Susana Costa e Silva
Opinião

Os factores de atracção de visitantes a uma cidade, por Susana Costa e Silva (Católica Porto)

Qual o papel do marketing na manutenção da capacidade de uma cidade se apresentar como atractiva para os visitantes?

Rita Gonçalves
Susana Costa e Silva
Opinião

Os factores de atracção de visitantes a uma cidade, por Susana Costa e Silva (Católica Porto)

Qual o papel do marketing na manutenção da capacidade de uma cidade se apresentar como atractiva para os visitantes?

Rita Gonçalves
Sobre o autor
Rita Gonçalves
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Susana Costa, professora da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa (Porto)

Por Susana Costa e Silva, Professora e Directora do Departamento de Marketing da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa – Porto, e Maria Teresa Stanislaus, aluna do Mestrado em Gestão de Serviços

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É sabido que, actualmente, a facilidade de transporte e a redução dos custos das viagens transformaram a forma como vemos o mundo, que parece hoje muito mais pequeno do que era antes. A nossa mobilidade aumentou, assim como se multiplicaram os nossos interesses em termos de locais a conhecer. Posto isto, a questão que se coloca é: dado que estamos agora mais capazes de conhecer ‘in loco’ outras localizações, além daquelas em que numa base diária nos vemos na contingência de conhecer, então que factores estão subjacentes à nossa escolha em termos de cidades a visitar?

O visitante e o turista

Antes de analisarmos os factores de atracção de visitantes a uma cidade é importante percebermos o enquadramento do conceito de visitante no sector do turismo. Quando nos referimos a um visitante, de acordo com as actuais definições da Organização das Nações Unidas, referimo-nos a “qualquer pessoa que se desloca para fora da sua residência habitual, por uma razão que não seja a de aí exercer uma actividade remunerada”. Por outro lado, o “turista é todo o visitante temporário que permanece no local visitado mais de 24 horas”. Ou seja, com base nesta definição, e de uma forma simples, o que permite a distinção entre visitantes e turistas é que os primeiros são viajantes de um dia, enquanto os segundos pernoitam no local.

Uma vez que os factores que atraem visitantes também atraem turistas, quando mencionamos atracções turísticas numa cidade, estamos muito frequentemente a referir-nos também a atracções para visitantes. De facto, os factores de atracção de visitantes a uma cidade são também a principal motivação para os turistas, e consequentemente são factores críticos para o sucesso de uma cidade enquanto destino turístico. Muitas vezes, estes factores são também determinantes enquanto âncora para o desenvolvimento de infra-estruturas e outros serviços de apoio. Atrair visitantes a um local significa frequentemente promover o desenvolvimento de uma cidade/região e dotar a comunidade local de recursos até então inexistentes. Assim, nunca podemos deixar de ter subjacente a ideia de que a atracção de uma cidade não só afecta a escolha do potencial visitante, mas também o desenvolvimento local e o regular funcionamento da urbe, dado que para as autoridades locais e residentes, não existem quaisquer fronteiras entre a vivência habitual da cidade e a cidade enquanto destino de visitantes.

Factores de atracção

Os motivos que levam os visitantes a escolher uma cidade podem variar significativamente, dependendo das motivações do individuo, das suas expectativas, e até mesmo do nível de conhecimento de outras cidades por parte do visitante. Logo, à partida, podemos encontrar algumas motivações de carácter pessoal que atraem visitantes a uma cidade, tais como: a nostalgia, ou a saudade – seja da própria cidade porque habitou no local anteriormente (por exemplo, enquanto estudante), seja de familiares ou amigos que agora habitam nessa cidade. Todavia, foquemo-nos apenas naqueles factores, mais genéricos, que podemos classificar como factores de atracção de visitantes a uma cidade.

Os factores de atracção de uma cidade podem ser variados consoante desejemos considerar a sua tipologia, o propósito da visita, ou outras vertentes. Tomando como base os tipos de atracções para visitantes definidos por Swarbrooke (2001), podemos facilmente chegar aos factores de atracção de visitantes a uma cidade. Segundo aquele autor existem 4 tipos de atracções para visitantes, a conhecer:

1. Atracções naturais, tais como parques, praias, lagos ou montanhas;

2. Edifícios construídos com outro fim que não a atracção turística, tais como igrejas, ou mesmo edifícios industriais, podendo ainda englobar-se, neste ponto, ruínas como é o caso de Petra;

3. Edifícios projectados com o princípio de atrair visitantes, seja pela questão entretenimento, como parques temáticos ou salas de espetáculo, seja por questões de educação, como museus e centros de ciência, ou outros;

4. Eventos/festivais, tais como concertos, finais de campeonatos, festivais gastronómicos, feiras medievais, mega eventos, como a Expo 98 ou Euro 2004, por exemplo, ou eventos mais dirigidos a segmentos específicos como conferências, reuniões, entre outros.

Além de considerar como factores de atracção de visitantes os 4 tipo de atracção aqui mencionados, podemos ainda considerar outros factores, alguns deles resultantes de novos estilos de vida, tais como a existência de centros de bem-estar, SPA ou termas, ou mesmo questões de saúde, que voltam novamente a constituir-se factor de atracção de uma cidade como, por exemplo, Pamplona com as suas operações oftalmológicas, ou o IPO com os seus tratamentos oncológicos.

Factores com origens ancestrais, tais como as compras mantêm-se nos dias de hoje. Veja-se o exemplo das feiras de gado na antiguidade que levavam visitantes a determinadas cidades, e actualmente o IKEA, em Matosinhos, que recebe visitantes de todo o norte do País e até de Espanha.

Outro factor relevante, e muitas vezes esquecido pelos autores é o religioso; todos os anos milhares de visitantes dirigem-se a cidades/locais com elevado significado religioso/simbólico tais como Fátima ou Jerusalém.

