Edição digital
PUB
Distribuição

“Próximo multibanco bitcoin pode ser instalado já em Março no Algarve”

A primeira caixa multibanco no País que permite trocar dinheiro por bitcoins foi instalada no Saldanha Residence, em Lisboa. A próxima deverá ser colocada no Algarve, já em Março, revela em entrevista ao HIPERSUPER Joaquim Lambiza, Director-Geral da Bitcoin Já

Ana Catarina Monteiro
Distribuição

“Próximo multibanco bitcoin pode ser instalado já em Março no Algarve”

A primeira caixa multibanco no País que permite trocar dinheiro por bitcoins foi instalada no Saldanha Residence, em Lisboa. A próxima deverá ser colocada no Algarve, já em Março, revela em entrevista ao HIPERSUPER Joaquim Lambiza, Director-Geral da Bitcoin Já

Sobre o autor
Ana Catarina Monteiro
Artigos relacionados
Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor
ESG
CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação
Logística
Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR
ESG
Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar
Retalho
Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial
Alimentar
Sensodyne com novidades nos seus dentífricos mais populares
Não Alimentar
Salutem lança Mini Tortitas com dois novos sabores
Alimentar
LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social
Bebidas
Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser
Produção
Zippy convida as famílias a explorarem as suas emoções de forma inclusiva
Retalho
PUB

Entrevista a Joaquim Lambiza, Director-Geral da Bitcoin Já

VEJA AQUI O VÍDEO DA ENTREVISTA

PUB

Portugal está “bastante atrasado” na adopção da moeda virtual, considera o director-geral da Bitcoin Já, empresa que instalou o primeiro multibanco para bitcoins no País. Joaquim Lambiza acredita que o turismo pode ser o pontapé de saída para a democratização da moeda virtual

O que é a bitcoin?

A bitcoin é uma moeda virtual que permite fazer transacções de valor de um ponto ao outro de forma instantânea, na internet, portanto é uma moeda que existe no espaço virtual. Consegue fazer as transferências de forma bastante segura, de uma segurança que até hoje nunca se tinha visto, e a um custo praticamente gratuito.

A primeira caixa multibanco, que permite trocar dinheiro por bitcoins, foi instalada no ano passado no Saldanha Residence, em Lisboa, durante o ano passado. Porquê este centro comercial?

Na realidade, o negócio da Bitcoin Já não é explorar a máquina, não é o negócio de comprar e vender bitcoins. Para o nosso produto, o ATM, escolhemos aquele local por ser o ideal para servir de ‘showcase’ das nossas máquinas. Porque o cinema é o mais tecnologicamente evoluído em Portugal, é o único que oferece determinadas características tecnológicas, que mais nenhum cinema em Portugal oferece, e achamos que seria o local ideal. E temos recebido potenciais clientes estrangeiros para ver a máquina. Não esperávamos o impacto que teve na sociedade e a utilização que acabou por ter, que não era nada o nosso objectivo inicial.

Qual foi o impacto que teve na sociedade?

Começaram todos a falar sobre as bitcoins, o que era o nosso objectivo mas não no imediato. Também começaram todos a utilizar a máquina, muito mais do que estávamos à espera, tem sido um fenómeno mediático. Eu digo isto porque a quantidade de pessoas que hoje vão lá tirar fotografias ao lado da máquina é maior do que as pessoas que de facto estão a usá-la. E isso é bom! Significa que as pessoas começam cada vez a falar mais no assunto e a entender.

Como o dinheiro é transformado em bitcoins?

A máquina tem, no seu interior, é virtual mas tem, bitcoins e dinheiro físico, neste caso euros. O que acontece é que se a pessoa quiser comprar bitcoins, mostra o seu número de conta, traduzido através de um QR Code, coloca as moedas e instantaneamente recebe as bitcoins, portanto, é transferido da máquina para a pessoa. Caso contrário, também funciona assim, a máquina mostra o endereço e a pessoa manda para lá as bitcoins, isto em frente à máquina, e depois das confirmações necessárias sai o dinheiro. Um processo bastante simples.

Quais os estabelecimentos em Portugal onde já é possível utilizar as moedas? Apenas no cinema, no caso do Saldanha Residence?

Sim, no Saldanha só no cinema. A adesão dos comerciantes em Portugal tem sido muito fraca em relação aos outros países. A adopção tem sido francamente lenta. Em Portugal, podemos usar em muitos poucos cafés, especificamente bares, e tem-se centrado mais na área do turismo. Há vários apartamentos em Portugal que podem ser alugados através de bitcoins, curiosamente há também vários médicos que aceitam bitcoins. Mas pouco mais. A adopção pelos comerciantes tem sido bastante lenta.

Até agora, qual o volume das transacções feitas? É satisfatório?

É surpreendente. Não era nada do que prevíamos. Aquilo era só mesmo um ‘showcase’ para vender as máquinas e temos tido uma média de 150 transacções por mês. Comparado com outros países é bastante pouco, não é um número interessante. No entanto, pela localização e pelo facto de nunca termos feito nenhuma publicidade paga é bastante surpreendente. Portugal está a crescer a um ritmo bastante lento na adopção das bitcoins.

Porquê?

A questão do atraso português deve-se à falta de divulgação. Não é o facto de estar atrás ou à frente, isso rapidamente se recupera, não é uma questão complicada. Lá fora, por exemplo, já há dois anos pagava o meu croissant e capuccino com bitcoins em Londres.

Há um mês estive na Dinamarca, num bar irlandês com amigos a beber cerveja e foi tudo pago com bitcoins. Existe uma adopção, que é um bocado impulsionada pela necessidade, e nós aqui ainda não a sentimos. No caso, por exemplo, da Dinamarca, que tem vizinhos que usam moedas diferentes da sua, como a Suécia ou Alemanha, o uso da bitcoin é natural. No caso de Inglaterra, que não está no euro, para mim foi uma surpresa bastante agradável poder fazer pagamentos com bitcoins e simplesmente esquecer os custos de câmbio.

