O furto: balanço e perspectivas ao futuro, por Mariano Tudela (Checkpoint)
O futuro do retalho em Portugal apresenta-se, assim, com perspectivas positivas de crescimento, ainda que pouco acelerado
Rita Gonçalves
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Por Mariano Tudela, Director-Geral da Checkpoint para o Sul da Europa e França
O Barómetro Global do Furto 2012-2013 apresentou resultados animadores para o sector retalhista em Portugal: um nível de furto abaixo dos principais países mundiais, situando-se em 1,2%, e um incremento no volume de vendas na ordem dos 0,1% face a 2007.
A contracção e crise económicas que se instalaram em Portugal nos últimos quatro anos afectaram o sector retalhista nacional de uma maneira pouco animadora que se revelou numa clara diminuição do consumo interno. Neste sentido, seria de esperar que os comportamentos de furto aumentassem e as vendas diminuíssem substancialmente.
Contudo, a realidade actual é de um nível de furto que representa 596,4 milhões de dólares face ao total de vendas nacionais, isto é, 147,7 dólares ao ano por família. Esta realidade está bem distante de outros países no mundo, onde o furto chega a representar 1,6% das vendas, como é o caso do Brasil. Abaixo dos 1,2% europeus ficam apenas a Alemanha e o Reino Unido, com 1,1% respectivamente, sendo o país analisado que apresenta o índice de furto mais baixo o Japão (com 1%).
Esta perda desconhecida tem diferentes origens sendo as suas principais fontes os furtos internos em loja (51%); 30% de perdas originadas nos próprios colaboradores da empresa; 14% devem-se a erros administrativos; e a fraude por parte de fornecedores representa, apenas, 5% da perda total.
Os comportamentos do furto diferem de acordo com o sector de retalho, mas podem identificar-se como principais artigos a serem alvo dos ladrões alimentos, como a carne e o peixe, ou produtos de tecnologia de ponta, como os smartphones e os tablets. Esta perspectiva aproxima-nos de uma realidade bastante dispare, em que os furtos podem ser para consumo pessoal de necessidade ou para venda ilegal de produtos.
De um modo geral, e com a saída da crise, será de esperar que os valores animadores que o panorama português apresenta face ao furto e volume de vendas sejam ainda mais positivos, mas aproximar-se de valores como os do Japão dependerá, essencialmente, dos comportamentos dos próprios retalhistas face à protecção e segurança dos seus artigos. Os retalhistas portugueses consideram os furtos per si como parte integrante do negócio e encaram-nos de uma maneira bastante positiva. Contudo, para o futuro apresentam tendências de melhorias constantes dos seus sistemas de segurança, optando, essencialmente, por actualizações de sistemas EAS e a progressiva introdução de sistemas RFID – decisões que são acompanhadas pelo cancelamento de contractos de outsourcing e a implementação de departamentos internos de segurança (não apenas como forma de poupança de investimento, mas também como maneira de adquirir maior controlo sobre a segurança dos seus artigos e lojas).
O futuro do retalho em Portugal apresenta-se, assim, com perspectivas positivas de crescimento, ainda que pouco acelerado, ao mesmo tempo que se desenha com índices de furto mais baixos do que o esperado, contemplando um panorama bastante positivo para os retalhistas. Ainda assim, este futuro está, bastante, dependente do tipo de tecnologias e sistemas de segurança que sejam implementados, visto que a pró-actividade dos retalhistas é, também, factor fundamental interno de sucesso na redução dos índices de furto.