Finalmente, não poderíamos deixar de salientar a importância de títulos atribuídos pelas mais altas entidades, tais como Património da Humanidade atribuídos pela UNESCO, ou Capital Europeia da Cultura, como factores primordiais de atracção de visitantes a uma cidade. Destes factores são exemplos Macau e o Porto, respectivamente.

Os desafios

Muitas vezes, a existência de factores de atracção a uma cidade está directamente relacionada com o planeamento urbano da mesma. Se, por um lado, quando já existem factores de atracção de visitantes a uma determinada cidade, é necessário garantir as adequadas vias de acesso ao local, evitando os congestionamentos; por outro, muitas vezes, o próprio factor de atracção limita o desenvolvimento da cidade, uma vez que é necessário garantir a sua preservação e inalteração. Como exemplo das limitações dos próprios factores de atracção podemos mencionar Stonehenge, rodeado por duas estradas principais que rapidamente ficaram sobrelotadas, limitando a circulação na zona e obrigando à necessidade de criação de um túnel, visto que a principal atracção não podia ser removida; ou, em Portugal, o caso das gravuras de Foz Côa, principal factor de atracção a Vila Nova de Foz Côa e que acabou por impedir a construção da barragem.

Analisando a questão do planeamento urbano noutra óptica, pode dizer-se que o próprio é impulsionador da criação de factores de atracção de visitantes a uma cidade. Vejamos o caso da recuperação de toda a zona do Parque das Nações, resultante do evento Expo 98 que levou milhares de visitantes à cidade de Lisboa, ou a regeneração de zonas específicas de cidades como Temple Bar, em Dublin, ou ainda o uso de instrumentos como a construção de edifícios simbólicos, como o Museu Guggenheim, em Bilbao, ou a Casa da Música no Porto, que serviram de catalisadores na atracção de visitantes a uma cidade.

De certa forma edifícios simbólicos podem ser vistos como produtos para atrair visitantes a uma cidade, o que nos leva à questão – Qual o papel do marketing na manutenção da capacidade de uma cidade se apresentar como atractiva para visitantes? De facto, o marketing pode ser uma ajuda significativa na atracção a uma cidade e na promoção dos seus factores de atracção.

Se analisarmos todo o percurso de um visitante desde a procura de uma cidade para visitar até ao seu regresso a casa, verificamos que, nestes, são relevantes: a disponibilidade de material de informação para a tomada de decisão, a necessidade de existirem produtos adequados às suas necessidades ou expectativas enquanto visitante (tais como, sistemas integrados de bilhetes de visitantes, como a existência de parcerias com outros factores de atracção, a criação de factores secundários de atracção e até o apoio ao factor de atracção principal, como, por exemplo, eventos pontuais, como espectáculos com golfinhos num jardim zoológico). É ainda relevante garantir que no seu regresso a casa, o visitante terá não só o desejo de voltar a visitá-la no futuro como ainda de recomendar a visita a familiares e amigos.

Neste momento, colocam-se interessantes desafios, com o proliferar de cidades atraentes para visitar, sendo necessário garantir a existência de factores de atracção que abranjam diferentes segmentos de mercado, que podem ir do visitante de negócios, ao visitante radical, passando pelas visitas de estudo e realização de férias. Não basta ter um factor de atracção e esperar que os visitantes surjam. É necessário analisar as diferentes tendências do mercado, identificar os vários segmentos de mercado, adaptar os factores da cidade para ir de encontro às expectativas dos visitantes cada vez mais exigentes, e medir de forma continuada o efeitos dos factores existentes no índice de atractividade da cidade. É neste seguimento que se colocam actualmente questões pertinentes como:

Será a 3ª idade o novo segmento premium a atrair para visitar as cidades?

Como melhor servir o segmento que procura viagens low cost?

Qual o património cultural ainda a explorar?

Como pode um factor de atractividade de uma cidade garantir o seu constante apelo ao longo do seu ciclo de vida?

Como aproveitar a tendência “red carpet” que neste momento se impõe no turismo a nível global?

Estes são apenas alguns exemplos de questões que começam a surgir no estudo de factores de atracção de visitantes a uma cidade e ainda muito pouco exploradas, abrindo novas áreas de investigação tanto no sector do turismo, como do próprio desenvolvimento urbano.

 

 

Referências bibliográficas

Swarbrooke,J., 2001, “Key Issues in Visitor Attraction Management in a Competitive Market”, Insights, Vol. 13, p.A41-A52, English Tourism Council, London

 

 

Sobre o autorRita Gonçalves

Rita Gonçalves

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Estudo Prioridades 2025 da TouchPoint: crescimento da marca própria e polarização do consumo entre preço e experiência são prioridades

A incerteza já não é uma variável ocasional no setor do retalho e grande consumo, mas sim uma constante que exige das empresas uma adaptação contínua. Esta é uma das principais conclusões do estudo Prioridades 2025, desenvolvido pela TouchPoint Consulting, que revela as grandes tendências e estratégias que vão moldar o setor no próximo ano.

Com a inflação, a crise energética e a instabilidade geopolítica a pressionarem o consumo e a redefinir as cadeias de abastecimento, os retalhistas e fabricantes enfrentam desafios cada vez mais complexos. No entanto, também surgem novas oportunidades, impulsionadas pela inovação, pela digitalização e por mudanças nos padrões de comportamento do consumidor.

“O setor do Retalho e do Grande Consumo atravessa um momento de reconfiguração estratégica, impulsionado por um consumidor mais exigente, consciente e polarizado. Os resultados do estudo Prioridades 2025 by TouchPoint, confirmam que temas como o crescimento da marca própria (17% das respostas totais, com particular incidência entre os fabricantes – 21%) e a polarização do consumo entre preço e experiência (12%) deixaram de ser meras tendências: são hoje prioridades estratégicas para marcas e retalhistas”, sublinha Beatriz Mesquita, Marketing & Engagement Lead na TouchPoint Consulting.