O Banco de Portugal alertou, no dia do lançamento do primeiro multibanco, para a insegurança do sistema. Uma vez que não existe um fundo que cubra eventuais perdas dos utilizadores, qual a importância de investir na segurança?

Vou separar as preocupações do Banco de Portugal em relação ao resto. As preocupações do Banco de Portugal são, na minha opinião, essencialmente dirigidas à volatilidade da moeda e ao facto de não serem garantidas nem controladas por uma entidade central.

Em relação à volatilidade da moeda é verdade e eu subscrevo. As pessoas que tencionam entrar no mercado especulativo ou vender bitcoins para ganhar dinheiro, ou então as que querem investir as suas poupanças em bitcoins, cometem um erro bastante grave. O Banco de Portugal aí está a fazer o seu papel e a proteger os utilizadores. Não é para isso que serve o bitcoin neste momento.

O facto de não haver uma entidade central que garanta ou controle, é precisamente a grande vantagem da bitcoin. Toda a ideia de um sistema central é contrário à sua existência e é a descentralização que representa a sua força e a sua segurança.

Em relação à segurança, há uma questão semântica muito complicada. Número um, o sistema bitcoin em si representa uma segurança como nunca existiu à face da terra, é um sistema bastante seguro. Neste momento, o volume de computação ligado à segurança de um bitcoin é superior à soma de todos os super computadores da Terra. Desde 2009, quando se deu a primeira transacção, que essa segurança está a ser posta à prova todos os dias e até hoje nunca falhou.

Tem havido nos media muitas informações sobre pessoas que foram presas por envolvimento em esquemas com bitcoin. Que é que acontece? Quando saímos dessa segurança aí já estamos por conta própria e risco. Os últimos casos ocorridos têm sido em agências de câmbio. Se transfiro os meus bitcoins para uma empresa e se essa empresa entra em falência ou é roubada, os meus bitcoins desaparecem e isso é o que tem acontecido. São empresas sem escrúpulos que desaparecem com o dinheiro, e isso não tem nada haver com os bitcoins em si, tem haver com o que eu faço com os meus bitcoins, a quem entrego e alguém que depois trai a minha confiança. As soluções aí sim passam por regulamentação para controlar essas empresas e a forma como actuam.

Acha que nos próximos anos vai ser criada uma entidade para regular?

É precisamente isso que não se quer. A grande revolução de que estamos aqui a falar é o facto de isto ser descentralizado, de não existir uma entidade central. Todos entendem isso e querem que essa descentralização seja desenvolvida e que possamos ver onde isto vai chegar. A questão da segurança do sistema não está aqui em causa. A segurança do que acontece fora sim, pode ser regulamentada, mas o sistema em si não é essa a ideia, e espero que não aconteça.

Já agora posso falar em relação ao valor, também uma preocupação do Banco de Portugal. A questão de as pessoas investirem e de um momento para o outro a moeda perder o valor. O valor de uma moeda normal, no caso do euro, é controlado por políticas monetárias. Existe uma política monetária central que determina, como aconteceu agora recentemente em que o Banco Europeu decidiu emitir mais notas e desvalorizar a moeda. Foi uma decisão consciente. Nas bitcoins isso não acontece, não podemos descentralizar a moeda e não há ninguém que a controle. Se a quiséssemos controlar teria que haver a noção de política monetária descentralizada, que ainda não existe. Há-de ser inventado no futuro, até lá a moeda é bastante jovem e o que vai acontecer é que o mercado, por si, vai criando sistemas e produtos financeiros que vão acabar por estabilizar o seu preço.

Qual é então o papel da Bitcoin Já?

A Bitcoin Já tem três objectivos. Um deles é criar produtos comerciáveis na tecnologia das moedas virtuais, como foi o caso da ATM (Automater Teller Machine) e como é o caso de outros que estamos a desenvolver para comerciantes. A segunda área, de longe a mais importante, é a área da utilização da tecnologia para criar soluções empresariais, estamos a falar de coisas como os ‘Smartcontract’. A grande revolução não é a moeda em si mas a tecnologia que suporta a moeda. E prevê-se que num futuro próximo, muitas das nossas interacções sociais e empresariais sejam feitas à base dessa tecnologia e nós queremos actuar nessa área. A terceira é a divulgação dessa tecnologia. O nosso papel aqui é precisamente nestas três áreas.

A Bitcoin recebe alguma parcela das trocas comerciais?

Sim. A máquina compra e vende os bitcoins e cobra uma percentagem sobre cada transacção. Essa percentagem neste momento está nos 3%, francamente baixa. Já percorri alguns países europeus e nunca vi uma percentagem tão baixa. Mas o nosso objectivo é mesmo a divulgação.

Os 3% apenas são aplicados apenas em Portugal?

É a própria máquina que define, quem usa o ATM é que define qual a percentagem que quer aplicar. A média tem sido entre os 5 e os 10% nos outros países. É o que se aplica normalmente. A questão desta parcela é que nós temos que pagar a utilização da máquina e também os impostos devidos dessas transacções.

A percentagem aumenta conforme a procura?

É definida por nós. Neste momento, definimos um valor fixo de 3%. Mas isso não quer dizer que mais tarde possamos alterar, dependendo das variáveis da procura e da oferta, no futuro.

Disse que queria ampliar o número de funcionalidades da caixa multibanco de bitcoins. Para já, quais as funcionalidades disponíveis?

Para já é a compra e venda de bitcoins.

Qual será a próxima função?

