nomeadamente com Biscoff tem três pilares fundamentais para o seu crescimento global. O primeiro é o produto. O nosso sabor, a nossa textura é muito forte. E, dentro do produto, destaco a versatilidade. Nascemos como uma marca cujo grande momento de consumo era o café. Se formos a países como a Bélgica e Holanda, o consumo do café é um momento fortíssimo.
Depois a marca evoluiu, e esse é um foco a curto prazo em Portugal, para um snack de consumo doméstico, onde somos cada vez mais fortes.
O segundo está relacionado com parcerias globais. Acreditamos que trabalhar com marcas como McDonald’s, KFC, Haagen dazs entre outras, tem sido um motor de crescimento, permitindo que os consumidores experimentem o nosso produto de forma natural e integrada no dia a dia.
Por último, a acessibilidade: a nossa estratégia passa por estar presente em vários momentos de consumo, tanto no retalho como em cafés e pastelarias, e oferecer um preço competitivo que facilite a experimentação.

A Lotus Biscoff posiciona-se como uma marca premium?
Não. Queremos afastar-nos dessa perceção. Não somos premium, somos mass market. É aí que nós queremos competir. Como sabe, nesta categoria, assistimos a uma série de subidas de preços e todos têm subido, de forma bastante relevante, os preços. Nós temos aguentado exatamente para nos posicionarmos com um preço médio mais competitivo.

Como têm acompanhado esta subida de preços das matérias-primas?
Optámos por manter um preço competitivo. Utilizamos promoções estratégicas para garantir que mais consumidores experimentam o nosso produto, uma tática essencial num mercado tão competitivo como o português. No curto prazo, o principal o principal KPI do nosso negócio, mais do que a quota de mercado, é a penetração. Ou seja, para nós é fundamental chegar à casa dos consumidores.
As promoções desempenham um papel fundamental no mercado português. Funciona muito bem e, portanto, temos tentado estar mais vezes em promoção, garantindo que o nosso posicionamento promocional é suficientemente atrativo para as pessoas experimentarem.

Como estão a trabalhar o crescimento e a inovação da marca?
A inovação é um fator-chave. O Biscoff não é apenas uma bolacha, é um sabor, e o nosso objetivo é expandir esse sabor para novas categorias, como gelados, chocolates e cremes de barrar.
Biscoff não é só bolachas, Biscoff é um sabor. A inovação passa muito mais por dentro de outras categorias tendo o sabor Biscoff presente junto dos nossos consumidores e dos nossos shoppers. O grande foco da empresa é o desenvolvimento do sabor Biscoff, que é ligeiramente diferente do tradicional da FMCG das grandes empresas.

O mercado português tem alguma particularidade em relação a outros países que exija um trabalho específico da marca?
Sim, cada mercado tem as suas especificidades, e Portugal não é exceção. Em comparação com Espanha, por exemplo, onde a regionalização tem um peso significativo. Nós é quase tudo nacional.
Uma das principais particularidades do mercado nacional é o peso das promoções e a elevada concentração do retalho. Dois dos principais players representam quase 50% do mercado, o que é uma realidade pouco comum noutros países. Além disso, no mercado português as promoções têm um grande peso.
Outra especificidade relevante é a estrutura de distribuição para o canal Horeca. Em Portugal, os cash & carries são tipicamente route to market para o canal tradicional. Esta dinâmica obriga-nos a ter uma estratégia de pricing bem definida para os três canais principais: retalho, cash & carry e distribuidores.

A marca tem uma estratégia específica para diferentes faixas etárias?
Essa segmentação é essencial. Fizemos alguns estudos de consumidor e um dos insights mais interessantes foi perceber que o maior momento de consumo de bolachas em Portugal é ao pequeno-almoço, e que o maior grupo de consumidores tem menos de 35 anos.
Atualmente, o nosso produto é mais consumido por um público acima dos 35 anos, associado a momentos como o café, um snack indulgente à tarde ou um guilty pleasure ocasional depois do jantar. No entanto, para expandirmos o consumo a faixas etárias mais jovens, apostámos na inovação, lançando bolachas recheadas com chocolate, baunilha e creme Biscoff.
Nos mercados onde já introduzimos esta inovação, verificámos um aumento da penetração em consumidores mais jovens e um maior consumo ao pequeno-almoço. Acreditamos que essa tendência se repetirá em Portugal, o que nos permitirá aumentar a nossa base de consumidores e impulsionar o crescimento da marca.