“A necessidade de agir com foco, eficiência e inteligência de mercado é evidente. A eficiência promocional (13%), melhorar a disponibilidade de produto na prateleira (11%), a gestão de preços (10%) e a adaptação dos sortidos à realidade das lojas e dos consumidores (10%) surgem como as grandes prioridades para 2025. Estas áreas refletem um alinhamento claro entre indústria e distribuição face à urgência de otimizar margens, responder à pressão promocional e adaptar-se à nova realidade do consumo. Destaca-se ainda o peso crescente da digitalização e da inteligência artificial, apontadas por 13% dos retalhistas como áreas prioritárias. Esta aposta reforça a importância da tecnologia como alavanca para decisões mais ágeis, personalizadas e orientadas por dados. O shopper omnicanal, a procura por conveniência e a gestão de talento são também sinais de que a transformação em curso exige soluções mais integradas, colaborativas e com execução rigorosa”, aponta.
“Em 2025, antecipar, adaptar e agir com detalhe fará toda a diferença. Porque, num mercado cada vez mais exigente, a diferença continua a estar no detalhe”, conclui a responsável.

Marcas próprias em ascensão e a crescente polarização do consumo

O estudo destaca o crescimento das marcas próprias como tendência para 2025. Num contexto de redução do poder de compra, os consumidores continuam a procurar alternativas mais acessíveis, o que impulsiona a aposta dos retalhistas neste segmento. O aumento da qualidade e da diferenciação dos produtos de marca própria tem contribuído para reforçar a fidelização dos clientes, levando a um posicionamento mais competitivo face às marcas tradicionais.

Paralelamente, a polarização do consumo – um fenómeno em que os consumidores oscilam entre a procura do preço mais baixo e a valorização da experiência de compra – mantém-se como um dos principais desafios para o setor. Enquanto uma parte do mercado privilegia produtos acessíveis e essenciais, outra procura inovação, personalização e serviços diferenciados. Este comportamento exige que os retalhistas ofereçam simultaneamente soluções económicas e produtos premium para cobrir ambos os perfis de consumidor.

Omnicanalidade e conveniência: fatores determinantes no futuro do retalho

A consolidação do consumidor omnicanal, que se movimenta entre lojas físicas, plataformas digitais e experiências virtuais, ganha ainda mais força em 2025. O estudo revela que este comportamento já não é uma tendência emergente, mas sim uma realidade estabelecida que obriga as empresas a otimizar a experiência do cliente em todos os pontos de contacto.
As marcas precisam de garantir que a experiência de compra seja fluida e integrada, independentemente do canal escolhido pelo consumidor. Desde a pesquisa e compra online até à recolha em loja ou entrega ao domicílio, o foco está na conveniência e na rapidez do serviço.

Esta procura por maior conveniência reflete-se também na preferência por formatos de proximidade, como supermercados de bairro e lojas de conveniência, que permitem aos consumidores fazer compras rápidas e eficientes. Além disso, as entregas ultrarrápidas e os modelos de subscrição continuam a crescer, reforçando a necessidade de uma logística ágil e de soluções tecnológicas que permitam gerir estoques de forma eficiente.

IA a revolucionar o retalho

A inteligência artificial (IA) está a revolucionar o setor do retalho e a sua influência será ainda mais expressiva em 2025. Desde a automação de processos internos até à personalização da experiência do cliente, a IA está a permitir que as empresas aumentem a eficiência e reduzam custos.

No campo da análise de dados, a IA tem ajudado os retalhistas a compreender melhor os padrões de consumo, a prever a procura e a otimizar estratégias promocionais. A capacidade de antecipar tendências e ajustar preços em tempo real representa uma vantagem competitiva significativa.

Outro aspeto crítico é a melhoria da gestão da cadeia de abastecimento. Com a crescente pressão sobre custos e prazos de entrega, os retalhistas e fabricantes estão a investir em tecnologia para otimizar a logística, minimizar desperdícios e garantir uma maior disponibilidade de produtos nas prateleiras. A eficiência na cadeia de abastecimento tornou-se uma prioridade estratégica para muitas empresas, permitindo uma resposta mais rápida às flutuações da procura e reduzindo o risco de ruturas de stock.

Recrutamento e retenção de talento: um desafio crescente

O mercado de trabalho no setor do retalho continua a enfrentar desafios significativos, sobretudo no que toca ao recrutamento, retenção e gestão de talentos. Em 2025, as empresas terão de adotar novas abordagens para atrair profissionais qualificados e garantir que as suas equipas estejam preparadas para responder às exigências do mercado.
O modelo de trabalho híbrido já é uma realidade em muitas organizações e continuará a consolidar-se no próximo ano. A flexibilidade tornou-se um fator determinante para a satisfação dos colaboradores, o que leva as empresas a repensar as suas políticas de gestão de pessoas.

A formação assume um papel fundamental nesta equação. O estudo revela que 89% dos inquiridos consideram a formação uma prioridade, com destaque para áreas como Business Intelligence, negociação e vendas. Além disso, a digitalização e a automação estão a transformar os perfis profissionais necessários, tornando essencial a capacitação contínua das equipas.

