Abastecimento alimentar está em risco
A ameaça de greve prolongada nos portos nacionais pode afectar a distribuição de alimentos no País, alerta a FIPA
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Rita Gonçalves
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A ameaça de greve prolongada nos portos nacionais pode afectar a distribuição de alimentos no País. Quem o diz é a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares.
A FIPA prevê que a paralisação provoque um impacto “dramático” nas exportações e, “mais grave ainda”, que coloque “em causa o abastecimento de matérias-primas e, consequentemente, a colocação no mercado de muitos produtos alimentares”. E pede a intervenção de Passos Coelho, defendendo o peso das exportações na salvação do país.
A Federação dá conta que muitos sectores da agro-indústria dependem exclusivamente de matérias-primas abastecidas por via marítima. “Qualquer cenário que coloque em causa o funcionamento do abastecimento irá provocar paragens de produção e, consequentemente, a impossibilidade de fornecimento de matérias-primas necessárias para a produção de alimentos”.
Por outro lado, as exportações são maioritariamente feitas por via marítima. Segundo estimativas da Federação, “o impacto desta greve em termos de custos logísticos adicionais, nomeadamente o recuso a Vigo ou Algeciras, seriam superiores a 10 milhões de euros por mês, valor que será certamente ampliado caso as saídas por Espanha comecem a não ser possíveis, por dificuldades logísticas ou outras”.
Encontrar contentores disponíveis, reagendar as cargas ou calcular os custos da perda de vendas. Este já é o dia-a-dia de muitas empresas. “Setembro já está irremediavelmente comprometido mas, com esta situação, Outubro e Novembro (meses altos para quem exporta por navio, já que se destinam maioritariamente ao hemisfério sul) prometem ser calamitosos, pois há uma fortíssima probabilidade de as companhias de navegação pura e simplesmente deixarem de vir a Portugal”.
A FIPA apela assim a que, num momento de grandes dificuldades para o país, “possa haver um verdadeiro sentimento de responsabilidade pois está claramente colocada em causa a sobrevivência da nossa economia e a garantia do abastecimento alimentar”.