Tínhamos previsto uma série de funções que entretanto pusemos de lado, depois de termos feito uma ronda pelos potenciais clientes. Mudámos um pouco a nossa estratégia. As funcionalidades vão centrar-se no ‘multi currency’ [multi-moedas], pelo que a máquina pode aceitar em simultâneo, por exemplo, euros e libras inglesas. Depois estamos a trabalhar bastante numa área chamada ‘remittance’ [remessas]. É essencialmente para emigrantes, que trabalham em Portugal, trabalham duro, têm um ordenado legal, pagam impostos e querem enviar parte para casa, pagando uma fortuna em comissões de transferência, impostos, entre outros. Hoje em dia, vão à máquina, trocam algum dinheiro e enviam os bitcoins para casa. Estamos a desenvolver uma solução que permita fazer isso de maneira bastante automatizada e simples.

Há países como a Guiné Equatorial, cuja moeda é muito difícil de trocar em Portugal. Por não haver muita circulação, é difícil encontrar espaços que façam a transacção. As bitcoins permitem facilitar também esse aspecto?

Bastante. Aliás a maior utilização que as bitcoins têm hoje é na área das ONG (Organizações não Governamentais) e do financiamento, das doações e dos micro pagamentos. Por exemplo, conseguimos fazer uma doação para um projecto qualquer em África e ter a certeza é recebido e não há ninguém a ganhar nada no caminho. É instantâneo e imediatamente verificável e utilizável.

A nível dos micro-pagamentos, como esta transferência de dinheiro é praticamente gratuita, podemos pagar alguns cêntimos independente do valor, ou seja, podemos fazer transferências pequenas sem pagar mais por isso.

Existem países onde podemos pagar o equivalente a um euro. Fazer uma transferência de um euro no sistema bancário actual é impraticável porque o custo das transacções supera isso, enquanto na bitcoin isto está a funcionar. Portanto, isto é uma área bastante interessante em que os envolvimentos nessa região está a ser exponencial.

Pretende instalar mais caixas multibanco para bitcoins noutros espaços? Quais?

Como disse, a nossa primeira máquina era um ‘showcase’ e a nossa vontade e intenção era encontrar empresários que quisessem adquirir a máquina, contando ou não com a nossa ajuda, e explorá-la. Portanto, arranjam eles os sítios para as colocar. Não temos tido, digamos assim, propostas concretas, só temos intenções mas não passam disso. Até definimos uma meta. Até ao final de Fevereiro se não encontrarmos ninguém que queira explorar a máquina, vamos criar uma divisão e vamos colocar a máquina noutro local. Um dos locais é o Algarve, porque é onde existem turistas, já em Março.

Quando fui a Inglaterra consegui comprar produtos e serviços sem passar por uma casa de câmbio e existe também essa oportunidade que pode ser dada aos ingleses que vêm cá a Portugal e que querem gastar o seu dinheiro mas não estão para gastá-lo no sistema financeiro actual.

E seria também num espaço comercial ou num espaço de rua?

Não tenho limitações. Pode ser num café, bar, no aeroporto. Onde se poder negociar o melhor sítio com os melhores horários. No caso do Saldanha, o cinema tem uma limitação só abre às 13h, portanto o sistema em meio-dia desaparece. Isto são limitações que não haverá para a segunda máquina.

Quando se dará o ‘boom’ das bitcoins? Em Portugal e no mundo?

Por detrás da palavra ‘bitcoin’ existem duas coisas diferentes. Uma é a moeda em si e a outra é a tecnologia. Como moeda, acho que em Portugal vai ser mais impulsionada pelos estrangeiros, a comunidade estrangeira radicada em Portugal e os turistas. Quando? Acho que aquilo que vamos fazer no Algarve é que nos vão dar uma visão mas completa do que podemos esperar. Mas acabamos sempre por seguir o que acontece nos outros países e a evolução esta a ser bastante rápida, por isso, calculo que daqui a dois anos a moeda já esteja a ser mais utilizada em Portugal.

Ao nível de tecnologia, o meu grande desejo é que as empresas em Portugal, nomeadamente na área da distribuição, queiram olhar e conseguir entender no que é que esta tecnologia os pode ajudar, porque as limitações não existem e o potencial bastante impressionante.

Que oportunidades há para a distribuição?

Neste momento, no mundo inteiro estão a surgir centenas e centenas de empresas ‘Start ups’, exclusivamente dedicadas a esta área, à tecnologia que suporta a moeda. Estamos a falar de ‘smart contract’ que, por exemplo, na área da distribuição tem um potencialidade bastante grande, outro caso são os ‘assets’, toda a gestão através deste sistema de tecnologia das bitcoins, que nós chamamos de ‘block chain’. Existem inúmeras possibilidades e o que parece é que em Portugal, tal como esta a acontecer lá fora, começo a ver esse interesse.

Para terminar, considera que a democratização do sistema ajudaria a dinamizar a economia portuguesa?

Em relação à economia em si, o que ajudaria era haver mais investimentos na área. Não me preocupa estarmos atrás a nível do método de pagamento bitcoin, porque isso facilmente se recupera. Mas no que diz respeito a desenvolver a economia através deste sistema, Portugal está bastante atrás. Há países em que as próprias entidades governamentais exigem ao mercado que comece a desenvolver soluções nesta área para não ficarem atrás, nós estamos definitivamente atrás. O desenvolvimento da economia portuguesa passaria por mais empresas a investirem nesta área, sobretudo porque é bastante jovem, e começar logo em frente do plutão, e não esperar até passar as oportunidades.

– Alteração

12h18 do dia 19 de Fevereiro de 2015:

“No caso, por exemplo, da Dinamarca, que tem vizinhos que usam moedas diferentes da sua, como a Suécia ou Alemanha, o uso da bitcoin é natural”.

Sobre o autorAna Catarina Monteiro

Ana Catarina Monteiro

Artigos relacionados
Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor
ESG
CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação
Logística
Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR
ESG
Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar
Retalho
Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial
Alimentar
Sensodyne com novidades nos seus dentífricos mais populares
Não Alimentar
Salutem lança Mini Tortitas com dois novos sabores
Alimentar
LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social
Bebidas
Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser
Produção
Zippy convida as famílias a explorarem as suas emoções de forma inclusiva
Retalho
ESG

Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor

A Staples é o primeiro cliente da EDP em Portugal a escolher, em simultâneo, soluções de energia elétrica, comunidades de energia solar e mobilidade sustentável. A retalhista sublinha que esta parceria permite, por exemplo, produzir localmente metade da energia que necessita diariamente e partilhar a energia restante com vizinhos.