Como está a evoluir a operação ibérica da Lotus Bakeries?
A nossa expansão em Espanha nos últimos anos foi impressionante: em 2017, faturávamos 3 milhões de euros e, em 2025, vamos fechar com cerca de 50 milhões de euros.
O nosso objetivo para Portugal é replicar esse sucesso, ajustando a estratégia às especificidades do mercado nacional, como a concentração do retalho e a forte dependência das promoções.

Quais são os planos futuros para a marca em Portugal?
A curto prazo, o foco está no crescimento das vendas e ponto de venda. Queremos garantir que os consumidores encontram os nossos produtos nos principais retalhistas e canais de consumo.
A médio prazo, vamos expandir a equipa e estruturar melhor as nossas operações, contratando Key Account Managers, especialistas em Category Management e equipas de vendas para fortalecer a nossa presença no mercado.

Sustentabilidade é uma prioridade para a Lotus Bakeries?
Sim, totalmente. A sustentabilidade é um pilar estratégico para o grupo e não abdicamos dele para crescer mais rapidamente.
Temos metas ambientais definidas, como a redução da pegada de carbono, e todas as nossas novas fábricas seguem critérios de sustentabilidade rigorosos. Este compromisso reflete-se também na forma como desenvolvemos os nossos produtos e embalagens.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

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Planta junta-se a Gordon Ramsay em nova campanha global Skip the Cow

A Planta acaba de anunciar uma nova parceria com o chef Gordon Ramsay, no âmbito da campanha internacional Skip the Cow, que convida os consumidores a experimentarem uma alternativa vegetal à manteiga tradicional.

Nesta nova colaboração, Ramsay testa e aprova a Planta Planteiga, um produto 100% vegetal, feito com apenas sete ingredientes naturais e que promete o mesmo desempenho e sabor rico da manteiga de origem animal, mas com menos 75% de impacto climático. O objetivo da campanha é claro: ajudar os consumidores a elevarem os seus hábitos culinários de forma mais sustentável, sem comprometer o sabor.

“Acredito numa alimentação natural, com ingredientes de qualidade, e posso dizer com toda a sinceridade que a Planta Planteiga me surpreendeu. Desde ovos mexidos a bolos de chocolate, pus o produto à prova. Dá-me a cremosidade e o sabor rico que obtenho da manteiga, com a vantagem de ser mais sustentável. Convido as pessoas testarem este produto e verem o que conseguem criar nas suas casas!”, afirma Gordon Ramsay.

“Não podia estar mais orgulhosa de anunciar a nossa nova campanha Skip the Cow, que conta com a participação do icónico Gordon Ramsay. Esta campanha representa um ousado passo em frente na apresentação da versatilidade e sabor da Planta Planteiga para cozinhar. A paixão de Gordon por comida excecional alinha-se perfeitamente com o nosso compromisso com a inovação e a oferta de alternativas sustentáveis, sem lacticínios, que não comprometem o sabor ou o desempenho. E se Gordon Ramsay acha que é bom, quem somos nós para discordar?”, comenta Jessica Pita, Iberia Marketing Lead da Flora Food Group.

A parceria surge num momento em que, segundo um estudo da OnePoll, 57% dos portugueses que cozinham confiam nas mesmas cinco receitas, e 20% só experimentam uma nova receita de poucos em poucos meses. No entanto, 86% dizem querer melhorar as suas competências na cozinha.

A campanha Skip the Cow já está a ser lançada a nível mundial, com presença em televisão, canais digitais e outdoor, e chega agora também a Portugal.

Sobre o autorHipersuper

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Nacional moderniza a embalagem das suas icónicas Marinheiras

A nova embalagem destaca-se pelo seu sistema de abertura e fecho fácil, que permite o consumo gradual das bolachas, mantendo-as frescas por mais tempo.