Principais prioridades estratégicas para 2025

A análise da TouchPoint Consulting destaca um conjunto de prioridades estratégicas para o setor em 2025. Entre as mais relevantes estão:
– Aumentar a eficiência promocional e melhorar a gestão de preços, garantindo que as estratégias comerciais se ajustam às novas dinâmicas do mercado;
– Adaptar o sortido à loja e ao consumidor, oferecendo uma gama de produtos mais segmentada e personalizada;
– Melhorar a experiência de compra, apostando em digitalização, inovação e novos formatos de venda;
– Reforçar a colaboração entre fabricantes e retalhistas, promovendo um ecossistema mais integrado e eficiente;
– Investir na inovação, tanto ao nível de produtos como na adoção de novas tecnologias para otimizar processos e melhorar a experiência do consumidor.

A digitalização do negócio e o uso da inteligência artificial são prioridades transversais, indicando que a automação e a análise de dados desempenharão um papel decisivo na transformação do setor. Além disso, a adoção de práticas mais sustentáveis surge como uma preocupação crescente, tanto do lado dos consumidores como das empresas, que procuram reduzir o impacto ambiental das suas operações.

O estudo foi desenvolvido pela TouchPoint Consulting International e teve como objetivo identificar as principais tendências e prioridades estratégicas para o setor do retalho e grande consumo em Portugal em 2025. Através de um inquérito online de natureza quantitativa, realizado em janeiro de 2025, foram recolhidas respostas de profissionais do setor, nomeadamente 55% de fabricantes, 25% de retalhistas e grossistas, 14% de fornecedores de serviços e 6% de outros perfis. O questionário, com uma duração média de três minutos por participante, analisou temas como a influência de tendências macro e micro (incluindo inteligência artificial, marcas próprias, consumo consciente, cadeia de abastecimento e talento), as prioridades estratégicas das empresas (como pricing, digitalização, sortido e eficiência promocional), comparando ainda os dados com os obtidos em 2024. A formação e o desenvolvimento de talento, com destaque para as áreas de Business Intelligence, vendas e negociação, surgem igualmente como eixos centrais da análise.

Dados fornecidos pela TouchPoint Consulting International

 

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Retalho

Galp reforça oferta de conveniência nas suas lojas com o exclusivo Café Biscoff

A Galp acaba de lançar uma nova proposta na sua oferta de cafetaria: o Café Biscoff. Descrito como “um café que se come ou um biscoito que se bebe”, este produto exclusivo promete surpreender os consumidores da Península Ibérica, marcando mais um passo na evolução da marca no segmento de conveniência.

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Desenvolvida pelo Chef Juan Bosco, responsável pela Coffee & Bakery da Galp em Portugal e Espanha, a receita conta com certificação oficial da Lotus Biscoff. Esta inovação surge na sequência de outras apostas da insígnia, como o Chocolate do Dubai e as cookies de Natal, que se tornaram presença permanente nas lojas.

O lançamento do Café Biscoff reforça a estratégia de transformação da rede de retalho da Galp, que nos últimos anos renovou mais de 440 lojas em território ibérico, com foco numa experiência de cliente mais completa e orientada para momentos de consumo convenientes e diferenciadores.

“As nossas lojas foram repensadas para proporcionar uma experiência de abastecimento completa na nossa rede de retalho: energia para os veículos e energia para os nossos clientes”, explica Rute Gonçalves, responsável de marca, marketing e conveniência da Galp, em comunicado. “Vendemos 16 milhões de cafés por ano em Portugal, conhecemos bem os nossos clientes. Temos a certeza de que o Café Biscoff os vai surpreender e ser um sucesso”, acrescenta.

A nova bebida está já disponível em 50 lojas Galp em Portugal e em 90 pontos de venda em Espanha.

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Bebidas

Super Bock lança campanha global para um novo posicionamento nos mercados externos

A acompanhar esta campanha, que assinala um novo posicionamento nos mercados externos, a marca lançou também uma nova referência exclusiva para o mercado suíço: a Super Bock Unfiltered.

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A Super Bock acaba de lançar a sua primeira grande campanha de comunicação internacional em mass media, assinalando um novo posicionamento da marca nos mercados externos. Com a assinatura “What is authentic has more taste”, a campanha pretende reforçar a autenticidade como valor central da identidade portuguesa – e da própria marca.

A campanha, já presente na Suíça, está a ser veiculada nos principais canais de televisão, YouTube e meios digitais, com versões adaptadas em francês e alemão, e decorrerá até agosto. Inspirada na genuinidade do estilo de vida português, a ação convida o público internacional a descobrir um país onde os sabores são autênticos, os encontros espontâneos e os momentos partilhados em esplanadas e bares fazem parte do quotidiano cultural.

A acompanhar esta campanha, a marca lançou também uma nova referência exclusiva para o mercado suíço: a Super Bock Unfiltered, uma cerveja do estilo International Pale Lager, produzida localmente e concebida especificamente para este público. Este lançamento representa um momento inédito na estratégia de internacionalização da marca, apostando na inovação e na adaptação ao perfil do consumidor local.

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Logística

Palletways Iberia renova certificação em Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa

A Palletways Iberia renovou a sua certificação em Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa (RSC), atribuída pela BONET Consulting.

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Este reconhecimento sublinha o compromisso da empresa com as boas práticas ambientais, sociais e de governação, alinhadas com os critérios ESG e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas.

Durante o processo de avaliação, foram analisadas diversas áreas-chave, incluindo a redução da pegada de carbono, otimização de recursos, cibersegurança, conformidade regulamentar, prevenção da corrupção, gestão de talentos e estabilidade do emprego. Um dos aspetos mais valorizados foi a solidez do modelo laboral da Palletways Iberia, assente numa força de trabalho estável, com baixa rotatividade e absentismo abaixo da média do setor. A empresa tem apostado em políticas que promovem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, flexibilidade e formação contínua.