A Staples escolheu a EDP Comercial como fornecedora de uma solução integrada para a descarbonização do consumo elétrico da empresa, combinando fornecimento de energia, produção local de energia solar para consumo próprio e partilha com vizinhos e mobilidade elétrica conectada à rede pública MOBI.E.

Esta parceira inclui a instalação de comunidades de energia em mais de 20 lojas por todo o país: os Bairros Solares EDP terão uma capacidade combinada de cerca de 2,5 MWp e uma produção anual estimada de aproximadamente 3,5 GWh. Esta energia limpa vai permitir evitar a emissão de cerca de 1.800 toneladas de CO2 por ano, que seria emitido para produzir a mesma eletricidade a partir de fontes poluentes.

A instalação destas centrais solares vai permitir à Staples uma independência da rede elétrica de aproximadamente 50%  e partilhar estes benefícios com cerca de dois mil vizinhos. Podem aderir famílias ou empresas que se encontrem num raio de dois quilómetros das lojas Staples aderentes, ao inscreverem-se no site da EDP Comercial (edp.pt/bairro-solar).

Para além de promover o uso de eletricidade renovável nas comunidades em que está inserida, esta parceria permite à Staples alcançar poupanças de mais de 60% no custo mensal com eletricidade e reduzir significativamente a sua pegada ambiental. Já os vizinhos que fizerem parte deste projeto terão uma poupança de até 35% em parte da eletricidade que consomem, para além de contribuírem para a transição energética do seu bairro, pode ler-se no comunicado enviado.

A EDP vai também instalar 60 pontos de carregamento de veículos elétricos em quase 90% das lojas Staples de norte a sul do país, que estarão ligados à rede pública MOBI.E, que podem ser utilizados por qualquer condutor de veículos elétricos, independentemente do seu Comercializador de Energia de Mobilidade Elétrica (CEME).

Além destas soluções de mobilidade elétrica e da implementação das comunidades de energia, a EDP vai ainda fornecer energia elétrica a todas as localizações Staples em Portugal durante sete anos. Ao escolher um contrato de fornecimento de energia a longo prazo, a Staples deverá reduzir em cerca de 30% os seus custos com eletricidade, avança em comunicado.

Com este projeto, a Staples reforça o seu empenho na descarbonização de toda a sua cadeia de valor, um passo importante na redução significativa das emissões de CO2, enquanto envolve as comunidades onde está inserida na transição energética, sublinha ainda.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Logística

CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação

Em Portugal, a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro.

Os CTT – Correios de Portugal vão reforçar a operação de tratamento e distribuição de encomendas para fazer face à procura da peak season, período entre a Black Friday e o Dia de Reis. A nível ibérico a expectativa é que sejam feitas mais de um milhão de entregas de encomendas pelos CTT em dias de pico, avança a empresa em comunicado.

Em Portugal, a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro.

Já na distribuição em Portugal, existirá um reforço de recursos humanos e de rotas de distribuição, com a contratação de mais de 800 pessoas para esta época, elevando para cerca de 7800 os trabalhadores das operações de correio e expresso dedicados à peak season, com mais veículos para o transporte de encomendas e mais 850 rotas suplementares.

Será ainda implementado o trabalho suplementar aos feriados, sábado e domingos e, sempre que possível, serão antecipadas as recolhas junto dos clientes empresariais, refere ainda os CTT que terão equipas de manutenção em permanência nos centros da CTT Expresso (MARL, em Lisboa, e Perafita, no Porto) e uma equipa de Sistemas de Informação reforçada.

Também no apoio ao cliente existirá um reforço de 25% a 30% da equipa de atendimento, sendo que o chatbot Helena, solução de Inteligência Artificial dos CTT, estará também com uma robustez reforçada para dar resposta aos clientes dos CTT. A nova assistente virtual dos CTT disponibiliza uma assistência em tempo real, conjugando as componentes informativa e transacional, sendo possível, por exemplo, saber o estado de uma encomenda.

Os CTT lembram que é importante estar atento contra eventuais esquemas de phishing, devendo os clientes seguir todos procedimentos para assegurar a segurança dos seus dados pessoais e bancários.

Já em Espanha a CTT Express está preparada para gerir entre 500 a 600 mil envios por dia nos dias de maior movimento e reforçará a contratação para esta época com cerca de 200 pessoas para o tratamento e cerca de 600 fornecedores de distribuição.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

ESG

Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR

Os projetos LIFE SeaBIL, OCEAN4FUEL e MESMERISING, focados na proteção dos oceanos e dos ecossistemas aquáticos, foram os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR, lançado este ano para tornar a iniciativa ainda mais abrangente.  

Um dos três projetos vencedores, o LIFE SeaBIL, liderado pela SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, tem o objetivo de reduzir o impacto direto e indireto do lixo marinho nas aves que dependem dos ecossistemas costeiros e marinhos, além de promover a consciencialização e incentivar práticas mais ecológicas. A sua principal prioridade será continuar a recolher dados mensais nas Berlengas, monitorizar as aves arrojadas, reunir cientistas, autoridades e entidades reguladoras em prol da identificação das melhores soluções.

O OCEAN4FUEL, um projeto submetido pela Universidade de Aveiro – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, foi outro dos vencedores. A sua missão consiste em transformar plásticos marinhos, que poluem os oceanos e afetam os ecossistemas, em combustível líquido. Para isso, utiliza um processo denominado pirólise, que permite produzir um combustível compatível com a gasolina e gasóleo, oferecendo uma solução sustentável para enfrentar dois grandes desafios globais: a poluição marinha e a crise energética e ambiental associada aos combustíveis fósseis.