A Nacional acaba de lançar uma nova embalagem para a sua gama de bolachas Marinheiras, numa iniciativa que se insere no processo de rebranding da marca. Esta novidade chega ao mercado com o objetivo de proporcionar uma melhor experiência aos consumidores.
Atualmente posicionada como uma das marcas de referência no segmento das Marinheiras, a Nacional continua a investir em inovação para consolidar a sua presença nos lares portugueses. A nova embalagem destaca-se pelo seu sistema de abertura e fecho fácil, que permite o consumo gradual das bolachas, mantendo-as frescas por mais tempo.
“Este lançamento representa um marco importante na evolução da nossa marca. Queremos oferecer aos consumidores produtos que aliam tradição, qualidade e praticidade. A nova embalagem das Marinheiras reflete o nosso compromisso com a inovação, sem nunca perder a essência que nos define há mais de 170 anos”, afirma Filipa Rosa, Biscuit Category Manager da Nacional.
Sobre o autorHipersuper

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Retalho

Lidl reforça apoio aos Bombeiros Portugueses com nova campanha através da app Lidl Plus

A iniciativa decorre até 27 de abril e vai atribuir 3.000 euros a uma corporação por distrito, totalizando 54.000 euros em donativos.

O Lidl Portugal acaba de lançar uma nova campanha solidária que reforça o apoio às Corporações de Bombeiros Portugueses, desafiando os seus clientes a contribuírem de forma simples, através da utilização da app Lidl Plus.

A campanha insere-se na estratégia de sustentabilidade da insígnia, ‘Mais Lidl’, que se estrutura em três eixos: Mais para o Planeta, Mais para a Comunidade e Mais para Si. Neste caso, a ação visa simultaneamente incentivar a digitalização de faturas, promovendo a redução do consumo de papel, e apoiar os bombeiros portugueses num momento em que se aproximam os meses críticos do verão.

A dinâmica é apresentada como simples: a loja Lidl de cada distrito que registar o maior número de faturas eletrónicas entre 14 e 27 de abril vai escolher a Corporação de Bombeiros local a quem será entregue o donativo. A campanha volta assim a mobilizar clientes para causas sociais, reforçando a parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses, numa colaboração que já soma três campanhas consecutivas.

Desde 2016, o Lidl já doou mais de 200.000 bens alimentares, equivalentes a 154.000 euros, às corporações de bombeiros em Portugal. Estes apoios têm sido distribuídos através das lojas e entrepostos da insígnia, de Norte a Sul do país, especialmente durante os períodos mais críticos de combate a incêndios.

Apoio do Lidl aos Bombeiros


  • 200.000 bens alimentares doados desde 2016

  • +154.000 euros em valor total de apoio

  • 54.000 euros em donativos previstos na campanha de abril de 2024

  • 3.000 euros por corporação distrital

  • 18 corporações apoiadas diretamente nesta nova iniciativa

  • 3 campanhas já realizadas através da app Lidl Plus

Sobre o autorHipersuper

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ESG

Recolha de embalagens aumentou mas Portugal mantém risco de incumprimento

O país precisa de acelerar para aumentar a recolha em todos os materiais de embalagem, nomeadamente no vidro e ECAL, conseguir cumprir as metas de 2025, alerta a Sociedade Ponto Verde.

Nos primeiros três meses de 2025, Portugal registou um aumento de 4% na recolha seletiva de embalagens, com mais 4.377 toneladas a serem enviadas para reciclagem, em comparação com o período homólogo do ano anterior.

O volume total recolhido supera as 116 mil toneladas, mas este ritmo de crescimento é insuficiente para Portugal conseguir cumprir as metas para este ano.

Em 2024, para o mesmo período, os serviços de recolha seletiva de resíduos de embalagens financiados ao SIGRE (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens), pela Sociedade Ponto Verde (SPV) e outras entidades gestoras, atingiram o montante de 26,4M€. Já em 2025 os custos destes mesmos serviços atingiram 47,7M€, após a decisão de novos valores de contrapartida pelo Ministério do Ambiente e Ministério da Economia, igualmente para o 1º trimestre.