A boa governação interna é também um pilar da estratégia da Palletways Iberia. A empresa descreve a sua equipa como uma “grande família”, promovendo um ambiente de proximidade, diversidade e inclusão. A par do teletrabalho e horários flexíveis, destaca-se a Escola de Vendas, que assegura a formação e desenvolvimento dos colaboradores, reforçando a cultura de valorização e retenção de talento.

No plano ambiental, a Palletways Iberia tem vindo a implementar medidas para promover uma logística mais sustentável, desde a operação com mais de 30 veículos euro-modulares até ao investimento em hubs energeticamente eficientes, com iluminação LED, painéis solares e gestão inteligente de resíduos. As suas localizações estratégicas permitem ainda reduzir as rotas de transporte e, consequentemente, a pegada carbónica.

Este trabalho contínuo foi já reconhecido com a renovação das certificações ISO 9001, ISO 14001, ISO 45001 e ISO 26000, bem como com a atribuição da primeira estrela Lean & Green, após a redução de 20% nas emissões de CO₂. A empresa tem como meta ultrapassar os 30% de redução até 2026.

Para a Palletways Iberia, esta recertificação é um impulso adicional à sua estratégia: “Este reconhecimento é uma garantia de que estamos a cumprir os mais elevados padrões de sustentabilidade a todos os níveis. Não só operamos com a máxima eficiência, como também o fazemos de forma responsável, garantindo um impacto positivo no meio ambiente, nos nossos colaboradores, clientes e na sociedade em geral”.

A empresa acrescentou que “esta recertificação reflete o trabalho constante e consolidado da empresa. Não é uma conquista isolada, mas o resultado de uma cultura empresarial comprometida com a qualidade, a segurança e o relacionamento com as instituições e partes interessadas. Orgulhamo-nos deste percurso sólido, construído com a colaboração de todos”.

A BONET Consulting felicitou a Palletways Iberia pelo “compromisso e rigor de toda a sua equipa na gestão e garantia do devido cumprimento da normativa, assim como pela sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e o estabelecimento de um quadro de atuação regido pela responsabilidade social corporativa. Estes valores da Palletways são evidentes nas suas acções e, em particular, na obtenção do nosso selo de Sustentabilidade e RSE, que exige uma prova formal nesta área. A certificação garante a auto-gestão e a transparência a nível interno, e gera valor ao mesmo tempo que
contribui para o cumprimento destes princípios e objetivos estabelecidos com os seus importantes clientes e colaboradores”.

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Alimentar

Sidul adoça a Páscoa com conto infantil

Através desta história, a Sidul quer transmitir uma mensagem de afeto e resiliência, reforçando a importância de pequenos gestos e da doçura dos momentos em família.

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A pensar no espírito familiar e nos sabores reconfortantes da Páscoa, a Sidul lança “Lar Doce Folar”, uma história encantada que transforma os ingredientes tradicionais em protagonistas de uma aventura culinária com final feliz. Mais do que uma ação promocional, esta iniciativa pretende reforçar os valores da marca, aproximando-a das famílias portuguesas num dos momentos mais doces do ano.

No centro do conto está Marco, um jovem aprendiz de pasteleiro que tenta encontrar o seu lugar na icónica Pastelaria LUDIS, um espaço fictício, mas carregado de simbolismo, passado de geração em geração desde 1909. Confrontado com a pressão de corresponder às expectativas do pai, Marco vive momentos de frustração — até que os ingredientes ganham vida e, com uma pitada de magia, o ajudam a descobrir confiança, superação e o verdadeiro significado da partilha.

A narrativa culmina com a criação do “Folar Mágico”, uma receita que reúne toda uma comunidade e simboliza a união, o carinho e a tradição. Através desta história, a Sidul quer transmitir uma mensagem de afeto e resiliência, reforçando a importância de pequenos gestos e da doçura dos momentos em família.

Disponível no site da Sidul, o conto é acompanhado por atividades complementares pensadas para serem realizadas em conjunto, promovendo o convívio intergeracional e a ligação emocional à marca.

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Bebidas

Legado 2020 homenageia o passado e o saber geracional da Sogrape

Com pouco mais de 2.000 garrafas produzidas, o Legado 2020 é um brinde à memória de Fernando Guedes e também “uma promessa de futuro”.

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“Desde a primeira colheita, em 2008, que em cada garrafa de Legado reside um vinho que honra a memória, a paixão e a visão de um homem que sonhava em transmitir um testemunho às gerações vindouras”, apresenta a Sogrape, que está lançar o Legado 2020. A colheita, que chega em maio ao mercado, e é um tributo de Fernando Guedes à herança que recebeu de seu pai, “à vinha velha que o emocionou e a quem permitiu que esta história inspiradora se continuasse a escrever”.

Proveniente das vinhas centenárias da Quinta do Caêdo, em Ervedosa do Douro, o Legado resulta do sonho de Fernando Guedes de criar um vinho que homenageasse o Douro, a paixão e os valores de uma família dedicada ao vinho. “O vinho ensinou-me que o tempo não se mede apenas em colheitas, mas em emoções partilhadas e em memórias que perduram. Legado é o sonho vivo do meu pai, um testemunho silencioso do que somos, do que recebemos e do que desejamos deixar a quem vem depois de nós”, sublinha Fernando da Cunha Guedes, atual presidente da Sogrape e filho do criador de Legado.

A Sogrape destaca, num comunicado, que o ano vitícola de 2020 trouxe uma primavera generosa em chuva, o que permitiu restaurar o equilíbrio da terra, embora com menor produção, e um verão quente e seco, que foi suavizado por uma chuva inesperada em agosto, “suficiente para permitir às uvas uma maturação pausada, proporcionando uma grande elegância e expressão aromática aos vinhos”. Com pouco mais de 2.000 garrafas produzidas, o Legado 2020 brinda à memória de Fernando Guedes, sendo também “uma promessa de futuro”.