Apresentado pelo Instituto de Telecomunicações, o projeto MESMERISING, o terceiro vencedor, concentra-se no desenvolvimento de tecnologias para a monitorização em tempo-real de microplásticos em meios aquáticos. Isso permitirá identificar e caracterizar os diminutos microplásticos, recorrendo a canais microscópicos para conduzir a água por sensores eletromagnéticos, cujos dados serão recolhidos e processados por sistemas eletrónicos avançados.

As inscrições para o Prémio TransforMAR decorreram durante os meses de junho a setembro deste ano. As 38 candidaturas recebidas foram avaliadas segundo critérios estratégicos: alinhamento com o objetivo de proteção do oceano e dos ecossistemas aquáticos; robustez e/ou capacidade de implementação; inovação e criatividade; e qualidade do pitch. Podiam candidatar-se projetos nas áreas de redução de plástico nos oceanos; limpeza dos mares e orla costeira; transformação e/ou reciclagem de resíduos marinhos; proteção das espécies marinhas e sensibilização e/ou educação ambiental.

A par do Prémio TransforMAR em 2024, o Lidl Portugal levou a sua forte estratégia de sustentabilidade a 10 praias de norte a sul do país, durante o mês de agosto, com a dinamização de atividades de sensibilização para toda a família. Além disso, entre junho e julho, foram realizadas atividades para colónias de férias em 18 praias, aproximando-nos da comunidade escolar, promovendo ações lúdico-pedagógicas para crianças. Em parceria com a ONG Brigada do Mar, o Lidl Portugal promoveu 11 ações de limpeza na costa portuguesa, tanto em praias como nos rios, contribuindo para a descontaminação e proteção destas zonas, bem como dos ecossistemas aquáticos.

O programa TransforMAR surge de uma iniciativa pioneira do Lidl Portugal, juntamente com o Electrão, em parceria com a Marinha Portuguesa e a Brigada do Mar, contando com o apoio da  Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE), Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e Quercus. Desde 2018, o TransforMAR recolheu mais de 253 toneladas de resíduos plásticos e metal das praias, mares e rios portugueses, transformando-os em benefício da comunidade.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Retalho

Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar

Com esta nova abertura, a Auchan Retail Portugal reforça a sua estratégia de expansão no mercado da saúde e bem-estar.

A Auchan Retail Portugal reforça a aposta no segmento de ultra proximidade com a inauguração da terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar.

Num espaço de 204 metros quadrados, a My Auchan Saúde e Bem-Estar de Campolide, localizado na Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, em Campolide, abre  portas esta sexta-feira.

“Sabemos que a Saúde é hoje extremamente relevante na sua componente de prevenção e na lógica de “viver mais e melhor”. A nossa missão é proporcionar o acesso a soluções integradas que vão ao encontro das necessidades do consumidor, numa experiência de compra completa, com uma oferta diversificada de marcas nacionais e internacionais, que alia qualidade e acessibilidade. A nova loja de Campolide reflete esse compromisso”, explica Inês Matos, diretora de nutrição, saúde e bem-estar na Auchan Retail Portugal.

“Temos um plano de expansão forte para os centros urbanos e pretendemos levar estes espaços, adaptados às necessidades específicas de cada bairro, a vários pontos do país nos próximos anos, reforçando a proximidade com os nossos clientes”, acrescenta.

Aberta todos os dias das 9 às 21 horas, a loja oferece ainda vantagens exclusivas para membros do Clube Auchan.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Alimentar

Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial

“O primeiro passo para o sucesso de uma empresa é valorizar as suas pessoas e a renovação desta distinção é precisamente um reflexo desse facto e das nossas boas práticas. Estamos comprometidos com a mudança para um mundo mais igualitário e justo”, afirma Dina Duarte, diretora geral da Montiqueijo.

Pelo segundo ano consecutivo, no âmbito do Dia Mundial para a Igualdade Salarial – assinalado a 14 de novembro – a Montiqueijo foi distinguida com o Selo da Igualdade Salarial, atribuído anualmente pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), reforçando, assim, o seu compromisso com a equidade no local de trabalho.

O Selo da Igualdade Salarial procura reconhecer as boas práticas das empresas na promoção da Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens. Este certificado Salarial sublinha o empenho da Montiqueijo em garantir que todos os seus colaboradores recebem remunerações justas e que vão ao encontro das suas competências e desempenho, independentemente do género.

“O primeiro passo para o sucesso de uma empresa é valorizar as suas pessoas e a renovação desta distinção é precisamente um reflexo desse facto e das nossas boas práticas. Estamos comprometidos com a mudança para um mundo mais igualitário e justo”, afirma Dina Duarte, Diretora Geral da produtora.

Sendo a responsabilidade social um pilar fulcral para a empresa, este selo reafirma a importância da adoção de práticas laborais justas e transparentes, bem como da criação de um ambiente de trabalho equitativo e inclusivo, procurando promover não só igualdade e respeito como também a motivação dos colaboradores, sublinha a Montiqueijo em comunicado.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Não Alimentar

Sensodyne com novidades nos seus dentífricos mais populares

A Sensodyne ouviu os consumidores e apresenta várias novidades nas seis pastas dentífricas da gama base da marca. 

“Sensodyne tem como missão melhorar a qualidade de vida dos que sofrem de sensibilidade dentária. Ao renovar a sua gama essencial, pretende incentivar mais pessoas a usar um produto adequado à sua condição. Estamos a investir na gama essencial para mostrar aos consumidores que Sensodyne tem todos os atributos de uma pasta regular, com o benefício acrescido de também proteger contra a sensibilidade dentária.” explica Cristina Rosa, Sensodyne Brand Manager – Haleon Portugal.