“O país tem de garantir a recolha seletiva de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado durante este ano. Nesta medida, a prioridade tem de passar por melhorar significativamente o nível de serviço que é prestado aos cidadãos por parte dos sistemas municipais e multimunicipais, dispondo o SIGRE  de mais recursos financeiros para realizar investimentos em gerem resultados e ajudem a alcançar esse objetivo”, defende a Sociedade Ponto Verde.

Turismo é um desafio

Os dados dos três primeiros meses deste ano mostram que o vidro continua a ficar aquém da performance das outras embalagens, já que foram recolhidas 48.568 toneladas dos vidrões, “o que significa uma estagnação em comparação com igual período de 2024 (0%)”, informa a SPV.  Em relação às embalagens de cartão para alimentos líquidos (ECAL), foram recolhidas 2.247 toneladas (-5%), enquanto nos restantes materiais os dados do SIGRE, no mesmo período em análise, revelam que foram encaminhadas para reciclagem 38.157 toneladas de papel/cartão (+5%), 20.425 toneladas de plástico (+7%) e 467 toneladas de alumínio (+5%).

Nos três primeiros meses de 2025 a quantidade de vidro recolhido nos vidrões, estagnou em relação ao mesmo período de 2024

A SPV refere ainda o crescimento do turismo, impulsionado pelo aproximar do verão, como um desafio acrescido para a meta de recolha seletiva de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado este ano. “Reduzir o impacto dos visitantes nos resíduos produzidos e na reciclagem de embalagens, torna ainda mais crucial acelerar a implementação de soluções tecnológicas inovadoras, em determinadas zonas do país, que permitam melhorar as redes de recolha junto do consumidor residencial e/ou do canal Horeca, onde existe uma maior pressão no consumo fora de casa”, alerta.

Para a CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, “estes dados mostram que continua a existir a necessidade de uma maior articulação e colaboração entre todos os agentes da cadeia de valor para tornar o sistema cada vez mais eficiente e o país conseguir cumprir a meta que está definida para a reciclagem de embalagens em 2025”. A SPV mantém não só a sua disponibilidade, mas também um investimento muito significativo ultrapassar os desafios. Em particular, no tema do vidro e com foco no Horeca, alocámos 600 mil euros para financiar projetos de comunicação integrados no nosso programa ‘Juntos a Reciclar ++’, um claro esforço para continuarmos a trazer inovação ao país, sempre em cooperação com os parceiros que estão no terreno, e de forma a gerar mais e melhor reciclagem de embalagens deste material”, exemplifica.

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Exportação

CONFAGRI quer grupo de trabalho a monitorizar taxas dos EUA

“É tempo de olhar e reconhecer a importância estratégica da agricultura e abrir novos canais comerciais”, defende Idalino Leão, presidente da CONFAGRI.

Para a CONFAGRI é “essencial” haver uma resposta concertada, “assente no diálogo, na união e na preparação estratégica do setor”.

Em causa está a “crescente incerteza gerada pelos mais recentes desenvolvimentos nas políticas comerciais internacionais”, aponta, em particular no que respeita à imposição de taxas de importação de 25% 25% sobre o aço, o alumínio e os automóveis e outras “recíprocas” de 20% para um leque alargado de outros bens e que deverão entrar em vigor a 15 ne julho.

Em respostas, a União Europeia avançou, a 9 de abril, com a decisão de cobrar tarifas sobre importações a bens agrícolas e industriais norte-americanos.  São cerca de 1700 produtos, que vão passar a pagar pelo menos 25% para entrarem no espaço da UE.

Partilhando a legítima preocupação dos produtores e empresas agroalimentares nacionais, Idalino Leão, presidente da CONFAGRI sublinha que “este é o momento para agir com bom senso e serenidade, sendo importante alavancar medidas que visem mitigar as dificuldades dos setores agrícolas mais afetados direta e indiretamente pelas tarifas”.

Para a CONFAGRI é “essencial” haver uma resposta concertada “assente no diálogo, na união e na preparação estratégica do setor”

Nesse sentido, e ainda que afirme manter “a esperança de que se consiga alcançar um bom entendimento entre os líderes mundiais”, a CONFAGRI está a propor a criação de um grupo de trabalho que congregue os representantes de todos os elos da cadeia de abastecimento e produção agroalimentar, “com o objetivo de monitorizar, de modo articulado e permanente, os desenvolvimentos e negociações internacionais, de forma a agir, atempadamente, em prol da defesa da estabilidade económica e da soberania alimentar de Portugal”.