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Retalho

Aldi reforça aposta na produção nacional com sortido artesanal para a Páscoa

A Aldi Portugal vai disponibilizar, a partir de 16 de abril, um sortido exclusivo de bolos artesanais para a Páscoa, fruto de uma parceria com a Pão da Vermelha, fornecedor nacional de longa tradição na pastelaria e panificação.

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Entre as propostas, a insígnia destaca o tradicional Folar de Páscoa – simples ou com dois ovos –  Bolo-rainha e o Bolo Finto de Páscoa, ainda uma novidade: o Bolo Inglês, feito com frutas cristalizadas e massa húmida. Todos os produtos serão entregues diretamente da panificadora para as lojas, assegurando a sua máxima frescura, acrescenta a Aldi Portugal.

“Este sortido especial é mais uma das nossas apostas para celebrar a Páscoa e resulta da relação de longevidade e confiança que temos com a Pão da Vermelha. Além de frescura e qualidade, queremos que as famílias portuguesas tenham à mesa doces únicos e com um sabor autenticamente português.”, sublinha Daniel da Silva, managing director procurement da ALDI Portugal.

“A Aldié um parceiro que partilha os mesmos padrões de qualidade que nós, razão pela qual já mantemos uma relação há muitos anos, apoiando a nossa confeção artesanal, que incorpora o conhecimento de gerações anteriores.”, refere Pedro Ferreira, gerente da Pão da Vermelha.

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Foto : Pedro Melim
Bebidas

Setor cervejeiro quer reforço da produção nacional de cevada

O setor defende um diálogo interno com o Governo para garantir um quadro fiscal que não discrimine negativamente a cerveja. E desafia os decisores a tomar medidas concretas no que respeita ao aumento de produção de cevada.

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O setor cervejeiro português quer o reforço da produção nacional de cevada, alertando para a forte dependência de matérias-primas importadas, num momento em que Portugal regista uma das mais baixas taxas de aprovisionamento de cereais da Europa.

A mensagem foi transmitida durante a Assembleia Geral dos Cervejeiros de Portugal, que decorreu a 10 de abril, e que reuniu representantes da indústria, decisores políticos e membros da sociedade civil. Rui Lopes Ferreira, presidente da associação, revelou que, em 2024, o setor consumiu cerca de 114 mil toneladas de cevada, das quais apenas 14% tiveram origem em território nacional. No caso do lúpulo, o cenário é semelhante: das 55 toneladas de ácidos alfa consumidas, apenas 15% foram de origem portuguesa.

Na sessão de encerramento do evento, o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, reconheceu a necessidade urgente de inverter esta tendência. “estamos entre os países europeus com menor taxa de aprovisionamento de cereais, que hoje se cifra em 19% quando em 1990 era de 50% das necessidades de consumo”, destacou.

Rui Lopes Ferreira, Presidente da Cervejeiros de Portugal, com o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, reconheceu a necessidade urgente de inverter esta tendência. Foto: Pedro Melim

Por forma a contrariar esses dados foi assinado no dia 9 de abril, um memorando de entendimento entre várias associações de produção, agrícolas, alimentares, distribuição, e ainda a Cervejeiros de Portugal, o +CEREAIS, com a ambição de criar uma organização interprofissional na área dos cereais como forma de valorizar a produção nacional em todos os elos da cadeia.

“Caso houvesse uma maior garantia de produção por parte do setor agrícola nacional, bem como uma política fiscal que trate o setor cervejeiro de forma mais justa, o cenário seria diferente. Desde há muito tempo que sentimos um tratamento desigual em termos fiscais, em comparação a outro tipo de bebidas alcoólicas. Uma situação totalmente injustificada”, defendeu Rui Lopes Ferreira, Presidente dos Cervejeiros de Portugal.

Portugal lidera no consumo fora de casa

Portugal é o único país europeu no qual o mercado cervejeiro já recuperou os níveis de venda pré-pandemia. Esta dado foi partilhado por Julia Leferman, secretária-geral da Brewers of Europe, na mesma Assembleia Geral durante a 2ª parte pública deste evento, promovido com o objetivo de fomentar um diálogo entre o setor cervejeiro português, o poder político e a sociedade civil.

Julia Leferman, secretária-geral da Brewers of Europe Foto: Pedro Melim

De acordo com a secretária-geral da associação europeia, apesar de o consumo per capita português se fixar nos 60 litros por ano (contra os 128 litros da República Checa, que lidera a tabela), Portugal é o país da Europa que lidera o consumo fora de casa, com 67%. Atualmente, estima-se que o setor cervejeiro português seja representado por cerca de 120 empresas produtoras de cerveja que, juntas, representam 1,53% do PIB nacional (2.6 mil milhões de euros).

Também o setor cervejeiro europeu gera um impacto económico considerável, com 40 mil milhões de euros em receitas fiscais e 52 mil milhões de euros em valor acrescentado. Quanto à empregabilidade, em Portugal, o setor gera cerca de 98 mil empregos (2 milhões a nível europeu) e embora a sua produtividade seja duas vezes superior à média nacional, os níveis poderiam ser superiores, avança a Associação de setor, sem fins lucrativos, que representa as empresas que, em território nacional, exerçam a indústria da produção e/ou enchimento de cerveja.

O evento da Assembleia Geral dos Cervejeiros de Portugal contou ainda com um painel de discussão composto pelo economista e investigador João Duarte, a professora catedrática Conceição Calhau, a advogada e ex-presidente do GRACE Margarida Couto e a grã-mestre da Confraria da Cerveja, Teresa Apolónia, que debateram a cerveja sob os prismas da economia, saúde e bem-estar, sustentabilidade e cultura cervejeira.

