FIPA: Descida da TSU na actual conjuntura agrava emprego e competitividade
Jorge Henriques, Presidente da FIPA, condena, em declarações ao Hipersuper, as novas medidas de austeridade sobre as famílias portuguesas
Rita Gonçalves
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A redução em quase seis pontos percentuais da Taxa Social Única (TSU, contribuição das empresas para a segurança social) na actual situação do País não vai ajudar a estancar o emprego, nem a criar novos postos de trabalho e muito menos aumentar a competitividade das empresas, sublinha em entrevista ao Hipersuper Jorge Henriques, Presidente da FIPA (Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares).
A medida anunciada pelo Primeiro-Ministro para 2013 com o objectivo de estancar o desemprego em Portugal vai, sim, “acentuar a quebra de emprego”.
“A descida da TSU tem como moeda de troca o agravamento da contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social que vai alargar o efeito recessivo no consumo. A regressão dos níveis de consumo vai ser negativo para o emprego porque as empresas perdem sustentabilidade e competitividade. Associado a isto, há ainda dificuldades de financiamento e o aumento exponencial do crédito interno. Ou seja, os dias de créditos concedidos a clientes aumentam, porque as empresas se estão a financiar umas às outras, com todos os riscos que isso comporta porque não há garantias reais para o incumprimento. Além disso, há o agravamento da carga fiscal para 2013, o aumento do IMI, do preço dos combustíveis e das matérias-primas. Neste contexto, não perspectivamos nada de bom”.
A medida do Governo “vem em contra ciclo com aquilo que defendemos: o abaixamento da TSU numa margem equilibrada e que tivesse como contrapartida a redução da despesa do Estado”.
Impacto no consumo
Sobre o impacto que a quebra do rendimento disponível das famílias poderá ter no consumo em 2013, o Presidente da FIPA indica que o consumo no sector da agro-indústria está a registar perdas de 2 pontos percentuais face a 2011, devido à contracção no mercado interno e à subida do IVA de 6 para 23% em algumas categorias. “Há alguns sub-sectores a cair acima dos 15%. Com o agravamento em 7 pontos percentuais no rendimento disponível nas famílias, o impacto no consumo será enorme e em produtos essenciais”.
Jorge Henriques critica ainda os comentadores “ órfãos de protagonismo” que nos últimos anos têm condenado o consumo exagerado em Portugal. “A verdade é que vivemos numa sociedade consumista que naturalmente tem de adaptar o consumo aos seus níveis de vida. Mas, no caso do sector agro-alimentar, Portugal tem, e já antes da crise, um nível de consumo per capita abaixo da media europeia, com pequenas excepções. Continuar com políticas que vão agravar ainda mais os níveis de consumo vai ser negativo para o emprego, para a competitividade e para sustentabilidade das empresas”.