Para Idalino Leão, “é tempo de olhar e reconhecer a importância estratégica da agricultura e abrir novos canais comerciais.”, sendo necessário garantir que, perante contextos de crise, o setor agroalimentar dispõe dos instrumentos necessários para assegurar estabilidade aos produtores, às empresas e aos consumidores portugueses”.

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Bebidas

Edição limitada de Pedras Ananás reforça gama Pedras no verão

Este sabor vem complementar a gama Pedras Sabores, onde já constam limão, tangerina, maracujá e frutos vermelhos.

A edição limitada Pedras Ananás, que estará disponível durante a época mais quente do ano, é apresentada como uma bebida com “equilíbrio perfeito entre a doçura e a acidez”.

Vem complementar a gama Pedras Sabores, onde já constam os sabores de limão, tangerina, maracujá e frutos vermelhos e está disponível em garrafa 25 cl no canal on-trade e no formato 4x25cl nos hiper e supermercados de norte a sul do país.

Integrada no portefólio do Super Bock Group, Pedras Sabores é uma gama de bebidas com ingredientes naturais que tem na sua base Água das Pedras, uma água mineral natural gasocarbónica rara por ter gás 100% natural que é captada nas profundezas do subsolo granítico da região de Trás-os-Montes.

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Luis Bás, secretário-geral da ADIPA
Alimentar

ADIPA defende criação de uma Secretaria de Estado do Comércio e Serviços no próximo Governo

“Desde o primeiro momento, considerámos que a ausência de uma Secretaria de Estado do Comércio no atual Executivo não foi uma decisão acertada. A dimensão e o impacto económico do comércio justificam plenamente a existência de uma tutela específica”, defende Luís Brás, secretário-geral da ADIPA.

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tagsADIPA

O Conselho Coordenador da ADIPA – Associação dos Distribuidores de Produtos Alimentares –, órgão consultivo da Direção que integra algumas das principais empresas do comércio alimentar independente, que se reuniu no passado dia 10, defende a necessidade de o próximo Governo, a ser eleito nas legislativas de 18 de maio, criar uma Secretaria de Estado dedicada exclusivamente ao Comércio.

O setor do comércio e serviços representa uma parcela significativa do PIB nacional e é responsável por centenas de milhares de postos de trabalho. A ADIPA considera, por isso, que é fundamental que estas atividades económicas tenham, no seio do Governo, uma estrutura própria, capaz de lhes dar a devida atenção estratégica e de promover políticas públicas que reforcem a competitividade e a sustentabilidade do setor.

“Desde o primeiro momento, considerámos que a ausência de uma Secretaria de Estado do Comércio no atual Executivo não foi uma decisão acertada. A dimensão e o impacto económico do comércio justificam plenamente a existência de uma tutela específica. A criação desta Secretaria de Estado seria um importante sinal político e uma medida concreta para reforçar um setor que é essencial para o desenvolvimento económico e para a coesão social do país.”, afirma Luís Brás, secretário-geral da ADIPA.

 

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Campos da Vitacress
Alimentar

Simbiose e Corteva vão lançar nova biosolução agrícola na Europa

A Corteva assegurou os direitos de distribuição exclusiva do produto solubilizante de fósforo, da Simbiose, na Europa.

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A Simbiose, empresa brasileira de desenvolvimento de produtos microbiológicos para a agricultura, prepara-se para lançar no mercado europeu uma tecnologia de solubilização biológica de fósforo. Comercializado pela Simbiose no Brasil desde 2019, o produto foi desenvolvido com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e “deve chegar a mais de 20 países através da colaboração com a Corteva Agriscience, empresa global de ciência e tecnologia agrícola”, informam os dois parceiros.