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José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries
José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries
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José Serras Pereira: “Biscoff não é apenas uma bolacha, é um sabor”

A Lotus Bakeries, empresa belga reconhecida pelas icónicas bolachas Biscoff, está a reforçar a sua presença em Portugal. Para compreender melhor o que implica esta mudança de estratégia da marca no nosso país, falámos com José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries.

Como é que surgiu este desafio de trabalhar a presença da Lotus Bakeries em Portugal?
Sempre trabalhei no setor dos bens de consumo e passei por diversas multinacionais, como a Central de Cervejas, Prime Drinks e Philips. Fui contactado através de um processo de recrutamento para gerir a Lotus Bakeries diretamente em Portugal.
A marca já estava presente no país há alguns anos, através de um distribuidor. No entanto, a nossa estratégia global passa por assumir a gestão direta do negócio quando a marca atinge um certo nível de desenvolvimento. Foi nesse contexto que entrei para liderar este processo, após um exigente processo de entrevistas, e aceitei o desafio de consolidar a presença da Lotus Bakeries no mercado português.

osé Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries

José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries

O que mudou com a transição da distribuição para uma gestão direta da marca?
Quando uma marca é gerida diretamente, conseguimos um foco maior e uma estratégia mais alinhada com os nossos objetivos. O distribuidor fez um excelente trabalho, mas, quando é a própria marca a gerir o conhecimento, os recuros e o foco naturalmente são superiores, com impacto directo nos resultados.
Antes de assumirmos a operação, realizámos uma análise ao mercado, avaliando fatores como o consumo per capita e o potencial de crescimento da categoria. Identificámos um forte potencial de expansão, o que nos levou a tomar a decisão de gerir diretamente a operação. Essa mudança já deu frutos: nos primeiros 8 a 9 meses, realizámos uma transição estruturada e, agora, estamos efetivamente a acelerar o crescimento do negócio.

Que impacto teve esta mudança nos resultados da empresa em Portugal?
Os primeiros números são bastante positivos. Nos primeiros dois meses de 2025, já crescemos mais de 200% face ao mesmo período do ano anterior.
Em 2024, temos seis meses com o distribuidor e seis meses independente. Portanto, temos um ano atípico. Mas se olharmos para 2023, o último ano completo com o distribuidor, e compararmos com 2025, vamos quadruplicar o nosso negócio.

Em que retalhistas podemos encontrar as bolachas Biscoff?
Neste momento, estamos em todos os principais retalhistas, exceto Lidl e Mercadona, onde, estrategicamente, não planeamos entrar no curto prazo. E estamos na Aldi a fazer alguns in and outs.
Estamos também a expandir a nossa presença através de inovação e a garantir que os consumidores têm mais oportunidades de experimentar os nossos produtos em diferentes momentos de consumo.

E as parcerias que têm com McDonald’s e Delta, por exemplo, são importantes?
É importantíssimo. Mantemos parcerias estratégicas com marcas como McDonald’s, KFC, Delta e Wheel Frozen Yogurt, entre outros, que são fundamentais para aumentar a notoriedade da marca e permitir que mais consumidores experimentem o sabor Biscoff.

Quais são os principais fatores para o sucesso da Lotus Bakeries a nível global?
A marca apresentou no mês passado os resultados globais na Bélgica. E voltámos a crescer a cerca de 16%. Vamos com uma média de crescimento dos últimos 10 anos muito perto dos 20%. Ou seja, a marca globalmente está de facto num momento muito saudável. E isso ajuda-nos a todos, pois cada vez mais vivemos num mundo global.
A Lotus Bakeries, nomeadamente com Biscoff tem três pilares fundamentais para o seu crescimento global. O primeiro é o produto. O nosso sabor, a nossa textura é muito forte. E, dentro do produto, destaco a versatilidade. Nascemos como uma marca cujo grande momento de consumo era o café. Se formos a países como a Bélgica e Holanda, o consumo do café é um momento fortíssimo.
Depois a marca evoluiu, e esse é um foco a curto prazo em Portugal, para um snack de consumo doméstico, onde somos cada vez mais fortes.
O segundo está relacionado com parcerias globais. Acreditamos que trabalhar com marcas como McDonald’s, KFC, Haagen dazs entre outras, tem sido um motor de crescimento, permitindo que os consumidores experimentem o nosso produto de forma natural e integrada no dia a dia.
Por último, a acessibilidade: a nossa estratégia passa por estar presente em vários momentos de consumo, tanto no retalho como em cafés e pastelarias, e oferecer um preço competitivo que facilite a experimentação.

A Lotus Biscoff posiciona-se como uma marca premium?
Não. Queremos afastar-nos dessa perceção. Não somos premium, somos mass market. É aí que nós queremos competir. Como sabe, nesta categoria, assistimos a uma série de subidas de preços e todos têm subido, de forma bastante relevante, os preços. Nós temos aguentado exatamente para nos posicionarmos com um preço médio mais competitivo.

Como têm acompanhado esta subida de preços das matérias-primas?
Optámos por manter um preço competitivo. Utilizamos promoções estratégicas para garantir que mais consumidores experimentam o nosso produto, uma tática essencial num mercado tão competitivo como o português. No curto prazo, o principal o principal KPI do nosso negócio, mais do que a quota de mercado, é a penetração. Ou seja, para nós é fundamental chegar à casa dos consumidores.
As promoções desempenham um papel fundamental no mercado português. Funciona muito bem e, portanto, temos tentado estar mais vezes em promoção, garantindo que o nosso posicionamento promocional é suficientemente atrativo para as pessoas experimentarem.

