Fornecedores do Continente exibem produção nacional em Lisboa
Os fornecedores da cadeia de hipermercados receberam mais de 20 mil pessoas durante a quinta edição do Mercado dos Sabores
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Rita Gonçalves
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Ouvir críticas em primeira mão. Contactar directamente com o consumidor. Dar a conhecer a diversidade de produtos. Estreitar as relações de parceria com o Continente. Privar com outros fornecedores da cadeia de hipermercados. Publicitar o negócio. Encontrar novas parcerias. São muitas as razões que levam os produtores nacionais a apostar no Mercado dos Sabores, uma iniciativa do Continente que decorreu entre 12 e 14 de Setembro, no Meo Arena, em Lisboa.
A primeira talvez seja o facto de a participação ser gratuíta. “Estamos aqui a custo zero. Naturalmente, temos despesas porque muitos fazem uma longa viagem para cá estar, mas as vendas no recinto acabam por compensar o investimento”, explica em entrevista ao HIPERSUPER Antónia Gonçalves, sócia-gerente da Arte Fumo.
Um total de 68 produtores nacionais do Clube de Produtores do Continente, oriundos do Norte, Sul, Centro, Vale do Tejo e arquipélagos, participaram na quinta edição do Mercado dos Sabores. Inspirado num conceito actualmente na moda – a comida de rua – o certame ofereceu uma viagem gastronómica pelos aromas, as texturas e as cores da comida urbana, com a ajuda de cinco chefs portugueses: Justa Nobre, Henrique Sá Pessoa, Kiko Martins, Luís Baena e Hélio Loureiro.
Cerca de 20 mil pessoas passaram pelo recinto para apreciar, provar e comprar o que de melhor faz a produção nacional.
Desde 1998, o Clube de Produtores, actualmente com 267 membros, já comprou mais de um milhão de toneladas à produção nacional.
Ervas aromáticas e ovos
Todos os produtores com quem o HIPERSUPER conversou são repetentes. “É já a quinta vez consecutiva que participamos neste evento”, diz Cristina Oliveira, responsável pelo departamento de marketing da Aromáticas Vivas. A empresa que pertence ao Clube de Produtores, ou seja, como explica, “é um cliente preferencial na compra de ervas aromáticas em vaso para as lojas”, vende cerca de 500 mil unidades por ano ao Continente. O Manjericão é o produto estrela da empresa de Viana do Castelo.
A Zezerovo participa pela terceira vez. “Vamos com certeza apostar em edições futuras. É uma forma de mostrar ao consumidor final que ao comprar a marca Continente está a adquirir um produto” da empresa de Ferreira do Zêzere, sublinha Alfredo Martins, director-geral. A Zezerovo iniciou a parceria com a retalhista em 2001, mas só em 2010 se tornou membro do Clube. “Comercializamos mais de sete milhões de dúzias por ano”.
Armanda Amorim, responsável pelo departamento comercial da Minho Fumeiro, também é repetente. A empresa de Ponte de Lima, que produz enchidos e fumados, é o 24º membro do Clube de Produtores e os seus produtos estrela são a chouriça de carne e barriga fumada.
Alheiras e queijo
A Arte Fumo, produtora de alheiras, com sede em Chaves, fabrica quase em exlusivo para o Continente. A empresa produz 17 variedades de alheira, quase todas vendidas sobre a marca da Sonae. Apesar de o produto estrela ser a alheira de caça, Antónia Gonçalves, sócia-gerente, revela ao Hipersuper que a nova alheira de aves, lançada há cerca de dois meses, está a ganhar terreno e poderá alcançar em dois meses o volume de vendas da alheira de caça.
“No ano passado, as nossas vendas para o Continente ultrapassaram um milhão de euros, mais 41% face ao ano anterior. Trabalhamos com a Sonae há 16 anos e já ganhámos um prémio de inovação e uma menção honrosa”. Dinamizar as exportações está nos horizontes da empresa. “Actualmente, exportamos pouco, pontualmente, com a nossa marca, Arte Fumo. Um parceiro da Sonae, que não tem produção de alheiras, convidou-nos para produzir alheiras para exportação. Tudo vai depender das garantias de acondicionamento e transporte do produto”, sublinha.
Requeijão e conservas
A Montiqueijo, por sua vez, fabrica os queijos frescos e requeijões da marca Continente. “Lançámos este ano quatro referências novas: requeijão selecção da região saloia e queijo fresco com tomate, majericão e alecrim”, sublinha Dina Duarte, administradora. “A parceria com o Continente começou em 2010 e um ano depois entrámos para o Clube. O desenvolvimento do primeiro projecto teve lugar em 2012 e só este ano conseguimos lançar os novos produtos no mercado. Estes processos demoram sempre o seu tempo até os produtos ficarem devidamente testados. De caminho, tivémos de mudar de estratégia porque o produto final não ia ao encontro dos produtores”.
Um total de 30% da facturação da Montiqueijo vem das vendas para o Continente. A empresa com fábrica em Loures produz anualmente cerca de 5 milhões de litros de leite. “Temos uma vacaria com mil cabeças de animais e produzimos a sua própria alimentação. Somos a única empresa do sector do queijo com a fileira completa”.
Dina Duarte aproveitou o certame para dar também a conhecer uma nova gama de queijos funcionais, vendidos com a sua marca. “É um queijo fresco enriquecido com Ómega 3, outro enriquecido com fibras e um sem lactose”.
Para a empresa com mais de 60 anos Conserveira do Sul, o Continente é um parceiro de longa data. A empresa fabrica a marca própria – patés e conservas de peixe – do Continente há cerca de 20 anos. “Quando, há duas décadas, surgiu a rede de distribuidores em Portugal foi muito importante para nós, porque começámos a ter muita concorrência internacional e aproveitámos a oportunidade”, sublinha João Ferreira, sócio gerente da empresa, acrescentando que actualmente, o mercado nacional deverá representar 75% do volume de negócios.
Os 68 produtores venderam ao longo destes três dias oito toneladas de frutas e legumes, 1050kg de marisco e 1.100 unidades de batata frita, entre outros produtos.