Numa nota conjunta, referem que o bioproduto é capaz de aumentar a produtividade e a resiliência das culturas. “A solução quebrou paradigmas entre os produtores rurais do Brasil ao tornar-se o primeiro produto biológico de fósforo, baseado em micro-organismos solubilizadores de fosfato. Foi desenvolvido após mais de 20 anos de pesquisa realizada pela Embrapa Milho e Sorgo, sob a liderança da investigadora Christiane Paiva”, indicam.

A participação da Simbiose nos estudos da Embrapa começou no momento da validação dos testes com inoculantes e micro-organismos na cultura, a chamada fase de campo. Citada na nota, Christiane Paiva explica que a tecnologia do solubilizador biológico de fósforo atua desde o início do cultivo, quando bactérias aplicadas nas sementes ou no solo iniciam o processo de colonização que facilita a libertação do fósforo para as plantas, permitindo assim que as raízes absorvam mais nutrientes e aumentem a produtividade.

A Corteva assegurou os direitos de distribuição exclusiva do produto solubilizante de fósforo, da Simbiose, na Europa. “Estamos continuamente à procura de inovações que possam ajudar os agricultores a adaptarem-se aos desafios ambientais e de produtividade”, afirma Frederic Beudot, vice-presidente de Produtos Biológicos da Corteva Agriscience. “A combinação da qualidade do portfólio da Simbiose com as nossas capacidades de I&D e de agronomia local vai aproximar-nos mais deste objetivo”, acrescenta.
Na Europa, o produto será rebatizado com um novo nome, que será determinado pela Corteva.

“Com muitos estudos e avanços tecnológicos, a Simbiose estabeleceu-se no Brasil como uma empresa inovadora, sinónimo de qualidade e parceira dos produtores”, diz por sua vez Marcelo de Godoy Oliveira, CEO da Simbiose. “Em parceria com a Corteva, vamos abrir o mercado europeu à Simbiose, exportando um dos seus produtos mais inovadores e disruptivos. Esta colaboração tem tudo para responder a um mercado exigente, que procura cada vez mais a produtividade, com soluções sustentáveis e tecnologia de alta qualidade”, define.
A Simbiose e a Corteva esperam que o produto esteja disponível já em 2026, enquanto se aguarda a aprovação regulatória e a conclusão do processo de rebranding da marca no mercado local.

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Bebidas

Programa da Água Serra da Estrela quer proteger a água e regenerar a serra

‘Para Que Nunca Acabe’ pretende mobilizar comunidades, parceiros e consumidores para cuidar e valorizar a origem da água da Serra da Estrela.

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Proteger a água e regenerar a Serra da Estrela é o objetivo do ‘Para Que Nunca Acabe’, lançado pela Água Serra da Estrela. O programa reflete “o compromisso da marca com a preservação da água da Serra da Estrela e com a regeneração do ecossistema único onde nasce”, assegura a marca.

O Programa pretende promover uma mudança comportamental e um impacte ambiental positivo, através de práticas responsáveis da operação da marca, da regeneração da floresta e de práticas tradicionais que a protegem, e da mobilização de comunidades, parceiros e consumidores.

Reduzir a pegada hídrica e a pegada de carbono da marca, bem como a utilização de matéria-prima virgem, regenerar a floresta, o ecossistema e revitalizar práticas tradicionais que protegem a Serra, mobilizar as comunidades locais e os consumidores para adotarem comportamentos responsáveis são os três eixos de ação do ‘Para Que Nunca Acabe’.

O programa dá sequência a iniciativas ambientais já implementadas pela Água Serra da Estrela, “como o programa de reflorestação iniciado em 2002, através do qual foram plantadas mais de 1,7 milhões de árvores em parceria com várias organizações às quais se juntou mais recentemente a Associação Cuidar”, adianta a empresa. A marca foi pioneira na introdução de medidas que reduziram drasticamente o uso de plástico virgem, atingindo em 2025 o marco de utilização de 100% rPET em todas as suas embalagens.

“A Água Serra da Estrela nasce num lugar extraordinário, que todos temos o dever de proteger. Com o programa ‘Para Que Nunca Acabe’, queremos não só agir de forma responsável, mas envolver nessa ação todos os que estão determinados a que este património natural seja preservado para as gerações futuras”, afirma Ana Rita Martins, Marketing manager da Água Serra da Estrela.

 

 

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