Depois de ouvir os consumidores, a marca concluiu que 36% dos portugueses que sofrem de sensibilidade dentária não usam dentífrico específico. Segundo a marca, a justificação está relacionada com dois fatores. Por um lado, há quem pense que um dentífrico específico só deve ser usado perante um quadro de dor relacionada com a sensibilidade dentária; por outro lado, há quem acredite que essas mesmas pastas não têm os benefícios de uma pasta regular, como proteção contra as cáries e limpeza profunda.(*IPSOS U&A Study 2018).

Para combater esta condição, Sensodyne introduziu novidades nos seus dentífricos mais populares (Proteção diária, Multicare, Gengivas, Extra Fresh, Branqueadora, Limpeza e Frescura): uma nova fórmula com tripla ação de limpeza, que elimina a placa bacteriana e que contém flúor para proteger contra as cáries, e uma imagem renovada.

 

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Alimentar

Salutem lança Mini Tortitas com dois novos sabores

Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e a Queijo Azul são as novidades “para quem procura snacks equilibrados e cheios de sabor”.

A Salutem traz duas novidades para quem procura snacks equilibrados e cheios de sabor: as Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e a Queijo Azul.

Prontas a comer, as novas Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e com sabor a Queijo Azul “surgem como uma escolha ideal para quem quer elevar a experiência de receber a família e os amigos em casa. Com uma textura crocante e um toque sofisticado, são perfeitas para compor tábuas de queijos, acompanhar um vinho ou serem servidas simplesmente como um aperitivo em ocasiões especiais”, refere a Salutem em comunicado.

Estes novos sabores refletem o compromisso da marca em criar opções que respeitam o ritmo natural de cada pessoa, unindo o sabor ao bem-estar, sublinha ainda.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Bebidas

LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social

Colaboração entre a Auchan, a Fundação LIGA e a Casa Ermelinda Freitas reforça compromisso com a responsabilidade social e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

Hipersuper

Uma nova iniciativa solidária chega às prateleiras da Auchan. Em parceria com a Fundação LIGA, instituição que se dedica à capacitação e inclusão de pessoas com deficiência, e a Casa Ermelinda Freitas, a retalhista lança o vinho “LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas”. Parte do valor das vendas será para apoiar pessoas com deficiência.

O vinho distingue-se pelo rótulo, uma obra de arte original da autoria de Bráulio Moreira e Tomás Lima, artistas e utentes da Fundação LIGA. Por cada uma das garrafas vendidas, 1,50€ será destinado aos projetos de apoio da Fundação, que abrangem áreas como habilitação, reabilitação, formação profissional, emprego e acessibilidade, promovendo a inclusão e autonomia.

A apresentação oficial está marcada para dia 28 de novembro, às 17 horas, na Auchan Live Almada, com a presença dos representantes das três entidades envolvidas. Esta colaboração entre a Auchan, a Fundação LIGA e a Casa Ermelinda Freitas reforça compromisso com a responsabilidade social e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Produção

Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser

Pedro Serra defendeu no 10ª edição do Congresso Nacional de Rega e Drenagem que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva, impondo-se a necessidade urgente de criar um quadro legislativo novo.

Hipersuper

A 10ª edição do Congresso Nacional de Rega e Drenagem organizado pelo COTR – Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio, com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça, da Associação de Beneficiários de Cela, da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça, da APDEA, da APRH, do COTHN, da DGADR, da FENAREG, do INIAV, do Politécnico de Coimbra, da SCAP e da Universidade de Coimbra, reuniu mais de 30 oradores e especialistas nacionais e internacionais  durante 3 dias, além de profissionais do ecossistema da agricultura e do regadio.

Presidente do COTR, Gonçalo Morais Tristão

O programa do X Congresso incluiu uma sessão de abertura a cargo do presidente do COTR, Gonçalo Morais Tristão, de Hermínio Rodrigues – Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, e de José Manuel Gonçalves da Escola Superior Agrária de Coimbra, 5 keynotes, várias apresentações, 4 mesas-redondas e 2 fóruns de comunicações, estruturados em torno de 13 painéis dedicados aos temas: Água, Agricultura e Ambiente: Uma Abordagem Integrada da Gestão da Água; Regadio, Inovação e Tecnologia; Alterações Climáticas e Regadio: Medidas de Adaptação; Comunicar Agricultura e Regadio. Durante o Congresso foi também efetuada a apresentação da Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio, e ocorreu uma visita técnica à Campotec.
Nuno Canada, Presidente do INIAV, e Hermínio Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, foram os responsáveis pela sessão de encerramento.

Modelo de gestão dos recursos hídricos deve ser semelhante a Alqueva

Pedro Serra, que teve a seu cargo a primeira keynote do Congresso, defendeu que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva, impondo-se a necessidade urgente de criar um quadro legislativo novo que tenha em conta o momento atual e que traga a Lei da Água de 2005 para o presente. Dando a conhecer o retrato de Portugal e da Península Ibérica no que diz respeito ao clima e ao regadio, aquele responsável revelou a posição de privilégio de que Portugal desfruta no contexto europeu, dispondo, além disso, do dobro da quantidade de água per capita face ao resto da Europa, ainda que o nível de pluviosidade seja mais irregular e a variabilidade se venha a acentuar cada vez mais, mercê também do impacto das alterações climáticas.

Referindo a assimetria existente entre as zonas húmidas de Portugal (norte) e as zonas secas (sul) que justificam uma maior apetência para agricultura de regadio na zona sul do país com o Alentejo a apresentar um crescimento de mais 60% nos últimos anos, Pedro Serra afirmou que em Portugal são os privados quem tem vindo a fazer investimentos avultados, na ordem dos vários milhões de euros, no regadio durante a última década, criando o seu próprio Plano e impulsionando a sua modernização. Destacando a necessidade de se criar uma gestão integrada dos recursos hídricos em Portugal, o orador deu como exemplo o enorme sucesso de Alqueva que já rega cerca de 150 mil hectares, e sublinhou que o nível de eficiência do regadio privado no nosso país está nos 90%, enquanto o regadio público/coletivo não vai além dos 40%.