Como estão a trabalhar o crescimento e a inovação da marca?
A inovação é um fator-chave. O Biscoff não é apenas uma bolacha, é um sabor, e o nosso objetivo é expandir esse sabor para novas categorias, como gelados, chocolates e cremes de barrar.
Biscoff não é só bolachas, Biscoff é um sabor. A inovação passa muito mais por dentro de outras categorias tendo o sabor Biscoff presente junto dos nossos consumidores e dos nossos shoppers. O grande foco da empresa é o desenvolvimento do sabor Biscoff, que é ligeiramente diferente do tradicional da FMCG das grandes empresas.

O mercado português tem alguma particularidade em relação a outros países que exija um trabalho específico da marca?
Sim, cada mercado tem as suas especificidades, e Portugal não é exceção. Em comparação com Espanha, por exemplo, onde a regionalização tem um peso significativo. Nós é quase tudo nacional.
Uma das principais particularidades do mercado nacional é o peso das promoções e a elevada concentração do retalho. Dois dos principais players representam quase 50% do mercado, o que é uma realidade pouco comum noutros países. Além disso, no mercado português as promoções têm um grande peso.
Outra especificidade relevante é a estrutura de distribuição para o canal Horeca. Em Portugal, os cash & carries são tipicamente route to market para o canal tradicional. Esta dinâmica obriga-nos a ter uma estratégia de pricing bem definida para os três canais principais: retalho, cash & carry e distribuidores.

A marca tem uma estratégia específica para diferentes faixas etárias?
Essa segmentação é essencial. Fizemos alguns estudos de consumidor e um dos insights mais interessantes foi perceber que o maior momento de consumo de bolachas em Portugal é ao pequeno-almoço, e que o maior grupo de consumidores tem menos de 35 anos.
Atualmente, o nosso produto é mais consumido por um público acima dos 35 anos, associado a momentos como o café, um snack indulgente à tarde ou um guilty pleasure ocasional depois do jantar. No entanto, para expandirmos o consumo a faixas etárias mais jovens, apostámos na inovação, lançando bolachas recheadas com chocolate, baunilha e creme Biscoff.
Nos mercados onde já introduzimos esta inovação, verificámos um aumento da penetração em consumidores mais jovens e um maior consumo ao pequeno-almoço. Acreditamos que essa tendência se repetirá em Portugal, o que nos permitirá aumentar a nossa base de consumidores e impulsionar o crescimento da marca.

Como está a evoluir a operação ibérica da Lotus Bakeries?
A nossa expansão em Espanha nos últimos anos foi impressionante: em 2017, faturávamos 3 milhões de euros e, em 2025, vamos fechar com cerca de 50 milhões de euros.
O nosso objetivo para Portugal é replicar esse sucesso, ajustando a estratégia às especificidades do mercado nacional, como a concentração do retalho e a forte dependência das promoções.

Quais são os planos futuros para a marca em Portugal?
A curto prazo, o foco está no crescimento das vendas e ponto de venda. Queremos garantir que os consumidores encontram os nossos produtos nos principais retalhistas e canais de consumo.
A médio prazo, vamos expandir a equipa e estruturar melhor as nossas operações, contratando Key Account Managers, especialistas em Category Management e equipas de vendas para fortalecer a nossa presença no mercado.

Sustentabilidade é uma prioridade para a Lotus Bakeries?
Sim, totalmente. A sustentabilidade é um pilar estratégico para o grupo e não abdicamos dele para crescer mais rapidamente.
Temos metas ambientais definidas, como a redução da pegada de carbono, e todas as nossas novas fábricas seguem critérios de sustentabilidade rigorosos. Este compromisso reflete-se também na forma como desenvolvemos os nossos produtos e embalagens.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

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Planta junta-se a Gordon Ramsay em nova campanha global Skip the Cow

A Planta acaba de anunciar uma nova parceria com o chef Gordon Ramsay, no âmbito da campanha internacional Skip the Cow, que convida os consumidores a experimentarem uma alternativa vegetal à manteiga tradicional.

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Nesta nova colaboração, Ramsay testa e aprova a Planta Planteiga, um produto 100% vegetal, feito com apenas sete ingredientes naturais e que promete o mesmo desempenho e sabor rico da manteiga de origem animal, mas com menos 75% de impacto climático. O objetivo da campanha é claro: ajudar os consumidores a elevarem os seus hábitos culinários de forma mais sustentável, sem comprometer o sabor.

“Acredito numa alimentação natural, com ingredientes de qualidade, e posso dizer com toda a sinceridade que a Planta Planteiga me surpreendeu. Desde ovos mexidos a bolos de chocolate, pus o produto à prova. Dá-me a cremosidade e o sabor rico que obtenho da manteiga, com a vantagem de ser mais sustentável. Convido as pessoas testarem este produto e verem o que conseguem criar nas suas casas!”, afirma Gordon Ramsay.

“Não podia estar mais orgulhosa de anunciar a nossa nova campanha Skip the Cow, que conta com a participação do icónico Gordon Ramsay. Esta campanha representa um ousado passo em frente na apresentação da versatilidade e sabor da Planta Planteiga para cozinhar. A paixão de Gordon por comida excecional alinha-se perfeitamente com o nosso compromisso com a inovação e a oferta de alternativas sustentáveis, sem lacticínios, que não comprometem o sabor ou o desempenho. E se Gordon Ramsay acha que é bom, quem somos nós para discordar?”, comenta Jessica Pita, Iberia Marketing Lead da Flora Food Group.

A parceria surge num momento em que, segundo um estudo da OnePoll, 57% dos portugueses que cozinham confiam nas mesmas cinco receitas, e 20% só experimentam uma nova receita de poucos em poucos meses. No entanto, 86% dizem querer melhorar as suas competências na cozinha.

A campanha Skip the Cow já está a ser lançada a nível mundial, com presença em televisão, canais digitais e outdoor, e chega agora também a Portugal.

Sobre o autorHipersuper

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