Pedro Serra também defendeu que os planos hídricos são essenciais para o futuro da água no nosso país, onde considerou que temos tudo, exceto vontade política e estratégia para termos mais e melhores recursos hídricos, e que é urgente mudar o paradigma da água na agricultura, porque dele depende a nossa segurança e autonomia alimentar.

A mudança de paradigma, segundo Pedro Serra, tem de assentar numa gestão estruturada que inclua a rega, a agricultura e a sustentabilidade, de modo a termos uma política da água que se articule com política do regadio e a nova política energética, porque a mudança de paradigma na agricultura e na água, é também uma questão de transição energética. Desde logo porque é preciso evitar o desperdício da água através do planeamento da utilização da água para fins múltiplos, tornando-se essencial aproveitar o excesso produzido pelas energias renováveis através de melhor ligação às hidroelétricas. Aquele orador, defendeu ainda que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva.

Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser

Seguiu-se uma mesa-redonda, moderada pela jornalista Teresa Silveira, onde participaram Jorge Froes do Projeto Água no Oeste, José Núncio da Fenareg e Rogério Ferreira da DGADR. Os intervenientes foram unânimes em considerar que é preciso desburocratizar, simplificar o licenciamento e criar enquadramentos legais novos e ajustados à presente realidade do país.

Jorge Froes defendeu que Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser, e precisa de planos hídricos que permitam fazer a gestão integrada, envolvendo cada região e criando um plano hídrico nacional que contemple as vertentes local, regional, particulares e nacional. Sublinhando o papel dos privados ao longo dos últimos anos no que diz respeito ao investimento e desenvolvimento dos recursos hídricos e relembrando que para se fazer agricultura – da qual depende a segurança alimentar do país, é preciso regadio, José Núncio referiu que temos água, temos dinheiro, recursos e tecnologia e que só falta vontade política para se avançar com um plano e uma estratégia de Resiliência Hídrica.

Portugal terá de investir 3 a 4 mil milhões de euros para reabilitar as águas residuais urbanas nos próximos anos

Os participantes referiram ainda a necessidade de reduzir as perdas de água e de a levar para a rega, algo que impõe um esforço de modernização urgente, e no qual devem ser respeitadas as especificidades do território em matéria de construção e gestão de barragens e da água. Um cenário onde adquirem particular importância as barragens de fins múltiplos e onde a questão da reutilização da água e das ETARS terá de ser também equacionada. Sobretudo, porque, com a entrada em vigor da nova diretiva europeia, Portugal nos próximos anos terá de investir entre 3 e 4 Mil Milhões de Euros para reabilitar as águas residuais urbanas, implicando a construção de mais ETARS e a remoção das mais poluentes.

Durante a mesa-redonda, o responsável da DGADR referiu que a iniciativa Água Que Une – cujo trabalho será apresentado em janeiro de 2025, constitui uma oportunidade única para se criar um ponto de encontro de toda a fileira e a possibilidade de termos uma visão do país como um todo no que diz respeito ao tema da água. Neste contexto, a vertente da Governança, que irá ser abordada no trabalho de levantamento que está a ser feito, adquire particular relevância. Sublinhando o potencial das águas Residuais Tratadas no Regadio, Rogério Ferreira, alertou para a necessidade de se reformular a lei do Regadio (RJOAH) que tem quarenta anos e que há 20 que não é alterada, e revelou que a taxa de execução do PDR 2020, que só em 2023 deu 350 Milhões de Euros à agricultura, é já neste momento de 96%, faltando apenas executar apenas 4% daqui até ao final de 2025.

O responsável da DGADR, que defendeu que é preciso fazer uma reflexão profunda em Portugal sobre os licenciamentos, para se encontrarem soluções e fazer alterações que permitam reduzir os atuais prazos demasiado longos das candidaturas (5 e 7 anos entre o estudo prévio e o momento da execução) e assim sermos mais eficientes, destacou a importância do PEPAC na desburocratização e encurtamento dos prazos de decisão sobre os financiamentos dos projetos dos agricultores, que neste contexto passam a ser de um máximo de 60 dias.

Tecnologia ajuda a fazer uso mais eficiente e racional da água

A tarde do primeiro dia foi dedicada ao Regadio: Inovação e Tecnologia e contou com duas apresentações e uma mesa-redonda.

Na sua apresentação, José Maria Tarjuelo, Professor da Universidade de Castilla-La Mancha (UCLM), sublinhou a importância dos dados e das ferramentas digitais no contexto do regadio, e deu a conhecer o SAR (servicios de asesoramiento al regante). Trata-se de um sistema criado pela UCLM com o intuito de ajudar os agricultores a fazerem uma utilização eficiente e racional dos meios de produção, em especial da água e da energia, proporcionando-lhes o apoio científico e técnico adequado para otimizarem a sua gestão, e contribuindo para tornar a agricultura numa atividade económica, social e ambientalmente sustentável. José Maria Tarjuelo, sublinhou ainda a importância do uso de sistemas digitais na compreensão e monitorização do consumo de água e seu respetivo impacto nas culturas, determinando as necessidades e racionalizando os consumos. Desta forma é possível conjugar o regadio com a água da chuva, adequar os sistemas de rega à evolução concreta de cada uma das fases das culturas e obter poupanças muito significativas.

Por seu turno, Joan Girona, responsável do IRTA – Institut de Recerca i Tecnología (Catalunha) falou sobre o Uso Eficiente da Água na Agricultura e o seu papel na produção dos alimentos. Este orador referiu a crescente importância da tecnologia neste âmbito desde os programas de software, à IA, aos drones, às aplicações, aos sensores (aéreos e enterrados) até às sondas e satélites, etc, defendendo que o mais importante não é a quantidade de água que está afeta a cada cultura, mas sim a porção que cada cultura tem possibilidade de absorver. Dois conceitos distintos e que importa trabalhar a bem do aumento da eficiência do consumo e da produção e da poupança de recursos. Neste contexto, relembrando que a maior parte da água absorvida pelas plantas é depois devolvida ao meio ambiente através da transpiração, o responsável do IRTA chamou atenção para o papel da rega e do regadio de precisão, apoiados em sensores que medem as culturas continuamente cruzando os dados, guiando e otimizando a produção e os respetivos consumos de água.

Segundo Joan Girona, os sistemas de rega são cada vez mais eficientes, fornecendo informação cada vez mais detalhada sobre o estado hídrico das culturas e permitindo ajustar a utilização da rega com a água da chuva, otimizando os consumos e tornando a agricultura muito mais sustentável. Um esforço que é preciso continuar a fazer, dadas as alterações climáticas e a sua repercussão no aumento dos períodos de seca e de escassez da água.

A tecnologia terá um papel fulcral a desempenhar no contexto da sustentabilidade e da otimização do consumo da água, mas importa encontrar um equilíbrio que inclua o conhecimento humano, e que advém de se ir a campo e de se observarem as plantas e os solos in loco, até para podermos manter toda a riqueza do conhecimento agronómico do qual dependemos para programarmos corretamente e com precisão as ferramentas, concluiu.

É fundamental aumentar a literacia dos agricultores e impulsionar a capacitação digital do setor

A mesa-redonda do período da tarde, que foi moderada por Luís Alcino Conceição do InvoTechAgro, teve como participantes Miguel Tavares da Sysmart, Paula Paredes do ISA Rui Sousa do INIAV, e Tiago Sá da Wisecrop. Os participantes consideraram que não obstante os grandes avanços do regadio, desde que foi implementado o primeiro pivot de rega nos anos 90 do séc. XX, passando depois pelo projeto do Alqueva e pela introdução dos sistemas gota a gota, o atual movimento de transformação digital exige mais literacia e capacitação dos agricultores. Um esforço que obriga à criação de equipas multidisciplinares, que trabalhem em conjunto no sentido de maximizar a aplicação da tecnologia na agricultura e no regadio, integrando e passando conhecimento técnico para o setor. A academia tem um papel importante a desempenhar neste contexto, onde a tecnologia não pode fazer perder o foco na agronomia e na produção de alimentos.

A par desta abordagem abrangente, onde o dimensionamento no campo para se ver o que se está a fazer é uma peça chave, os vários intervenientes consideraram que os agricultores precisam de ser apoiados na adoção e na implementação da tecnologia para que este processo possa ser verdadeiramente eficaz. A assessoria, a par da formação, é outra vertente a desenvolver e ampliar, porque não basta ter a tecnologia e os sistemas inteligentes implementados. É preciso saber usá-los e tirar partido deles, percebendo que o seu propósito é dar opções para se gerir melhor, quais são as vantagens da sua utilização, e que a inovação é um processo contínuo. Agilidade e simplicidade são por isso dois aspetos fundamentais a ter em atenção, para se poder aumentar a literacia digital do setor e reduzir o gap existente entre o nível de maturidade do setor e o novo universo que a IA está a abrir em todos os setores de atividade, incluindo na agricultura e no regadio.

O primeiro dia do Congresso terminou com um Fórum de Comunicações onde foram apresentados vários projetos como:  Serviço Irriwatch; Avaliação Da Espectroscopia De Campo Na Gestão Da Rega Em Kiwicultura; Potencial De Reutilização De Águas Residuais Em Contexto Agrícola; Qualidade Da Água De Rega E Dos Fluxos De Retorno Em Áreas De Culturas Anuais E Perenes – Um Caso De Estudo No Aproveitamento Hidroagrícola Da Campina Da Idanha; Análise Comparativa Da Utilização De Diferentes Tipos De Disposição De Painéis Fotovoltaicos Na Rega Da Cultura Da Amendoeira; Proteção Dos Recursos Hídricos Nos Agroecossistemas Orizícolas – Contributo Do Projeto Promedrice, Programa Prima; e Estimativa Do Consumo De Água, Assistida Por Deteção Remota, Em Pomares De Macieiras Com Enrelvamento Permanente – Estudo Sobre A Produção De Maçã De Alcobaça IGP.

 

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Retalho

Zippy convida as famílias a explorarem as suas emoções de forma inclusiva

“É urgente que as famílias percebam que todas as emoções têm um lugar, mesmo no Natal. Promover esta aceitação é fundamental para que as crianças cresçam mais seguras e conscientes de si mesmas.”, afirma o Professor Doutor Mário Cordeiro, que se aliou à Zippy nesta iniciativa.

Hipersuper

Num período frequentemente associado à felicidade e ao convívio, a Zippy reconhece que o Natal não é vivido da mesma forma por todos. A nova campanha procura dar voz a todas as emoções, sublinhando a importância de cada indivíduo na forma como sente e expressa os seus sentimentos.

“A ciência, a psicologia, a pediatria e a parte social reconheceram, finalmente, que as crianças têm emoções, sentem as coisas, têm sentimentos. As emoções, sejam elas raiva, angústia, medo ou alegria e bem-estar, fazem parte do ser humano e constituem uma paleta riquíssima que não pode ser ignorada ou banalizada. Aceitar e compreender estas emoções é essencial para um desenvolvimento saudável e uma convivência familiar mais harmoniosa.”, afirma o Professor Doutor Mário Cordeiro, que se aliou à Zippy nesta iniciativa.

A campanha integra as seis personagens coloridas da Zippy – os Monstros das Emoções –, que ajudam a explorar sentimentos de uma forma lúdica e visual. Cada monstro representa uma emoção distinta – alegria, tristeza, vergonha, medo, raiva e calma –, servindo de ponto de partida para conversas significativas entre pais e filhos.

“É urgente que as famílias percebam que todas as emoções têm um lugar, mesmo no Natal. Promover esta aceitação é fundamental para que as crianças cresçam mais seguras e conscientes de si mesmas.”, reforça o Dr. Mário Cordeiro.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Hipersuper. Todos os direitos reservados.